Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

MENSAGEM Nº 05

(05/02/2018)

 

 

 

Disse Jesus Cristo: “E vós também dareis testemunho, porque estais comigo desde o princípio” (Jo 15, 27).

O respeito humano é o grande mal da nossa sociedade. O respeito humano é apostasia e inutiliza toda graça divina. Uma das humilhações mais atrozes que Jesus Cristo padeceu na sua paixão foi, certamente, no pretório de Pôncio Pilatos, procurador da Judeia. Todos o acusavam, e Jesus se calava. Pilatos tinha medo daquele silêncio de Jesus. Todo ano, na festa da Páscoa, era costume libertar um prisioneiro, qualquer um que a multidão pedisse. Naquele ano havia no cárcere um revolucionário que também cometera um homicídio numa revolta: Barrabás. Pilatos perguntou para o povo: Quereis Jesus ou Barrabás? Então sobre toda a multidão passou o sopro instigador dos sacerdotes e dos anciãos. Pilatos perguntou ainda: Jesus ou Barrabás? E todo o povo gritou: Barrabás! Mas como? Jesus não era o Mestre, o Benfeitor... aquele que curava os doentes e enxugava o pranto aos aflitos? Não importa. Liberdade a Barrabás! A mesma afronta, de modo mais velado, porém não menos verdadeiro, fazem a Deus aqueles que se deixam dominar pelas ameaças dos maus. Esses preferem o mundo a Deus; os juízos do mundo aos juízos divinos. O respeito humano é, pois, uma apostasia; e não somente isto, mas é também um grave mal da alma, o qual inutiliza toda graça divina para a salvação. Deus bem pode suscitar no coração disposições para uma vida mais cristã, pode sugerir propósitos de conversão; mas o homem possuído pelo respeito humano deixa abortar as boas inspirações por medo do mundo. Deus bem pode fazer-lhe ouvir uma pregação que o ilumine, que o convença; mas ele não tem a coragem de mostrar-se convencido. Deus pode enviar-lhe também uma doença que o leve à extremidade da vida e o faça olhar no abismo da eternidade; mas depois, curado, ele ainda tem a mesma “energia” diante de si: Que dirão? Que farão?  Muitos católicos são vítimas do respeito humano até no momento da morte. E, por vergonha de viverem como cristãos, morrem como cães (Pe. João Colombo).

A arca de Noé.

Um dia Deus se arrependeu de haver criado o homem, e Noé já fabricava a rústica arca. Por longos anos o patriarca manejou os martelos e suou para unir as tábuas aplainadas.

E São João Crisóstomo descreve as zombarias lançadas pelos homens corrompidos contra o piedoso Noé.

“Ó velho caduco! Ó falso profeta; não vês como o céu está limpo,  e tu ameaças com dilúvio?” E Noé maneja o martelo sem pausa. E aqueles dizem: “Todos gostam de gozar ar livre e céu espaçoso, e este quer fazer uma caixa de madeira para se fechar nela vivo com sua família e com os animais e com os trastes”. E Noé acabou a arca e entrou nela. E a gente a correr em volta com gritos, com assovios, com ferozes despeitos.

Mas, completando de sete dias, as cascatas do céu se abriram com fragor imenso; todas as fontes rebentaram, todos os rios transbordaram, e as ondas do mar inundaram a terra. Todos pereceram no dilúvio universal... mas a arca boiava sobre as águas esverdeadas, e Noé louvava o Senhor.

A vida neste mundo, para nós, é como a construção da arca de Noé.

Toda obra boa é motivo de zombaria e de perseguição para os inimigos de Deus. Não cedamos, não nos envergonhemos do Evangelho.

Quando o respeito humano estiver para nos tornar vis (de pouco valor), lembremo-nos das palavras que Jesus Cristo nos dirá no dia do juízo: Por te haveres envergonhado de mim diante dos homens, eu também me envergonharei de ti diante de meu Pai.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)

 

 

Ajude-nos!

 

 

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP(C).

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C). “Mensagens aos leitores”.

www.filhosdapaixao.org.br/escritos/mensagens/diaria_aos_leitores/2018/005.htm