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            Do método para 
            assistir à Santa Missa em união com o espírito do Santo Sacrifício 
                     
                      (São Pedro Julião Eymard, A Divina 
                      Eucaristia, Vol 2) 
              
            
            O Santo Sacrifício 
            divide-se em três partes: a primeira vai do começo da Missa ao 
            Ofertório; a segunda, do Ofertório à Comunhão; a terceira, da 
            Comunhão ao último Evangelho. 
              
            
            I 
              
            
            Enquanto o 
            sacerdote ora aos pés do Altar e se humilha pelos seus pecados, 
            deveis confessar vossas culpas e adorar a Deus em toda humildade, a 
            fim de vos preparar para assistir dignamente ao Santo Sacrifício. 
            
            Durante o 
            Intróito lembrai-vos dos santos 
            desejos dos Patriarcas e Profetas, que ansiavam pela vinda do 
            Messias, unindo-vos a eles para pedir a Jesus Cristo que venha a vós 
            e em vós reine. 
            
            No 
            Glória, uni-vos em espírito aos 
            Anjos para louvar a Deus e agradecer-lhe o mistério da Encarnação. 
            
            Nas
            Orações, uni vossas intenções e 
            vossos pedidos aos da Santa Igreja. Adorai o Deus infinitamente 
            bondoso, de quem procede todo dom. 
            
            Prestai à 
            Epistola a mesma atenção que 
            prestaríeis se vos falassem os Profetas ou Apóstolos, e adorai a 
            Santidade de Deus. 
            
            No 
            Evangelho, ouvi a Jesus Cristo em 
            Pessoa falando-vos e adorai a Verdade de Deus. 
            
            Recitai o 
            Credo com vivos sentimentos de 
            Fé, Fé essa que renovareis em união com a da Igreja, protestando, ao 
            mesmo tempo, que defendereis, se preciso for, com vosso próprio 
            sangue todas as verdades contidas no Símbolo. 
              
            
            II 
              
            
            Na segunda parte 
            da Missa, unindo vossas intenções às do sacerdote, oferecei-a pelos 
            quatro fins do Santo Sacrifício: 
            
            1.°)
            Como homenagem de suma adoração. 
            Oferecei ao Pai Eterno as adorações do seu Filho Encarnado, unidas 
            às vossas próprias adorações e às de toda a Igreja. Oferecei-vos 
            também a vós mesmos com Jesus Cristo, para amá-lo e servi-lo. 
            
            2.°)
            Como homenagem de ação de graças. 
            Oferecei o Santo Sacrifício ao Pai, a fim de lhe agradecer os 
            méritos, as graças e a glória de Jesus Cristo; os méritos e a glória 
            de Maria Santíssima, e de todos os Santos; todos os benefícios 
            pessoais recebidos, e a receber, pelos méritos de seu Filho. 
            
            3.°)
            Como hóstia satisfatória. Oferecei-o 
            para satisfazer todos os vossos pecados, e expiar todos os crimes 
            que se cometem no mundo. Lembrai ao Pai Eterno que Ele nada nos pode 
            recusar, já que nos deu seu Filho, que ali está em sua Presença, num 
            estado de Sacrifício e de Vítima — Vítima que é dos nossos pecados e 
            dos pecados de todos os homens. 
            
            4.°)
            Como sacrifício impetratório ou hóstia de 
            oração. Oferecei ao Pai, como o penhor que nos deu do Amor 
            Divino, para que, confiantes, possamos dele esperar, em abundância, 
            os bens espirituais e temporais. Exponde-lhe as vossas necessidades 
            e pedi-lhe instantemente a graça de vos corrigir do vosso defeito 
            dominante. 
            
            No 
            Lavabo, purificai-vos pela 
            contrição a fim de vos tornardes uma verdadeira hóstia de louvor, 
            agradável a Deus, o que lhe atrairá um olhar de complacência. 
            
            No 
            Prefácio, uni-vos ao concerto da 
            Corte Celeste, para louvar, bendizer e glorificar o Deus três vezes 
            Santo por todos os seus dons de graça e de glória, e, sobretudo, por 
            nos ter remido na Pessoa de Jesus Cristo. 
            
            No 
            Cânon, associai-vos à piedade e 
            ao amor dos Santos da Nova Lei, para, com eles, celebrar dignamente 
            a nova encarnação e a nova imolação que se vão operar pela palavra 
            do sacerdote. Pedi ao Pai Celeste que, nesse Sacrifício, abençoe a 
            todos os outros sacrifícios que lhe ofertareis, quer de virtude, 
            quer de santidade. 
            
            Enquanto o 
            sacerdote, cercado por uma falange de Anjos, se inclina 
            profundamente cheio de respeito ante a Ação Divina que lhe cabe 
            realizar; enquanto fala e opera divinamente na Pessoa de Jesus 
            Cristo, consagra o pão e o vinho no Corpo, no Sangue, na Alma e na 
            Divindade do Homem-Deus, renovando o mistério da Ceia, admirai esse 
            Poder inaudito, transmitido aos sacerdotes em vosso favor. 
            
            Depois, ao baixar 
            Jesus sobre o Altar à palavra do seu ministro, adorai a Hóstia 
            Santa, o cálice do Sangue de Jesus Cristo, clamando misericórdia por 
            vós e recebei, qual outra Madalena, ao pé da Cruz, o Sangue que 
            brota das Chagas de Jesus. 
            
            Oferecei essa 
            Vítima divina à Justiça de Deus, por vós e por todos os homens, 
            oferecei-a à sua Misericórdia infinita e divina, para que seu 
            Coração, à vista das vossas próprias misérias, se enterneça e vos 
            abra a fonte de sua Bondade sem fim. 
            
            Oferecei ainda 
            essa mesma Vítima à Bondade de Deus, para que Ele aplique seus 
            frutos de luz e de paz às almas padecentes do Purgatório, até que 
            esse Sangue lhes apague as chamas e, purificando-as inteiramente, as 
            torne dignas do Paraíso. 
            
            Recitai o 
            Pater, com Jesus Cristo na Cruz, 
            perdoando aos seus inimigos, e perdoai, por vossa vez, do fundo do 
            coração e com toda sinceridade, àqueles que vos ofenderam. 
            
            No 
            Libera nos, pedi a Deus que, por 
            Maria e todos os Santos, vos livre dos pecados e dos males passados, 
            presentes e futuros, bem como de toda ocasião de pecado. 
            
            No 
            Agnus Dei, lembrai-vos dos 
            carrascos convertidos no Calvário e, como eles, batei no peito. 
            Depois recolhei-vos por meio dum ato de fé, humildade e de 
            confiança, de amor e de desejo, e ide receber a Jesus Cristo. 
              
            
            III 
              
            
            Se não comungardes 
            de fato, comungai espiritualmente, do seguinte modo: 
            
            Desejai 
            ardentemente unir-vos a Jesus Cristo, confessando quão necessário é 
            para vós viver de sua Vida. Recitai um ato de contrição perfeito, 
            por todos os vossos pecados, passados e presentes, baseado na 
            Bondade e Santidade de Deus. 
            
            Levai, em 
            espírito, a Jesus Cristo ao fundo de vossa alma, pedindo-lhe para 
            fazer-vos viver unicamente para Ele, já que não podeis viver senão 
            por Ele. 
            
            Imitai a Zaqueu, 
            tomando boas resoluções e agradecei a Nosso Senhor terdes podido 
            assistir à Santa Missa e fazer a Comunhão espiritual. Oferecei-lhe, 
            em ação de graças, uma homenagem particular, um sacrifício, um ato 
            de virtude, e pedi a Nosso Senhor que abençoe a vós e a todos os 
            vossos parentes e amigos.  |