São Paulo Apóstolo escreve aos Romanos 1, 21:
“Pois, tendo conhecido a Deus, não o
honraram como Deus nem lhe renderam graças”.
Milhões de católicos conhecem a Deus, mas
vivem como pagãos... são escravos do respeito humano. A
natureza religiosa que todo homem possui, se não adora o Deus
verdadeiro, tenderá inevitavelmente a pôr, no lugar de Deus,
outras realidades que não são Deus. Umas vezes o objeto de
adoração será o próprio homem, como assinala o Concílio Vaticano
II: “Alguns, exaltam de tal modo o
homem, que a fé em Deus perde toda a força, e parecem mais
inclinados a afirmar o homem do que a negar Deus... Professam
que a liberdade consiste em o homem ser o seu próprio fim, autor
único e demiurgo da sua história”
(Gaudium et spes, 19-20).
Contudo, no mundo são mais fáceis os maus
exemplos do que os bons: tem-se vergonha do Evangelho. No
coração do homem facilmente se aninha um micróbio que estraga no
seu nascedouro todos os afetos mais nobres: o micróbio do
respeito humano. Se ele consegue dominar, o homem torna-se
tímido, desarrazoado, e chega a tanta vileza, que trai a própria
consciência. Por esta infidelidade à primeira luz recebida, os
homens entram por caminhos cheios de ilusão e são seduzidos por
pensamentos vazios.
Frederico II, imperador da Prússia,
costumava ter no seu palácio e à sua própria mesa muitos homens
famosos pela ciência ou pelas artes. Singular e extravagante
como era, quis ele, um dia de sexta-feira, convidar a jantar um
príncipe romano, católico praticante, para lhe tentar a fé e
pôr à prova a sua coragem religiosa. O imperador não era
católico.
Mas a comida era feita com carne, e o príncipe
romano, tranquilo e desembaraçado, deixava-a passar,
contentando-se com enganar a fome apenas com alguns pedacinhos
de pão.
O imperador observava sem falar; mas, depois,
entre brincalhão e sério, disse: Por que não comeis? Acaso não
vos agrada a cozinha da Alemanha?
Não, Majestade, a vossa cozinha é excelente
para os outros dias da semana, mas hoje, para um católico, é
má. A Igreja proíbe comer carne na sexta-feira.
Diante dessa nobre e franca resposta,
Frederico replicou: Admiro-vos: prestastes uma grande
homenagem à vossa religião! Agora passai à sala vizinha,
onde estão preparadas comidas de magro. Também eu irei fazer-vos
a honra que mereceis.
Aquele príncipe de Roma, católico praticante,
não era um caniço agitado pelo vento. Era um homem de caráter.
E tanto mais quando se achava à mesa do Imperador, entre tantas
personalidades ilustres que não pensavam como ele.
Assim deveriam ser todos os católicos!
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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