MARIA SANTÍSSIMA E O MAU LADRÃO

(Jo 19, 25; Lc 23, 39)

 

“Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe... Um dos malfeitores suspensos à cruz o insultava...”

 

Os dois, Maria Santíssima e o mau ladrão, estavam no Calvário: ele com as mãos e os pés crucificados; ela, com o Coração Imaculado crucificado. Ele não soube aproveitar a presença de Deus e de sua Mãe para mudar de vida: “Tenho medo de Cristo que passa” (Santo Agostinho).

O mau ladrão insultava o Senhor; a Virgem Maria O adorava. Nem todos que permanecem próximos a Jesus Cristo possuem um coração aberto para a graça.

Ele gritava desesperadamente pedindo que Jesus Cristo o libertasse; ela permanecia em silêncio. Deus não atende um coração desesperado: “Este pecado de desespero desagrada-me e prejudica os homens mais do que todos os outros males... Quem desespera, despreza minha misericórdia e julga que seu pecado é maior que minha bondade” (Santa Catarina de Sena).

Nossa Senhora não desanimou aos pés da cruz, mas permaneceu de pé: “Perto da cruz de Jesus, permaneciam de pé sua mãe...” (Jo 19, 25). O mau ladrão sofreu com impaciência e revolta: A cruz do mau ladrão, suportada com impaciência, aumentou sua desgraça no inferno” (Santo Afonso Maria de Ligório).

O mau ladrão era grande pecador e sofreu; Maria Santíssima era pura e sem pecado, e sofreu também: “É preciso sofrer e todos têm de sofrer; seja justo ou pecador, cada um deve carregar sua cruz” (Idem.).

Nossa Senhora não fugiu do Calvário, como fazem muitas mães diante do sofrimento dos filhos... mas sofreu com paciência; o mau ladrão não suportou o sofrimento e se revoltou.

No Calvário, a Santíssima Virgem sofria e rezava; o mau ladrão sofria e gritava.

Nossa Senhora sofria com os olhos fixos em Jesus Cristo; o mau ladrão sofria com os olhos fixos nos transeuntes: “Como havemos de afastar os olhos se a crucifixão do Filho de Deus é a solução de todos os mistérios, é a consolação do aflito, a esperança do pecador arrependido, a âncora, portanto, de nossa salvação?” (Sacerdote da Missão).

O mau ladrão sofreu durante a vida... sofreu no caminho do Calvário e na cruz... e sofre no inferno; Nossa Senhora sofreu durante a vida, no caminho do Calvário... no Calvário... e agora se alegra no céu: “... as mesmas misérias levam alguns para o céu e outros para o inferno” (Santo Agostinho).

No Calvário, a Virgem Maria foi exemplo de perseverança e fortaleza para as almas que sofrem; o mau ladrão foi “modelo” para as almas que se revoltam contra Deus nas horas de provações.

A vida de Nossa Senhora foi de sofrimento contínuo... é chamada de Rainha dos Mártires; a vida do mau ladrão foi de maldade, roubos e assassinatos.

Os dois estavam próximos de Jesus Cristo: A Virgem com o coração cheio de amor; o mau ladrão com o coração cheio de ódio.

Diante do sofrimento é melhor silenciar e rezar, do que se revoltar e blasfemar: “Há dois modos se sofrer: sofrer amando e sofrer sem amar. Todos os santos sofriam com paciência, alegria e perseverança, porque amavam. Nós sofremos com raiva, desagrado e enfado, porque não amamos. Se amássemos a Deus, seríamos felizes de poder sofrer por amor d’Aquele que aceitou sofrer por nós” (São João Maria Vianney).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 02 de março de 2015

 

 

Bibliografia

 

Sagrada Escritura

Santo Afonso Maria de Ligório, A Paixão do Senhor; A prática do amor a Jesus Cristo e Glórias de Maria

Sacerdote da Missão, A Sagrada Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo

Santo Agostinho, Escritos

Santa Catarina de Sena, O Diálogo

São João Maria Vianney, Escritos

 

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Maria Santíssima e o mau ladrão”.

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