Cristo Jesus: modelo de vida silenciosa
1º Ponto
Jesus Cristo buscava o ambiente silencioso
1. Cristo Jesus nasceu à noite, quando todos
dormiam, quando ninguém o esperava. Nasceu longe do barulho do
mundo: “Enquanto lá estavam, completavam-se os dias para o parto, e
ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e
reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na
sala” (Lc 2, 6-7).
2. Viveu 30 anos em Nazaré. Viveu naquela
pequena cidade rezando e trabalhando. É bom lembrar que Nazaré era
um lugar desprezado: “Filipe encontrou Natanael e lhe disse:
“Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e os
profetas: Jesus, o filho de José, de Nazaré”. Perguntou-lhe Natanael:
“De Nazaré pode sair algo de bom?” (Jo 1, 45-46).
3. Em preparação para vida pública, Nosso
Senhor ficou muitos dias em silêncio e longe do barulho do mundo:
“Então Jesus foi levado pelo Espírito para o deserto, para ser
tentado pelo diabo. Por quarenta dias e quarenta noites esteve
jejuando...” (Mt 4, 1-2), e:
“E logo o Espírito o impeliu para o
deserto. E ele esteve no deserto quarenta dias, sendo tentado por
Satanás; e vivia entre as feras, e os anjos o serviam”
(Mc 1,
12-13).
4. “A notícia a seu respeito, porém,
difundia-se cada vez mais, e acorriam numerosas multidões para
ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. Ele, porém, permanecia
retirado em lugares desertos e orava”
(Lc 5, 15-16).
5. “Jesus, ouvindo isso, partiu dali, de barco,
para um lugar deserto, afastado”
(Mt 14, 13).
6. “De madrugada, estando ainda escuro, ele se
levantou e retirou-se para um lugar deserto e ali orava”
(Mc 1, 35).
7. “Vinde vós, sozinhos, a um lugar deserto e
descansai um pouco” (Mc 6, 31).
Aquele que quiser crescer na santidade, deve
imitar o silêncio de Jesus Cristo; fugindo da agitação e do barulho
do mundo.
Aquele que possui uma alma agitada, jamais
crescerá na vida espiritual. E o que desperdiça palavras, além de
pecar diariamente, será sempre uma pessoa vazia:
“Nas muitas
palavras não falta ofensa...” (Pr
10, 19).
2º Ponto
Jesus guardava silêncio diante do bem que fazia
1. “Jesus, porém, sabendo que viriam buscá-lo
para fazê-lo rei, refugiou-se de novo, sozinho, na montanha”
(Jo 6,
15).
Enquanto que a maioria busca o aplauso e
elogio, Cristo Jesus buscou a solidão.
2. “Um leproso foi até ele, implorando-lhe de
joelhos: “Se queres, tens o poder de purificar-me”. Movido de
compaixão, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: “Eu quero, sê
purificado”. E logo a lepra o deixou. E ficou purificado.
Advertindo-o severamente, despediu-o logo, dizendo-lhe: “Não digas
nada a ninguém; mas vai mostrar-te ao sacerdote e oferece por tua
purificação o que Moisés prescreveu, para que lhes sirva de prova”.
Ele, porém, assim que partiu, começou a proclamar ainda mais e a
divulgar a notícia, de modo que Jesus já não podia entrar
publicamente numa cidade: permanecia fora, em lugares desertos. E de
toda parte vinham procurá-lo” (Mc 1, 40-45).
3. “No mesmo instante, a menina se levantou, e
andava, pois já tinha doze anos. E ficaram extremamente espantados.
Recomendou-lhes então expressamente que ninguém viesse a saber o que
tinham visto. E mandou que dessem de comer à menina”
(Mc 5, 42-43).
4. “Depois, levantando os olhos para o céu,
gemeu, e disse “Effatha”, que quer dizer “Abre-te!” Imediatamente
abriram-se-lhe os ouvidos e a língua se lhe desprendeu, e falava
corretamente. Jesus proibiu de contar o que acontecera; quanto mais
o proibia, tanto mais eles o proclamavam. Maravilhavam-se
sobremaneira, dizendo: “Ele tem feito tudo bem; faz tanto os surdos
ouvirem como os mudos falarem” (Mc 7, 34-37).
5. “E chegaram a Betsaida. Trouxeram-lhe então
um cego, rogando que ele o tocasse. Tomando o cego pela mão, levou-o
para fora do povoado e, cuspindo-lhe nos olhos e impondo-lhe as
mãos, perguntou-lhe: “Percebes alguma coisa?” E ele, começando a
ver, disse: “Vejo as pessoas como se fossem árvores andando”. E em
seguida, ele colocou novamente as mãos sobre os olhos do cego, que
viu distintamente e ficou restabelecido e podia ver tudo nitidamente
e de longe. E mandou-o para casa, dizendo: “Não entres no povoado!”
(Mc 8, 22-26).
6. “Jesus partiu com seus discípulos para os
povoados de Cesaréia de Filipe e, no caminho, perguntou a seus
discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” Responderam-lhe:
“João Batista; outros, Elias; outros ainda, um dos profetas”. – “E
vós, perguntou ele, quem eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Cristo”.
Então proibiu-os severamente de falar a alguém a seu respeito”
(Mc
8, 27-30).
3º Ponto
Jesus mantinha o silêncio nas perseguições
1. “E ao ser acusado pelos chefes dos
sacerdotes e anciãos, nada respondeu. Então lhe disse Pilatos: “Não
estás ouvindo de quanta coisa te acusam?” Mas ele não lhe respondeu
sequer uma palavra, de tal sorte que o governador ficou muito
impressionado” (Mt 27, 12-14).
2. “Levantando-se então o Sumo Sacerdote,
disse-lhe: “Nada respondes? O que testemunham estes contra ti?”
Jesus, porém, ficou calado” (Mt 26,
62).
3. “Vendo a Jesus, Herodes ficou muito
contente; havia muito tempo que queria vê-lo, pelo que ouvia dizer
dele; e esperava ver algum milagre feito por ele. Interrogou-o com
muitas perguntas; ele, porém, nada lhe respondeu. Entretanto, os
chefes dos sacerdotes e os escribas lá se achavam, e acusavam-no com
veemência. Herodes, juntamente com a sua escolta, tratou-O com
desprezo e escárnio; e, vestindo-O com uma veste brilhante,
remeteu-O a Pilatos. E nesse mesmo dia Herodes e Pilatos ficaram
amigos entre si, pois antes eram inimigos”
(Lc 23, 8-12).
4º Ponto
É preciso imitar o exemplo de Nosso Senhor
Jesus Cristo no silêncio
O silêncio de Nosso Senhor, não é somente para
ser estudado e admirado; mas sim, deve ser imitado radicalmente.
O católico que não cultiva o silêncio, que não
ama e nem procura uma vida retirada, jamais conseguirá fazer
progresso na vida espiritual; para possuir Deus é preciso cultivar o
silêncio: “A alma necessita de silêncio para adorar”
(Bem-aventurada Elisabete da Santíssima
Trindade).
É preciso fazer silêncio em todas as ações:
A) No andar: Alguns andam arrastando os
pés, como se estivesse carregando o mundo nas costas, mas na verdade
é preguiça e desleixo. Esse tipo de gente deixa os colegas irritados
e atrapalha a comunidade.
B) No fechar a porta ou janela: Quando
for fechar uma porta ou janela, é preciso fazê-lo com o máximo de
cuidado para não incomodar os amigos que estão dormindo, estudando
ou rezando.
C) No falar: Aquele que gosta de
falar muito e alto, perturba a vida da comunidade e peca com
freqüência: “Nas muitas palavras não falta ofensa”
(Pr 10, 19).
O coração daquele que fala alto, é um coração
vazio e inquieto, a sua alegria não consiste em conversar com Deus;
e sim, em falar continuamente com os homens.
D) No sorrir: Não é educado nem
caridoso, aquele que perturba a comunidade com a sua gargalhada
escandalosa, sinal claro de um orgulho indomável.
E) No trabalho: Aquele que ama a
Jesus Cristo de verdade, trabalha silenciosamente; isto é, deixa de
conversar com os homens para falar somente com Deus.
Ele faz do seu ambiente de trabalho um pequeno
deserto, e ali, não se distrai com as coisas vazias, mas conversa
com o seu Salvador: “Nunca estou sozinha: meu Cristo está aqui,
sempre orando dentro de mim, e eu me uno à sua oração”
(Bem-aventurada Elisabete da Santíssima Trindade).
F) No estudo: Aquele que estuda sem
fazer silêncio, não consegue assimilar a matéria e atrapalha os
colegas a estudarem.
O estudante que não faz silêncio perde tempo
preciosíssimo, mesmo que o mesmo seja inteligente; se obedecesse ao
silêncio, o seu aproveitamento seria extraordinário.
Aquele que tem uma inteligência curta e não faz
silêncio, será sempre ignorante.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Depois de autorizado, é preciso citar:
Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Cristo Jesus:
modelo de vida silenciosa”.
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