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                    A 
                    ASTÚCIA DOS CHEFES JUDAICOS 
                    
                    
                    (Mt 28, 11-15) 
                      
                    
                    
                    “11 
                    Enquanto elas iam, eis que alguns da guarda foram à cidade e 
                    anunciaram aos chefes dos sacerdotes tudo o que acontecera.
                    12 
                    Estes, depois de se reunirem com os anciãos e deliberarem 
                    com eles, deram aos soldados uma vultosa quantia de 
                    dinheiro, 
                    13 
                    recomendando: ‘Dizei que os seus discípulos vieram de noite, 
                    enquanto dormíeis, e o roubaram. 
                    
                    14 
                    Se isso chegar aos ouvidos do governador, nós o 
                    convenceremos e vos deixaremos sem complicação’. 
                    
                    15  
                    
                    Eles pegaram o dinheiro e agiram de acordo com as instruções 
                    recebidas. E espalhou-se essa história entre os judeus até o 
                    dia de hoje”. 
                      
                    
                    
                      
                      
                    
                    
                    Os habitantes 
                    da cidade de Gaza, acordando certa manhã, ficaram cheios de 
                    admiração. No dia antecedente haviam atraído Sansão para 
                    dentro dos muros, haviam trancado as portas, tinham posto 
                    guardas por toda parte, e depois, esfregando as mãos de 
                    contentamento, haviam-se escondido, dizendo: 
                    “Amanhã, ao raiar 
                    do dia, quando ele quiser ir-se embora, matá-lo-emos”. 
                    Ao invés disso, à meia-noite, Sansão acordando e querendo 
                    sair da cidade, quando se achou diante da porta fechada, 
                    tomou ambos os batentes com seus umbrais e com a tranca, 
                    arrancou-os do muro, lançou-os sobre os seus ombros 
                    possantes, e, correndo como se carregasse um cordeirinho, 
                    subiu a montanha que se erguia bem em frente, e chegou ao 
                    cimo antes que o sol nascesse 
                    (Jz 16, 1-3). 
                    
                    
                    O Pe. João 
                    Colombo escreve: 
                    “Que outra coisa 
                    pode significar este fato da História Sagrada senão a 
                    ressurreição gloriosa de Nosso Senhor? E os cidadãos de Gaza 
                    não são, porventura, na perfídia, semelhantes aos Judeus que 
                    se haviam alegrado de haverem morto Jesus, de haverem 
                    lançado o seu corpo num sepulcro fechado e selado por uma 
                    pedra enorme, de terem chamado sentinelas para vigiarem as 
                    imediações? Porém Jesus é infinitamente maior e mais forte 
                    do que Sansão: Ele não somente arrancou as portas de uma 
                    cidade terrena, mas quebrou os batentes da morte e do 
                    inferno”. 
                    
                    
                    
                     Era 
                    domingo de madrugada. Em Jerusalém todos dormiam; e eis que 
                    algumas mulheres caminham silenciosamente para o túmulo. 
                    Chegando ao sepulcro, encontra-o vazio: 
                    “... o Anjo, dirigindo-se às mulheres, disse-lhes: ‘Não temais! Sei 
                    que estais procurando Jesus, o crucificado. Ele não está 
                    aqui, pois ressuscitou, conforme havia dito. Vinde ver o 
                    lugar onde ele jazia”
                    (Mt 28, 5-6). 
                    
                    
                    Em Mt 28, 9-10 
                    diz que Nosso Senhor veio ao encontro das mulheres e lhes 
                    disse: 
                    “... 
                    Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galiléia; 
                    lá me verão”. 
                    
                    
                    Cristo 
                    ressuscitou!  
                    
                    
                    O Anjo do 
                    Senhor, 
                    
                    “descendo do céu e aproximando-se, removeu a pedra e 
                    sentou-se sobre ela... Os guardas tremeram de medo dele e 
                    ficaram como mortos”
                    (Mt 28, 2. 
                    4). 
                    
                    
                    Em Mt 28, 11 
                    diz: 
                    “Enquanto elas iam, eis que alguns da guarda foram à cidade 
                    e anunciaram aos chefes dos sacerdotes tudo o que 
                    acontecera”. 
                    
                    
                    Logo de manhã, 
                    enquanto as mulheres caminhavam para dar a notícia aos 
                    apóstolos; os guardas foram à cidade para comunicar o 
                    acontecido aos apóstolos. 
                    
                    
                    
                     Convocaram 
                    uma reunião do Sinédrio, porque o assunto era urgente, e 
                    optaram por subornar os guardas, dando-lhes dinheiro: 
                    “Estes, depois de 
                    se reunirem com os anciãos e deliberarem com eles, deram aos 
                    soldados uma vultosa quantia de dinheiro” 
                    (Mt 28, 12). 
                    
                    
                    O Sinédrio deu 
                    dinheiro para Judas Iscariotes entregar a Nosso Senhor, e 
                    agora oferece dinheiro aos guardas, grande quantia, para os 
                    mesmos mentirem, 
                    “recomendando: ‘Dizei que os seus discípulos vieram de noite, 
                    enquanto dormíeis, e o roubaram” 
                    (Mt 28, 13). 
                    
                    
                    Que Sinédrio 
                    mais imundo e falso! Ele se alimenta da mentira e da 
                    calúnia. 
                    
                    
                    Esse Sinédrio 
                    procurou testemunhas falsas para acusar Nosso Senhor: 
                    “Ora, os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um 
                    falso testemunho contra Jesus, a fim de matá-lo”
                    (Mt 26, 59), e 
                    agora, dá dinheiro aos guardas para que os mesmos mintam. 
                    
                    
                    Hoje, 
                    infelizmente, é impossível conviver com certas pessoas e em 
                    certos ambientes. Muitos, para conseguirem algo na vida, 
                    armam todos os tipos de armadilhas para derrubar o próximo, 
                    tendo como arma a mentira: 
                    “Um ambiente em que 
                    não se sabe que terreno se está pisando, em que é preciso 
                    adivinhar sempre segundas intenções, em que só o esperto é 
                    que singra, torna-se irrespirável, um verdadeiro inferno” (Pe. Francisco 
                    Faus). 
                    
                    
                    O mundo possui 
                    milhares de “Sinédrios”, e milhões de “Anás” e
                    “Caifaz”. Cuide-se! 
                    
                    
                    As serpentes 
                    venenosas do Sinédrio disseram aos guardas: 
                    “Dizei que os seus 
                    discípulos vieram de noite, enquanto dormíeis, e o roubaram”
                    (Mt 28, 
                    13). 
                    
                    
                    Sobre essas 
                    palavras escreve Santo Agostinho: 
                    “Astúcia miserável! 
                    Apresentas testemunhas adormecidas? Verdadeiramente estás a 
                    dormir tu mesmo ao imaginar semelhante explicação!” (Enarrationes 
                    um Psalmos, 63, 15). 
                    
                    
                    Além de pagar para os guardas mentirem, prometeram protegê-los, 
                    caso o assunto chegasse aos ouvidos de Pilatos: 
                    “Se isso chegar aos 
                    ouvidos do governador, nós o convenceremos e vos deixaremos 
                    sem complicação” 
                    (Mt 28, 14).
                     
                    
                    
                    O Sinédrio 
                    estava disposto a tudo, menos a reconhecer que se podiam ter 
                    enganado. Os membros de tal covil disseram: 
                    “nós o 
                    convenceremos”, 
                    isto é, a Pilatos; e com certeza, seria com muitas mentiras. 
                    Que grupo mais repugnante! 
                    “A mentira é muito mais do que um simples engano, ou um lapso do 
                    pensamento ou das palavras. Pertence à sua essência um 
                    ingrediente perverso, que é a intenção de enganar” (Pe. Francisco 
                    Faus).
                     
                    
                    
                    Fujamos dos 
                    mentirosos e cortemos a amizade com essas pessoas, elas são 
                    amigas do demônio: 
                    “Vós sois do diabo, 
                    vosso pai... porque é mentiroso e pai da mentira” 
                    (Jo 8, 44). 
                    
                    
                    Muitas 
                    pessoas, amigas de Satanás, para conseguirem o que desejam, 
                    estão prontas a subornar, caluniar e até matar; contanto que 
                    o seu plano maligno seja executado. 
                    
                    
                    Pobres 
                    infelizes! Se esquecem de que existe um Deus que vê tudo, e 
                    que um dia serão julgados por Ele. 
                    
                    
                    Em Mt 28, 15 diz: 
                    
                    “Eles pegaram o dinheiro e agiram de acordo com as 
                    instruções recebidas. E espalhou-se essa história entre os 
                    judeus até o dia de hoje”. 
                    
                    
                    Os guardas 
                    aceitaram o dinheiro, grande quantia, e escancararam as suas 
                    bocas mentirosas, 
                    “agiram de acordo com as instruções recebidas”. 
                    
                    
                    Hoje, depois 
                    de dois mil anos de cristianismo, ainda existem milhões 
                    desses “guardas”, que confessam e comungam, mas que 
                    estão prontos a se venderem em troca de qualquer moeda. Que 
                    vergonha! O homem que não possui caráter nem personalidade é 
                    um coisa, e coisa repugnante. 
                    
                    
                    O Pe. 
                    Francisco Fernández-Carvajal escreve: 
                    “O rumor espalhado 
                    pelos soldados e pelos próprios membros do Sinédrio teve um 
                    certo êxito, de tal maneira que ainda permanecia em alguns 
                    meios judaicos vinte ou trinta anos depois, quando São 
                    Mateus escreve o seu evangelho. Contudo, não deve ter sido 
                    muito duradouro nem extenso, pois nem São Paulo nas suas 
                    Cartas nem São Lucas nos Atos dos Apóstolos fazem a menor 
                    alusão ao assunto”. 
                      
                      
                    
                    
                    Pe. Divino 
                    Antônio Lopes FP. 
                    
                    
                    Anápolis, 14 de abril de 2007 
                      
                      
  
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