Maria chorando
 

 

A PEDRA FORA RETIRADA

(Jo 20, 1)

 

“... e vê que a pedra fora retirada do sepulcro”.

 

 

Jesus Cristo ressuscita estando fechado o sepulcro com uma pesada pedra. Porém, como convinha que outros certificassem, o túmulo fora aberto depois de sua ressurreição... foi o que levou Maria Madalena, vendo afastada a pedra, a correr velozmente e com muito amor, para anunciar aos discípulos o que havia visto. Ela não sabia nada claramente a respeito da ressurreição, somente acreditava que o corpo do Senhor não estava no sepulcro.

“... a pedra fora retirada”. Não foi Jesus Cristo nem as mulheres que REMOVERAM a pesada pedra da porta do sepulcro, mas sim, um Anjo: “... pois o Anjo do Senhor, descendo do céu e aproximando-se, REMOVEU a PEDRA...” (Mt 28, 2).

Por que o Anjo REMOVEU a pedra da porta do sepulcro?

São João Crisóstomo cita três motivos: 1.º Para que os Anjos manifestassem que ali tinha sido Deus sepultado, já que corriam para o sepulcro como se fosse um céu onde habita Deus. 2.º Para que as mulheres ficassem informadas de que Jesus Cristo havia ressuscitado verdadeiramente... e recebessem a missão de informar aos apóstolos; que, se não fosse através do aviso dos Anjos, nunca teriam acreditado. Sabemos por (Jo 20, 2ss.) que, apesar de tudo, não acreditaram, mas pensaram que o corpo de Jesus Cristo havia sido roubado. 3.º Para prevenir qualquer maquinação ou fraude da parte dos judeus, que, ouvindo dizer que Cristo havia ressuscitado, eram capazes de pôr outro cadáver no sepulcro para negar a verdade do que aconteceu.

Primeiro Jesus Cristo ressuscitou... depois o Anjo REMOVEU a pedra da porta do sepulcro.

Aconteceu, antes, um grande terremoto... Se Jesus Cristo não tivesse já ressuscitado, o terremoto teria acontecido, não pela CHEGADA do Anjo, mas sim, pela RESSURREIÇÃO de Nosso Senhor.

Segundo São Jerônimo, São Gregório de Nissa e Eutimio, ninguém sabe precisamente a hora exata da ressurreição de Jesus Cristo... A hora em que fora REMOVIDA a pedra da porta do sepulcro é testemunhada por todos os evangelistas; “pois o terremoto sucedeu na chegada do Anjo” (Pe. Luis Maria Jimenez Font).

Assim como o Anjo do Senhor REMOVEU a PESADA PEDRA da porta do sepulcro; o nosso Anjo da Guarda nos ajuda a REMOVER as “PESADAS PEDRAS” (dificuldades, obstáculos, desânimos, tentações...) que surgem no nosso caminho.

A nossa vida é um caminho longo e difícil, e, no final dele, quando com a ajuda da graça estivermos na casa do nosso Pai, o nosso Anjo da Guarda poderá dizer-nos: “Eu estava contigo”, pois os Anjos da Guarda têm por missão ajudar cada homem a alcançar o fim sobrenatural a que é chamado por Deus: “Eu mandarei um Anjo adiante de ti para que te defenda no caminho e te faça chegar ao lugar que te destinei” (Ex 23, 20).

Agradeçamos a Deus que tenha querido confiar-nos a estes príncipes do céu tão inteligentes e eficazes na sua ação, e manifestemos frequentemente a estima que temos por eles.

Se fizermos o propósito de invocar mais o Anjo da Guarda, não deixaremos de notar a sua presença e de receber muitas graças e ajudas por seu intermédio. Além do seu auxílio espiritual, poderemos contar com a sua colaboração e o seu apoio nas pequenas necessidades da vida cotidiana: encontrar alguma coisa que não nos lembramos de onde a pusemos, chegar a tempo a uma entrevista marcada para uma hora de muito trânsito, conseguir que uma pessoa importante nos receba... Em tudo aquilo que se ordena para a glória de Deus – e todas as coisas retas podem ser ordenadas e dirigidas para a glória de Deus -, contamos com a ajuda do nosso Anjo da Guarda.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP  (C)

Anápolis, 21 de abril de 2014

 

 

Bibliografia

 

Sagrada Escritura

São João Crisóstomo, Ut supra

Pe. Manuel de Tuya, Bíblia comentada

Pe. Francisco Fernández Carvajal, Falar com Deus

Pe. Luis Maria Jimenez Font, Comentários aos quatro Evangelhos

Santo Agostinho, Escritos

São Jerônimo, Escritos

São Gregório de Nissa, Escritos

Eutimio, Escritos

G. Hubert, Meu anjo marchará diante de ti

Pe. Juan Leal, A Sagrada Escritura (texto e comentário)

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “A pedra fora retirada”

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