...ELA DEU À LUZ...

(Lc 2, 7)

 

“... ela deu à luz...”

 

 

MENSAGENS PARA A VIDA

 

1.ª mensagem: Excluído o pecado.

 

A Segunda Pessoa divina aparece sobre a terra e torna-se em tudo semelhante a nós, excluído o pecado. A Onipotência se reveste da debilidade de um menino, a Sabedoria de Deus desce até a nossa ignorância, o Infinito se encerra nos limites do espaço e do tempo, o Santo se cobre com a veste do pecador. “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

2.ª mensagem: Medianeira deste milagre.

 

Nossa Senhora é a feliz Medianeira deste milagre; nela o Verbo se fez carne, e habitou entre nós; e nós contemplamos a sua glória. Glória como de Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade… da sua plenitude temos recebido sobre graças, pois se de Moisés nos foi dada a Lei, por Jesus Cristo foi trazida a graça e a verdade. “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

3.ª mensagem: Predileto do Pai.

 

Ele é o predileto do Pai, o esplendor da sua glória e a imagem da sua substância, Aquele que tudo sustém com a sua palavra poderosa, Aquele que nos purifica do pecado e se assenta à direita da Majestade de Deus. “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

4.ª mensagem: Júbilo infinito.

 

Um júbilo infinito devia encher a Mãe bem-aventurada quando viu ao seu lado o seu pequeno Filho, quando teve que executar para Ele os primeiro gestos maternos, envolvendo-o em panos, preparando e cobrindo a manjedoura, o improvisado berço onde o reclinou depois de tê-lo aconchegado ao seio e coberto de beijos e carícias. “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

5.ª mensagem: Nenhum auxílio.

 

Nenhum auxílio lhe foi preciso, além da discreta assistência do seu castíssimo esposo. O parto não a tinha privado de forças e nada lhe havia retirado do seu esplendor virginal. “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

6.ª mensagem: Para nos salvar da culpa.

 

Corria o ano 747 da fundação de Roma, então capital do mundo, e de 42º do império de Otávio Augusto. E quando o universo gozava de absoluta paz, em sua sétima idade, Nosso Senhor Jesus Cristo nasceu de Maria Virgem. Foi numa fria noite de cisleu, oito dias antes da lua nova de tebeth que isto se verificou. Enquanto a cidade dormia, esquecida das labutas diárias, veio ao mundo Aquele por quem foram feitas todas as coisas. “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

7.ª mensagem: Nasceu como todas as crianças.

 

Quis ser nosso irmão, revestir-se de nossa carne, sofrer as nossas dores, vestir as nossas misérias, para que por Ele aprendêssemos a conquistar o Céu e divinizássemos o nosso corpo pela dureza de vida, à sua imitação. “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

8.ª mensagem: Nasceu de uma virgem.

 

Eis como ocorreu o fato: São José saíra à procura de agasalho para o divino Infante. Nossa Senhora preparou algumas faixas, ajeitou um pouco de palha, entrou em êxtase de reconhecimento e amor e, de repente, radiante de felicidade, apertou nos braços o Menino. Era o Filho de Maria! “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

9.ª mensagem: Não maculou a virginal morada.

 

Ele deixou o seio materno sem manchar a virginal morada. Veio como os raios do sol que atravessam o cristal, fazendo transparecer-lhe a limpidez suave; veio como a luz que alumia e atravessa o tranquilo seio das águas da cristalina fonte. O Filho não a maculou, mas antes, Jesus dignificou-a, elevando-a à mais alta das dignidades que pode imaginar-se: “Ele sai como um feixe de luz, como uma réstia de sol: sua Mãe pasma de o ver aparecer de repente” (Bossuet), e: “O Filho de  Deus, que é Deus como seu Pai, que recebe do Pai sua mesma natureza, Criador e Senhor de tudo, que está presente em toda parte e transcende o universo inteiro, na sequência dos tempos que de sua providência dependem escolheu para si este dia, a fim de, em prol da salvação do mundo, nele nascer da bem-aventurada Virgem Maria, conservando intacto o pudor de sua mãe. A virgindade de Maria não foi violada no parto, como não fora maculada na conceição” (São Leão Magno). “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

10.ª mensagem: Estreitou-o nos braços.

 

Nossa Senhora estreitou-o nos braços, apertou-o aos seios, e dos olhos brotaram-lhe duas pérolas: eram lágrimas de comoção. Depois, tomando o recém-nascido, veste-o com roupinhas que sua delicada mão fizera no sossego de Nazaré. “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

11.ª mensagem: Criatura, Mãe do Incriado.

 

O mistério da Encarnação e Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo é tão dignificante para sua Mãe, que ela confina, por assim dizer, com a própria Divindade! E não há dignidade mais infinita que esta! A Virgem, meditando nisto considerava em sua humildade santíssima: A criatura, Mãe do Incriado; o Grande se faz pequeno; o Eterno, num prodígio de amor, desceu à condição de criatura, para exaltá-la ao mais alto dos Céus. “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

12.ª mensagem: Criatura, Mãe de Deus.

 

Maria é a Mãe de Deus! Ora, para se conceber a grandeza e a dignidade da Virgem Maria, não a separemos de Jesus. Ela é sua Mãe! Jesus é seu Filho! Ele foi concebido do Espírito Santo no seio puríssimo de Maria, a Virgem de Nazaré: “Ó maravilha! Vejo Maria colocada em dignidade sublime: toda a sua natureza vem de Deus, e a natureza de Deus vem de Maria!” (Santo Agostinho), e: “Se alguém não confessa… que a Santíssima Virgem é Mãe de Deus, já que deu à luz, segundo a carne, o Verbo de Deus feito homem, seja anátema” (Concílio de Éfeso), e também: “Se alguém diz que a Santa, gloriosa e sempre Virgem Maria é imprópria e não verdadeiramente Mãe de Deus… seja anátema” (Concílio 2.º de Constantinopla), e ainda: “O Filho de Deus, nosso Senhor, Verbo do Pai, tornou-se Filho do homem. Filho do homem porque pertencia ao gênero humano, tendo nascido de Maria, que era filha de pais humanos e ela mesma uma criatura humana” (Santo Irineu).

Quando dizemos: “Maria é Mãe de Deus”, devemos entender que Maria é mãe do Filho de Deus, Jesus Cristo, o qual é Deus como o Pai e como o Espírito Santo.

Quando dizemos: “Maria é Mãe de Deus”, não devemos entender que Maria tenha gerado em seu seio a Divindade de Jesus Cristo.

Quando dizemos: “Maria é Mãe de Deus”, não devemos entender que Maria tenha dado início à vida do Filho de Deus.

Quando dizemos: “Maria é Mãe de Deus”, não devemos entender que o Filho de Deus tenha começado a existir no seio de Maria. “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

13.ª mensagem: A carne de Cristo é a carne de Maria.

 

A maternidade divina de Maria pertence de algum modo à ordem da união hipostática, visto como a carne de Cristo unida hipostaticamente ao Verbo de Deus é, por sua origem, também carne de Maria: “Guarde, pois, silêncio toda a criatura, e silenciosa trema, ousando apenas contemplar o infinito de tão grande soberania” (São João Damasceno). “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

14.ª mensagem: A mesma carne.

 

Na soberania e no poder não separeis a Mãe do Filho, pois, Eles não têm senão a mesma carne, o mesmo espírito e o mesmo amor; desde que foi dito a Maria Santíssima: ‘O Senhor é convosco’, Eles são inseparáveis para o futuro, em virtude desta promessa e desta graça (Arnaldo de Chartres). “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

15.ª mensagem: Uma criatura superior ao Criador!

 

Quem ousaria dizê-lo. Uma jovem honrada pessoalmente por Deus! O Senhor obedece a sua humilde serva! Jesus Cristo se faz escravo de Maria, feito seu Filho! A Virgem o reclinou na manjedoura e se pôs de joelhos. Os anjos e arcanjos no Céu também a acompanharam, prostrando-se reverentes diante do Eterno Rei da glória! (Ângelo Antônio Dallegrave). “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

16.ª mensagem: Jesus nascendo mostra-se nosso Salvador.

 

Havia quatro mil anos que o mundo esperava um Salvador; os patriarcas e os profetas chamavam-no com os seus suspiros e as suas lágrimas… porque, se não viesse, estávamos todos perdidos. Ele desce finalmente ao presépio, onde o seu primeiro cuidado é salvar-nos satisfazendo pelos nossos pecados (M. Hamon). “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

17.ª mensagem: Jesus nascendo mostra-se nosso mestre.

 

Os mais sábios filósofos de Atenas e de Roma não fazem mais do que gaguejar ao pé desse divino Menino, e as suas mais doutas lições empalidecem na presença do presépio. Ali Jesus prega a sabedoria não com palavras, mas com fatos. Ele que podia obter todas as comodidades da vida, alimenta-se das suas lágrimas, dorme no chão, treme com frio, e entrega aos rigores da estação o seu corpo delicado, tão sensível às impressões da dor, principalmente nesta idade. É assim que nos ensina a não lisonjearmos os nossos sentidos, a não buscar as nossas comodidades, a nossa sensualidade, os nossos gostos, e a não ser faltos de paciência nos incômodos. Ele que, Senhor do céu e da terra, podia nascer no seio da opulência, nasce na extrema pobreza… no meio da noite, em um presépio abandonado. É assim que Ele nos ensina a não por o coração nas riquezas, a arrancar do nosso coração a paixão de acumular bens (M. Hamon). “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

18.ª mensagem: Gozo celestial.

 

Quando Maria Santíssima entrou na gruta, pôs-se logo em oração. De súbito vê uma refulgente luz, sente no coração um gozo celestial, abaixa os olhos e vê já diante de si o Menino Jesus, tão belo e tão amável, que enleva os corações. “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

19.ª mensagem: Mãe somente enquanto este é pessoa privada?

 

Não. Maria é Mãe de Jesus Cristo, não somente enquanto este é pessoa privada, senão enquanto é Salvador e Redentor. “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

20.ª mensagem: Maria deu ao Redentor uma natureza humana.

 

Para dar ao Redentor uma natureza humana, Deus escolheu uma virgem judia de quinze anos, chamada Maria, descendente do grande rei Davi, que vivia obscuramente com seus pais na aldeia de Nazaré: “Ela é Mãe de Deus. O menino que concebeu e deu à luz é Deus-Filho. Na sua Natureza divina, Este existia desde toda a eternidade, mas na sua natureza humana deve tanto a sua Mãe como qualquer outro filho à dele… Se é certo que, com Deus, foi gerado pelo Pai antes de todos os séculos, como homem nasceu, num momento determinado, da Virgem Maria. Mas não pensemos que pode considerar-se mãe apenas da natureza humana, as naturezas não tem mãe. Foi, como todas, mãe da pessoa que deu à luz. E essa Pessoa era Deus-Filho” (Frank J. Sheed). “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

21.ª mensagem: Admirável parto.

 

O admirável parto da sagrada Virgem trouxe à luz uma pessoa que, em sua unicidade, era verdadeiramente humana e verdadeiramente divina, já que as duas naturezas não conservaram suas propriedades de modo tal que se pudessem distinguir como duas pessoas: não foi apenas ao modo de um Habitador em seu habitáculo que o Criador assumiu a sua natureza, mas, ao contrário, uma natureza como que se adicionou à outra. Embora duas naturezas, uma a assumente e outra assumida, é tal a unidade que formam, que um único e mesmo Filho poderá dizer-se, enquanto verdadeiro homem, menor que o Pai (Jo 14, 28) e enquanto verdadeiro Deus, igual ao Pai (Jo 10, 30) (São Leão Magno). “… ela deu à luz…” (Lc 2, 7).

 

OBS: Essa pregação não está concluída; assim que “surgirem” novas mensagens as acrescentaremos.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

Anápolis, 15 de novembro de 2017

 

 

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP(C).

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C). “... ela deu à luz...”
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/comentarios/natal/comentario_natal_047.htm