SANTÍSSIMA TRINDADE
(Jo 16, 12-15)

 

 “12 Tenho ainda muito que vos dizer, mas não podeis agora suportar. 13 Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena, pois não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas futuras. 14 Ele me glorificará porque receberá do que é meu e vos anunciará. 15 Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse: ele receberá do que é meu e vos anunciará”.

 

Em Jo 16, 12-13 diz: “Tenho ainda muito que vos dizer, mas não podeis agora suportar. Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena, pois não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas futuras”.

O Espírito Santo é Espírito de verdade, porque é a luz de Deus que é a verdade: “Ao anunciar e prometer a vinda do Espírito Santo, Jesus o denomina o ‘Paráclito’, literalmente: aquele que é chamado para perto de, ‘advocatus’ (Jo 14, 16.26; 15, 26; 16, 7). ‘Paráclito’ é habitualmente traduzido por ‘Consolador’, sendo Jesus o primeiro consolador. O próprio Senhor chama o Espírito Santo de ‘Espírito de Verdade” (Catecismo da Igreja Católica, 692).

O Espírito Santo ensina toda a verdade, porque só ensina o que ouviu de Deus: “Ele ouviu tudo, e por isso ensina toda a verdade. Faz parte do Grande Conselho em que se diz tudo. O Pai diz tudo e seu Filho, que é seu pensamento eterno e igual ao Pai, e do Pai e do Filho procede o Espírito de luz que nos diz toda a verdade” (Bossuet).  

Nosso Senhor Jesus Cristo expôs com clareza a Sua doutrina, mas os Apóstolos não podiam entendê-la plenamente; entendê-la-ão depois, quando receberem o Espírito Santo, o Espírito da Verdade que os guiará até à verdade completa: “Com efeito, o Espírito Santo ensinou e recordou: ensinou tudo aquilo que Cristo não tinha dito por superar as nossas forças, e recordou o que o Senhor tinha ensinado e que, quer pela obscuridade das coisas, quer pela rudeza do seu entendimento, eles não tinham podido conservar na memória” (Teofilacto, Enarratio in Evangelium Ioannis, ad loc.), e: “Os Apóstolos transmitiram aos seus ouvintes, com aquela compreensão mais plena de que eles, instruídos pelos acontecimentos gloriosos de Cristo e iluminados pelo Espírito de verdade, gozavam (cfr 2, 22), as coisas que Ele tinha dito e feito” (Dei Verbum, n. 18), e também: “Cristo não deixou os Seus seguidores sem guia na tarefa de compreender e viver o Evangelho. Antes de voltar ao Pai prometeu enviar o Seu Espírito santo à Igreja... Este mesmo Espírito guia os sucessores dos Apóstolos, os vossos Bispos unidos ao Bispo de Roma, a quem encarregou de manter a fé e ‘pregar o Evangelho a toda a criatura” (João Paulo II, Homilia no Santuário de Knock).

 “Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena, pois não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas futuras”.

O Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena diz: “... não ensinará o Espírito Santo verdade alguma que não esteja contida já na mensagem de Cristo. Antes, nos fará penetrar em sua significação profunda, dar-nos-á sua exata compreensão, preservará a verdade de quaisquer erros. Deus é único, portanto, única é a verdade” (Intimidade Divina, 384, Ano C).

Em Jo 16, 14-15 diz: “Ele me glorificará porque receberá do que é meu e vos anunciará. Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse: ele receberá do que é meu e vos anunciará”. 

Embora o Espírito Santo seja a terceira pessoa da Santíssima Trindade não devemos pensar que seja inferior ao Pai e ao Filho.

O Espírito Santo é Deus como é Deus o Pai e como é Deus o Filho.

O Espírito Santo é todo-poderoso como são todo-poderosos o Pai e o Filho.

O Espírito Santo é eterno com o é eterno o Pai, como é eterno o Filho.

O Espírito Santo criou o mundo com o Pai e com o Filho.

 “... ele receberá do que é meu e vos anunciará”.

O Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena comenta: “Assim Jesus testemunha a unidade de natureza e a distinção das três Pessoas divinas. Não só verdade, mas tudo é em comum entre eles, pois possuem uma única natureza divina. Todavia o Pai a possui como princípio; o Filho, enquanto é gerado pelo Pai; o Espírito Santo, enquanto procede do Pai e do Filho. Entretanto não é o Pai maior que o Filho, nem o Filho maior que o Espírito Santo. Há entre as três pessoas perfeita comunhão de vida, de verdade e de amor. Veio o Filho de Deus à terra justamente para introduzir o homem nessa comunhão altíssima, capacitando-o a viver em sociedade com a Trindade que nele habita” (Intimidade Divina, 384, Ano C), e: “Jesus Cristo revela aqui alguns aspectos do mistério da Santíssima trindade. Ensina a igualdade de natureza das três Pessoas divinas ao dizer que tudo o que tem o Pai é do Filho, que tudo o que tem o Filho é do Pai (cfr Jo 17, 10) e que o Espírito Santo possui também aquilo que é comum ao Pai e ao Filho, isto é, a essência divina. Ação própria do Espírito Santo será glorificar Cristo, recordando e esclarecendo aos discípulos o que o Mestre lhes ensinou (Jo 16, 13). Os homens, ao reconhecerem o Pai através do Filho movidos pelo Espírito, glorificam Cristo; e glorificar Cristo é o mesmo que dar glória a Deus (cfr Jo 17, 1. 3-5. 10)” (Edições Theologica).

Sejamos autênticos católicos! Evitemos o pecado mortal, e assim, a Santíssima Trindade estará sempre em nossa alma imortal: “Vós, Trindade eterna, sois meu Criador e eu, vossa criatura. De novo me criastes no sangue de vosso Filho. Nesta nova criação conheci que vos enamorastes da beleza de vossa criatura.

Ó abismo, ó eterna divindade, ó mar profundo! E que mais podereis dar-me que dar-vos a mim? Sois fogo que sempre arde e não consome. Sois fogo que consome todo o amor-próprio da alma. Sois fogo que destrói toda a frieza.

Iluminais... e, em vossa luz, conheço-vos e vos represento em mim como sumo e infinito Bem, acima de todo bem; Bem incompreensível, feliz, inestimável! Beleza acima de toda beleza, sabedoria acima de toda sabedoria, antes, sois a própria Sabedoria. Vós, alimento dos Anjos, vos destes aos homens com fogo de Amor. Sois veste que cobre toda nudez, com vossa doçura alimentais os famintos. Doçura sois, sem amargura alguma.

Ó Trindade eterna, na vossa luz que me destes... conheci ... o caminho da maior perfeição, a fim de que na luz e não em trevas vos sirva, seja espelho de boa e santa vida, e me tireis da  minha miserável vida, pois, sempre, por meus defeitos, vos servi nas trevas... E vós, Trindade eterna, com vossa luz destruístes minhas trevas” (Santa Catarina de Sena, Diálogo 167, pp. 500-501).

 

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 28 de maio de 2007

 

 

VIDE TAMBÉM:

Pentecostes

Os sete dons do espírito

Aparição aos discípulos

Os discípulos e o mundo

 

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Santíssima Trindade”

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