Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

MENSAGEM Nº 21

(21/02/2018)

 

 

 

Disse Jesus Cristo: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16, 24).

São Gregório Magno escreve: “Nega a si mesmo aquele que abandona a má vida e começa a ser o que não era e deixa de ser o que era”, e: “Nega a si mesmo aquele que pisoteia seu vão orgulho, e se apresenta diante dos olhos de Deus... mudado, melhor” (Idem.), e também: “Ainda que alguém deixe de pecar, entretanto, se não tomar a cruz de Cristo, não pode dizer que está crucificado com Cristo ou que está abraçado com a cruz” (Orígenes), e ainda: “Devemos, pois, seguir ao Senhor tomando a cruz de sua paixão, se não na realidade, ao menos com a vontade” (Santo Hilário), e: “Como os dois ladrões sofrem também muito, o Senhor, para que ninguém tenha por suficiente esse tipo de sofrimento dos maus, expõe o motivo do verdadeiro sofrimento, quando diz: ‘E siga-me’. Toda pessoa deve sofrer por Ele e d’Ele devemos aprender suas virtudes. Porque seguir a Cristo consiste em ser zeloso pela virtude e sofrer tudo por Ele” (São João Crisóstomo), e também: “Ou de outra maneira, tome a sua cruz o que está crucificado para o mundo, e segue o Senhor crucificado aquele para quem o mundo está crucificado” (São Jerônimo).

Desde que a cruz se tornou instrumento de salvação e glória, ficou meritório o sofrimento, a dor santificada. Não poderei ser verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, nem ter parte em sua glória, senão carregando, generoso e resignadamente a minha cruz. A cruz não é só o madeiro que serve para a crucifixão, mas toda e qualquer angústia, todo e qualquer sofrimento, tudo, enfim, que me indica que a vida é deserto, é arena, é exílio, é caminho estreito, é vale de lágrimas (O Livro do Seminarista).

Santa Elisabete da Trindade escreve sobre a cruz: “A cruz é um penhor do amor de Deus. Não há senão um caminho, o da cruz. Fora dele, não há salvação. Mas isto custa à natureza. É duro mortificar os sentidos, romper com os maus hábitos. É lá, aos pés da cruz, que sentimos a confiança em Cristo. Todas as obscuridades, todos os nossos sofrimentos acabam prendendo-nos ao nosso único Tudo. Purificam-nos a alma para conduzir-nos à união. Porventura não é sempre Jesus que nos apresenta a alegria e a dor, a saúde ou a doença, o consolo ou a cruz? Sim, amemos e bendigamos a total vontade do amor que nos manda estes sofrimentos. Amemos, amemos com aquele amor calmo, generoso e profundo, que não recua diante de sofrimento algum; permaneçamos aos pés da cruz onde nosso Dileto nos chama e, quando ali não pudermos mais permanecer, então limitemo-nos a olhá-lo. Jesus dá sua cruz aos seus verdadeiros amigos para aproximar-se sempre mais dele. Não é preciso parar diante da cruz e olhá-la como ela é; mas, recolhendo-nos na luminosidade da fé, é preciso subir mais alto e refletir que ela é o instrumento que obedece ao amor de Deus. Apraz-me contemplar a cruz. Ele me revela os excessos de amor do meu Mestre e me diz que o amor só se paga com o amor”.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)

 

 

 

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