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					CHEIOS DE ALEGRIA 
					
					(Jo 20, 20) 
					  
					
					“Os discípulos, 
					então, ficaram cheios de alegria por verem o Senhor”. 
					  
					
					  
					  
					
					“...
					o Senhor”.
					
					É a primeira vez que São João dá por própria conta este 
					TÍTULO a Jesus Cristo, que reflete nas igrejas do 
					seu tempo. Aqui São João pensa em seu MESTRE 
					já GLORIOSO e não como andava na terra, antes 
					de sua morte. SENHOR é TÍTULO de
					GLÓRIA. 
					
					“...
					
					ficaram cheios de alegria”.
					
					A ALEGRIA que vem de Deus não é limitada... 
					por isso, ficaram CHEIOS de ALEGRIA. 
					
					ALEGRARAM-SE 
					ao vê-lO, isto é, ao reconhecê-Lo 
					quando O apalparam com suas mãos. Jesus havia 
					dito antes de sua morte: 
					“Também vós, agora, 
					estais tristes; mas eu vos verei de novo e vosso coração se 
					alegrará e ninguém vos tirará a vossa alegria”
					(Jo 16, 22). E, por isso, o 
					evangelista nota que se alegraram para dizer 
					que se havia cumprido o que Cristo Jesus havia dito 
					(afirmam isso: São João Crisóstomo, São Cirilo de Jerusalém, 
					Teofilacto e Eutímio). 
					
					CHEIOS 
					de ALEGRIA porque Jesus Cristo não está 
					mais dilacerado, não está mais crucificado, não está mais 
					morto... porém, íntegro, glorioso e triunfante. 
					
					Desde o dia da 
					Ressurreição, tudo se tornou ALEGRIA para os 
					verdadeiros discípulos de Jesus Cristo: Alegria é 
					viver; alegria é morrer; alegria é ressurgir na própria 
					carne. 
					
					Parece-nos 
					estranho ouvir dizer que para nós seja ALEGRIA 
					a VIDA, quando continuamente sentimos 
					estar num vale de lágrimas, onde não se passa dia sem um 
					sofrimento. 
					
					Contudo, é assim: 
					temos meios para transformar a nossa vida de sofrimento numa 
					vida de SANTA ALEGRIA. Assim como Jesus Cristo 
					ressuscitou da morte, assim também nós devemos ressuscitar 
					do pecado e caminhar por uma trilha nova. Nesta 
					estrada nova do bem, da honestidade, da fé, 
					acharemos a ALEGRIA de VIVER. 
					
					Voltemos as costas 
					à nossa vida passada longe da lei de Deus, dos santos 
					sacramentos... e provaremos em nosso coração uma 
					ALEGRIA e uma PAZ até aqui não 
					provada. 
					
					Deus não deixa 
					faltar nada aos que caminham na inocência. Não digo que não 
					haja mais dores; porém, até mesmo as dores, tocadas pela 
					cruz de Jesus, como por uma vara miraculosa, também se 
					converterão em ALEGRIA. 
					
					A coisa mais 
					medonha que há na terra é a morte. 
					
					Mas Jesus Cristo,
					ressurgindo por virtude própria, tornou 
					ALEGRE a morte, e cheia de santas esperanças. 
					
					Para o navegante 
					que atravessou os oceanos em tempestade é, porventura, 
					assustador entrar, por uma bela manhã, nas águas tranquilas 
					do porto? 
					
					Para o soldado que 
					viveu meses e meses na lama de uma trincheira, entre 
					terríveis bombardeios, acaso é assustador o dia em que puder 
					voltar à sua cidade, à sua casa, para rever seu pai que o 
					espera à porta, de braços abertos para abraçá-lo sobre o 
					coração? 
					
					Para o operário 
					que trabalhou duramente por toda a semana e se consumiu na 
					fadiga, porventura é assustadora a chegada da tarde do 
					sábado, quando o patrão o chamará para lhe dar uma 
					generosíssima recompensa? 
					
					Assim é a morte 
					para os verdadeiros católicos. 
					
					ALEGRE é a 
					morte para os católicos verdadeiros, porque por trás da 
					morte há a VIDA. Há o Céu. Há Jesus ressurgido, lá, a 
					esperá-los na sua ALEGRIA ETERNA. 
					
					A ALEGRIA 
					verdadeira não depende do bem-estar material, da ausência de 
					dificuldades, do estado de saúde... A ALEGRIA
					profunda tem a sua origem em Jesus Cristo, no encontro 
					com Ele, no amor de que Deus nos rodeia e na nossa 
					correspondência a esse amor. Cumpre-se – também 
					agora – aquela promessa do Senhor: 
					“...
					e 
					vosso coração se alegrará e ninguém vos tirará a vossa 
					alegria”
					(Jo 16, 22).  Ninguém nem nada: 
					nem a dor, nem a calúnia, nem o desespero... nem as 
					fraquezas próprias, se retornamos prontamente ao Senhor. 
					Esta é a única condição da verdadeira ALEGRIA: não nos 
					separarmos de Deus... não deixar que as coisas nos separem 
					d’Ele. 
					
					Estar ALEGRE 
					é uma forma de dar garças a Deus pelos inumeráveis dons que 
					Ele nos concede; a ALEGRIA é 
					“o primeiro tributo 
					que devemos a Deus, a maneira mais simples e sincera de 
					demonstrar que temos consciência dos benefícios da natureza 
					e da graça, e que os agradecemos”
					(P. A. Reggio). Deus está contente 
					conosco quando nos vê FELIZES e ALEGRES, 
					com a felicidade e a alegria verdadeiras. 
					
					Com a nossa 
					ALEGRIA, fazemos muito bem à nossa volta, pois essa
					ALEGRIA leva os outros a Deus. Comunicar 
					ALEGRIA será, com frequência, a melhor maneira de 
					sermos caridosos com os que estão ao nosso lado. 
					
					Somente em 
					Jesus ressuscitado é possível encontrar a 
					verdadeira ALEGRIA... o que o 
					barulho, bailes, bebidas alcoólicas, drogas, imoralidade 
					oferecem... é apenas SOMBRA da ALEGRIA 
					que vem de Deus: 
					“Fora de Deus só há alegria efêmera e paz 
					ilusória”
					(Bem-aventurado Columba Marmion). 
					
					Milhões de pessoas 
					sentem “ALEGRIA” NÃO 
					 “por 
					verem o Senhor”; 
					mas sim, POR VEREM as drogas, a 
					prostituição, a fornicação, a homossexualidade, o aborto, a 
					bebedeira, as noitadas, os bailes, o assassinato, o roubo, a 
					pornografia, as modas imorais, o barulho estridente... 
					são ESCRAVAS da FALSA ALEGRIA:
					“As 
					alegrias do mundo tendem para a eterna tristeza”
					(Santo Ambrósio). 
					
					Somente 
					Jesus ressuscitado é a FONTE da 
					verdadeira ALEGRIA... quem O possui,
					possui a ALEGRIA que o mundo não pode dar:
					
					“Quem pode fazer-me mais feliz do que Deus? N’Ele encontro 
					tudo”
					(Santa Teresa dos Andes). 
					
					A FALSA 
					ALEGRIA do mundo é um LAMAÇAL que 
					CONVERGE para o INFERNO ETERNO... 
					longe da ALEGRIA de Cristo ressuscitado. 
					  
					
					Pe. Divino Antônio 
					Lopes FP (C) 
					
					Anápolis, 25 de 
					abril de 2014 
					  
					  
					
					Bibliografia 
					  
					
					Sagrada Escritura 
					
					Pe. Manuel de Tuya, 
					Bíblia comentada 
					
					Pe. Juan de 
					Maldonado, Comentário do Evangelho de São João 
					
					Pe. Francisco 
					Fernández Carvajal, Falar com Deus 
					
					Dom Duarte 
					Leopoldo, Concordância dos Santos Evangelhos 
					
					Pe. João Colombo, 
					Pensamentos sobre os Evangelhos e sobre as festas do Senhor 
					e dos Santos 
					
					Santa Teresa dos 
					Andes, Obras Completas 
					
					Santo Ambrósio, 
					Tratado sobre a Epístola aos Filipenses 
					
					Bem-aventurado 
					Columba Marmion, Jesus Cristo: Ideal do monge 
					
					P. A. Reggio, 
					Escritos 
					
					Dom Isidro Gomá y 
					Tomás, O Evangelho Explicado 
					
					Bíblia Sagrada, 
					Pontifício Instituto Bíblico de Roma 
					
					Pe. Juan Leal, A 
					Sagrada Escritura (texto e 
					comentário) 
					  
					  
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