Disse Jesus Cristo:
“Se alguém quer vir após mim, negue-se a
si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”
(Mt 16, 24).
O Senhor disse: “Se
alguém quer vir após mim...” Deus nos criou para Ele,
mas está claro nesse trecho que Ele não obriga ninguém a
segui-lo. Ele respeita a nossa liberdade. São João Crisóstomo,
Eutimio e Teofilacto, explicaram que com estas palavras se
confirma a existência do livre arbítrio.
Alguém poderá perguntar: Se Deus é tão bom,
por que permite tantos sofrimentos e males no mundo? Por que
deixa que haja crimes, doenças e misérias? Não obstante,
o que podemos é mencionar que o mal, tanto físico como moral, na
medida em que afeta os seres humanos, veio ao mundo como
consequência do pecado do homem. Deus, que deu ao homem o
livre arbítrio e pôs em marcha seu plano para a humanidade,
não anda interferindo continuamente para arrebatar-lhe esse dom
da liberdade. Com esse livre arbítrio que Deus nos deu, temos
que lavrar o nosso destino até o seu final – até a felicidade
eterna, se a escolhermos como meta e se quisermos aceitar e
utilizar o auxílio da graça divina –, mas livres até o fim.
Tomás de Kempis escreve:
“Verdadeiramente, todo o negócio de
nossa salvação consiste em amar a cruz, e em morrer nela. Nem há
outro caminho para a vida e para a verdadeira paz do coração,
senão o da santa cruz e da mortificação contínua. Vai onde
quiseres, indaga quanto quiseres, não acharás caminho mais
excelente para te elevares, nem mais seguro para te abateres,
sem perigo de cair, que o da santa cruz.... Deus quer que
aprendas a sofrer a tribulação sem alívio, sujeitando-te de todo
a ele e fazendo-se mais humilde com a tribulação... Se de boa
vontade levares a cruz, ela te levará, e te guiará ao termo tão
desejado, onde cessarás de sofrer, mas não será neste mundo. Se
de má vontade a levares, aumentar-lhe-ás o peso, e mais
carregado irás: pois em todo o caso forçoso é que a leves”.
Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)
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