A PREGUIÇA
(Eclo 22, 1-2)
Em Eclesiástico 22, 1-2 diz:
“O preguiçoso é semelhante a uma
pedra suja de lodo, todos zombam dele com desprezo. O
preguiçoso é semelhante a um monte de esterco, todo
aquele que o tocar sacudirá a mão”.
I PONTO
DEFINIÇÃO
A preguiça
é uma tendência à ociosidade ou ao menos à negligência,
ao torpor na ação. Às vezes é uma disposição mórbida que
vem do mau estado da saúde. As mais das vezes, porém, é
uma doença da vontade que teme e recusa o esforço.
O preguiçoso QUER
EVITAR qualquer trabalho, tudo
quanto lhe pode perturbar o sossego e
arrastar consigo fadigas.
VERDADEIRO PARASITA
(explorar, viver à custa),
vive, quanto pode, a expensas (à custa)
dos outros. Manso e resignado, enquanto o não inquietam,
impacienta-se e irrita-se,
se o querem tirar da sua inércia
(preguiça, indolência).
II PONTO
GRAUS DIVERSOS DA PREGUIÇA
A. O
desleixado ou indolente não se
move para cumprir o seu dever senão com lentidão,
moleza e indiferença; tudo o que
faz fica sempre mal feito.
B. O
ocioso não recusa absolutamente o trabalho,
mas anda sempre atrasado, vagueia por toda a parte
sem fazer nada, adia indefinidamente a
tarefa de que se encarregara.
C. O
verdadeiro preguiçoso, esse não quer fazer nada
que fadigue (canse), e mostra
aversão pronunciada para qualquer
trabalho sério do corpo ou do espírito.
D. A
preguiça nos exercícios de piedade
chama-se ACÉDIA: é um certo fastio
(aversão, repugnância) das coisas espirituais que
leva a fazê-las desleixadamente, a
encurtá-las, e até às vezes a omiti-las
por vãos pretextos.
III PONTO
REMÉDIOS PARA CURAR A PREGUIÇA
A. Para
curar o preguiçoso, é necessário antes de
tudo inculcar-lhe convicções profundas sobre a
necessidade do trabalho, fazer-lhe compreender
que ricos e pobres estão sujeitos a esta lei e que basta
faltar a ela para incorrer na eterna condenação. É esta
a lição que nos dá Nosso Senhor Jesus Cristo na parábola
da figueira estéril. Três anos a fio vem o dono
buscar os frutos; não os encontrando, dá ordem ao
pomareiro que corte a árvore (Lc 13, 7).
B. Às
convicções cumpre juntar o esforço
consequente e metódico. E, como o
preguiçoso recua instintivamente perante o
esforço, importa mostrar-lhe que não há, afinal, ninguém
mais infeliz que o ocioso: não sabendo como
empregar ou, segundo a sua expressão, matar o
tempo, enfada-se, desgosta-se de tudo, e
acaba por ter horror à vida. Não vale mais fazer
um esforço para se tornar útil e conquistar um pouco de
felicidade, ocupando-se em fazer felizes à volta de si
mesmo?
Mas o que nunca se deve cessar de
recordar ao preguiçoso é o FIM
da VIDA: estamos aqui, na terra, não
para vivermos como parasitas, senão para conquistarmos,
pelo trabalho e pela virtude, um lugar no céu. E
Deus não cessa de nos dizer: Que fazeis aqui,
preguiçosos? Ide também trabalhar na minha vinha
(Mt 22, 6-9).
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
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