Capítulo I - Do asseio |
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O asseio do corpo é dever principal duma pessoa bem educada.
Deves tomá-lo muito a peito, porque a limpeza exterior revela
geralmente a ordem e a pureza da alma, capta a simpatia e contribui
para a saúde do corpo.
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Não te esqueças de tomar banho diariamente. Ao despertares
pela manhã, não sendo possível tomar banho, ao menos lave o rosto,
as mãos, o pescoço e as orelhas, fazendo uso do sabonete. Ficou
célebre este dito dum historiador: “Eu meço a civilidade de um
país pelos quilos de sabão que consome”.
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Vê que as tuas unhas nunca estejam crescidas ou ornadas de
preto. Apara-as ao menos semanalmente com ferramenta própria, não
com os dentes, e nunca em presença de outrem; não as corte demais,
que é prejudicial.
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Os dentes devem-se lavar e escovar todos os dias (quando
possível, várias vezes por dia, após as refeições), o asseio
conserva-os bons, preserva-os da cárie e impede o mau hálito.
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Todas as manhãs deves pentear o cabelo. Para não perder muito
tempo nisso e para conservar a cabeça limpa, evita usar cabelo muito
comprido. Uma cabeleira desgrenhada e empoeirada dá à pessoa um
aspecto selvagem. Guarda-te de todo exagero, afeminação e vaidade.
Foge da tola ambição de enfeitar-te para fazer bela figura. Se for
possível, não uses ungüentos e perfumes: isso amesquinha o caráter.
Até os pagãos censuram o cuidado exagerado do cabelo.
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Os pés devem ser bem lavados para não causarem dano à saúde e
incômodo aos vizinhos. Não é delicado descalçar os sapatos em
presença de outrem.
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Não imites os que coçam a cabeça, enxugam o suor com a manga
do paletó ou com a mão, levam as mãos à boca, aos olhos, ao nariz e
às orelhas. Para tais necessidades é que temos o lenço.
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Não deves tossir ou espirrar com força ou próximo
às pessoas ou alimentos, flores, etc. Procura pois voltar-te um
pouco e levar o lenço à boca.
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Grosseria crassa é a de escarrar e cuspinhar a cada momento,
mais por hábito do que por necessidade; cúmulo de incivilidade seria
cuspir para o alto e com estrépito. Quando verdadeira necessidade o
exigir, procure a escarradeira e na falta desta cospe no lenço,
fingindo assoar-te. Estando dentro de casa, jamais cuspas no chão.
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Assoando-te não deves fazer rumor, como som de trombeta, nem
usar ambas as mãos. A ação deve ser feita com a máxima desenvoltura,
sem olhar depois para dentro do lenço, nem meter os dedos no nariz
como para completar a limpeza. O lenço, depois de usado, deve ser
dobrado sim, mas naturalmente, não com excessivo cuidado, como se
fosse guardanapo; depois, guardá-lo com presteza e não conservá-lo
na mão.
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Troca freqüentemente de lenço; não o ponhas sobre a mesa. Se
alguém deixar cair ou esquecer o lenço em tua presença,
adverti-lo-ás educadamente, mas nunca o apanharás tu mesmo.
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Usem grande atenção e delicadeza, neste particular, todos os
que fazem uso do rapé. É um hábito incômodo, principalmente para os
outros... Estejam sempre munidos de lenços, que devem ser trocados
amiúde; empreguem-nos freqüentemente, procurando prevenir a
necessidade.
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Quanto ao escarrar, venço a grande repugnância que sinto, e
digo que não há no vocabulário palavra para estigmatizar a
revoltante incivilidade daqueles que arrancam dos pulmões aquilo
tudo, para cuspir ou engolir, produzindo um rumor desagradável e
grande náusea aos presentes.
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É igualmente contrário ao asseio dizer ou fazer qualquer
coisa inconveniente por si mesma ou que traga à memória coisas
nojentas e nauseantes.
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Não ofereças a outrem para cheirar coisas que cheiram mal,
como também jamais dês para provar coisas de mau sabor, nem chames a
atenção para o que é nojento.
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Acontecendo qualquer coisa de que resultasse para alguém
confusão e vergonha, não faças caso; finge não ter percebido e
procura distrair a atenção dos demais. Se tal coisa acontecer a ti,
pede desculpa aos circunstantes com poucas palavras, sem afligir-te.
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A limpeza da pessoa abrange também o asseio da roupa, dos
objetos do próprio uso, dos móveis e dos quartos que se habitam.
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Para o asseio e conservação da roupa, procurem os meninos não
sentar no chão, não se encostar às paredes, não se entreter em
brinquedos ou com companheiros que lhes façam enxovalhar ou rasgar a
roupa.
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Escova tua roupa diariamente, de modo particular os ombros
para tirar a caspa, indício de negligência. Tem cuidado de não te
manchares de sopa, café ou molho, de não te sentares em lugares
molhados e de não enxugares as mesas ou as cadeiras com a roupa.
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A roupa que vestes não deve servir de toalha nem de lenço. Há
muitos, especialmente entre os meninos estouvados, que, para enxugar
o suor do rosto e limpar os lábios, empregam uma banda do paletó ou
uma das mangas; outros há que enxugam as mãos nas calças, etc. Todos
eles mostram grande atraso nas regras de civilidade.
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Grande desleixo e falta de asseio, mostram também os que
trazem desatados os sapatos, as calças abotoadas só pela metade, os
bolsos estufados, a camisa desabotoada e aberta, a gravata solta, os
punhos caídos, etc.
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As cuecas não devem aparecer por cima do cós da calça.
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Quem usa cinto, não o conserve muito abaixo da cintura. É
incivil tirar o cinto na presença de outrem, para arranjar as
calças, ou usar dele como dum brinquedo, girando-o, ou batendo nos
outros. É mais higiênico usar suspensórios.
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Quando porventura se descose ou se rasga a roupa, é preciso
mudá-la. O mesmo se observe quando estiver demasiado apertada.
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Dormir com a roupa com que se passou o dia, é próprio do
preguiçoso; isto estraga a roupa, prejudica a saúde, impede a livre
circulação do sangue e a transpiração. Deve-se usar pijama ou camisa
de dormir.
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Vestindo-se e despindo-se, é preciso ter cuidado com a roupa.
Não imites, pois, aqueles meninos mal acostumados, que desabotoam
dum só golpe toda a roupa, arrebentando os botões, rasgam e atiram
as peças em desordem, vestem a roupa às avessas, calçam trocados os
sapatos, etc.
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Vestir-se e despir-se são atos que se devem fazer sem auxílio
de ninguém e com toda a decência e boa educação, evitando ficar
descoberto diante de outrem.
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Conserva tua cama bem limpa, arruma-a com cuidado todas as
manhãs, estende bem os lençóis, de modo que não pendam mais dum lado
que do outro. Deitar-se na cama, fora das horas de descanso, para
ler ou passar o tempo, é preguiça e moleza.
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Ama e conserva a limpeza em tudo: nas salas, nas estantes,
nos armários, nos baús, na roupa, nos livros e cadernos, etc. A
ordem e a limpeza facilitam o trabalho, poupam dinheiro e agradam a
todos.
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Não atires por terra restos de frutas, pedaços de papel,
farrapos, fósforos usados, etc., mas põe-nos em lugar apropriado.
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Não sujes nem risques os bancos, as portas, as janelas e as
paredes, com figuras, sinais, palavras, datas, quer seja com lápis,
giz ou tinta, quer seja com canivete ou outro instrumento. Tudo isto
indica grande falta de educação e de senso estético, denuncia
instintos bárbaros de vandalismo e causa às vezes danos
consideráveis.
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A todos cabe o dever de zelar pela limpeza e asseio dos
banheiros. Não se escrevem sentenças nas paredes e portas, nem se
façam garatujas de nenhuma espécie. Do estado desses lugares se pode
avaliar a educação dos que os usam. — Muito cuidado com isso! Nada
de cusparadas pelo chão. Na tampa, nas beiradas, no chão não deves
deixar. Umidade de nenhuma espécie. Não esquecer a descarga.
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Permita-me aqui reprovar o proceder daqueles que, ao saírem
de tais lugares, continuam a vestir-se e abotoar-se fora, dando
prova patente de grosseria.
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Enfim, procura não levar para casa a lama dos caminhos; antes de
entrar, limpa os sapatos no ferro, malha ou capacho, que em geral se
acha à porta ou à calçada.
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Capítulo
II - Do vestuário, porte e hábitos pessoais |
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No vestir, mais do que em outras coisas, deve-se guardar, um
razoável meio termo, evitando os exageros, isto é, o excessivo
cuidado e o desleixo. — A negligência no vestir revela falta de
atenção e do respeito devido às pessoas com que se convive e, às
vezes, denota grosseria. Nada de elegâncias rebuscadas; a maior
simplicidade é o que mais agrada.
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Deve-se evitar o luxo e a vaidade em ir atrás de todas as
modas, enfeitar-se e adornar-se para atrair os olhares, e vestir-se
como um manequim. Estes modos efeminados são provas de ânimo
apoucado, de mesquinhez de caráter, de cultura superficial, e quiçá
de desejos desordenados. Neste assunto, como em tudo o mais, deve
predominar a naturalidade. Não deixes que teu corpo domine e
escravize o teu espírito.
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Teu vestuário seja cômodo, decente e de acordo com tua idade
e condição, com os lugares, tempos e costumes. O sentimento cristão
exige que também por meio do vestuário se distingam os dias
santificados dos dias de trabalho.
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O desalinho e descuido no vestir afastam a simpatia, pela
aparência de desordem que dão à pessoa. Não toleres rasgões na roupa
e no calçado; nunca te falte um botão; vê como está teu colarinho.
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A correção e asseio exteriores refletem de algum modo, a
honestidade interior. Na roupa, quanto for possível, não deves
deixar manchas ou nódoas de gordura, de café, de tinta, etc. A roupa
de passeio seja escovada com freqüência.
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O chapéu deve ser bem colocado na cabeça; desabá-lo para
frente ou pendê-lo sobre as orelhas, são modos dos garotos;
enterrado na cabeça indica rusticidade e caído sobre a nuca revela
leviandade.
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Os sapatos devem ser cômodos e bem limpos. Os chinelos só se
usam no quarto; não é permitido descer à sala de jantar, ir à igreja
e muito menos, sair à rua de chinelos.
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Nas ocasiões de funerais, usa-se roupa preta ou escura.
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O porte da pessoa indica em geral, a educação que ela
recebeu, a sociedade que freqüenta, a estima que merece, o domínio
que exerce sobre si mesma e a consideração que usa para com as
pessoas que a cercam. É coisa importantíssima habituar-se a um porte
nobre; para o conseguir devem os jovens empregar as suas energias e
força de vontade, aproveitando a idade em que a alma é ardente e o
corpo é dócil e flexível.
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Seja teu porte natural, ereto, franco e desenvolto. Não
assenta bem num jovem andar curvo ou penso dum lado, como se lhe
faltassem ossos.
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A cabeça deve estar sempre erguida, mas não atirada em
arrogância para trás ou com indolência para os lados. Não a gires a
cada passo como uma ventoinha, nem a conserves tesa como capitel de
coluna. Da posição habitual da cabeça alguns argumentam do caráter
duma pessoa.
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A expressão do rosto deve ser amável e digna; um rosto
carregado e nublado, refletindo um enfado habitual, só granjeia
antipatia e desconfiança.
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Teu olhar seja sereno e franco, tua fronte sem rugas, teus
lábios não se crispem bruscamente, mas conservem num leve sorriso.
Não deixes que teu olhar vagueie cá e acolá, sinal de leviandade e
falta de mortificação; não gires os olhos nas órbitas, o que dá ao
aspecto um quê de sinistro e selvagem; não fixes demais o olhar em
pessoas ou coisas para não passares por incivil.
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É mais higiênico respirar pelo nariz que pela boca; deve-se
por isso conservar a boca sempre fechada. Os trejeitos nos lábios
durante a conversação indicam trivialidade.
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Também pertence à nobreza do porte não resmungar, não fungar,
não cantarolar e não rir desordenadamente. O estulto, diz a
Escritura, levanta voz quando ri, mas o sábio apenas sorri.
Assobiar, mesmo estando sozinho, revela educação vulgar.
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As mãos exercem papel importante no porte duma pessoa. Não
se devem meter nos bolsos, cruzá-las sobre a cabeça, pô-las nos
quadris, esfregá-las a cada momento, etc. também é reprovável, como
se disse atrás, estalar os dedos, espreguiçar-se, passar a mão
continuamente pelo rosto, meter os dedos na boca, no nariz (e este
feio hábito é tão comum!), bem como tocar tambor nas mesas, nas
vidraças, etc.
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Conserva as mão no seu lugar, isto é, não toques nas pessoas
com que falas, não as tome pela mão ou pelo braço; não batas nas
costas de outros e não lhes faça cócegas. Evita estes e outros atos
descorteses, e não permitas que os usem contigo.
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É lícito gesticular com as mãos enquanto se fala, para dar
mais eficácia e energia à elocução; sejam, porém, tais gestos
moderados.
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Estando de pé, conserva o corpo aprumado; não lhe abandones o
peso sobre uma perna, dobrando a outra; não te encostes, por quanto
for possível, às paredes, às árvores, etc.
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Sentado, apóia as mãos sobre os joelhos ou sobre a mesa,
quando houver. Não cruzes as pernas diante de pessoas de
respeito, não te sentes dando a frente ou um dos lados para o
espaldar da cadeira, nem estejas nesta a balouçar-te. Em companhia
não te sentarás, se os demais estiverem de pé. Procura, enfim, não
te sentar mais do que o necessário: a vida muito sedentária faz
envelhecer depressa.
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O andar adapta-se à idade e à condição de cada um. O andar
demasiado lento é sinal de fraqueza e indolência; o andar
precipitado indica estouvamento e leviandade, e expõe a não poucos
perigos. A pressa no andar pode, porém, ser justificada, como, por
exemplo, por um negócio urgente, por uma desgraça, por motivo de
chuva, atraso para entrar no emprego, para apanhar o trem, etc.
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Quando andas, deves olhar para o chão, para veres os
obstáculos que tens à frente e evitar encontrões nos transeuntes ou
nas árvores. Os braços não se devem agitar demasiado, como se fossem
badalos de sino, nem se devem bater os pés, como para enterrar as
pedras. — Quando andas com outras pessoas, darás o lugar melhor às
mais dignas de consideração; entrando ou saindo, lhes darás a
precedência, abrirás as portas, ajudarás a tomar a condução, etc.
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Enfim, empenhe-se todos por adquirir um porte nobre e
conservá-lo habitualmente, tanto quando à sós, como em companhia,
certos de que não cativarão jamais a benevolência e a simpatia de
ninguém, usando maneiras bruscas e insolentes.
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A respeito do vestuário e hábitos pessoais, devemos ainda
evitar o seguinte:
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Descuidar a limpeza da roupa branca. Devemos ser
especialmente escrupulosos neste ponto.
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Não ligar importância a certos pormenores de toalete.
Muitas pessoas, asseadas noutras particularidades, descuidam, por
exemplo, da limpeza das unhas.
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Deixar crescer cabelos dentro das ventas ou das orelhas,
minúcias das quais muita gente não faz caso.
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Limpar os ouvidos, o nariz, cortar ou limpar as unhas diante
dos outros.
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Usar qualquer coisa no vestuário, que seja afetada. É
preferível escolher cores comedidas e não adotar qualquer feitio que
torne a figura caricata.
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Usar broches, anéis ou qualquer jóia, que dê muito na vista.
Botões de camisa, alfinetes de gravata, pulseira de relógio, etc.,
são artigos necessários; estes mesmos objetos, quanto mais simples,
mais apropriados são à toalete (moda) masculina.
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Assobiar na rua, nos bondes, em reuniões públicas, enfim em
todos os lugares onde isso possa incomodar. É mesmo mais educado
nunca assobiar.
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Rir com estrondo. Faz gosto ouvir rir naturalmente, mas não
ouvir gargalhadas estridentes, que irritam os nervos e são
impróprias de pessoas educadas.
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Sorrir ou fazer trejeitos a propósito de qualquer coisa.
Muito riso é sinal de pouco siso.
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Bocejar, soluçar ou espirrar diante de gente. Quando receamos
que isso suceda, devemos deixar de respirar um instante, e os
soluços ou espirros desaparecerão.
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Assoar-se ruidosamente. Quanto menos barulho, melhor.
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Ter o hábito de deixar descair o lábio inferior, ou conservar
a boca aberta; mesmo quando dormimos, a boca deve conservar-se
sempre fechada. É indício de fraqueza de caráter, e até nocivo para
os dentes e para o estado geral, o mau hábito de andar de boca
aberta.
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Levar constantemente as mãos à cara, com o pretexto de torcer
os bigodes, arranjar o cabelo, etc.
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Andar de cá para lá com as mãos molhadas ou ensaboadas.
Deve-se acabar de lavá-las na pia ou lavatório.
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Irromper pelo quarto de outra pessoa sem pedir licença. É
sempre costume bater à porta e esperar que respondam, antes de se
entrar. Por maior que seja a nossa intimidade, nunca devemos
esquecer essa exigência.
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Não tirar o chapéu (evidentemente referimo-nos ao sexo
masculino), em qualquer aposento particular.
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Entrar na casa alheia a fumar.
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Mexer em cartas, contas, ou coisas de caráter particular, que
se encontram em cima de secretária de outra pessoa.
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Olhar por cima do ombro de alguém que está lendo ou
escrevendo. Devemos conservar um tanto apartados.
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Ter as pernas em tremor nervoso, oscilar, ou bater com os
pés, abanar com o corpo.
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Ao fechar as portas, bater com elas, ou esquecermo-nos de as
fechar, quando entramos ou saímos de qualquer aposento.
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Não haja vergonha em recusar qualquer bebida que nos ofereçam.
Ninguém tem o direito de estranhar tal coisa.
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Capítulo III - Da saudação |
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O cumprimento é a expressão mais comum e mais simples do amor
ao próximo. No modo de cumprimentar é que alguém revela se é bem
educado ou se tem educação deficiente. É o cumprimento que dá a
primeira impressão, favorável ou desfavorável, às pessoas que de nós
se aproximam.
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Desde jovem, habitua-te a saudar devidamente as pessoas com
quem te encontrares.
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A saudação, num encontro, faz-se com um aperto de mão, entre
amigos, ou tirando levemente o chapéu e fazendo ao mesmo tempo uma
inclinação com os superiores. Nunca estendas a mão por primeiro a um
superior; se este a oferecer, aperta-a com naturalidade e afeição.
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O chapéu tira-se por completo. É ridículo erguer simplesmente
a aba ou tirá-lo e conservá-lo suspenso sobre a cabeça. A saudação
militar é reservada exclusivamente a militares. O chapéu tira-se com
a mão direita.
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A falta de desenvoltura e a indecisão no saudar, indicam que
o indivíduo ainda não tem o hábito da cortesia.
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Quando se avistam de longe amigos e superiores, tem-se
obrigação de saudá-los o melhor possível, isto é, tirando o chapéu e
inclinando-se amavelmente.
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Quem tiver na boca um pirulito deverá tirá-lo com a esquerda
e descobrir-se com a direita.
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Se a personagem que se encontra é notável, como um bispo, um
ministro, etc., é necessário deter-se um pouco em atitude de
respeitosa reverência e ficar descoberto até que se afaste.
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A expressão do rosto deve ter diversos tons, conforme o
estado e condição de quem se saúda; grave e respeitosa para com os
superiores, cordial e alegre para com os iguais, amável e benigna
para com os inferiores.
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Pelo caminho saudarás: a) as pessoas que te saudarem: não
retribuir um cumprimento, é grosseria intolerável; b) as pessoas
que saudarem quem te acompanha ou quem forem por ele saudadas; c) os
superiores, mestres, patrões, benfeitores, conhecidos e amigos; d)
todas as personagens distintas, civis e eclesiásticas, embora
desconhecidas. O soldado tem o dever de cumprimentar seus oficiais,
quer os conheça quer não, ora os sacerdotes são os oficiais da
milícia católica.
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Passando por uma igreja ou capela onde se conserva o
Santíssimo, deves saudar a Jesus Cristo, descobrindo a cabeça. O
mesmo farás ao passar diante de imagens sagradas ou nichos.
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Encontrando uma procissão ou um enterro, tirarás igualmente o
chapéu, e te conservarás em posição respeitosa, até que o préstito
tenha passado. Se encontrares o Santíssimo, quer em procissão, quer
quando levado como viático, ajoelhar-te-ás com ambos os joelhos, até
que se tenha afastado.
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Desviar abertamente o olhar de uma pessoa conhecida é mais do
que grosseria; não saudar as pessoas com quem se teve algum atrito,
denota sentimento anticristão; não saudar uma pessoa por ser de
condição humilde, é orgulho manifesto.
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O aperto de mão é um sinal de amizade e intimidade. Quem dá a
mão deve fazê-lo com jeito, apresentando toda a mão, não dois ou
três dedos só; o outro deve apertá-la delicadamente sem a sacudir.
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Os abraços são permitidos entre amigos, depois de alguma
ausência ou quando se separam por algum tempo; abraçar-se porém em
plena rua, sem motivo razoável, não seria muito conveniente, por
atrair demasiado os olhares. Os superiores usam, às vezes, este
sinal de benevolência para com os inferiores, mas estes nunca devem
ser os primeiros, excetuados raríssimos casos.
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Os beijos só são permitidos entre parentes íntimos, como:
pai, mãe, irmãos, etc. Só pertencem à intimidade doméstica.
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Os filhos, a primeira vez que vêem seus pais, pela manhã, e à
noite, antes de se deitarem, devem cumprimentá-los e tomar-lhes a
bênção.
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Entre amigos e conhecidos costuma-se acompanhar a saudação com
alguma frase, como: Bom dia, boa tarde, boa noite! ou:
Como vai? Como tem passado? A que se responde: Vou bem,
obrigado; e o senhor? Quando se continua a conversa e se está na
presença de algum superior, conserva-se a cabeça descoberta, até se
receber convite para pôr o chapéu.
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Capítulo IV
-
Como se
há de proceder nas viagens |
Todos sentem prazer
quando, nas viagens, se vêem rodeados de companheiros corteses e
civis. É, portanto, de suma utilidade saber como se deve viajar.
-
Nas viagens deves trajar com decência e muito asseio; é este
um dever não só para com as pessoas com quem viajas ou com quem te
podes encontrar, como é também um dever para contigo mesmo, porque,
especialmente nas viagens, o homem é julgado pelo modo de vestir.
-
Para as viagens de trem, dão-se as seguintes normas:
-
Cada um é livre de procurar a própria comodidade, sem todavia
lesar direitos alheios e a cortesia. É conforme à civilidade deixar,
ou antes, oferecer os lugares mais cômodos às pessoas respeitáveis
ou idosas e aos superiores. Tais atenções são uma recomendação da
nossa pessoa aos companheiros de viagem.
-
A pessoa educada não se atropela nos vagões, não empurra os
outros para tomar os melhores lugares, não ocupa mais lugar do que é
necessário, não estira as pernas sobre os assentos, etc.
-
Nas viagens deve-se, antes de tudo, aprender a calar. Assim
como não se deve falar muito, também não se deve falar alto, de
maneira a perturbar a conversa ou a leitura dos outros. Nunca é
demasiada a reserva, sobretudo com estranhos; portanto não fales das
coisas íntimas e familiares ou de coisas cuja revelação te possas
arrepender. Quantas vezes a loquacidade, por demais ingênua nas
viagens, foi causa de grandes males.
-
Evite-se tudo quanto pode produzir enfado ou incômodo aos
outros, como assobiar próximo de outros viajantes, fazer rumor ou
cantar, etc. Se se perceber que uma janela aberta incomoda alguém,
deve-se fechar imediatamente, por mais agradável que nos seja o ar.
-
Nos carros dormitórios ninguém deve fumar (caso tenha esse
prejudicial e repugnante vício).
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Procure-se, quanto possível, não comer no trem; se todavia
não se puder fazer diversamente, usem-se alimentos fáceis de manejar
e sem fortes cheiros. É permitido oferecer aos companheiros de
viagem mais próximos, frutas e doces; outros alimentos, só a pessoas
íntimas.
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Descendo do trem, usa os devidos reparos, a fim de não
incomodares os outros. Portanto, não te precipites para seres o
primeiro, não dês encontrões nas pessoas, procura não esquecer nada,
etc. Saúda cortesmente os companheiros de viagem com expressões
delicadas.
-
Os avisos das estradas de ferro devem-se observar à risca,
para evitar abusos, estragos e desastres.
-
Evita questões com os carregadores e motoristas. Procura
conhecer as tabelas de preços e, em todo caso, trata previamente o
preço.
-
O que se disse para os trens, diga-se para os bondes e
ônibus, observando que nos bondes não se pode comer, e só se pode
fumar nos bancos em que isso é permitido.
-
No hotel, o viajante tem uma relativa liberdade, a qual,
porém, não o dispensa das regras de conveniência:
-
Conserva um aspecto modesto e cortês; não faças atos
triviais, não sejas exigente, imperioso para com os criados.
Precisando fazer alguma queixa, faze-a com as devidas considerações.
-
Às refeições, recorda as regras já expostas para tal fim. Não
dês motivo a juízos desfavoráveis.
-
Ao despedir-te, paga a conta sem muito questionar e dá de boa
mente aos criados a gorjeta de costume.
-
Se visitares uma igreja, um instituto, um museu, etc., poderás ver
tudo, mas em nada deverás tocar sem permissão. Os antigos diziam que
os nomes dos estultos estão escritos em toda parte; por isso guarda
de escrever o nome pelos lugares que visitas.
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Capítulo
V - Do
modo de
se proceder como hóspede |
A hospitalidade muito
contribui para estreitar e consolidar a amizade. Convém pois apontar
aqui alguns deveres, tanto de quem oferece hospitalidade, como de
quem a recebe.
-
Quem convida alguém para ir a sua casa deve:
-
Preparar para o hóspede: quarto, mesa, etc.
-
Ir esperá-lo à estação ou rodoviária, se puder, ou mandar
alguém da família, e só em último caso, o criado.
-
Depois dos primeiros cumprimentos, acompanhá-lo ao aposento
que lhe foi destinado, dizendo-lhe que pode fazer de conta que está
em sua casa, que não faça cerimônias, etc.
-
Acompanhando-o, deve revistar o quarto para ver que nada lhe
falte. Não se esqueça de indicar-lhe onde está o banheiro e o
interruptor de luz.
-
Tratá-lo com toda a amabilidade, levá-lo a algum passeio para
ver as coisas notáveis da cidade ou do lugar, etc.
-
Não lhe dar suspeitas de que por sua causa algum membro da
família teve que se incomodar, dormir fora, ou que a sua presença
trouxe desarranjo ao andamento da casa, etc.
-
Pode-se aceitar hospitalidade:
-
Quando perceber que a oferta é feita de coração e não, como
às vezes sucede, por pura formalidade.
-
Quando quem convida tem direito de o fazer. Cabe aos pais
convidar os amigos e companheiros de seus filhos. Quem fosse a uma
casa sem ter sido convidado, se exporia a uma repulsa ou a ser mal
recebido.
-
Quando quem convida pode hospedar-nos comodamente. Se
percebermos que a nossa visita trás incômodo ou que a nossa presença
causa certo enfado a alguém, melhor e mais prudente será não
aceitarmos.
-
Sem convite não convém ir visitar senão parentes muito
chegados ou amigos íntimos. Chegando duma viagem, melhor é que se vá
a um hotel. Mas se um amigo ou conhecido convida instante e
sinceramente, recusa-se no princípio, cortesmente, mas depois
pode-se aceitar.
-
O hóspede tem deveres para com a família que o recebe:
-
Mostre-se satisfeito e alegre do tratamento; não censure a
habitação, a comida, a criadagem, etc.; ao contrário, use todos os
sinais de aprovação e reconhecimento.
-
Evite tudo quanto possa tornar pesada sua
presença. Não se intrometa em nada, não revistes todos os lugares da
casa, não mostre muita curiosidade de saber dos interesses da
família, etc.
-
Não tome demasiado à letra o convite dos donos da casa “para
estar em casa deles tanto à vontade como na sua própria”.
-
Procure seguir os costumes da casa, evitando levantar ou
deitar tarde ou cedo demais, fumar nos quartos (caso tenha esse
repugnante vício), chegar fora de hora para as refeições, etc.
-
Não se esqueça de vir prevenido com papel de cartas, selos,
navalha, escova de dentes, etc. Nunca devemos pedir emprestados
estes objetos.
-
Estando hospedado em casa de algum amigo, não pode visitar
uma pessoa, com quem o dono da casa tem relações cortadas.
-
Não se esqueça que é geralmente bem recebido aquele hóspede
que permanece pouco tempo; portanto, despeça-se logo que puder, para
não se tornar enfadonho.
-
Seja generoso e ao partir dê alguma gorjeta aos criados pelos
serviços recebidos.
-
Tenha em vista a grande obrigação do segredo sobre os
negócios da família. Quem convive por muito tempo com uma família,
chega a ter notícias sobre os haveres, interesses, relações, às
vezes pequenas minúcias e particularidades que não devem, de modo
algum, ser divulgadas.
-
Chegando em casa, escreva logo agradecendo o bom acolhimento que
teve.
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Capítulo VI - Preceitos
gerais |
Coisas que se devem evitar:
-
Pedir livros emprestados e não os devolver
prontamente; estragá-los, dobrar as lombadas ou as páginas,
escrever nas margens ou encher de nódoas. Todo o cuidado é pouco
com objetos emprestados.
-
Tocar, em excesso, violino, piano, vitrola ou
qualquer outro instrumento musical. Os vizinhos têm nervos, e não
os devemos maçar constantemente. Se pudéssemos conseguir tocar
somente um instrumento, depois que o conhecermos perfeitamente,
seria o ideal, principalmente para quem nos ouve.
-
Ser egoísta.
-
Não ser pontual.
-
Irritar-se quando as coisas não correm bem.
-
Estar carrancudo e silencioso.
-
Ser rabugento; não existe paz numa casa onde haja
uma pessoa com esse deplorável defeito.
-
Incomodar de qualquer modo os teus vizinhos.
Cuidado com o rádio, televisão, etc.
-
Se praticares alguma boa ação, falares nela depois.
-
Servir-te com freqüência das tuas relações, para
lhes pedir favores.
-
Ler cartas que não te são dirigidas, sem permissão
do destinatário, por mais familiar que te seja o nome que as
subscreve.
-
Dar prontamente conselhos sobre o viver doméstico
ou econômico de qualquer pessoa.
-
Supor que qualquer
excentricidade, como usar cabelo comprido demais (referimo-nos ao
sexo masculino), trazer as unhas muito crescidas ou o fato com um
corte especial, etc., são sinais de gênio artístico ou poético.
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Capítulo VII - Para os
rapazes |
Muitas instruções que damos neste livro, são
aplicáveis tanto às crianças como às pessoas crescidas; no entanto
algumas há especialmente dedicadas à infância. Nestes dois
capítulos, repetimos contudo alguns dos preceitos que temos dado nos
precedentes, a fim de bem se fixarem nos espíritos infantis.
Guardem-se:
-
Diminuir a polidez e a consideração que a todos se
deve, com a idéia falsa de não parecerem afetados ou efeminados.
Os rapazes sejam vigorosos e varonis, o que entretanto, não quer
dizer que não possam juntar a essas qualidades uma excelente
educação social. Convém que os usos um pouco livres de certos
esportes não prejudiquem as boas maneiras, essenciais na
sociedade; estas devem cultivar-se com afinco, de modo que, à
força do hábito, se tornem uma segunda natureza.
-
Pensar que a educação física do homem consiste
apenas na ginástica das pernas; descuidar a educação moral e
intelectual; dar demasiada importância a competições desportivas,
concursos, etc.
-
Esquecer-se de dar o “Bom dia” todas as
manhãs à família, e, ao deitar, o “Boa noite”. Quando um
rapaz entra na aula, deve também cumprimentar logo o professor,
assim como quando sai.
-
Quando encontrar na rua senhoras conhecidas, não
lhes tirar o chapéu; o mesmo se deve sempre fazer aos homens mais
idosos.
-
Não se levantarem quando entra uma visita.
-
Entrar precipitadamente num quarto, sejam quais
forem as circunstâncias, sem pedir licença; e quando entrarem, não
cumprimentar delicadamente todas as pessoas presentes. Quando se
apresentarem, não devem tocar na mão de pessoa alguma, sem que ela
o faça primeiro.
-
Interromper qualquer pessoa quando fala. Não é
mesmo de boa educação os rapazes meterem-se na conversação das
pessoas adultas.
-
Assobiar diante de pessoas de respeito, tamborilar
numa cadeira ou parede, bater com os pés no chão e finalmente
fazer qualquer barulho desnecessário e incômodo diante de gente.
-
Gritar quando falam, dentro ou fora de casa.
-
Esquecer todas as instruções que nos capítulos
deste livro se referem à maneira de estar à mesa.
-
Sentar-se antes das outras pessoas.
-
Brincar com talher ou qualquer objeto.
-
Debruçar-se sobre a mesa ou pôr sobre ela os
cotovelos; podemos apenas apoiar as mãos ou os pulsos.
-
Gorgolejar quando se toma sopa.
-
Estender a cabeça por cima do prato, como se nunca
tivessem visto a iguaria servida, ou tivessem medo de que alguém a
roube.
-
Afastar muito os cotovelos do corpo.
-
Comer com a faca. Só se leva à boca a colher ou o
garfo; a faca, nunca.
-
Engolir grandes bocados.
-
Fazer ruído com a boca, quando comem ou bebem.
-
Ser menos respeitosos com o professor ou pouco
aplicados ao estudo.
-
Aborrecer os companheiros com gracejos e caçoadas.
-
Apoquentar os irmãos ou companheiros de brinquedo.
Não há nada mais aborrecido do que uma criança rabugenta.
-
Esquecerem-se das atenções que devem às pessoas
mais velhas. Essas atenções são, a um tempo, prova da delicadeza
de sentimento e de boas maneiras.
-
Praticar atos, que depois os possam envergonhar.
-
Deixar de dizer a verdade em todas as
circunstâncias. Sejam sempre francos, cordiais e honestos.
-
Trazer as
mãos ou unhas sujas, e descuidar a limpeza dos dentes, ouvidos,
etc. Os rapazes bem arranjados e asseados, tornam-se simpáticos a
toda gente.
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Capítulo VIII - Para as
meninas |
Quase tudo o que já dissemos no capítulo
precedente, acerca dos rapazes, deve ser igualmente aplicado às
meninas.
Além disso, guardem-se as meninas de:
-
Tratar sem consideração as pessoas que nos são
inferiores. É desagradável ouvir uma menina ralhar com os criados,
ou dar quaisquer ordens de maneira autoritária. O bom tratamento
para com os inferiores é indício de polidez e também de uma alma
bem formada.
-
Não cumprimentar amavelmente todas as pessoas da
família, pela manhã.
-
Amuar, quando os irmãos as metem em ridículo. De
parte deles, não é isso bom costume; no entanto, quando isso
sucede, nada há como levar o caso em brincadeira e não lhe ligar
importância alguma.
-
Ser egoísta. Para sermos verdadeiramente delicadas,
devemos sempre pensar nas conveniências dos outros, antes de
pensarmos nas nossas.
-
Ocupar o melhor lugar em qualquer parte onde haja
pessoas adultas.
-
Tagarelar com as companheiras quando pessoas
adultas estão conversando.
-
Dizer segredos diante de gente ou continuar a ler
quando alguém entra na sala onde estamos.
-
Ser desmazeladas, fazer caretas, pôr a língua.
-
Sentar-se com as pernas cruzadas.
-
Roer as unhas, brincar com o cabelo, apontar com o
dedo, remexer-se na cadeira.
-
Meter na boca o lápis, caneta, borracha ou outros
objetos semelhantes. É um hábito que se contrai facilmente, mas
que se perde com um pouco de boa vontade.
-
Bater os pés quando estão zangadas.
-
Ser difíceis de contentar nas refeições. Comer
guloseimas com excesso.
-
Quando estiverem na igreja, olharem para cá e para
lá, ou pasmarem para quem entra.
-
Não chegarem a horas a qualquer reunião,
previamente marcada. Não há nada mais incômodo e menos polido do
que a falta de pontualidade.
-
Esquecer-se de agradecer, quando alguém lhes presta
qualquer serviço ou faz algum favor.
-
Apontar para as pessoas que vemos na rua, e deixar
de corresponder às que nos cumprimentarem.
-
Falar em tom de voz muito alto ou estridente.
-
Ser afetadas na maneira de falar. Falar com voz
esganiçada, aos gritinhos. Devemos ser simples e naturais.
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Ter modos petulantes.
-
Dizer coisas desagradáveis às companheiras de
brinquedo e mostrar inveja de vestidos ou chapéus usados por
outras meninas. É impossível termos tudo quanto desejamos, e é
doidice ter um grande desgosto, por vermos as outras mais bem
vestidas do que nós.
-
Empregar palavras triviais quando falam. Nada há
que faça pior efeito, que ouvir sair da boca de uma menina termos
usados por gente ordinária.
-
Pensar que ficam bonitas quando se pintam, deixando
o rosto em estado caricato, como se fosse paleta de pintor ou
porta de tinturaria...
-
Não obedecer
aos pais e professores, não mostrar deferência a todas as pessoas
de respeito, não ser bondosas para as companheiras e criadas, não
ter consideração pelos desejos e sentimentos dos outros, não ser
modestas no porte e finalmente não observar as pequenas regras que
constituem a boa educação de uma menina.
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