É
uma santa dos nossos dias. Faleceu no início do século passado, mas
é uma santa em contraste com o materialismo desta época, pois foi
uma das maiores místicas da Igreja. Embora seja uma santa mística,
sua vida não se perde nos elementos lendários da Idade Média, mas é
rigorosamente documentada conforme critérios históricos.
Gema nasceu na cidade de Lucca, no centro da Itália,
em 1878.
Seu nome foi uma profecia, pois significa pérola,
diamante, de fato foi uma alma altamente predestinada à santidade
sublime.
Ficou sem pais antes de completar os dez anos, foi
acolhida por uma família amiga que continuou a educação
esmeradamente cristã dos pais.
Mas não precisou de tanto, pois o Espírito Santo
guiava visivelmente esta alma nos caminhos da santidade.
Sua modelar conduta, recolhimento espiritual no meio
dos trabalhos domésticos, seu amor à oração, seus atos de abnegação
e mortificação lhe conferiram um aspecto celestial; no entanto, era
visível nela o esforço de corrigir-se dos defeitos e de crescer em
perfeição. Desde cedo, sentiu-se tocada por amor terníssimo a Jesus
crucificado, sua especial devoção, de tal modo que, crescida nos
anos, insistiu para ser admitida entre as Irmãs Passionistas, que
cultuam de modo especial a paixão e morte de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Mas seu ardente pedido não foi atendido, o que lhe
causou imensa dor e tristeza. “As Irmãs Passionistas não me quiseram
em sua comunidade, disse Gema, pois com elas eu quero estar
espiritualmente!” Emitiu os votos de consagração total a Cristo
crucificado, em espírito de vítima de expiação dos pecados do mundo.
Ela podia repetir com São Paulo: “Quanto a mim,
jamais suceda que eu me glorie a não ser na cruz de Nosso Senhor
Jesus Cristo, pela qual o mundo está para mim crucificado, como eu
para o mundo” (Gl 6,14).
Gema foi favorecida por numerosas visões de Cristo,
que, querendo associá-la à sua paixão e morte, gravou no corpo de
Gema os sagrados estigmas da paixão e morte, isto é, os sinais
sangrentos dos pregos nas mãos e nos pés, além da ferida no peito,
privilégio este concedido a poucos santos, como a São Francisco de
Assis e Santa Catarina de Sena. Assim foi destinada a experimentar
todas as sextas-feiras as dolorosas sensações do suor de sangue, da
flagelação, da coroação de espinhos, da crucifixão com toda a agonia
de Jesus na cruz.
Sua constituição física, por muito tempo, não podia
opor adequada resistência aos ardores do Divino Amor. Consumida mais
por este amor do que por enfermidade, faleceu em Lucca, aos 11 de
abril de 1903, na idade de 25 anos. Admirável é Deus em seus santos!
Gema foi, deveras, uma pérola admirável, uma rosa perfumada crescida
nos espinhos dos sofrimentos já vividos pelo seu Divino Esposo:
Jesus Cristo.
|