UM DOS MALFEITORES
(Lc 23, 39)
“Um dos
malfeitores suspensos à cruz o insultava, dizendo: ‘Não és
tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós’”.
Este ladrão
(chamava-se Gestas). Como se acredita, era o do
LADO ESQUERDO, porque representava os
condenados; blasfemava contra Cristo Nosso Senhor
como os fariseus.
Jesus Cristo foi
tão desprezado pelos inimigos, que até esse
homem repugnante, Gestas (mau ladrão),
condenado à morte de cruz por seus latrocínios
(homicídio com o objetivo de roubo) e maldades,
se achou no direito de zombar d’Ele... parecendo que ganhava
indulgência para morrer bem zombando terrivelmente e sem
respeito do Salvador. É próprio das pessoas perversas
esquecerem os seus pecados e perversidades e tentarem
agravar os do próximo... murmurando deles e condenando-os...
e o pior, se passando por inocentes e puras.
Gestas
(mau ladrão), com essa sua atitude grosseira
e desrespeitosa para com Jesus Cristo,
ENCHEU a MEDIDA da sua
CONDENAÇÃO, e deu ocasião ao Salvador para mostrar
sua admirável PACIÊNCIA... calando, sem
responder palavra ao injuriador que estava próximo d’Ele.
Pondera aqui como
este mau ladrão que está crucificado e no meio de seus
tormentos blasfema contra Jesus Cristo, representa aqueles
homens que são castigados por Deus por causa de suas culpas,
e levam com impaciência o castigo ou blasfemam contra Deus
que os castiga... ou maldizendo sua sorte... ou se
desesperando por falta de fé na divina Providência; os
quais serão condenados como este mau ladrão, descendo da
cruz para as chamas do inferno.
O Pe. Juan
Leal
escreve: São Lucas fala sobre o
insulto do mau ladrão que devia ser judeu, porque insulta a
Jesus Cristo valendo-se do nome de Cristo Messias, ao invés
de Rei, como usa os soldados.
O Pe. Manuel
de Tuya
comenta: Os insultos do mau ladrão
aconteceram algum tempo depois da crucifixão. Pois supõe que
ele começou a insultar a Jesus Cristo com as palavras que
ouvia de outras pessoas rebeldes.
Santo
Agostinho
diz:
“Deus está sempre
pronto para abraçar os pecadores penitentes. A cruz do mau
ladrão, suportada com impaciência, aumentou sua desgraça no
inferno”.
O Pe. Luis de La Palma
comenta: Enfurecido pela tortura
que recebia e impaciente com todos aqueles gritos e
escárnios, um dos malfeitores, ali crucificados, blasfemava
contra ele: Se és o Cristo, salva- te a ti mesmo e salva
a nós. Esta é a ocasião para demonstrar o que dizes ser! Os
teus inimigos quiseram te comparar a nós, salve-se e
vingue-se deles! Mas como é um mentiroso, não há esperança
para nós. Assim este ladrão insultava Jesus e
esquecia-se de que realmente era um criminoso e merecia a
punição.
ORAÇÃO: Salvador amantíssimo! Livrai-me
de tão grande miséria como
esta, que, tendo pecado, recuse conhecer minha culpa e fazer
penitência dela, revoltando-me contra Vós, que, como Pai, me
castiga para minha emenda e correção. Amém!
Pe. Divino Antônio
Lopes FP (C)
Anápolis, 21 de
fevereiro de 2015
Bibliografia
Sagrada Escritura
Pe. Juan Leal, A
Sagrada Escritura
Pe. Manuel de Tuya,
Bíblia Comentada
Pe. Ramón Genover,
Meditações Espirituais para todo o ano
Santo Agostinho,
Escritos
Pe. Luis de La
Palma, A Paixão do Senhor
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