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					ESTÁ CONSUMADO! 
					
					(Jo 19, 30) 
					  
					
					“Quando Jesus 
					tomou o vinagre, disse: ‘Está consumado!’” 
					  
					
					Considera 
					primeiramente como Jesus Cristo neste momento pôs os olhos 
					em todos os trabalhos e tormentos 
					que seu Pai Eterno quis que padecesse, desde o instante da 
					sua encarnação até o ponto em que estava, que era o 
					fim da sua Paixão e de sua vida; passando pela 
					memória os trabalhos de seu nascimento e 
					circuncisão, os da fuga para o Egito, 
					os da sua pregação pela Judéia e Galiléia, e
					ultimamente os da sua Paixão; e vendo como 
					todos os trabalhos estavam cumpridos inteiramente, sem 
					faltar nenhum, sente-se consolado ao ver ter chegado ao fim 
					seus trabalhos  agradando ao Pai Eterno; e, com 
					reconhecimento e agradecimento disse 
					com amor: Está consumado! 
					Fiz tudo o que o meu Pai me mandou... padeci 
					tudo com amor e paciência... não fugi da minha missão, não 
					corri da cruz... cumpri o meu dever com perfeição... fiz 
					tudo por amor sem buscar vida fácil e cômoda. 
					
					Podemos 
					dizer com Jesus que está consumado? 
					Sofremos com 
					paciência as cruzes enviadas ou permitidas por 
					Deus?Percorremos o caminho da cruz e da renúncia? Aceitamos 
					as provações por amor a Deus? Trilhamos o caminho apertado e 
					cheio de obstáculos com a cabeça erguida? Enfrentamos as 
					dificuldades com força, coragem e ousadia? 
					
					Considera como 
					Jesus Cristo ao dizer as palavras: Está consumado, 
					pôs os olhos na missão pela qual veio ao mundo 
					e nos trabalhos que seu Pai Lhe havia 
					encarregado, passando pela memória como sua vinda foi para 
					satisfazer pelo pecado de Adão; porque veio esmagar a 
					cabeça da serpente infernal, destruir a morte e o inferno, 
					abrir as portas do céu, ensinar como mestre a doutrina da 
					perfeição, dar heróico exemplo de todas as virtudes, iniciar 
					os conselhos evangélicos e instituir Sacramentos e 
					sacrifícios próprios da nova lei. E tendo visto como 
					de sua parte havia feito todo o necessário para conseguir 
					realizar a missão e cumprido inteiramente todos os 
					trabalhos, com grande satisfação disse: Está 
					consumado! Já concluí a missão que vim realizar 
					nesse mundo. 
					
					Considera como 
					Jesus Cristo ao dizer as palavras: Está consumado, 
					pôs os olhos em todas as sombras e 
					figuras de sua missão, que se haviam 
					sucedido desde o início do mundo até então; e em especial 
					nos sacrifícios e cerimônias da 
					lei velha, e nas coisas que os profetas haviam dito, para 
					representar tudo o que havia de fazer e padecer no mundo, e 
					vendo como tudo isto estava cumprido, disse: Está 
					consumado; acabou tudo o que era sombra e figura... 
					acabou os sacrifícios e cerimônias antigas... acabou a lei 
					da circuncisão com o peso intolerável que trazia consigo... 
					cumprida foi a lei dos profetas, pois não veio anulá-las, 
					mas cumpri-las. 
					
					Devemos também 
					ponderar como este divino Senhor que está nesse doloroso 
					trono para morrer, voltará no dia do juízo num trono de 
					glória para julgar; e separará os bons dos maus... e 
					sentenciará uns e outros segundo suas obras, dirá também 
					essas palavras: Está consumado! Já estará 
					acabado o mundo e sua glória vã... já estará acabado o tempo 
					de merecer e de desmerecer... já estará acabado os prazeres 
					dos maus e os trabalhos dos bons... já estará acabado o 
					poder e o reino do Demônio para tentar e enganar de novo aos 
					homens... já estará acabado e cumprido o número dos 
					escolhidos para o céu. 
					
					Já ia para três horas dolorosíssimas que 
					Jesus pendia na cruz. Lentamente a morte se aproximava. O 
					corpo de Nosso Senhor, todo já sem força, começou a ceder no 
					seu peso natural, parecendo que os pregos não mais o 
					pudessem segurar. O rosto se recobria da lividez cadavérica. 
					Das chagas corriam filetes de sangue escuro, quase preto. O 
					semblante se alongava; a fisionomia se afilava toda, as 
					faces se encovavam, os lábios arroxeados e semi-abertos 
					deixavam aparecer a língua, os olhos, injetados de sangue, 
					ainda se moviam vagamente e sem fixidez. Profundo 
					silêncio... Entre sofrimentos indizíveis, misteriosos e 
					colóquios com o Eterno Pai vinha chegando a morte. 
					
					Ainda uma vez Jesus levantou a cabeça coroada 
					de espinhos e exclamou: 
					“Tudo está consumado” (Jo 
					19, 30). Com isto queria Ele dizer: 
					“Estou no fim da minha vida: esgotaram-me 
					as torturas e maus tratos. A morte entra nos seus direitos. 
					Minha tarefa está cumprida; cumpridas estão as profecias, 
					feita está a vontade de meu Pai, nada me resta a fazer. 
					Exterminado está o pecado, satisfeita a justiça divina. 
					Garantidas estão a graça e a glória, terminada se acha a 
					minha missão; repleto está o tesouro dos merecimentos...” 
					
					Charles 
					Journet escreve:
					Jesus não veio para cumprir as profecias; veio para fazer 
					a vontade de seu Pai: Desci do céu, não para fazer a minha 
					vontade, mas a vontade daquele que me enviou... (Jo 6, 38). 
					Não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me 
					enviou... (Jo 5, 30). O meu alimento é fazer a vontade 
					daquele que me enviou e realizar a sua obra (Jo 4, 34). Mas 
					ao fazer a vontade do Pai, cumpre as profecias. Ele sabe-o. 
					No fim da sua vida, quando a obra de Seu Pai está realizada, 
					todas as profecias estão cumpridas, até mesmo a que 
					anunciava que ao justo lhe dariam a beber vinagre, e pôde 
					dizer: Tudo está consumado. Tudo se cumpriu, tudo está 
					consumado: isto significa não só que as profecias se 
					cumpriram, mas também que o foram de uma maneira tão 
					elevada, tão plena, tão divina, que ultrapassa a esperança 
					de Israel. 
					
					O Pe. Luis 
					de la Palma explica: 
					O Senhor foi enviado com duas missões: ser o Messias e o 
					Redentor, e as cumpriu perfeitamente. Na última ceia orou ao 
					Pai: Eu te glorifiquei a terra. Terminei a obra que me deste 
					para fazer. Agora, pois, Pai, glorifica-Me junto de Ti, 
					concedendo-Me a glória que tive junto de Ti, antes que o 
					mundo fosse criado. Manifestei o Teu nome aos homens que do 
					mundo Me deste (Jo 17, 4-6). Antes de sofrer, havia dito: 
					Eis que subiremos a Jerusalém. Tudo o que foi escrito pelos 
					profetas a respeito do Filho do Homem será cumprido (Lc 18, 
					31). Agora tudo estava cumprido, até a última letra que 
					escreveram os profetas. Na cruz tudo se cumpriu, para que os 
					eleitos de Deus soubessem que na cruz está a força de Deus, 
					a plenitude e perfeição de todas as coisas. O que é mistério 
					para o homem, o que é escândalo para os judeus e loucura 
					para os gentios, é onipotência de Deus. Tudo está consumado: 
					bebi o cálice de Minha Paixão, sem deixar uma gota nele; as 
					profecias foram cumpridas e toda a Escritura encontrou seu 
					sentido em Mim; paguei a dívida dos homens e comprei-os, 
					para lhes dar a glória; a amizade de Deus com os homens foi 
					restabelecida. Eu venci, termina Minha vida na terra e 
					começa o triunfo de Minha glória. Está consumado. 
					Palavras misteriosas que encerram tudo o que Jesus Cristo 
					realizou para nossa redenção. Somente quem a realizou 
					conhece o sentido profundo. Devemos nos colocar junto da 
					cruz para chegar a conhecer esse mistério. Na presença do 
					Senhor, com a ajuda da sua graça, meditaremos como era 
					grande a dívida que Adão transmitiu aos seus filhos em 
					desobedecer a Deus. Por ser o nosso pai, estava obrigado a 
					pagar a dívida. Mas nem ele, nem nós, mesmo juntando toda a 
					riqueza do mundo, poderíamos pagar. Pelos pecados 
					voluntários dos homens, a dívida aumentava a cada instante. 
					Os demônios estavam preparados para levar as almas dos 
					homens para o inferno, onde ficariam eternamente, pois não 
					teriam condições de quitar a dívida. Mas o Senhor é 
					misericordioso, desceu do céu para resgatar nossa dívida, 
					pagar o que não tinha roubado (Sl 68, 5). Pagou com seu 
					sangue na cruz, rasgou nossas promissórias e nos anistiou. 
					Converteu-se em nosso Senhor e deu-nos a liberdade, tirando 
					do demônio o direito que tinha sobre nós. Antes de partir 
					deu a boa notícia: Tudo está cumprido, a dívida foi paga, 
					estão todos livres. Foi tão generosa a sua redenção; pagou 
					excessivamente acima da nossa dívida, que além de nos 
					libertar do inferno, conseguiu-nos a vida eterna. A Paixão 
					do Senhor mereceu a glória para todos; antes, os nossos 
					solitários sofrimentos não conseguiam pagar, mas, agora 
					unidos aos de Cristo, fazem jus ao pagamento de nossos 
					pecados. Com o pagamento na Cruz, o homem que era pobre, 
					ficou enriquecido com a misericórdia de Deus. Antes 
					tremíamos em pensar na justiça de Deus, agora podemos pedir 
					o prêmio, pois nenhum atleta será coroado, se não tiver 
					lutado segundo as regras (2 Tm 2, 5). Perante o tribunal 
					divino, podemos reivindicar, porque pelas palavras de 
					Cristo, tudo está pago. Os homens com seus pecados 
					desobedeciam a Deus, estavam em uma situação miserável. Como 
					poderiam se esconder da justiça divina? Ninguém podia estar 
					em paz com Deus; não havia consolo. Quem poderia ser 
					mediador entre Deus e os homens para poder alcançar o 
					perdão? Por outro lado, não se pode fazer a paz, se não há 
					satisfação dos agravos feitos. O homem era fraco, não tinha 
					poder de desagravar e nem forças para não voltar a ofender a 
					Deus. Esta é a causa pela qual não se alcançava a paz entre 
					Deus e os homens. Uma guerra contra Deus, somente poderia 
					levar o homem à condenação eterna. Mas, Deus tem um coração 
					piedoso. Enviou um mediador, Jesus Cristo, para ajudar a 
					salvar os homens. Porque aprouve a 
					Deus fazer habitar nele toda a plenitude e por seu 
					intermédio reconciliar consigo todas as criaturas, por 
					intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, 
					restabeleceu a paz a tudo quanto há na terra e nos céus
					(Cl 1, 19-20). Estava o príncipe da paz cravado na 
					cruz, levantado entre o céu e a terra, garantindo a paz 
					eterna. E este tratado de paz foi assegurado na presença da 
					corte celeste, pois o Senhor vê a Deus face a face. Oferecia 
					da parte dos homens o Seu sangue e a Sua vida para saldar as 
					dívidas e desagravar as injúrias cometidas contra Deus. 
					Dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas, Àquele 
					que podia salvar da morte, e foi atendido pela sua piedade (Hb 
					5, 7), e pelo imenso amor que o Pai sente pelo Filho. 
					Firmado este acordo de paz eterna, está consumado. Ao 
					morrer na cruz, o Senhor se fez autor e consumador de nossa fé (Hb 12, 1). Na cruz 
					realizou a consumação do que acreditamos e deu firmeza para 
					as que esperamos; mostrou o caminho para alcançar as coisas 
					do alto, e animou-nos para deixar por Ele, todas as coisas 
					materiais. Na cruz se tornaram realidades todas as promessas 
					de Deus. Porque todas as promessas 
					de Deus são ‘sim’ em Jesus (2 Cor 1, 20). Pois a lei 
					nada levou à perfeição (Hb 7, 19), estava cheia de 
					cerimônias inúteis e vazias. 
					Agora, porém, conhecendo a Deus, ou melhor, sendo conhecidos 
					por Deus, como é que tornais aos rudimentos fracos e 
					miseráveis, querendo de novo escravizar-vos a eles? (Gl 
					4, 9). Por uma só oblação ele 
					realizou a perfeição definitiva daqueles que recebem a 
					santificação (Hb 10, 14). Tudo está consumado, tudo 
					está perfeito, tudo foi cumprido. Levei até o fim o que a 
					eterna sabedoria tinha fixado. Paguei o que pedia sua 
					justiça e tudo foi feito em favor do homem, porque Deus é 
					piedoso e cheio de misericórdia. Tudo o que os patriarcas 
					prometeram, tudo que os profetas anunciaram, todas as 
					imagens e símbolos a meu respeito, tudo está cumprido. 
					Ensinei tudo, para que deixem a ignorância e corrijam os 
					erros; dei o remédio para curar o mal. Não falta nada para 
					os tíbios, para que se tornem fervorosos e fortes; todo 
					consolo foi deixado, para que se tornem santos. Venci o 
					mundo, agora podem também triunfar sobre as forças 
					demoníacas, porque tudo está consumado. Com seu exemplo, 
					aprendemos a não desistir nunca daquilo que começamos para a 
					glória de Deus. Por muitas dificuldades que se apresentem, 
					por muitos inconvenientes que nos ponham, não devemos nunca 
					voltar atrás. Para que não digam de nós;
					este homem começou a edificar, mas 
					não pode terminar (Lc 14, 30). Desse modo, cercados 
					como estamos de uma tal nuvem de testemunhas, 
					desvencilhemo-nos das cadeias do pecado.
					Corramos com perseverança ao 
					combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de 
					nossa fé, Jesus. Em vez de gozo que se lhe oferecera, Ele 
					suportou a cruz e está sentado à direita do trono de Deus. 
					Considerai, pois, atentamente aquele que sofreu tantas 
					contrariedades dos pecadores, e não vos deixeis abater pelo 
					desânimo. Ainda não tendes resistido até o sangue na luta 
					contra o pecado (Hb 12, 1-4).
					Combate pela justiça a fim de 
					salvar tua vida; até a morte, combate pela justiça (Eclo 
					4, 33). Sê fiel até a morte e te 
					darei a coroa da vida (Ap 2, 10). Não devemos fugir 
					da cruz, mas perseverar nela, até que se cumpra em nós, 
					inteiramente a vontade de Deus. Com o tempo, todas as 
					contrariedades e penas terminam. O que no começo parece 
					insuportável, se sofrermos um pouco e voltarmos nosso 
					pensamento ao Senhor, tudo passa rapidamente. Nunca nos 
					faltará o consolo de Cristo. A Virgem Maria levantou os 
					olhos ao escutar que tudo estava consumado. Tentou erguer a 
					cabeça do Senhor, mas suas mãos não o alcançavam, caíram 
					seus braços sem poder abraçar seu Filho; Jesus morria, e ela 
					não podia morrer com Ele. O seu corpo desfalecia; sua alma 
					estava tão unida à de seu Filho, que morria na dor com Ele. 
					De repente, viu-O tomar o último fôlego e exclamar suas 
					últimas palavras. Jesus deu então um grande brado e disse:
					Pai, nas tuas mãos entrego meu 
					espírito. E dizendo isso, expirou (Lc 23, 46). 
					
					Santo Afonso 
					Maria de Ligório comenta:
					
					 Nesse 
					momento, Jesus, antes de expirar, pôs diante dos olhos todos 
					os sacrifícios da antiga lei (todos eles figuras do 
					sacrifício da cruz), todas as súplicas dos antigos, todas as 
					profecias realizadas na sua vida e na sua morte, todos os 
					opróbrios e ludíbrios preditos que ele devia suportar, e 
					vendo que tudo se havia realizado, disse: Tudo está 
					consumado. São Paulo se anima a correr generosa e 
					pacientemente ao combate que temos de travar nesta vida com 
					os nossos inimigos para obter a salvação: Corramos pela 
					paciência ao combate que nos está proposto, pondo os olhos 
					no autor e consumador da fé, Jesus, o qual, havendo-lhe sido 
					proposto o gozo, sofreu a cruz (Hb 12,1-2). O Apóstolo 
					exorta-nos a resistir com paciência às tentações até ao fim, 
					a exemplo de Jesus Cristo, que não quis descer da cruz antes 
					de morrer. Santo Agostinho escreve: O que te ensinou 
					pendente da cruz, não querendo dela descer, senão que fosses 
					forte em teu Deus? Jesus quis consumar o seu sacrifício 
					com a morte, para nos persuadir de que Deus não recompensa 
					com a glória senão aqueles que perseveram no bem até ao fim, 
					que o faz sentir por São Mateus: Quem perseverar até ao 
					fim será salvo (Mt 10,22). Quando, pois, ou seja por 
					motivo de nossas paixões ou das tentações do demônio ou das 
					perseguições dos homens nos sentirmos molestados e levados a 
					perder a paciência e a ofender a Deus, olhemos para Jesus 
					crucificado que derrama todo o seu sangue por nossa salvação 
					e pensemos que nós ainda não derramamos uma só gota por seu 
					amor. É o que diz São Paulo: Pois ainda não tendes 
					resistido até ao sangue combatendo contra o pecado (Hb 
					12,4). Quando, pois, se oferecer a ocasião de ter de ceder 
					em qualquer ponto de honra, de se abster de qualquer 
					ressentimento, de se privar de qualquer satisfação, de 
					qualquer curiosidade ou coisa semelhante, envergonhemo-nos 
					de o negar a Jesus Cristo. Ele não teve reservas para 
					conosco, deu-nos sua vida, todo o seu sangue e por isso 
					envergonhemo-nos de ter reservas para com ele. Resistamos 
					com todas as forças aos nossos inimigos, mas esperemos a 
					vitória sempre e unicamente dos merecimentos de Jesus: por 
					meio deles e deles somente os santos e em especial os 
					mártires superaram os tormentos e a morte. Mas em todas 
					essas coisas saímos vencedores por aquele que nos amou (Rm 
					8,37). Quando o demônio nos trouxer à mente qualquer 
					obstáculo que nos pareça dificílimo à nossa fraqueza 
					superar, volvamos os olhos a Jesus crucificado e, confiados 
					no seu auxílio e merecimentos, digamos com o Apóstolo: 
					Tudo posso naquele que me conforta (Fl 4,13). Eu por mim 
					nada posso, mas com o auxílio de Jesus eu posso tudo. 
					Animemo-nos, entretanto, a sofrer as tribulações da vida 
					presente pela vista das penas de Jesus crucificado. 
					Considera, diz o Senhor do alto daquela cruz, considera a 
					multidão das dores e dos desprezos que eu padeço por ti 
					sobre este patíbulo: meu corpo está suspenso por três 
					cravos, e não descanso senão sobre minhas próprias chagas: o 
					povo que me circunda não faz outra coisa senão blasfemar 
					contra mim e afligir-me, e o meu espírito está ainda mais 
					atormentado que meu corpo. Tudo padeço por teu amor: vê o 
					afeto que te consagro e ama-me e não te recuses a padecer 
					alguma coisa por mim, que por ti levei uma vida tão aflita e 
					agora a termino com uma morte tão amarga. 
					
					O Pe. Juan 
					Leal ensina:
					Está consumado! Está cumprida a Escritura, a vontade 
					do Pai e o sacrifício pela salvação do mundo. A obra do Pai 
					é tema favorito de São João (14, 31; 15, 10). São João 
					conserva a majestade serena da morte do messias. Sua última 
					palavra é para afirmar que cumpriu a sua missão. 
					
					  
					
					ORAÇÃO: Ó 
					juiz supremo dos homens! Pois que vossa justiça será naquele 
					dia tão cumprida e consumada, como tem sido a vossa 
					misericórdia, enchendo-nos de graça e de merecimentos, para 
					que depois cumpra em nós vossa justiça, dando-nos a coroa de 
					glória. Amém! 
					
					  
					
					Pe. Divino Antônio 
					Lopes FP (C) 
					
					Anápolis, 15 de 
					março de 2015 
					
					  
					
					  
					
					Bibliografia 
					
					  
					
					Sagrada Escritura 
					
					Pe. Ramón Genover, 
					Meditações Espirituais para todo o ano 
					
					Charles Journet, 
					Escritos 
					
					Pe. Luis de La 
					Palma, A Paixão do Senhor 
					
					Santo Afonso Maria 
					de Ligório, A Paixão do Senhor 
					
					Pe. Juan Leal, A 
					Sagrada Escritura 
                      
					  
                      
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