Momento da morte
“Como está determinado que os homens morram uma só vez...”
(Hb 9,
27).
Caríssimos Lanceiros, todos havemos de morrer. Deixaremos tudo:
parentes, amigos, bens materiais, fama, diplomas... etc.; a nossa
morada neste mundo será um sepulcro cheio de vermes e a nossa alma
irá para a eternidade, boa ou má, depende da nossa vivência aqui na
terra.
“A morte é o momento do qual depende a eternidade. Já está o homem
nos extremos da vida e, portanto, próximo a uma das duas
eternidades” (Santo Afonso Maria de Ligório).
A hora da morte será sempre um momento de dúvidas: se me salvarei!
Se me condenarei! Mas para o infeliz, para o que passou a sua vida
aqui na terra mergulhado nas vaidades e pecados, a hora da morte
será um momento de desespero e de horror.
O desgraçado verá num segundo todo o tempo que perdeu com as coisas
do mundo, contemplará as suas mãos vazias e dirá entre soluços:
Joguei fora todo o tempo que Deus me concedeu para salvar a minha
alma, e agora por minha culpa, irei para o inferno, arder entre os
condenados e os demônios, ai de mim! Onde estão os meus amigos dos
prazeres? Será que ninguém virá me consolar? Não! Para quem
desprezou a graça de Deus e morreu impenitente, só receberá como
“consolo” as chamas do inferno.
Não sabemos o dia nem a hora da nossa morte, não sabemos também como
vamos morrer. E a maioria das pessoas vivem como se a morte não
existisse, ou até pior, como se Deus não existisse. Muitos nem
querem pensar na morte, mas não adianta, querendo ou não, um dia ela
nos visitará.
Devemos nos preparar todos os dias:
“Vigiai, pois, porque não sabeis
o dia nem a hora” (Mt 25, 13).
Conta São Gregório Magno, nos seus Diálogos, que um homem rico, mas
de maus costumes, chamado Chrysâncio, estando a ponto de morrer,
gritava aos demônios que lhe apareciam visivelmente para se apoderar
de sua alma: “Dai-me tempo, dai-me tempo até amanhã”. Respondiam os
demônios: “Ó insensato, é nesta hora que pedes tempo? Tiveste tanto
tempo e perdeste-o, empregaste-o a pecar, e agora é que pedes tempo?
Já não há mais tempo”. O desgraçado continuava a gritar e a pedir
socorro. Próximo dele achava-se um seu filho chamado Máximo, que era
monge. Dizia-lhe o moribundo: “Socorre-me, filho, meu caro Máximo,
socorre-me!” No entanto, com o rosto chamejante, volvia-se de um
para outro lado do leito, e nesta agitação e gritos de desespero,
expirou desgraçadamente.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Momento da
morte”.
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