Disse Jesus Cristo:
“Se alguém quer vir após mim, negue-se a
si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”
(Mt 16, 24).
O amor de Deus que foi derramado em nossos
corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado (Rm 5, 5), torna
os leigos capazes de exprimir em verdade, na própria vida, o
espírito das Bem-aventuranças. Seguindo a Cristo pobre, nem se
deixam abater com a falta dos bens temporais nem se exaltam com
a sua abundância; imitando a Cristo humilde, não são cobiçosos
da glória vã (Gl 5, 26), mas procuram mais agradar a Deus que
aos homens, sempre dispostos a deixar tudo por Cristo (Lc 14,
25) e a sofrer perseguição pela justiça, lembrados da palavra do
Senhor: Se alguém quiser seguir-me, negue-se a si mesmo, tome
a sua cruz e siga-me (Mt 16, 24) (Concílio Vaticano II,
“Apostolicam Actuositatem”, 4).
O Pe. Alexandrino Monteiro escreve:
“A cruz é um bem para o corpo e para a
alma. As dores que atormentam o corpo são freios que lhe moderam
os apetites e reprimem as paixões. As dores do corpo fazem
crescer na alma as virtudes. É na cruz que a paciência se
adquire e aperfeiçoa. Na cruz se aperfeiçoa a resignação e
valoriza a conformidade com a divina vontade. A cruz ergue a
nossa esperança para os bens do céu, aviva a fé nas divinas
promessas e inflama o coração no amor de Jesus Cristo. A cruz é
uma fonte de merecimentos que Deus nos há de premiar com a mão
larga e liberal. A cruz limpa a nossa alma do pó das
imperfeições, desapega-a dos bens da terra e obriga-a a
refugiar-se nas chagas de Cristo e a buscar nos braços da divina
misericórdia a consolação de seus males”.
No Livro do Seminarista diz:
“Por toda parte encontro a cruz, não tem como fugir. Não devo pedi-la a
Deus, mas aceitar as que me envia. São Paulo não pediu, e
quantas não lhe enviou Deus? Foi açoitado, apedrejado, três
vezes sofreu o naufrágio: ‘Em viagens muitas vezes, em perigos
de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha
nação... em trabalhos e fadigas, em vigílias muitas vezes, em
frio e nudez... Além das coisas exteriores, me sobrevém, cada
dia, o cuidado de todas as igrejas...’ (2 cor 11, 21 ss). Devo
carregar a minha cruz sobrenaturalmente, vendo nela uma
delicadeza do Amor Divino, um sinal de predestinação; corajosa e
alegremente, em vista da minha maior semelhança com Jesus”.
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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