Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

 

Capítulo I - Do asseio

  1. O asseio do corpo é dever principal duma pessoa bem educada. Deves tomá-lo muito a peito, porque a limpeza exterior revela geralmente a ordem e a pureza da alma, capta a simpatia e contribui para a saúde do corpo.

  2. Não te esqueças de tomar banho diariamente. Ao despertares pela manhã, não sendo possível tomar banho, ao menos lave o rosto, as mãos, o pescoço e as orelhas, fazendo uso do sabonete. Ficou célebre este dito dum historiador: “Eu meço a civilidade de um país pelos quilos de sabão que consome”.

  3. Vê que as tuas unhas nunca estejam crescidas ou ornadas de preto. Apara-as ao menos semanalmente com ferramenta própria, não com os dentes, e nunca em presença de outrem; não as corte demais, que é prejudicial.

  4. Os dentes devem-se lavar e escovar todos os dias (quando possível, várias vezes por dia, após as refeições), o asseio conserva-os bons, preserva-os da cárie e impede o mau hálito.

  5. Todas as manhãs deves pentear o cabelo. Para não perder muito tempo nisso e para conservar a cabeça limpa, evita usar cabelo muito comprido. Uma cabeleira desgrenhada e empoeirada dá à pessoa um aspecto selvagem. Guarda-te de todo exagero, afeminação e vaidade. Foge da tola ambição de enfeitar-te para fazer bela figura. Se for possível, não uses ungüentos e perfumes: isso amesquinha o caráter. Até os pagãos censuram o cuidado exagerado do cabelo.

  6. Os pés devem ser bem lavados para não causarem dano à saúde e incômodo aos vizinhos. Não é delicado descalçar os sapatos em presença de outrem.

  7. Não imites os que coçam a cabeça, enxugam o suor com a manga do paletó ou com a mão, levam as mãos à boca, aos olhos, ao nariz e às orelhas. Para tais necessidades é que temos o lenço.

  8. Não deves tossir ou espirrar com força ou próximo às pessoas ou alimentos, flores, etc. Procura pois voltar-te um pouco e levar o lenço à boca.

  9. Grosseria crassa é a de escarrar e cuspinhar a cada momento, mais por hábito do que por necessidade; cúmulo de incivilidade seria cuspir para o alto e com estrépito. Quando verdadeira necessidade o exigir, procure a escarradeira e na falta desta cospe no lenço, fingindo assoar-te. Estando dentro de casa, jamais cuspas no chão.

  10. Assoando-te não deves fazer rumor, como som de trombeta, nem usar ambas as mãos. A ação deve ser feita com a máxima desenvoltura, sem olhar depois para dentro do lenço, nem meter os dedos no nariz como para completar a limpeza. O lenço, depois de usado, deve ser dobrado sim, mas naturalmente, não com excessivo cuidado, como se fosse guardanapo; depois, guardá-lo com presteza e não conservá-lo na mão.

  11. Troca freqüentemente de lenço; não o ponhas sobre a mesa. Se alguém deixar cair ou esquecer o lenço em tua presença, adverti-lo-ás educadamente, mas nunca o apanharás tu mesmo.

  12. Usem grande atenção e delicadeza, neste particular, todos os que fazem uso do rapé. É um hábito incômodo, principalmente para os outros... Estejam sempre munidos de lenços, que devem ser trocados amiúde; empreguem-nos freqüentemente, procurando prevenir a necessidade.

  13. Quanto ao escarrar, venço a grande repugnância que sinto, e digo que não há no vocabulário palavra para estigmatizar a revoltante incivilidade daqueles que arrancam dos pulmões aquilo tudo, para cuspir ou engolir, produzindo um rumor desagradável e grande náusea aos presentes.

  14. É igualmente contrário ao asseio dizer ou fazer qualquer coisa inconveniente por si mesma ou que traga à memória coisas nojentas e nauseantes.

  15. Não ofereças a outrem para cheirar coisas que cheiram mal, como também jamais dês para provar coisas de mau sabor, nem chames a atenção para o que é nojento.

  16. Acontecendo qualquer coisa de que resultasse para alguém confusão e vergonha, não faças caso; finge não ter percebido e procura distrair a atenção dos demais. Se tal coisa acontecer a ti, pede desculpa aos circunstantes com poucas palavras, sem afligir-te.

  17. A limpeza da pessoa abrange também o asseio da roupa, dos objetos do próprio uso, dos móveis e dos quartos que se habitam.

  18. Para o asseio e conservação da roupa, procurem os meninos não sentar no chão, não se encostar às paredes, não se entreter em brinquedos ou com companheiros que lhes façam enxovalhar ou rasgar a roupa.

  19. Escova tua roupa diariamente, de modo particular os ombros para tirar a caspa, indício de negligência. Tem cuidado de não te manchares de sopa, café ou molho, de não te sentares em lugares molhados e de não enxugares as mesas ou as cadeiras com a roupa.

  20. A roupa que vestes não deve servir de toalha nem de lenço. Há muitos, especialmente entre os meninos estouvados, que, para enxugar o suor do rosto e limpar os lábios, empregam uma banda do paletó ou uma das mangas; outros há que enxugam as mãos nas calças, etc. Todos eles mostram grande atraso nas regras de civilidade.

  21. Grande desleixo e falta de asseio, mostram também os que trazem desatados os sapatos, as calças abotoadas só pela metade, os bolsos estufados, a camisa desabotoada e aberta, a gravata solta, os punhos caídos, etc.

  22. As cuecas não devem aparecer por cima do cós da calça.

  23. Quem usa cinto, não o conserve muito abaixo da cintura. É incivil tirar o cinto na presença de outrem, para arranjar as calças, ou usar dele como dum brinquedo, girando-o, ou batendo nos outros. É mais higiênico usar suspensórios.

  24. Quando porventura se descose ou se rasga a roupa, é preciso mudá-la. O mesmo se observe quando estiver demasiado apertada.

  25. Dormir com a roupa com que se passou o dia, é próprio do preguiçoso; isto estraga a roupa, prejudica a saúde, impede a livre circulação do sangue e a transpiração. Deve-se usar pijama ou camisa de dormir.

  26. Vestindo-se e despindo-se, é preciso ter cuidado com a roupa. Não imites, pois, aqueles meninos mal acostumados, que desabotoam dum só golpe toda a roupa, arrebentando os botões, rasgam e atiram as peças em desordem, vestem a roupa às avessas, calçam trocados os sapatos, etc.

  27. Vestir-se e despir-se são atos que se devem fazer sem auxílio de ninguém e com toda a decência e boa educação, evitando ficar descoberto diante de outrem.

  28. Conserva tua cama bem limpa, arruma-a com cuidado todas as manhãs, estende bem os lençóis, de modo que não pendam mais dum lado que do outro. Deitar-se na cama, fora das horas de descanso, para ler ou passar o tempo, é preguiça e moleza.

  29. Ama e conserva a limpeza em tudo: nas salas, nas estantes, nos armários, nos baús, na roupa, nos livros e cadernos, etc. A ordem e a limpeza facilitam o trabalho, poupam dinheiro e agradam a todos.

  30. Não atires por terra restos de frutas, pedaços de papel, farrapos, fósforos usados, etc., mas põe-nos em lugar apropriado.

  31. Não sujes nem risques os bancos, as portas, as janelas e as paredes, com figuras, sinais, palavras, datas, quer seja com lápis, giz ou tinta, quer seja com canivete ou outro instrumento. Tudo isto indica grande falta de educação e de senso estético, denuncia instintos bárbaros de vandalismo e causa às vezes danos consideráveis.

  32. A todos cabe o dever de zelar pela limpeza e asseio dos banheiros. Não se escrevem sentenças nas paredes e portas, nem se façam garatujas de nenhuma espécie. Do estado desses lugares se pode avaliar a educação dos que os usam. — Muito cuidado com isso! Nada de cusparadas pelo chão. Na tampa, nas beiradas, no chão não deves deixar. Umidade de nenhuma espécie. Não esquecer a descarga.

  33. Permita-me aqui reprovar o proceder daqueles que, ao saírem de tais lugares, continuam a vestir-se e abotoar-se fora, dando prova patente de grosseria.

  34. Enfim, procura não levar para casa a lama dos caminhos; antes de entrar, limpa os sapatos no ferro, malha ou capacho, que em geral se acha à porta ou à calçada.

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Capítulo II - Do vestuário, porte e hábitos pessoais

  1. No vestir, mais do que em outras coisas, deve-se guardar, um razoável meio termo, evitando os exageros, isto é, o excessivo cuidado e o desleixo. — A negligência no vestir revela falta de atenção e do respeito devido às pessoas com que se convive e, às vezes, denota grosseria. Nada de elegâncias rebuscadas; a maior simplicidade é o que mais agrada.

  2. Deve-se evitar o luxo e a vaidade em ir atrás de todas as modas, enfeitar-se e adornar-se para atrair os olhares, e vestir-se como um manequim. Estes modos efeminados são provas de ânimo apoucado, de mesquinhez de caráter, de cultura superficial, e quiçá de desejos desordenados. Neste assunto, como em tudo o mais, deve predominar a naturalidade. Não deixes que teu corpo domine e escravize o teu espírito.

  3. Teu vestuário seja cômodo, decente e de acordo com tua idade e condição, com os lugares, tempos e costumes. O sentimento cristão exige que também por meio do vestuário se distingam os dias santificados dos dias de trabalho.

  4. O desalinho e descuido no vestir afastam a simpatia, pela aparência de desordem que dão à pessoa. Não toleres rasgões na roupa e no calçado; nunca te falte um botão; vê como está teu colarinho.

  5. A correção e asseio exteriores refletem de algum modo, a honestidade interior. Na roupa, quanto for possível, não deves deixar manchas ou nódoas de gordura, de café, de tinta, etc. A roupa de passeio seja escovada com freqüência.

  6. O chapéu deve ser bem colocado na cabeça; desabá-lo para frente ou pendê-lo sobre as orelhas, são modos dos garotos; enterrado na cabeça indica rusticidade e caído sobre a nuca revela leviandade.

  7. Os sapatos devem ser cômodos e bem limpos. Os chinelos só se usam no quarto; não é permitido descer à sala de jantar, ir à igreja e muito menos, sair à rua de chinelos.

  8. Nas ocasiões de funerais, usa-se roupa preta ou escura.

  9. O porte da pessoa indica em geral, a educação que ela recebeu, a sociedade que freqüenta, a estima que merece, o domínio que exerce sobre si mesma e a consideração que usa para com as pessoas que a cercam. É coisa importantíssima habituar-se a um porte nobre; para o conseguir devem os jovens empregar as suas energias e força de vontade, aproveitando a idade em que a alma é ardente e o corpo é dócil e flexível.

  10. Seja teu porte natural, ereto, franco e desenvolto. Não assenta bem num jovem andar curvo ou penso dum lado, como se lhe faltassem ossos.

  11. A cabeça deve estar sempre erguida, mas não atirada em arrogância para trás ou com indolência para os lados. Não a gires a cada passo como uma ventoinha, nem a conserves tesa como capitel de coluna. Da posição habitual da cabeça alguns argumentam do caráter duma pessoa.

  12. A expressão do rosto deve ser amável e digna; um rosto carregado e nublado, refletindo um enfado habitual, só granjeia antipatia e desconfiança.

  13. Teu olhar seja sereno e franco, tua fronte sem rugas, teus lábios não se crispem bruscamente, mas conservem num leve sorriso. Não deixes que teu olhar vagueie cá e acolá, sinal de leviandade e falta de mortificação; não gires os olhos nas órbitas, o que dá ao aspecto um quê de sinistro e selvagem; não fixes demais o olhar em pessoas ou coisas para não passares por incivil.

  14. É mais higiênico respirar pelo nariz que pela boca; deve-se por isso conservar a boca sempre fechada. Os trejeitos nos lábios durante a conversação indicam trivialidade.

  15. Também pertence à nobreza do porte não resmungar, não fungar, não cantarolar e não rir desordenadamente. O estulto, diz a Escritura, levanta voz quando ri, mas o sábio apenas sorri. Assobiar, mesmo estando sozinho, revela educação vulgar.

  16. As mãos exercem papel importante no porte duma pessoa. Não se devem meter nos bolsos, cruzá-las sobre a cabeça, pô-las nos quadris, esfregá-las a cada momento, etc. também é reprovável, como se disse atrás, estalar os dedos, espreguiçar-se, passar a mão continuamente pelo rosto, meter os dedos na boca, no nariz (e este feio hábito é tão comum!), bem como tocar tambor nas mesas, nas vidraças, etc.

  17. Conserva as mão no seu lugar, isto é, não toques nas pessoas com que falas, não as tome pela mão ou pelo braço; não batas nas costas de outros e não lhes faça cócegas. Evita estes e outros atos descorteses, e não permitas que os usem contigo.

  18. É lícito gesticular com as mãos enquanto se fala, para dar mais eficácia e energia à elocução; sejam, porém, tais gestos moderados.

  19. Estando de pé, conserva o corpo aprumado; não lhe abandones o peso sobre uma perna, dobrando a outra; não te encostes, por quanto for possível, às paredes, às árvores, etc.

  20. Sentado, apóia as mãos sobre os joelhos ou sobre a mesa, quando houver. Não cruzes as pernas diante de pessoas de respeito, não te sentes dando a frente ou um dos lados para o espaldar da cadeira, nem estejas nesta a balouçar-te. Em companhia não te sentarás, se os demais estiverem de pé. Procura, enfim, não te sentar mais do que o necessário: a vida muito sedentária faz envelhecer depressa.

  21. O andar adapta-se à idade e à condição de cada um. O andar demasiado lento é sinal de fraqueza e indolência; o andar precipitado indica estouvamento e leviandade, e expõe a não poucos perigos. A pressa no andar pode, porém, ser justificada, como, por exemplo, por um negócio urgente, por uma desgraça, por motivo de chuva, atraso para entrar no emprego, para apanhar o trem, etc.

  22. Quando andas, deves olhar para o chão, para veres os obstáculos que tens à frente e evitar encontrões nos transeuntes ou nas árvores. Os braços não se devem agitar demasiado, como se fossem badalos de sino, nem se devem bater os pés, como para enterrar as pedras. — Quando andas com outras pessoas, darás o lugar melhor às mais dignas de consideração; entrando ou saindo, lhes darás a precedência, abrirás as portas, ajudarás a tomar a condução, etc.

  23. Enfim, empenhe-se todos por adquirir um porte nobre e conservá-lo habitualmente, tanto quando à sós, como em companhia, certos de que não cativarão jamais a benevolência e a simpatia de ninguém, usando maneiras bruscas e insolentes.

  24. A respeito do vestuário e hábitos pessoais, devemos ainda evitar o seguinte:

  1. Descuidar a limpeza da roupa branca. Devemos ser especialmente escrupulosos neste ponto.

  2. Não ligar importância a certos pormenores de toalete. Muitas pessoas, asseadas noutras particularidades, descuidam, por exemplo, da limpeza das unhas.

  3. Deixar crescer cabelos dentro das ventas ou das orelhas, minúcias das quais muita gente não faz caso.

  4. Limpar os ouvidos, o nariz, cortar ou limpar as unhas diante dos outros.

  5. Usar qualquer coisa no vestuário, que seja afetada. É preferível escolher cores comedidas e não adotar qualquer feitio que torne a figura caricata.

  6. Usar broches, anéis ou qualquer jóia, que dê muito na vista. Botões de camisa, alfinetes de gravata, pulseira de relógio, etc., são artigos necessários; estes mesmos objetos, quanto mais simples, mais apropriados são à toalete (moda) masculina.

  7. Assobiar na rua, nos bondes, em reuniões públicas, enfim em todos os lugares onde isso possa incomodar. É mesmo mais educado nunca assobiar.

  8. Rir com estrondo. Faz gosto ouvir rir naturalmente, mas não ouvir gargalhadas estridentes, que irritam os nervos e são impróprias de pessoas educadas.

  9. Sorrir ou fazer trejeitos a propósito de qualquer coisa. Muito riso é sinal de pouco siso.

  10. Bocejar, soluçar ou espirrar diante de gente. Quando receamos que isso suceda, devemos deixar de respirar um instante, e os soluços ou espirros desaparecerão.

  11. Assoar-se ruidosamente. Quanto menos barulho, melhor.

  12. Ter o hábito de deixar descair o lábio inferior, ou conservar a boca aberta; mesmo quando dormimos, a boca deve conservar-se sempre fechada. É indício de fraqueza de caráter, e até nocivo para os dentes e para o estado geral, o mau hábito de andar de boca aberta.

  13. Levar constantemente as mãos à cara, com o pretexto de torcer os bigodes, arranjar o cabelo, etc.

  14. Andar de cá para lá com as mãos molhadas ou ensaboadas. Deve-se acabar de lavá-las na pia ou lavatório.

  15. Irromper pelo quarto de outra pessoa sem pedir licença. É sempre costume bater à porta e esperar que respondam, antes de se entrar. Por maior que seja a nossa intimidade, nunca devemos esquecer essa exigência.

  16. Não tirar o chapéu (evidentemente referimo-nos ao sexo masculino), em qualquer aposento particular.

  17. Entrar na casa alheia a fumar.

  18. Mexer em cartas, contas, ou coisas de caráter particular, que se encontram em cima de secretária de outra pessoa.

  19. Olhar por cima do ombro de alguém que está lendo ou escrevendo. Devemos conservar um tanto apartados.

  20. Ter as pernas em tremor nervoso, oscilar, ou bater com os pés, abanar com o corpo.

  21. Ao fechar as portas, bater com elas, ou esquecermo-nos de as fechar, quando entramos ou saímos de qualquer aposento.

  22. Não haja vergonha em recusar qualquer bebida que nos ofereçam. Ninguém tem o direito de estranhar tal coisa.

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Capítulo III - Da saudação

  1. O cumprimento é a expressão mais comum e mais simples do amor ao próximo. No modo de cumprimentar é que alguém revela se é bem educado ou se tem educação deficiente. É o cumprimento que dá a primeira impressão, favorável ou desfavorável, às pessoas que de nós se aproximam.

  2. Desde jovem, habitua-te a saudar devidamente as pessoas com quem te encontrares.

  3. A saudação, num encontro, faz-se com um aperto de mão, entre amigos, ou tirando levemente o chapéu e fazendo ao mesmo tempo uma inclinação com os superiores. Nunca estendas a mão por primeiro a um superior; se este a oferecer, aperta-a com naturalidade e afeição.

  4. O chapéu tira-se por completo. É ridículo erguer simplesmente a aba ou tirá-lo e conservá-lo suspenso sobre a cabeça. A saudação militar é reservada exclusivamente a militares. O chapéu tira-se com a mão direita.

  5. A falta de desenvoltura e a indecisão no saudar, indicam que o indivíduo ainda não tem o hábito da cortesia.

  6. Quando se avistam de longe amigos e superiores, tem-se obrigação de saudá-los o melhor possível, isto é, tirando o chapéu e inclinando-se amavelmente.

  7. Quem tiver na boca um pirulito deverá tirá-lo com a esquerda e descobrir-se com a direita.

  8. Se a personagem que se encontra é notável, como um bispo, um ministro, etc., é necessário deter-se um pouco em atitude de respeitosa reverência e ficar descoberto até que se afaste.

  9. A expressão do rosto deve ter diversos tons, conforme o estado e condição de quem se saúda; grave e respeitosa para com os superiores, cordial e alegre para com os iguais, amável e benigna para com os inferiores.

  10. Pelo caminho saudarás: a) as pessoas que te saudarem: não retribuir um cumprimento, é grosseria intolerável; b) as pessoas que saudarem quem te acompanha ou quem forem por ele saudadas; c) os superiores, mestres, patrões, benfeitores, conhecidos e amigos; d) todas as personagens distintas, civis e eclesiásticas, embora desconhecidas. O soldado tem o dever de cumprimentar seus oficiais, quer os conheça quer não, ora os sacerdotes são os oficiais da milícia católica.

  11. Passando por uma igreja ou capela onde se conserva o Santíssimo, deves saudar a Jesus Cristo, descobrindo a cabeça. O mesmo farás ao passar diante de imagens sagradas ou nichos.

  12. Encontrando uma procissão ou um enterro, tirarás igualmente o chapéu, e te conservarás em posição respeitosa, até que o préstito tenha passado. Se encontrares o Santíssimo, quer em procissão, quer quando levado como viático, ajoelhar-te-ás com ambos os joelhos, até que se tenha afastado.

  13. Desviar abertamente o olhar de uma pessoa conhecida é mais do que grosseria; não saudar as pessoas com quem se teve algum atrito, denota sentimento anticristão; não saudar uma pessoa por ser de condição humilde, é orgulho manifesto.

  14. O aperto de mão é um sinal de amizade e intimidade. Quem dá a mão deve fazê-lo com jeito, apresentando toda a mão, não dois ou três dedos só; o outro deve apertá-la delicadamente sem a sacudir.

  15. Os abraços são permitidos entre amigos, depois de alguma ausência ou quando se separam por algum tempo; abraçar-se porém em plena rua, sem motivo razoável, não seria muito conveniente, por atrair demasiado os olhares. Os superiores usam, às vezes, este sinal de benevolência para com os inferiores, mas estes nunca devem ser os primeiros, excetuados raríssimos casos.

  16. Os beijos só são permitidos entre parentes íntimos, como: pai, mãe, irmãos, etc. Só pertencem à intimidade doméstica.

  17. Os filhos, a primeira vez que vêem seus pais, pela manhã, e à noite, antes de se deitarem, devem cumprimentá-los e tomar-lhes a bênção.

  18. Entre amigos e conhecidos costuma-se acompanhar a saudação com alguma frase, como: Bom dia, boa tarde, boa noite! ou: Como vai? Como tem passado? A que se responde: Vou bem, obrigado; e o senhor? Quando se continua a conversa e se está na presença de algum superior, conserva-se a cabeça descoberta, até se receber convite para pôr o chapéu.

 

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Capítulo IV - Como se há de proceder nas viagens

Todos sentem prazer quando, nas viagens, se vêem rodeados de companheiros corteses e civis. É, portanto, de suma utilidade saber como se deve viajar.

  1. Nas viagens deves trajar com decência e muito asseio; é este um dever não só para com as pessoas com quem viajas ou com quem te podes encontrar, como é também um dever para contigo mesmo, porque, especialmente nas viagens, o homem é julgado pelo modo de vestir.

  2. Para as viagens de trem, dão-se as seguintes normas:

  1. Cada um é livre de procurar a própria comodidade, sem todavia lesar direitos alheios e a cortesia. É conforme à civilidade deixar, ou antes, oferecer os lugares mais cômodos às pessoas respeitáveis ou idosas e aos superiores. Tais atenções são uma recomendação da nossa pessoa aos companheiros de viagem.

  2. A pessoa educada não se atropela nos vagões, não empurra os outros para tomar os melhores lugares, não ocupa mais lugar do que é necessário, não estira as pernas sobre os assentos, etc.

  3. Nas viagens deve-se, antes de tudo, aprender a calar. Assim como não se deve falar muito, também não se deve falar alto, de maneira a perturbar a conversa ou a leitura dos outros. Nunca é demasiada a reserva, sobretudo com estranhos; portanto não fales das coisas íntimas e familiares ou de coisas cuja revelação te possas arrepender. Quantas vezes a loquacidade, por demais ingênua nas viagens, foi causa de grandes males.

  4. Evite-se tudo quanto pode produzir enfado ou incômodo aos outros, como assobiar próximo de outros viajantes, fazer rumor ou cantar, etc. Se se perceber que uma janela aberta incomoda alguém, deve-se fechar imediatamente, por mais agradável que nos seja o ar.

  5. Nos carros dormitórios ninguém deve fumar (caso tenha esse prejudicial e repugnante vício).

  6. Procure-se, quanto possível, não comer no trem; se todavia não se puder fazer diversamente, usem-se alimentos fáceis de manejar e sem fortes cheiros. É permitido oferecer aos companheiros de viagem mais próximos, frutas e doces; outros alimentos, só a pessoas íntimas.

  7. Descendo do trem, usa os devidos reparos, a fim de não incomodares os outros. Portanto, não te precipites para seres o primeiro, não dês encontrões nas pessoas, procura não esquecer nada, etc. Saúda cortesmente os companheiros de viagem com expressões delicadas.

  8. Os avisos das estradas de ferro devem-se observar à risca, para evitar abusos, estragos e desastres.

  9. Evita questões com os carregadores e motoristas. Procura conhecer as tabelas de preços e, em todo caso, trata previamente o preço.

  1. O que se disse para os trens, diga-se para os bondes e ônibus, observando que nos bondes não se pode comer, e só se pode fumar nos bancos em que isso é permitido.

  2. No hotel, o viajante tem uma relativa liberdade, a qual, porém, não o dispensa das regras de conveniência:

  1. Conserva um aspecto modesto e cortês; não faças atos triviais, não sejas exigente, imperioso para com os criados. Precisando fazer alguma queixa, faze-a com as devidas considerações.

  2. Às refeições, recorda as regras já expostas para tal fim. Não dês motivo a juízos desfavoráveis.

  3. Ao despedir-te, paga a conta sem muito questionar e dá de boa mente aos criados a gorjeta de costume.

  1. Se visitares uma igreja, um instituto, um museu, etc., poderás ver tudo, mas em nada deverás tocar sem permissão. Os antigos diziam que os nomes dos estultos estão escritos em toda parte; por isso guarda de escrever o nome pelos lugares que visitas.

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Capítulo V - Do modo de se proceder como hóspede

A hospitalidade muito contribui para estreitar e consolidar a amizade. Convém pois apontar aqui alguns deveres, tanto de quem oferece hospitalidade, como de quem a recebe.

  1. Quem convida alguém para ir a sua casa deve:

  1. Preparar para o hóspede: quarto, mesa, etc.

  2. Ir esperá-lo à estação ou rodoviária, se puder, ou mandar alguém da família, e só em último caso, o criado.

  3. Depois dos primeiros cumprimentos, acompanhá-lo ao aposento que lhe foi destinado, dizendo-lhe que pode fazer de conta que está em sua casa, que não faça cerimônias, etc.

  4. Acompanhando-o, deve revistar o quarto para ver que nada lhe falte. Não se esqueça de indicar-lhe onde está o banheiro e o interruptor de luz.

  5. Tratá-lo com toda a amabilidade, levá-lo a algum passeio para ver as coisas notáveis da cidade ou do lugar, etc.

  6. Não lhe dar suspeitas de que por sua causa algum membro da família teve que se incomodar, dormir fora, ou que a sua presença trouxe desarranjo ao andamento da casa, etc.

  1. Pode-se aceitar hospitalidade:

  1. Quando perceber que a oferta é feita de coração e não, como às vezes sucede, por pura formalidade.

  2. Quando quem convida tem direito de o fazer. Cabe aos pais convidar os amigos e companheiros de seus filhos. Quem fosse a uma casa sem ter sido convidado, se exporia a uma repulsa ou a ser mal recebido.

  3. Quando quem convida pode hospedar-nos comodamente. Se percebermos que a nossa visita trás incômodo ou que a nossa presença causa certo enfado a alguém, melhor e mais prudente será não aceitarmos.

  1. Sem convite não convém ir visitar senão parentes muito chegados ou amigos íntimos. Chegando duma viagem, melhor é que se vá a um hotel. Mas se um amigo ou conhecido convida instante e sinceramente, recusa-se no princípio, cortesmente, mas depois pode-se aceitar.

  2. O hóspede tem deveres para com a família que o recebe:

  1. Mostre-se satisfeito e alegre do tratamento; não censure a habitação, a comida, a criadagem, etc.; ao contrário, use todos os sinais de aprovação e reconhecimento.

  2. Evite tudo quanto possa tornar pesada sua presença. Não se intrometa em nada, não revistes todos os lugares da casa, não mostre muita curiosidade de saber dos interesses da família, etc.

  3. Não tome demasiado à letra o convite dos donos da casa “para estar em casa deles tanto à vontade como na sua própria”.

  4. Procure seguir os costumes da casa, evitando levantar ou deitar tarde ou cedo demais, fumar nos quartos (caso tenha esse repugnante vício), chegar fora de hora para as refeições, etc.

  5. Não se esqueça de vir prevenido com papel de cartas, selos, navalha, escova de dentes, etc. Nunca devemos pedir emprestados estes objetos.

  6. Estando hospedado em casa de algum amigo, não pode visitar uma pessoa, com quem o dono da casa tem relações cortadas.

  7. Não se esqueça que é geralmente bem recebido aquele hóspede que permanece pouco tempo; portanto, despeça-se logo que puder, para não se tornar enfadonho.

  8. Seja generoso e ao partir dê alguma gorjeta aos criados pelos serviços recebidos.

  9. Tenha em vista a grande obrigação do segredo sobre os negócios da família. Quem convive por muito tempo com uma família, chega a ter notícias sobre os haveres, interesses, relações, às vezes pequenas minúcias e particularidades que não devem, de modo algum, ser divulgadas.

  10. Chegando em casa, escreva logo agradecendo o bom acolhimento que teve.

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Capítulo VI - Preceitos gerais

Coisas que se devem evitar:

  1. Pedir livros emprestados e não os devolver prontamente; estragá-los, dobrar as lombadas ou as páginas, escrever nas margens ou encher de nódoas. Todo o cuidado é pouco com objetos emprestados.

  2. Tocar, em excesso, violino, piano, vitrola ou qualquer outro instrumento musical. Os vizinhos têm nervos, e não os devemos maçar constantemente. Se pudéssemos conseguir tocar somente um instrumento, depois que o conhecermos perfeitamente, seria o ideal, principalmente para quem nos ouve.

  3. Ser egoísta.

  4. Não ser pontual.

  5. Irritar-se quando as coisas não correm bem.

  6. Estar carrancudo e silencioso.

  7. Ser rabugento; não existe paz numa casa onde haja uma pessoa com esse deplorável defeito.

  8. Incomodar de qualquer modo os teus vizinhos. Cuidado com o rádio, televisão, etc.

  9. Se praticares alguma boa ação, falares nela depois.

  10. Servir-te com freqüência das tuas relações, para lhes pedir favores.

  11. Ler cartas que não te são dirigidas, sem permissão do destinatário, por mais familiar que te seja o nome que as subscreve.

  12. Dar prontamente conselhos sobre o viver doméstico ou econômico de qualquer pessoa.

  13. Supor que qualquer excentricidade, como usar cabelo comprido demais (referimo-nos ao sexo masculino), trazer as unhas muito crescidas ou o fato com um corte especial, etc., são sinais de gênio artístico ou poético.

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Capítulo VII - Para os rapazes

Muitas instruções que damos neste livro, são aplicáveis tanto às crianças como às pessoas crescidas; no entanto algumas há especialmente dedicadas à infância. Nestes dois capítulos, repetimos contudo alguns dos preceitos que temos dado nos precedentes, a fim de bem se fixarem nos espíritos infantis.

Guardem-se:

  1. Diminuir a polidez e a consideração que a todos se deve, com a idéia falsa de não parecerem afetados ou efeminados. Os rapazes sejam vigorosos e varonis, o que entretanto, não quer dizer que não possam juntar a essas qualidades uma excelente educação social. Convém que os usos um pouco livres de certos esportes não prejudiquem as boas maneiras, essenciais na sociedade; estas devem cultivar-se com afinco, de modo que, à força do hábito, se tornem uma segunda natureza.

  2. Pensar que a educação física do homem consiste apenas na ginástica das pernas; descuidar a educação moral e intelectual; dar demasiada importância a competições desportivas, concursos, etc.

  3. Esquecer-se de dar o “Bom dia” todas as manhãs à família, e, ao deitar, o “Boa noite”. Quando um rapaz entra na aula, deve também cumprimentar logo o professor, assim como quando sai.

  4. Quando encontrar na rua senhoras conhecidas, não lhes tirar o chapéu; o mesmo se deve sempre fazer aos homens mais idosos.

  5. Não se levantarem quando entra uma visita.

  6. Entrar precipitadamente num quarto, sejam quais forem as circunstâncias, sem pedir licença; e quando entrarem, não cumprimentar delicadamente todas as pessoas presentes. Quando se apresentarem, não devem tocar na mão de pessoa alguma, sem que ela o faça primeiro.

  7. Interromper qualquer pessoa quando fala. Não é mesmo de boa educação os rapazes meterem-se na conversação das pessoas adultas.

  8. Assobiar diante de pessoas de respeito, tamborilar numa cadeira ou parede, bater com os pés no chão e finalmente fazer qualquer barulho desnecessário e incômodo diante de gente.

  9. Gritar quando falam, dentro ou fora de casa.

  10. Esquecer todas as instruções que nos capítulos deste livro se referem à maneira de estar à mesa.

  11. Sentar-se antes das outras pessoas.

  12. Brincar com talher ou qualquer objeto.

  13. Debruçar-se sobre a mesa ou pôr sobre ela os cotovelos; podemos apenas apoiar as mãos ou os pulsos.

  14. Gorgolejar quando se toma sopa.

  15. Estender a cabeça por cima do prato, como se nunca tivessem visto a iguaria servida, ou tivessem medo de que alguém a roube.

  16. Afastar muito os cotovelos do corpo.

  17. Comer com a faca. Só se leva à boca a colher ou o garfo; a faca, nunca.

  18. Engolir grandes bocados.

  19. Fazer ruído com a boca, quando comem ou bebem.

  20. Ser menos respeitosos com o professor ou pouco aplicados ao estudo.

  21. Aborrecer os companheiros com gracejos e caçoadas.

  22. Apoquentar os irmãos ou companheiros de brinquedo. Não há nada mais aborrecido do que uma criança rabugenta.

  23. Esquecerem-se das atenções que devem às pessoas mais velhas. Essas atenções são, a um tempo, prova da delicadeza de sentimento e de boas maneiras.

  24. Praticar atos, que depois os possam envergonhar.

  25. Deixar de dizer a verdade em todas as circunstâncias. Sejam sempre francos, cordiais e honestos.

  26. Trazer as mãos ou unhas sujas, e descuidar a limpeza dos dentes, ouvidos, etc. Os rapazes bem arranjados e asseados, tornam-se simpáticos a toda gente.

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Capítulo VIII - Para as meninas

Quase tudo o que já dissemos no capítulo precedente, acerca dos rapazes, deve ser igualmente aplicado às meninas.

Além disso, guardem-se as meninas de:

  1. Tratar sem consideração as pessoas que nos são inferiores. É desagradável ouvir uma menina ralhar com os criados, ou dar quaisquer ordens de maneira autoritária. O bom tratamento para com os inferiores é indício de polidez e também de uma alma bem formada.

  2. Não cumprimentar amavelmente todas as pessoas da família, pela manhã.

  3. Amuar, quando os irmãos as metem em ridículo. De parte deles, não é isso bom costume; no entanto, quando isso sucede, nada há como levar o caso em brincadeira e não lhe ligar importância alguma.

  4. Ser egoísta. Para sermos verdadeiramente delicadas, devemos sempre pensar nas conveniências dos outros, antes de pensarmos nas nossas.

  5. Ocupar o melhor lugar em qualquer parte onde haja pessoas adultas.

  6. Tagarelar com as companheiras quando pessoas adultas estão conversando.

  7. Dizer segredos diante de gente ou continuar a ler quando alguém entra na sala onde estamos.

  8. Ser desmazeladas, fazer caretas, pôr a língua.

  9. Sentar-se com as pernas cruzadas.

  10. Roer as unhas, brincar com o cabelo, apontar com o dedo, remexer-se na cadeira.

  11. Meter na boca o lápis, caneta, borracha ou outros objetos semelhantes. É um hábito que se contrai facilmente, mas que se perde com um pouco de boa vontade.

  12. Bater os pés quando estão zangadas.

  13. Ser difíceis de contentar nas refeições. Comer guloseimas com excesso.

  14. Quando estiverem na igreja, olharem para cá e para lá, ou pasmarem para quem entra.

  15. Não chegarem a horas a qualquer reunião, previamente marcada. Não há nada mais incômodo e menos polido do que a falta de pontualidade.

  16. Esquecer-se de agradecer, quando alguém lhes presta qualquer serviço ou faz algum favor.

  17. Apontar para as pessoas que vemos na rua, e deixar de corresponder às que nos cumprimentarem.

  18. Falar em tom de voz muito alto ou estridente.

  19. Ser afetadas na maneira de falar. Falar com voz esganiçada, aos gritinhos. Devemos ser simples e naturais.

  20. Ter modos petulantes.

  21. Dizer coisas desagradáveis às companheiras de brinquedo e mostrar inveja de vestidos ou chapéus usados por outras meninas. É impossível termos tudo quanto desejamos, e é doidice ter um grande desgosto, por vermos as outras mais bem vestidas do que nós.

  22. Empregar palavras triviais quando falam. Nada há que faça pior efeito, que ouvir sair da boca de uma menina termos usados por gente ordinária.

  23. Pensar que ficam bonitas quando se pintam, deixando o rosto em estado caricato, como se fosse paleta de pintor ou porta de tinturaria...

  24. Não obedecer aos pais e professores, não mostrar deferência a todas as pessoas de respeito, não ser bondosas para as companheiras e criadas, não ter consideração pelos desejos e sentimentos dos outros, não ser modestas no porte e finalmente não observar as pequenas regras que constituem a boa educação de uma menina.

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