Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

MENSAGEM Nº 15

(15/02/2018)

 

 

 

LIÇÃO DE HUMILDADE QUE NOS DÁ A IGREJA CATÓLICA COM A CERIMÔNIA DA CINZA

 

Se a Igreja Católica Apostólica Romana põe sobre a cabeça, que é a sede do orgulho, a cinza que é símbolo do nada das coisas humanas, não é somente para nos pregar a penitência e o pensamento da morte; é também e principalmente para nos dizer a todos: “Não te inches tanto, homem soberbo. Lembra-te que és pó e em pó te hás de tornar. É do pó e da cinza que provéns; é esta a tua origem. Deus tomou um pouco de lama e formou com ela o primeiro homem. És pó e cinza; um pouco de lama com a forma de homem” (Tertuliano). Ora, é admissível que a lama se inche do que é; se levante pelo orgulho contra Aquele que, animando-a com o seu espírito, a elevou por misericórdia acima do que era? É em pó e cinza que bem depressa vos convertereis; porque vos tornareis em pó, com esse melindre que se ofende tão facilmente, com esses pensamentos de amor próprio e de complacência em vós mesmos, com esses desejos de mostrar-vos e de vos fazer conhecer. Tudo isso, em certo dia, não terá em resultado senão um pouco de cinza, se perderá na cinza, e desaparecerá como a cinza levada pelo vento, depois de haver sido vil como ela, estéril e inútil como ela. Ainda que tivésseis igualado ou excedido em glória os homens mais ilustres e famosos, em riqueza os homens mais opulentos; tudo isto, afinal, se reduzirá a um pouco de cinza; e esse pouco de cinza ainda será desconhecido... não se saberá de quem é, um sopro de vento a espalhará pelos ares, e o próprio nome daquele de quem ela provém será tão esquecido sobre a terra como se nunca tivesse existido. Que lição de humildade bem própria para nos desenganar de todos os atrativos do amor próprio, e nos fazer entrar nestes humildes sentimentos que devemos ter sempre a respeito de nós mesmos! Que loucura querer ser admirado, venerado, louvado, pois que, por fim... tudo isto tem em resultado um pouco de cinza! (M. Hamon).

Desprezemos as coisas oferecidas pelo mundo, porque tudo é vaidade... grande vaidade!

“Tudo é vaidade”. Vaidade são as riquezas, as honras, os divertimentos. Vaidade em si, para nós, perante Deus e para a eternidade. Os bens da fortuna são limitados. A maior parte dos homens fica sem eles por toda a vida. Mas, ainda que tenham tudo quanto o mundo possa dar, este não sacia, antes, qual água do mar, aumenta a sede. O abismo de querer, jamais será cheio, pois não tem fundo. O imoderado desejo de gozar prejudica, como veneno, a saúde da tua alma e causa nojo dos bens eternos que, de preferência a todos, deves aspirar.

É de pouca duração o que o mundo dá. Só pode dar por pouco tempo! Não é passageira tua vida como um sonho? O que são 50 e 100 anos no mar da eternidade? Hoje, talvez, riqueza, glória, saúde, amor e felicidade; amanhã, a última lágrima dos olhos a se fecharem. Só um bem sacia a sede: Deus. Diz Santo Agostinho: “É inquieto o coração até que repouse no Senhor”.

Se não achares repouso e felicidade, sem fim e sem medida, em Deus, que será de ti? Nasceste para coisas sublimes. O mundo, que jamais poderá encher o vazio do coração, não é digno de ti (Frei Pedro Sinzig).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)

 

 

 

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