Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

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(Aos Alunos da Escola de Santificação Lanciano. Fortalezas de Santa Mônica, Santa Gema Galgani, Santa Maria Goretti, Bem-aventurada Laura Vicuña, São Luiz Gonzaga, São Domingos Sávio e São Tarcísio. Cidade Missionária do Santíssimo Crucifixo, Anápolis-GO, em 18 de março de 2001)

 

Cristo Jesus: modelo de vida silenciosa

 

1º Ponto

 

Jesus Cristo buscava o ambiente silencioso

 

1. Cristo Jesus nasceu à noite, quando todos dormiam, quando ninguém o esperava. Nasceu longe do barulho do mundo: Enquanto lá estavam, completavam-se os dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala (Lc 2, 6-7).

2. Viveu 30 anos em Nazaré. Viveu naquela pequena cidade rezando e trabalhando. É bom lembrar que Nazaré era um lugar desprezado: Filipe encontrou Natanael e lhe disse: “Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e os profetas: Jesus, o filho de José, de Nazaré”. Perguntou-lhe Natanael: “De Nazaré pode sair algo de bom? (Jo 1, 45-46).

3. Em preparação para vida pública, Nosso Senhor ficou muitos dias em silêncio e longe do barulho do mundo: Então Jesus foi levado pelo Espírito para o deserto, para ser tentado pelo diabo. Por quarenta dias e quarenta noites esteve jejuando... (Mt 4, 1-2), e: E logo o Espírito o impeliu para o deserto. E ele esteve no deserto quarenta dias, sendo tentado por Satanás; e vivia entre as feras, e os anjos o serviam (Mc 1, 12-13).

4. A notícia a seu respeito, porém, difundia-se cada vez mais, e acorriam numerosas multidões para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. Ele, porém, permanecia retirado em lugares desertos e orava (Lc 5, 15-16).

5. Jesus, ouvindo isso, partiu dali, de barco, para um lugar deserto, afastado (Mt 14, 13).

6. De madrugada, estando ainda escuro, ele se levantou e retirou-se para um lugar deserto e ali orava (Mc 1, 35).

7. Vinde vós, sozinhos, a um lugar deserto e descansai um pouco (Mc 6, 31).

 

Aquele que quiser crescer na santidade, deve imitar o silêncio de Jesus Cristo; fugindo da agitação e do barulho do mundo.

Aquele que possui uma alma agitada, jamais crescerá na vida espiritual. E o que desperdiça palavras, além de pecar diariamente, será sempre uma pessoa vazia: Nas muitas palavras não falta ofensa... (Pr 10, 19).

 

2º Ponto

 

Jesus guardava silêncio diante do bem que fazia

 

1.Jesus, porém, sabendo que viriam buscá-lo para fazê-lo rei, refugiou-se de novo, sozinho, na montanha (Jo 6, 15).

Enquanto que a maioria busca o aplauso e elogio, Cristo Jesus buscou a solidão.

2. Um leproso foi até ele, implorando-lhe de joelhos: “Se queres, tens o poder de purificar-me”. Movido de compaixão, estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: “Eu quero, sê purificado”. E logo a lepra o deixou. E ficou purificado. Advertindo-o severamente, despediu-o logo, dizendo-lhe: “Não digas nada a ninguém; mas vai mostrar-te ao sacerdote e oferece por tua purificação o que Moisés prescreveu, para que lhes sirva de prova”. Ele, porém, assim que partiu, começou a proclamar ainda mais e a divulgar a notícia, de modo que Jesus já não podia entrar publicamente numa cidade: permanecia fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo (Mc 1, 40-45).

3. No mesmo instante, a menina se levantou, e andava, pois já tinha doze anos. E ficaram extremamente espantados. Recomendou-lhes então expressamente que ninguém viesse a saber o que tinham visto. E mandou que dessem de comer à menina (Mc 5, 42-43).

4. Depois, levantando os olhos para o céu, gemeu, e disse “Effatha”, que quer dizer “Abre-te!” Imediatamente abriram-se-lhe os ouvidos e a língua se lhe desprendeu, e falava corretamente. Jesus proibiu de contar o que acontecera; quanto mais o proibia, tanto mais eles o proclamavam. Maravilhavam-se sobremaneira, dizendo: “Ele tem feito tudo bem; faz tanto os surdos ouvirem como os mudos falarem (Mc 7, 34-37).

5. E chegaram a Betsaida. Trouxeram-lhe então um cego, rogando que ele o tocasse. Tomando o cego pela mão, levou-o para fora do povoado e, cuspindo-lhe nos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: “Percebes alguma coisa?” E ele, começando a ver, disse: “Vejo as pessoas como se fossem árvores andando”. E em seguida, ele colocou novamente as mãos sobre os olhos do cego, que viu distintamente e ficou restabelecido e podia ver tudo nitidamente e de longe. E mandou-o para casa, dizendo: “Não entres no povoado! (Mc 8, 22-26).

6. Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesaréia de Filipe e, no caminho, perguntou a seus discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” Responderam-lhe: “João Batista; outros, Elias; outros ainda, um dos profetas”. – “E vós, perguntou ele, quem eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Cristo”. Então proibiu-os severamente de falar a alguém a seu respeito (Mc 8, 27-30).

 

3º Ponto

 

Jesus mantinha o silêncio nas perseguições

 

1. E ao ser acusado pelos chefes dos sacerdotes e anciãos, nada respondeu. Então lhe disse Pilatos: “Não estás ouvindo de quanta coisa te acusam?” Mas ele não lhe respondeu sequer uma palavra, de tal sorte que o governador ficou muito impressionado (Mt 27, 12-14).

2. Levantando-se então o Sumo Sacerdote, disse-lhe: “Nada respondes? O que testemunham estes contra ti?” Jesus, porém, ficou calado (Mt 26, 62).

3. Vendo a Jesus, Herodes ficou muito contente; havia muito tempo que queria vê-lo, pelo que ouvia dizer dele; e esperava ver algum milagre feito por ele. Interrogou-o com muitas perguntas; ele, porém, nada lhe respondeu. Entretanto, os chefes dos sacerdotes e os escribas lá se achavam, e acusavam-no com veemência. Herodes, juntamente com a sua escolta, tratou-O com desprezo e escárnio; e, vestindo-O com uma veste brilhante, remeteu-O a Pilatos. E nesse mesmo dia Herodes e Pilatos ficaram amigos entre si, pois antes eram inimigos (Lc 23, 8-12).

 

4º Ponto

 

É preciso imitar o exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo no silêncio

 

O silêncio de Nosso Senhor, não é somente para ser estudado e admirado; mas sim, deve ser imitado radicalmente.

O católico que não cultiva o silêncio, que não ama e nem procura uma vida retirada, jamais conseguirá fazer progresso na vida espiritual; para possuir Deus é preciso cultivar o silêncio: A alma necessita de silêncio para adorar (Bem-aventurada Elisabete da Santíssima Trindade).

É preciso fazer silêncio em todas as ações:

 A) No andar: Alguns andam arrastando os pés, como se estivesse carregando o mundo nas costas, mas na verdade é preguiça e desleixo. Esse tipo de gente deixa os colegas irritados e atrapalha a comunidade.

B) No fechar a porta ou janela: Quando for fechar uma porta ou janela, é preciso fazê-lo com o máximo de cuidado para não incomodar os amigos que estão dormindo, estudando ou rezando.

C) No falar: Aquele que gosta de falar muito e alto, perturba a vida da comunidade e peca com freqüência:Nas muitas palavras não falta ofensa (Pr 10, 19).

O coração daquele que fala alto, é um coração vazio e inquieto, a sua alegria não consiste em conversar com Deus; e sim, em falar continuamente com os homens.

D) No sorrir: Não é educado nem caridoso, aquele que perturba a comunidade com a sua gargalhada escandalosa, sinal claro de um orgulho indomável.

E) No trabalho: Aquele que ama a Jesus Cristo de verdade, trabalha silenciosamente; isto é, deixa de conversar com os homens para falar somente com Deus.

Ele faz do seu ambiente de trabalho um pequeno deserto, e ali, não se distrai com as coisas vazias, mas conversa com o seu Salvador: Nunca estou sozinha: meu Cristo está aqui, sempre orando dentro de mim, e eu me uno à sua oração (Bem-aventurada Elisabete da Santíssima Trindade).

F) No estudo: Aquele que estuda sem fazer silêncio, não consegue assimilar a matéria e atrapalha os colegas a estudarem.

O estudante que não faz silêncio perde tempo preciosíssimo, mesmo que o mesmo seja inteligente; se obedecesse ao silêncio, o seu aproveitamento seria extraordinário.

Aquele que tem uma inteligência curta e não faz silêncio, será sempre ignorante.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

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Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Cristo Jesus: modelo de vida silenciosa”.
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