Sal da terra e luz do mundo
(Mt 5, 13-16)
(Resumo)
Em Mt 5, 13 diz:
“Vós sois o sal da terra”.
Para que serve o sal? Para dar
sabor aos alimentos, torná-los agradáveis e preservá-los
da corrupção. Assim deve ser o católico: Dar sentido
mais alto a todos os valores humanos, evitar a corrupção
e trazer com as suas palavras a sabedoria aos homens.
Sal da terra: não somente da vila, cidade e região onde
mora, mas ser sal de toda a terra, ensina São João
Crisóstomo.
O católico dever ser sal em todos
os lugares e ambientes: na própria casa, na escola, no
trabalho, na rua, no lazer; deve ajudar a todos com o
seu exemplo de vida:
“... tornai-vos santos em todo o vosso
comportamento” (1 Pd 1, 15).
Cada católico é chamado a lutar
pela própria santificação e também pela santificação dos
outros. O católico não pode viver de braços cruzados e
“mergulhado” no egoísmo.
Santo Hilário diz que a
“virtude dos pregadores deve
conservar a saúde dos ouvintes para a Vida Eterna”.
Está claro que não é correto um pregador ensinar as suas
próprias ideias, mas somente o que a Santa Igreja
ordena: “Enviada e
evangelizadora, a Igreja envia também ela própria
evangelizadores... E a pregar não as suas próprias
pessoas ou as suas ideias pessoais, mas sim um Evangelho
do qual nem eles nem ela são senhores e proprietários
absolutos, para dele disporem a seu bel-prazer, mas de
que são os ministros para transmiti-lo com a máxima
fidelidade” (Bem-aventurado Paulo
VI, Evangelii Nuntiandi, 15).
O católico é
“chamado a
transformar o mundo insípido e insensato, porque fundado
na vaidade das coisas caducas, a derramar nele a
sabedoria inspirada nos valores eternos”
(Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).
O católico deve ser um sal
“transformador”.
Em Mt 5, 13 também diz:
“Ora,
se o sal se tornar insosso, com que o salgaremos? Para
nada mais serve, senão para ser lançado fora e pisado
pelos homens”.
Se o católico não possuir o
espírito evangélico, se não for santo, se não for sal,
para nada serve, senão para ser lançado fora e pisado
pelos homens. Jesus Cristo fala em ser lançado fora e
ser pisado pelos homens, isto é, desprezo total.
O sal quando perde o sabor torna-se
insosso, não serve para nada, somente para ocupar
espaço, deve ser jogado fora, no lixo. O que podemos
esperar de um católico que não reza, que não participa
da Santa Missa nem aos domingos, que vive no pecado
mortal, que não trabalha para salvar a própria alma? O
que podemos esperar do católico que passa horas e horas
diante da televisão, nas portas dos botecos contando
piadas imorais e perambulando pelas ruas perdendo tempo?
Nada de bom! Esse é o católico sal insosso, para nada
serve.
O católico sal insosso não se
salvará:
“NÃO SE SALVA, contudo, embora incorporado à Igreja,
aquele que, não perseverando na caridade, permanece no
seio da Igreja ‘com o corpo’, mas não ‘com o coração’.
Lembrem-se todos os filhos da Igreja que a condição sem
igual em que estão se deve não a seus próprios méritos,
mas a uma peculiar graça de Cristo. Se a ela NÃO
CORRESPONDEREM por PENSAMENTOS, PALAVRAS e OBRAS, LONGE
de se SALVAREM, serão JULGADOS COM MAIOR SEVERIDADE”
(Lumen Gentium, 14),
e: “Não basta para nos
salvarmos o sermos de qualquer maneira membros da Igreja
Católica, mas é preciso que sejamos seus MEMBROS VIVOS”
e: “Quem, sendo muito
embora membro da Igreja Católica, NÃO PUSESSE EM PRÁTICA
OS SEUS ENSINAMENTOS, este seria MEMBRO MORTO, e,
portanto, NÃO SE SALVARIA, porque para a salvação de um
adulto requerem-se não só o Batismo e a fé, MAS TAMBÉM
AS OBRAS conformes à fé”(São Pio
X, Catecismo Maior, n.os 165 e 171).
Em Mt 5, 14 diz:
“Vós
sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade
situada sobre um monte”.
O católico é chamado por Jesus
Cristo para ser luz, isto é, luz que orienta e indica o
caminho no meio da escuridão. Na Carta de São Paulo aos
Filipenses 2, 14-16 diz: “Fazei
tudo sem murmurações nem reclamações, para vos tornardes
irreprováveis e puros, filhos de Deus, sem defeito, no
meio de uma geração má e pervertida, no seio da qual
brilhais como astros no mundo, mensageiros da Palavra da
vida”. O católico foi criado por Deus para
iluminar com o seu exemplo e com a sua santidade de
vida. O católico deve brilhar com o seu exemplo: em
casa, na rua, no trabalho, no lazer, na escola, em todos
os ambientes.
Para que serve uma lâmpada
queimada? Para ocupar espaço. Para que serve uma vela
apagada? Para ocupar espaço. Para que serve um farol sem
pilha? Para ocupar espaço. Para que serve um católico
que não é santo? Para ocupar espaço dentro da Igreja
Católica e dar escândalo.
Todo católico autêntico é portador
da luz de Cristo:
“Tão límpida há de ser sua conduta que
deixa transparecer o esplendor de Jesus e de sua
doutrina” (Pe. Gabriel de Santa
Maria Madalena).
É impossível iluminar os outros
quem não tem luz em si. O católico que vive no pecado,
longe de Deus, não possui luz, vive na escuridão, não
pode iluminar o próximo. Isso é muito perigoso! A luz do
católico não vem da sua “sabedoria” e do seu “talento”;
mas sim, da doutrina de Jesus, aceita com docilidade e
colocada em prática:
“Só na medida em que assimila e traduz na
vida os ensinamentos e exemplos do Mestre, de modo a ser
sua viva imagem, é que pode o católico ser guia
iluminado para os irmãos e atraí-los a Deus”
(Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).
Em Mt 5, 15-16 diz:
“Nem se acende uma lâmpada e se coloca
debaixo do alqueire, mas no candelabro, e assim ela
brilha para todos os que estão na casa. Brilhe do mesmo
modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as
vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está
nos céus”.
O católico não foi criado por Deus
para viver em cantos escuros, nem no rodapé nem sob a
mesa; mas sim, para viver na “altura” com o seu exemplo
e santidade de vida, foi criado para iluminar, como
escreve Santa Teresa do Menino Jesus:
“Aprendi especialmente que a
caridade não deve ficar encerrada no fundo do coração...
Parece-me que esta tocha representa a caridade que deve
iluminar e alegrar não só aqueles a quem mais quero, mas
todos os que estão na casa”.
Milhões de católicos sentem
vergonha de falar de Jesus Cristo para o próximo, de
usar uma roupa longa, de ser missionário... mas não
sentem vergonha de usar roupas escandalosas, de dançar
seminus no carnaval e de praticarem outras coisas que
desagradam a Deus.
No Decreto Apostolicam actuositatem,
6 diz:
“Inúmeras oportunidades se oferecem aos leigos para
exercerem o apostolado de evangelização e santificação.
O próprio testemunho da vida cristã e as obras, feitas
com espírito sobrenatural, têm eficácia para atrair os
homens à fé e a Deus; diz o Senhor: ‘Brilhe do mesmo
modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as
vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está
nos céus’”.
O bom exemplo arrasta multidões
para o céu.
Pe. Divino Antônio Lopes
FP (C)
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