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            Capítulo I - Do asseio  | 
           
          
            
            
              - 
            
            O asseio do corpo é dever principal duma pessoa bem educada. 
            Deves tomá-lo muito a peito, porque a limpeza exterior revela 
            geralmente a ordem e a pureza da alma, capta a simpatia e contribui 
            para a saúde do corpo. 
               
              - 
            
            Não te esqueças de tomar banho diariamente. Ao despertares 
            pela manhã, não sendo possível tomar banho, ao menos lave o rosto, 
            as mãos, o pescoço e as orelhas, fazendo uso do sabonete. Ficou 
            célebre este dito dum historiador: “Eu meço a civilidade de um 
            país pelos quilos de sabão que consome”. 
               
              - 
            
            Vê que as tuas unhas nunca estejam crescidas ou ornadas de 
            preto. Apara-as ao menos semanalmente com ferramenta própria, não 
            com os dentes, e nunca em presença de outrem; não as corte demais, 
            que é prejudicial. 
               
              - 
            
            Os dentes devem-se lavar e escovar todos os dias (quando 
            possível, várias vezes por dia, após as refeições), o asseio 
            conserva-os bons, preserva-os da cárie e impede o mau hálito. 
               
              - 
            
            Todas as manhãs deves pentear o cabelo. Para não perder muito 
            tempo nisso e para conservar a cabeça limpa, evita usar cabelo muito 
            comprido. Uma cabeleira desgrenhada e empoeirada dá à pessoa um 
            aspecto selvagem. Guarda-te de todo exagero, afeminação e vaidade. 
            Foge da tola ambição de enfeitar-te para fazer bela figura. Se for 
            possível, não uses ungüentos e perfumes: isso amesquinha o caráter. 
            Até os pagãos censuram o cuidado exagerado do cabelo. 
               
              - 
            
            Os pés devem ser bem lavados para não causarem dano à saúde e 
            incômodo aos vizinhos. Não é delicado descalçar os sapatos em 
            presença de outrem. 
               
              - 
            
            Não imites os que coçam a cabeça, enxugam o suor com a manga 
            do paletó ou com a mão, levam as mãos à boca, aos olhos, ao nariz e 
            às orelhas. Para tais necessidades é que temos o lenço. 
               
              - 
            
            Não deves tossir ou espirrar com força ou próximo 
            às pessoas ou alimentos, flores, etc. Procura pois voltar-te um 
            pouco e levar o lenço à boca. 
               
              - 
            
            Grosseria crassa é a de escarrar e cuspinhar a cada momento, 
            mais por hábito do que por necessidade; cúmulo de incivilidade seria 
            cuspir para o alto e com estrépito. Quando verdadeira necessidade o 
            exigir, procure a escarradeira e na falta desta cospe no lenço, 
            fingindo assoar-te. Estando dentro de casa, jamais cuspas no chão. 
               
              - 
            
            Assoando-te não deves fazer rumor, como som de trombeta, nem 
            usar ambas as mãos. A ação deve ser feita com a máxima desenvoltura, 
            sem olhar depois para dentro do lenço, nem meter os dedos no nariz 
            como para completar a limpeza. O lenço, depois de usado, deve ser 
            dobrado sim, mas naturalmente, não com excessivo cuidado, como se 
            fosse guardanapo; depois, guardá-lo com presteza e não conservá-lo 
            na mão. 
               
              - 
            
            Troca freqüentemente de lenço; não o ponhas sobre a mesa. Se 
            alguém deixar cair ou esquecer o lenço em tua presença, 
            adverti-lo-ás educadamente, mas nunca o apanharás tu mesmo. 
               
              - 
            
            Usem grande atenção e delicadeza, neste particular, todos os 
            que fazem uso do rapé. É um hábito incômodo, principalmente para os 
            outros... Estejam sempre munidos de lenços, que devem ser trocados 
            amiúde; empreguem-nos freqüentemente, procurando prevenir a 
            necessidade. 
               
              - 
            
            Quanto ao escarrar, venço a grande repugnância que sinto, e 
            digo que não há no vocabulário palavra para estigmatizar a 
            revoltante incivilidade daqueles que arrancam dos pulmões aquilo 
            tudo, para cuspir ou engolir, produzindo um rumor desagradável e 
            grande náusea aos presentes. 
               
              - 
            
            É igualmente contrário ao asseio dizer ou fazer qualquer 
            coisa inconveniente por si mesma ou que traga à memória coisas 
            nojentas e nauseantes. 
               
              - 
            
            Não ofereças a outrem para cheirar coisas que cheiram mal, 
            como também jamais dês para provar coisas de mau sabor, nem chames a 
            atenção para o que é nojento. 
               
              - 
            
            Acontecendo qualquer coisa de que resultasse para alguém 
            confusão e vergonha, não faças caso; finge não ter percebido e 
            procura distrair a atenção dos demais. Se tal coisa acontecer a ti, 
            pede desculpa aos circunstantes com poucas palavras, sem afligir-te. 
               
              - 
            
            A limpeza da pessoa abrange também o asseio da roupa, dos 
            objetos do próprio uso, dos móveis e dos quartos que se habitam. 
               
              - 
            
            Para o asseio e conservação da roupa, procurem os meninos não 
            sentar no chão, não se encostar às paredes, não se entreter em 
            brinquedos ou com companheiros que lhes façam enxovalhar ou rasgar a 
            roupa. 
               
              - 
            
            Escova tua roupa diariamente, de modo particular os ombros 
            para tirar a caspa, indício de negligência. Tem cuidado de não te 
            manchares de sopa, café ou molho, de não te sentares em lugares 
            molhados e de não enxugares as mesas ou as cadeiras com a roupa. 
               
              - 
            
            A roupa que vestes não deve servir de toalha nem de lenço. Há 
            muitos, especialmente entre os meninos estouvados, que, para enxugar 
            o suor do rosto e limpar os lábios, empregam uma banda do paletó ou 
            uma das mangas; outros há que enxugam as mãos nas calças, etc. Todos 
            eles mostram grande atraso nas regras de civilidade. 
               
              - 
            
            Grande desleixo e falta de asseio, mostram também os que 
            trazem desatados os sapatos, as calças abotoadas só pela metade, os 
            bolsos estufados, a camisa desabotoada e aberta, a gravata solta, os 
            punhos caídos, etc. 
               
              - 
            
            As cuecas não devem aparecer por cima do cós da calça. 
               
              - 
            
            Quem usa cinto, não o conserve muito abaixo da cintura. É 
            incivil tirar o cinto na presença de outrem, para arranjar as 
            calças, ou usar dele como dum brinquedo, girando-o, ou batendo nos 
            outros. É mais higiênico usar suspensórios. 
               
              - 
            
            Quando porventura se descose ou se rasga a roupa, é preciso 
            mudá-la. O mesmo se observe quando estiver demasiado apertada. 
               
              - 
            
            Dormir com a roupa com que se passou o dia, é próprio do 
            preguiçoso; isto estraga a roupa, prejudica a saúde, impede a livre 
            circulação do sangue e a transpiração. Deve-se usar pijama ou camisa 
            de dormir. 
               
              - 
            
            Vestindo-se e despindo-se, é preciso ter cuidado com a roupa. 
            Não imites, pois, aqueles meninos mal acostumados, que desabotoam 
            dum só golpe toda a roupa, arrebentando os botões, rasgam e atiram 
            as peças em desordem, vestem a roupa às avessas, calçam trocados os 
            sapatos, etc. 
               
              - 
            
            Vestir-se e despir-se são atos que se devem fazer sem auxílio 
            de ninguém e com toda a decência e boa educação, evitando ficar 
            descoberto diante de outrem. 
               
              - 
            
            Conserva tua cama bem limpa, arruma-a com cuidado todas as 
            manhãs, estende bem os lençóis, de modo que não pendam mais dum lado 
            que do outro. Deitar-se na cama, fora das horas de descanso, para 
            ler ou passar o tempo, é preguiça e moleza. 
               
              - 
            
            Ama e conserva a limpeza em tudo: nas salas, nas estantes, 
            nos armários, nos baús, na roupa, nos livros e cadernos, etc. A 
            ordem e a limpeza facilitam o trabalho, poupam dinheiro e agradam a 
            todos. 
               
              - 
            
            Não atires por terra restos de frutas, pedaços de papel, 
            farrapos, fósforos usados, etc., mas põe-nos em lugar apropriado. 
               
              - 
            
            Não sujes nem risques os bancos, as portas, as janelas e as 
            paredes, com figuras, sinais, palavras, datas, quer seja com lápis, 
            giz ou tinta, quer seja com canivete ou outro instrumento. Tudo isto 
            indica grande falta de educação e de senso estético, denuncia 
            instintos bárbaros de vandalismo e causa às vezes danos 
            consideráveis. 
               
              - 
            
            A todos cabe o dever de zelar pela limpeza e asseio dos 
            banheiros. Não se escrevem sentenças nas paredes e portas, nem se 
            façam garatujas de nenhuma espécie. Do estado desses lugares se pode 
            avaliar a educação dos que os usam. — Muito cuidado com isso! Nada 
            de cusparadas pelo chão. Na tampa, nas beiradas, no chão não deves 
            deixar. Umidade de nenhuma espécie. Não esquecer a descarga. 
               
              - 
            
            Permita-me aqui reprovar o proceder daqueles que, ao saírem 
            de tais lugares, continuam a vestir-se e abotoar-se fora, dando 
            prova patente de grosseria. 
               
              - 
            
            
            Enfim, procura não levar para casa a lama dos caminhos; antes de 
            entrar, limpa os sapatos no ferro, malha ou capacho, que em geral se 
            acha à porta ou à calçada. 
               
             
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            Capítulo 
            II - Do vestuário, porte e hábitos pessoais  | 
           
          
            
            
              - 
            
            No vestir, mais do que em outras coisas, deve-se guardar, um 
            razoável meio termo, evitando os exageros, isto é, o excessivo 
            cuidado e o desleixo. — A negligência no vestir revela falta de 
            atenção e do respeito devido às pessoas com que se convive e, às 
            vezes, denota grosseria. Nada de elegâncias rebuscadas; a maior 
            simplicidade é o que mais agrada. 
               
              - 
            
            Deve-se evitar o luxo e a vaidade em ir atrás de todas as 
            modas, enfeitar-se e adornar-se para atrair os olhares, e vestir-se 
            como um manequim. Estes modos efeminados são provas de ânimo 
            apoucado, de mesquinhez de caráter, de cultura superficial, e quiçá 
            de desejos desordenados. Neste assunto, como em tudo o mais, deve 
            predominar a naturalidade. Não deixes que teu corpo domine e 
            escravize o teu espírito. 
               
              - 
            
            Teu vestuário seja cômodo, decente e de acordo com tua idade 
            e condição, com os lugares, tempos e costumes. O sentimento cristão 
            exige que também por meio do vestuário se distingam os dias 
            santificados dos dias de trabalho. 
               
              - 
            
            O desalinho e descuido no vestir afastam a simpatia, pela 
            aparência de desordem que dão à pessoa. Não toleres rasgões na roupa 
            e no calçado; nunca te falte um botão; vê como está teu colarinho. 
               
              - 
            
            A correção e asseio exteriores refletem de algum modo, a 
            honestidade interior. Na roupa, quanto for possível, não deves 
            deixar manchas ou nódoas de gordura, de café, de tinta, etc. A roupa 
            de passeio seja escovada com freqüência. 
               
              - 
            
            O chapéu deve ser bem colocado na cabeça; desabá-lo para 
            frente ou pendê-lo sobre as orelhas, são modos dos garotos; 
            enterrado na cabeça indica rusticidade e caído sobre a nuca revela 
            leviandade. 
               
              - 
            
            Os sapatos devem ser cômodos e bem limpos. Os chinelos só se 
            usam no quarto; não é permitido descer à sala de jantar, ir à igreja 
            e muito menos, sair à rua de chinelos. 
               
              - 
            
            Nas ocasiões de funerais, usa-se roupa preta ou escura.
             
               
              - 
            
            O porte da pessoa indica em geral, a educação que ela 
            recebeu, a sociedade que freqüenta, a estima que merece, o domínio 
            que exerce sobre si mesma e a consideração que usa para com as 
            pessoas que a cercam. É coisa importantíssima habituar-se a um porte 
            nobre; para o conseguir devem os jovens empregar as suas energias e 
            força de vontade, aproveitando a idade em que a alma é ardente e o 
            corpo é dócil e flexível. 
               
              - 
            
            Seja teu porte natural, ereto, franco e desenvolto. Não 
            assenta bem num jovem andar curvo ou penso dum lado, como se lhe 
            faltassem ossos. 
               
              - 
            
            A cabeça deve estar sempre erguida, mas não atirada em 
            arrogância para trás ou com indolência para os lados. Não a gires a 
            cada passo como uma ventoinha, nem a conserves tesa como capitel de 
            coluna. Da posição habitual da cabeça alguns argumentam do caráter 
            duma pessoa. 
               
              - 
            
            A expressão do rosto deve ser amável e digna; um rosto 
            carregado e nublado, refletindo um enfado habitual, só granjeia 
            antipatia e desconfiança. 
               
              - 
            
            Teu olhar seja sereno e franco, tua fronte sem rugas, teus 
            lábios não se crispem bruscamente, mas conservem num leve sorriso. 
            Não deixes que teu olhar vagueie cá e acolá, sinal de leviandade e 
            falta de mortificação; não gires os olhos nas órbitas, o que dá ao 
            aspecto um quê de sinistro e selvagem; não fixes demais o olhar em 
            pessoas ou coisas para não passares por incivil. 
               
              - 
            
            É mais higiênico respirar pelo nariz que pela boca; deve-se 
            por isso conservar a boca sempre fechada. Os trejeitos nos lábios 
            durante a conversação indicam trivialidade. 
               
              - 
            
            Também pertence à nobreza do porte não resmungar, não fungar, 
            não cantarolar e não rir desordenadamente. O estulto, diz a 
            Escritura, levanta voz quando ri, mas o sábio apenas sorri. 
            Assobiar, mesmo estando sozinho, revela educação vulgar. 
               
              - 
            
            As mãos exercem papel importante no porte duma pessoa. Não 
            se devem meter nos bolsos, cruzá-las sobre a cabeça, pô-las nos 
            quadris, esfregá-las a cada momento, etc. também é reprovável, como 
            se disse atrás, estalar os dedos, espreguiçar-se, passar a mão 
            continuamente pelo rosto, meter os dedos na boca, no nariz (e este 
            feio hábito é tão comum!), bem como tocar tambor nas mesas, nas 
            vidraças, etc. 
               
              - 
            
            Conserva as mão no seu lugar, isto é, não toques nas pessoas 
            com que falas, não as tome pela mão ou pelo braço; não batas nas 
            costas de outros e não lhes faça cócegas. Evita estes e outros atos 
            descorteses, e não permitas que os usem contigo. 
               
              - 
            
            É lícito gesticular com as mãos enquanto se fala, para dar 
            mais eficácia e energia à elocução; sejam, porém, tais gestos 
            moderados. 
               
              - 
            
            Estando de pé, conserva o corpo aprumado; não lhe abandones o 
            peso sobre uma perna, dobrando a outra; não te encostes, por quanto 
            for possível, às paredes, às árvores, etc. 
               
              - 
            
            Sentado, apóia as mãos sobre os joelhos ou sobre a mesa, 
            quando houver. Não cruzes as pernas diante de pessoas de 
            respeito, não te sentes dando a frente ou um dos lados para o 
            espaldar da cadeira, nem estejas nesta a balouçar-te. Em companhia 
            não te sentarás, se os demais estiverem de pé. Procura, enfim, não 
            te sentar mais do que o necessário: a vida muito sedentária faz 
            envelhecer depressa. 
               
              - 
            
            O andar adapta-se à idade e à condição de cada um. O andar 
            demasiado lento é sinal de fraqueza e indolência; o andar 
            precipitado indica estouvamento e leviandade, e expõe a não poucos 
            perigos. A pressa no andar pode, porém, ser justificada, como, por 
            exemplo, por um negócio urgente, por uma desgraça, por motivo de 
            chuva, atraso para entrar no emprego, para apanhar o trem, etc. 
               
              - 
            
            Quando andas, deves olhar para o chão, para veres os 
            obstáculos que tens à frente e evitar encontrões nos transeuntes ou 
            nas árvores. Os braços não se devem agitar demasiado, como se fossem 
            badalos de sino, nem se devem bater os pés, como para enterrar as 
            pedras. — Quando andas com outras pessoas, darás o lugar melhor às 
            mais dignas de consideração; entrando ou saindo, lhes darás a 
            precedência, abrirás as portas, ajudarás a tomar a condução, etc. 
               
              - 
            
            Enfim, empenhe-se todos por adquirir um porte nobre e 
            conservá-lo habitualmente, tanto quando à sós, como em companhia, 
            certos de que não cativarão jamais a benevolência e a simpatia de 
            ninguém, usando maneiras bruscas e insolentes. 
               
              - 
            
            A respeito do vestuário e hábitos pessoais, devemos ainda 
            evitar o seguinte: 
               
             
            
              - 
            
            Descuidar a limpeza da roupa branca. Devemos ser 
            especialmente escrupulosos neste ponto. 
               
              - 
            
            Não ligar importância a certos pormenores de toalete. 
            Muitas pessoas, asseadas noutras particularidades, descuidam, por 
            exemplo, da limpeza das unhas. 
               
              - 
            
            Deixar crescer cabelos dentro das ventas ou das orelhas, 
            minúcias das quais muita gente não faz caso. 
               
              - 
            
            Limpar os ouvidos, o nariz, cortar ou limpar as unhas diante 
            dos outros. 
               
              - 
            
            Usar qualquer coisa no vestuário, que seja afetada. É 
            preferível escolher cores comedidas e não adotar qualquer feitio que 
            torne a figura caricata. 
               
              - 
            
            Usar broches, anéis ou qualquer jóia, que dê muito na vista. 
            Botões de camisa, alfinetes de gravata, pulseira de relógio, etc., 
            são artigos necessários; estes mesmos objetos, quanto mais simples, 
            mais apropriados são à toalete (moda) masculina. 
               
              - 
            
            Assobiar na rua, nos bondes, em reuniões públicas, enfim em 
            todos os lugares onde isso possa incomodar. É mesmo mais educado 
            nunca assobiar. 
               
              - 
            
            Rir com estrondo. Faz gosto ouvir rir naturalmente, mas não 
            ouvir gargalhadas estridentes, que irritam os nervos e são 
            impróprias de pessoas educadas. 
               
              - 
            
            Sorrir ou fazer trejeitos a propósito de qualquer coisa. 
            Muito riso é sinal de pouco siso. 
               
              - 
            
            Bocejar, soluçar ou espirrar diante de gente. Quando receamos 
            que isso suceda, devemos deixar de respirar um instante, e os 
            soluços ou espirros desaparecerão. 
               
              - 
            
            Assoar-se ruidosamente. Quanto menos barulho, melhor. 
               
              - 
            
            Ter o hábito de deixar descair o lábio inferior, ou conservar 
            a boca aberta; mesmo quando dormimos, a boca deve conservar-se 
            sempre fechada. É indício de fraqueza de caráter, e até nocivo para 
            os dentes e para o estado geral, o mau hábito de andar de boca 
            aberta. 
               
              - 
            
            Levar constantemente as mãos à cara, com o pretexto de torcer 
            os bigodes, arranjar o cabelo, etc. 
               
              - 
            
            Andar de cá para lá com as mãos molhadas ou ensaboadas. 
            Deve-se acabar de lavá-las na pia ou lavatório. 
               
              - 
            
            Irromper pelo quarto de outra pessoa sem pedir licença. É 
            sempre costume bater à porta e esperar que respondam, antes de se 
            entrar. Por maior que seja a nossa intimidade, nunca devemos 
            esquecer essa exigência. 
               
              - 
            
            Não tirar o chapéu (evidentemente referimo-nos ao sexo 
            masculino), em qualquer aposento particular. 
               
              - 
            
            Entrar na casa alheia a fumar. 
               
              - 
            
            Mexer em cartas, contas, ou coisas de caráter particular, que 
            se encontram em cima de secretária de outra pessoa. 
               
              - 
            
            Olhar por cima do ombro de alguém que está lendo ou 
            escrevendo. Devemos conservar um tanto apartados. 
               
              - 
            
            Ter as pernas em tremor nervoso, oscilar, ou bater com os 
            pés, abanar com o corpo. 
               
              - 
            
            Ao fechar as portas, bater com elas, ou esquecermo-nos de as 
            fechar, quando entramos ou saímos de qualquer aposento. 
               
              - 
            
            
            Não haja vergonha em recusar qualquer bebida que nos ofereçam. 
            Ninguém tem o direito de estranhar tal coisa. 
               
             
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            Capítulo III - Da saudação  | 
           
          
            
            
              - 
            
            O cumprimento é a expressão mais comum e mais simples do amor 
            ao próximo. No modo de cumprimentar é que alguém revela se é bem 
            educado ou se tem educação deficiente. É o cumprimento que dá a 
            primeira impressão, favorável ou desfavorável, às pessoas que de nós 
            se aproximam. 
               
              - 
            
            Desde jovem, habitua-te a saudar devidamente as pessoas com 
            quem te encontrares. 
               
              - 
            
            A saudação, num encontro, faz-se com um aperto de mão, entre 
            amigos, ou tirando levemente o chapéu e fazendo ao mesmo tempo uma 
            inclinação com os superiores. Nunca estendas a mão por primeiro a um 
            superior; se este a oferecer, aperta-a com naturalidade e afeição. 
               
              - 
            
            O chapéu tira-se por completo. É ridículo erguer simplesmente 
            a aba ou tirá-lo e conservá-lo suspenso sobre a cabeça. A saudação 
            militar é reservada exclusivamente a militares. O chapéu tira-se com 
            a mão direita. 
               
              - 
            
            A falta de desenvoltura e a indecisão no saudar, indicam que 
            o indivíduo ainda não tem o hábito da cortesia. 
               
              - 
            
            Quando se avistam de longe amigos e superiores, tem-se 
            obrigação de saudá-los o melhor possível, isto é, tirando o chapéu e 
            inclinando-se amavelmente. 
               
              - 
            
            Quem tiver na boca um pirulito deverá tirá-lo com a esquerda 
            e descobrir-se com a direita. 
               
              - 
            
            Se a personagem que se encontra é notável, como um bispo, um 
            ministro, etc., é necessário deter-se um pouco em atitude de 
            respeitosa reverência e ficar descoberto até que se afaste. 
               
              - 
            
            A expressão do rosto deve ter diversos tons, conforme o 
            estado e condição de quem se saúda; grave e respeitosa para com os 
            superiores, cordial e alegre para com os iguais, amável e benigna 
            para com os inferiores. 
               
              - 
            
            Pelo caminho saudarás: a) as pessoas que te saudarem: não 
            retribuir um cumprimento, é grosseria intolerável; b) as pessoas 
            que saudarem quem te acompanha ou quem forem por ele saudadas; c) os 
            superiores, mestres, patrões, benfeitores, conhecidos e amigos; d) 
            todas as personagens distintas, civis e eclesiásticas, embora 
            desconhecidas. O soldado tem o dever de cumprimentar seus oficiais, 
            quer os conheça quer não, ora os sacerdotes são os oficiais da 
            milícia católica. 
               
              - 
            
            Passando por uma igreja ou capela onde se conserva o 
            Santíssimo, deves saudar a Jesus Cristo, descobrindo a cabeça. O 
            mesmo farás ao passar diante de imagens sagradas ou nichos. 
               
              - 
            
            Encontrando uma procissão ou um enterro, tirarás igualmente o 
            chapéu, e te conservarás em posição respeitosa, até que o préstito 
            tenha passado. Se encontrares o Santíssimo, quer em procissão, quer 
            quando levado como viático, ajoelhar-te-ás com ambos os joelhos, até 
            que se tenha afastado. 
               
              - 
            
            Desviar abertamente o olhar de uma pessoa conhecida é mais do 
            que grosseria; não saudar as pessoas com quem se teve algum atrito, 
            denota sentimento anticristão; não saudar uma pessoa por ser de 
            condição humilde, é orgulho manifesto. 
               
              - 
            
            O aperto de mão é um sinal de amizade e intimidade. Quem dá a 
            mão deve fazê-lo com jeito, apresentando toda a mão, não dois ou 
            três dedos só; o outro deve apertá-la delicadamente sem a sacudir. 
               
              - 
            
            Os abraços são permitidos entre amigos, depois de alguma 
            ausência ou quando se separam por algum tempo; abraçar-se porém em 
            plena rua, sem motivo razoável, não seria muito conveniente, por 
            atrair demasiado os olhares. Os superiores usam, às vezes, este 
            sinal de benevolência para com os inferiores, mas estes nunca devem 
            ser os primeiros, excetuados raríssimos casos. 
               
              - 
            
            Os beijos só são permitidos entre parentes íntimos, como: 
            pai, mãe, irmãos, etc. Só pertencem à intimidade doméstica. 
               
              - 
            
            Os filhos, a primeira vez que vêem seus pais, pela manhã, e à 
            noite, antes de se deitarem, devem cumprimentá-los e tomar-lhes a 
            bênção. 
               
              - 
            
            
            Entre amigos e conhecidos costuma-se acompanhar a saudação com 
            alguma frase, como: Bom dia, boa tarde, boa noite! ou: 
            Como vai? Como tem passado? A que se responde: Vou bem, 
            obrigado; e o senhor? Quando se continua a conversa e se está na 
            presença de algum superior, conserva-se a cabeça descoberta, até se 
            receber convite para pôr o chapéu. 
               
             
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            | 
             
            Capítulo IV 
            - 
            Como se 
            há de proceder nas viagens  | 
           
          
            | 
             
            Todos sentem prazer 
            quando, nas viagens, se vêem rodeados de companheiros corteses e 
            civis. É, portanto, de suma utilidade saber como se deve viajar. 
            
              - 
            
            Nas viagens deves trajar com decência e muito asseio; é este 
            um dever não só para com as pessoas com quem viajas ou com quem te 
            podes encontrar, como é também um dever para contigo mesmo, porque, 
            especialmente nas viagens, o homem é julgado pelo modo de vestir. 
               
              - 
            
            Para as viagens de trem, dão-se as seguintes normas: 
               
             
            
              - 
            
            Cada um é livre de procurar a própria comodidade, sem todavia 
            lesar direitos alheios e a cortesia. É conforme à civilidade deixar, 
            ou antes, oferecer os lugares mais cômodos às pessoas respeitáveis 
            ou idosas e aos superiores. Tais atenções são uma recomendação da 
            nossa pessoa aos companheiros de viagem. 
               
              - 
            
            A pessoa educada não se atropela nos vagões, não empurra os 
            outros para tomar os melhores lugares, não ocupa mais lugar do que é 
            necessário, não estira as pernas sobre os assentos, etc. 
               
              - 
            
            Nas viagens deve-se, antes de tudo, aprender a calar. Assim 
            como não se deve falar muito, também não se deve falar alto, de 
            maneira a perturbar a conversa ou a leitura dos outros. Nunca é 
            demasiada a reserva, sobretudo com estranhos; portanto não fales das 
            coisas íntimas e familiares ou de coisas cuja revelação te possas 
            arrepender. Quantas vezes a loquacidade, por demais ingênua nas 
            viagens, foi causa de grandes males. 
               
              - 
            
            Evite-se tudo quanto pode produzir enfado ou incômodo aos 
            outros, como assobiar próximo de outros viajantes, fazer rumor ou 
            cantar, etc. Se se perceber que uma janela aberta incomoda alguém, 
            deve-se fechar imediatamente, por mais agradável que nos seja o ar. 
               
              - 
            
            Nos carros dormitórios ninguém deve fumar (caso tenha esse 
            prejudicial e repugnante vício).  
               
              - 
            
            Procure-se, quanto possível, não comer no trem; se todavia 
            não se puder fazer diversamente, usem-se alimentos fáceis de manejar 
            e sem fortes cheiros. É permitido oferecer aos companheiros de 
            viagem mais próximos, frutas e doces; outros alimentos, só a pessoas 
            íntimas. 
               
              - 
            
            Descendo do trem, usa os devidos reparos, a fim de não 
            incomodares os outros. Portanto, não te precipites para seres o 
            primeiro, não dês encontrões nas pessoas, procura não esquecer nada, 
            etc. Saúda cortesmente os companheiros de viagem com expressões 
            delicadas. 
               
              - 
            
            Os avisos das estradas de ferro devem-se observar à risca, 
            para evitar abusos, estragos e desastres. 
               
              - 
            
            Evita questões com os carregadores e motoristas. Procura 
            conhecer as tabelas de preços e, em todo caso, trata previamente o 
            preço. 
               
             
            
              - 
            
            O que se disse para os trens, diga-se para os bondes e 
            ônibus, observando que nos bondes não se pode comer, e só se pode 
            fumar nos bancos em que isso é permitido. 
               
              - 
            
            No hotel, o viajante tem uma relativa liberdade, a qual, 
            porém, não o dispensa das regras de conveniência: 
               
             
            
              - 
            
            Conserva um aspecto modesto e cortês; não faças atos 
            triviais, não sejas exigente, imperioso para com os criados. 
            Precisando fazer alguma queixa, faze-a com as devidas considerações. 
               
              - 
            
            Às refeições, recorda as regras já expostas para tal fim. Não 
            dês motivo a juízos desfavoráveis. 
               
              - 
            
            Ao despedir-te, paga a conta sem muito questionar e dá de boa 
            mente aos criados a gorjeta de costume. 
               
             
            
              - 
            
            Se visitares uma igreja, um instituto, um museu, etc., poderás ver 
            tudo, mas em nada deverás tocar sem permissão. Os antigos diziam que 
            os nomes dos estultos estão escritos em toda parte; por isso guarda 
            de escrever o nome pelos lugares que visitas. 
               
             
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            | 
             
            Capítulo 
            V - Do 
            modo de 
            se proceder como hóspede  | 
           
          
            | 
             
            A hospitalidade muito 
            contribui para estreitar e consolidar a amizade. Convém pois apontar 
            aqui alguns deveres, tanto de quem oferece hospitalidade, como de 
            quem a recebe. 
            
              - 
            
            Quem convida alguém para ir a sua casa deve: 
               
             
            
              - 
            
            Preparar para o hóspede: quarto, mesa, etc. 
               
              - 
            
            Ir esperá-lo à estação ou rodoviária, se puder, ou mandar 
            alguém da família, e só em último caso, o criado. 
               
              - 
            
            Depois dos primeiros cumprimentos, acompanhá-lo ao aposento 
            que lhe foi destinado, dizendo-lhe que pode fazer de conta que está 
            em sua casa, que não faça cerimônias, etc. 
               
              - 
            
            Acompanhando-o, deve revistar o quarto para ver que nada lhe 
            falte. Não se esqueça de indicar-lhe onde está o banheiro e o 
            interruptor de luz. 
               
              - 
            
            Tratá-lo com toda a amabilidade, levá-lo a algum passeio para 
            ver as coisas notáveis da cidade ou do lugar, etc. 
               
              - 
            
            Não lhe dar suspeitas de que por sua causa algum membro da 
            família teve que se incomodar, dormir fora, ou que a sua presença 
            trouxe desarranjo ao andamento da casa, etc. 
               
             
            
              - 
            
            Pode-se aceitar hospitalidade: 
               
             
            
              - 
            
            Quando perceber que a oferta é feita de coração e não, como 
            às vezes sucede, por pura formalidade. 
               
              - 
            
            Quando quem convida tem direito de o fazer. Cabe aos pais 
            convidar os amigos e companheiros de seus filhos. Quem fosse a uma 
            casa sem ter sido convidado, se exporia a uma repulsa ou a ser mal 
            recebido. 
               
              - 
            
            Quando quem convida pode hospedar-nos comodamente. Se 
            percebermos que a nossa visita trás incômodo ou que a nossa presença 
            causa certo enfado a alguém, melhor e mais prudente será não 
            aceitarmos. 
               
             
            
              - 
            
            Sem convite não convém ir visitar senão parentes muito 
            chegados ou amigos íntimos. Chegando duma viagem, melhor é que se vá 
            a um hotel. Mas se um amigo ou conhecido convida instante e 
            sinceramente, recusa-se no princípio, cortesmente, mas depois 
            pode-se aceitar. 
               
              - 
            
            O hóspede tem deveres para com a família que o recebe: 
               
             
            
              - 
            
            Mostre-se satisfeito e alegre do tratamento; não censure a 
            habitação, a comida, a criadagem, etc.; ao contrário, use todos os 
            sinais de aprovação e reconhecimento. 
               
              - 
            
            Evite tudo quanto possa tornar pesada sua 
            presença. Não se intrometa em nada, não revistes todos os lugares da 
            casa, não mostre muita curiosidade de saber dos interesses da 
            família, etc. 
               
              - 
            
            Não tome demasiado à letra o convite dos donos da casa “para 
            estar em casa deles tanto à vontade como na sua própria”. 
               
              - 
            
            Procure seguir os costumes da casa, evitando levantar ou 
            deitar tarde ou cedo demais, fumar nos quartos (caso tenha esse 
            repugnante vício), chegar fora de hora para as refeições, etc. 
               
              - 
            
            Não se esqueça de vir prevenido com papel de cartas, selos, 
            navalha, escova de dentes, etc. Nunca devemos pedir emprestados 
            estes objetos. 
               
              - 
            
            Estando hospedado em casa de algum amigo, não pode visitar 
            uma pessoa, com quem o dono da casa tem relações cortadas. 
               
              - 
            
            Não se esqueça que é geralmente bem recebido aquele hóspede 
            que permanece pouco tempo; portanto, despeça-se logo que puder, para 
            não se tornar enfadonho. 
               
              - 
            
            Seja generoso e ao partir dê alguma gorjeta aos criados pelos 
            serviços recebidos. 
               
              - 
            
            Tenha em vista a grande obrigação do segredo sobre os 
            negócios da família. Quem convive por muito tempo com uma família, 
            chega a ter notícias sobre os haveres, interesses, relações, às 
            vezes pequenas minúcias e particularidades que não devem, de modo 
            algum, ser divulgadas. 
               
              - 
            
            
            Chegando em casa, escreva logo agradecendo o bom acolhimento que 
            teve. 
               
             
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            Capítulo VI - Preceitos 
            gerais  | 
           
          
            | 
             
            Coisas que se devem evitar: 
            
              - 
              
              Pedir livros emprestados e não os devolver 
              prontamente; estragá-los, dobrar as lombadas ou as páginas, 
              escrever nas margens ou encher de nódoas. Todo o cuidado é pouco 
              com objetos emprestados.  
              - 
              
              Tocar, em excesso, violino, piano, vitrola ou 
              qualquer outro instrumento musical. Os vizinhos têm nervos, e não 
              os devemos maçar constantemente. Se pudéssemos conseguir tocar 
              somente um instrumento, depois que o conhecermos perfeitamente, 
              seria o ideal, principalmente para quem nos ouve.  
              - 
              
              Ser egoísta.  
              - 
              
              Não ser pontual.  
              - 
              
              Irritar-se quando as coisas não correm bem.  
              - 
              
              Estar carrancudo e silencioso.  
              - 
              
              Ser rabugento; não existe paz numa casa onde haja 
              uma pessoa com esse deplorável defeito.  
              - 
              
              Incomodar de qualquer modo os teus vizinhos. 
              Cuidado com o rádio, televisão, etc.  
              - 
              
              Se praticares alguma boa ação, falares nela depois.  
              - 
              
              Servir-te com freqüência das tuas relações, para 
              lhes pedir favores.  
              - 
              
              Ler cartas que não te são dirigidas, sem permissão 
              do destinatário, por mais familiar que te seja o nome que as 
              subscreve.  
              - 
              
              Dar prontamente conselhos sobre o viver doméstico 
              ou econômico de qualquer pessoa.  
              - 
              
              Supor que qualquer 
              excentricidade, como usar cabelo comprido demais (referimo-nos ao 
              sexo masculino), trazer as unhas muito crescidas ou o fato com um 
              corte especial, etc., são sinais de gênio artístico ou poético.  
             
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            Capítulo VII - Para os 
            rapazes  | 
           
          
            | 
             
            Muitas instruções que damos neste livro, são 
            aplicáveis tanto às crianças como às pessoas crescidas; no entanto 
            algumas há especialmente dedicadas à infância. Nestes dois 
            capítulos, repetimos contudo alguns dos preceitos que temos dado nos 
            precedentes, a fim de bem se fixarem nos espíritos infantis. 
            
            Guardem-se: 
            
              - 
              
              Diminuir a polidez e a consideração que a todos se 
              deve, com a idéia falsa de não parecerem afetados ou efeminados. 
              Os rapazes sejam vigorosos e varonis, o que entretanto, não quer 
              dizer que não possam juntar a essas qualidades uma excelente 
              educação social. Convém que os usos um pouco livres de certos 
              esportes não prejudiquem as boas maneiras, essenciais na 
              sociedade; estas devem cultivar-se com afinco, de modo que, à 
              força do hábito, se tornem uma segunda natureza.  
              - 
              
              Pensar que a educação física do homem consiste 
              apenas na ginástica das pernas; descuidar a educação moral e 
              intelectual; dar demasiada importância a competições desportivas, 
              concursos, etc.  
              - 
              
              Esquecer-se de dar o “Bom dia” todas as 
              manhãs à família, e, ao deitar, o “Boa noite”. Quando um 
              rapaz entra na aula, deve também cumprimentar logo o professor, 
              assim como quando sai.  
              - 
              
              Quando encontrar na rua senhoras conhecidas, não 
              lhes tirar o chapéu; o mesmo se deve sempre fazer aos homens mais 
              idosos.  
              - 
              
              Não se levantarem quando entra uma visita.  
              - 
              
              Entrar precipitadamente num quarto, sejam quais 
              forem as circunstâncias, sem pedir licença; e quando entrarem, não 
              cumprimentar delicadamente todas as pessoas presentes. Quando se 
              apresentarem, não devem tocar na mão de pessoa alguma, sem que ela 
              o faça primeiro.  
              - 
              
              Interromper qualquer pessoa quando fala. Não é 
              mesmo de boa educação os rapazes meterem-se na conversação das 
              pessoas adultas.  
              - 
              
              Assobiar diante de pessoas de respeito, tamborilar 
              numa cadeira ou parede, bater com os pés no chão e finalmente 
              fazer qualquer barulho desnecessário e incômodo diante de gente.  
              - 
              
              Gritar quando falam, dentro ou fora de casa.  
              - 
              
              Esquecer todas as instruções que nos capítulos 
              deste livro se referem à maneira de estar à mesa.  
              - 
              
              Sentar-se antes das outras pessoas.  
              - 
              
              Brincar com talher ou qualquer objeto.  
              - 
              
              Debruçar-se sobre a mesa ou pôr sobre ela os 
              cotovelos; podemos apenas apoiar as mãos ou os pulsos.  
              - 
              
              Gorgolejar quando se toma sopa.  
              - 
              
              Estender a cabeça por cima do prato, como se nunca 
              tivessem visto a iguaria servida, ou tivessem medo de que alguém a 
              roube.  
              - 
              
              Afastar muito os cotovelos do corpo.  
              - 
              
              Comer com a faca. Só se leva à boca a colher ou o 
              garfo; a faca, nunca.  
              - 
              
              Engolir grandes bocados.  
              - 
              
              Fazer ruído com a boca, quando comem ou bebem.  
              - 
              
              Ser menos respeitosos com o professor ou pouco 
              aplicados ao estudo.  
              - 
              
              Aborrecer os companheiros com gracejos e caçoadas.  
              - 
              
              Apoquentar os irmãos ou companheiros de brinquedo. 
              Não há nada mais aborrecido do que uma criança rabugenta.  
              - 
              
              Esquecerem-se das atenções que devem às pessoas 
              mais velhas. Essas atenções são, a um tempo, prova da delicadeza 
              de sentimento e de boas maneiras.  
              - 
              
              Praticar atos, que depois os possam envergonhar.  
              - 
              
              Deixar de dizer a verdade em todas as 
              circunstâncias. Sejam sempre francos, cordiais e honestos.  
              - 
              
Trazer as 
              mãos ou unhas sujas, e descuidar a limpeza dos dentes, ouvidos, 
              etc. Os rapazes bem arranjados e asseados, tornam-se simpáticos a 
              toda gente.  
             
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            Capítulo VIII - Para as 
            meninas  | 
           
          
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            Quase tudo o que já dissemos no capítulo 
            precedente, acerca dos rapazes, deve ser igualmente aplicado às 
            meninas. 
            
            Além disso, guardem-se as meninas de: 
            
              - 
              
              Tratar sem consideração as pessoas que nos são 
              inferiores. É desagradável ouvir uma menina ralhar com os criados, 
              ou dar quaisquer ordens de maneira autoritária. O bom tratamento 
              para com os inferiores é indício de polidez e também de uma alma 
              bem formada.  
              - 
              
              Não cumprimentar amavelmente todas as pessoas da 
              família, pela manhã.  
              - 
              
              Amuar, quando os irmãos as metem em ridículo. De 
              parte deles, não é isso bom costume; no entanto, quando isso 
              sucede, nada há como levar o caso em brincadeira e não lhe ligar 
              importância alguma.  
              - 
              
              Ser egoísta. Para sermos verdadeiramente delicadas, 
              devemos sempre pensar nas conveniências dos outros, antes de 
              pensarmos nas nossas.  
              - 
              
              Ocupar o melhor lugar em qualquer parte onde haja 
              pessoas adultas.  
              - 
              
              Tagarelar com as companheiras quando pessoas 
              adultas estão conversando.  
              - 
              
              Dizer segredos diante de gente ou continuar a ler 
              quando alguém entra na sala onde estamos.  
              - 
              
              Ser desmazeladas, fazer caretas, pôr a língua.  
              - 
              
              Sentar-se com as pernas cruzadas.  
              - 
              
              Roer as unhas, brincar com o cabelo, apontar com o 
              dedo, remexer-se na cadeira.  
              - 
              
              Meter na boca o lápis, caneta, borracha ou outros 
              objetos semelhantes. É um hábito que se contrai facilmente, mas 
              que se perde com um pouco de boa vontade.  
              - 
              
              Bater os pés quando estão zangadas.  
              - 
              
              Ser difíceis de contentar nas refeições. Comer 
              guloseimas com excesso.  
              - 
              
              Quando estiverem na igreja, olharem para cá e para 
              lá, ou pasmarem para quem entra.  
              - 
              
              Não chegarem a horas a qualquer reunião, 
              previamente marcada. Não há nada mais incômodo e menos polido do 
              que a falta de pontualidade.  
              - 
              
              Esquecer-se de agradecer, quando alguém lhes presta 
              qualquer serviço ou faz algum favor.  
              - 
              
              Apontar para as pessoas que vemos na rua, e deixar 
              de corresponder às que nos cumprimentarem.  
              - 
              
              Falar em tom de voz muito alto ou estridente.  
              - 
              
              Ser afetadas na maneira de falar. Falar com voz 
              esganiçada, aos gritinhos. Devemos ser simples e naturais.  
              - 
              
              Ter modos petulantes.  
              - 
              
              Dizer coisas desagradáveis às companheiras de 
              brinquedo e mostrar inveja de vestidos ou chapéus usados por 
              outras meninas. É impossível termos tudo quanto desejamos, e é 
              doidice ter um grande desgosto, por vermos as outras mais bem 
              vestidas do que nós.  
              - 
              
              Empregar palavras triviais quando falam. Nada há 
              que faça pior efeito, que ouvir sair da boca de uma menina termos 
              usados por gente ordinária.  
              - 
              
              Pensar que ficam bonitas quando se pintam, deixando 
              o rosto em estado caricato, como se fosse paleta de pintor ou 
              porta de tinturaria...  
              - 
              
Não obedecer 
              aos pais e professores, não mostrar deferência a todas as pessoas 
              de respeito, não ser bondosas para as companheiras e criadas, não 
              ter consideração pelos desejos e sentimentos dos outros, não ser 
              modestas no porte e finalmente não observar as pequenas regras que 
              constituem a boa educação de uma menina.  
             
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