Disse Jesus Cristo:
“Se alguém quer vir após mim, negue-se a
si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”
(Mt 16, 24).
Se alguém que me seguir, renuncie a si
mesmo, tome a sua cruz e me siga
(Mt 16, 24). Parece dura e pesada a ordem do Senhor: quem
quiser segui-lo tem de renunciar a si mesmo. Mas não é duro
nem pesado o que ordena, pois ele próprio nos ajuda a cumprir
seu preceito.
Como é verdade o que dizem no Salmo:
Seguindo as palavras de vossos lábios, percorri duros caminhos
(Sl 16, 4), também é verdade o que ele nos disse: o meu
jogo é suave e o meu fardo leve (Mt 11, 30). A caridade
torna leve tudo quanto é duro no preceito.
Que significa: Tome a sua cruz? Quer
dizer: suporte tudo o que custa, então me siga. Na
verdade, quem começar a seguir meus exemplos e preceitos,
encontrará muitos que o critiquem, que o impeçam, que tentem
dissuadi-lo, mesmo entre os que parecem discípulos de Cristo.
Andavam com Cristo os que proibiam os cegos de clamar por ele.
Tu, portanto, no meio de ameaças, de carinhos ou proibições,
sejam quais forem, se quiseres seguir a Cristo, transforma tudo
em cruz: suporta, carrega e não sucumbas! (Santo Agostinho).
O sofrimento com Jesus Cristo tornou-se
redentor e santificador. Abro o Evangelho e leio:
Bem-aventurados os pobres... Bem-aventurados os tristes...
Bem-aventurados os que têm fome... Bem-aventurados os que sofrem
perseguição... Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e
perseguirem... Exultai e alegrai-vos porque grande é nos céus o
vosso galardão. Eis a lei evangélica e eis promulgada a lei
do sofrimento regenerador, santificador e meritório. É uma lei
necessária que deve, em vez de abater e acabrunhar o cristão,
dar-lhe alegria, exultação, porque é o real caminho da Pátria
celestial. Portanto, o sofrimento e as cruzes entram nos
planos da divina Providência, que tudo permite, tudo dispõe,
tudo faz para bem de seus escolhidos. Sim, Deus mesmo é que
distribui a cada um a sua cruz:
“Eu mesmo lhe mostrarei quanto lhe é preciso sofrer em favor do
meu nome” (At
9, 16) (O Livro do Seminarista).
São João Maria Vianney escreve:
“Se o bom Deus nos envia cruzes, desanimamos, nos queixamos,
murmuramos, somos de tal modo inimigos de tudo o que nos
contraria, que gostaríamos de estar sempre numa caixa de
algodão. No vosso batismo aceitastes uma cruz que só deveis
deixar com a morte. Acaso a vida de um bom cristão pode ser algo
de diferente do que aquela de um homem preso à cruz com Jesus
Cristo?”
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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