...VAMOS JÁ A BELÉM... (Lc 2, 15)
“... vamos já a Belém...”
Os pastores ficaram sabendo do nascimento do Salvador e não perderam tempo, mas foram imediatamente para Belém. Quem ama o Senhor não deixa para depois... mas se aproxima imediatamente d’Ele: “... vamos já a Belém...” (Lc 2, 15). Se Deus a cada instante se dá a nós com amor infinito, não cabe a nós, criaturas miseráveis, dar-nos a Ele com todo o nosso ser, de modo que todas as nossas obras sejam dirigidas a Ele com toda a intensidade de amor de que somos capazes? Vejo que, quando o amor de Deus se apodera do coração, faz com que o amor humano se transforme, se divinize, por assim dizer. Amemo-lo. Sejamos generosos. Não olhemos o que fazemos, mas o muito que nos falta para corresponder a seu amor. Quem como Nosso Senhor poderá nos amar? Ninguém no mundo. Nem mesmo nossas próprias mães. Seu amor é infinito. Deus está sedento do amor de suas criaturas. O próprio Deus mendiga por nós. Demo-nos a Ele. Não sejamos mesquinhos, porque Deus é todo bondade e generosidade para conosco (Santa Teresa dos Andes).
Os pastores deixaram as ovelhas, utensílios e outros pertences para irem a Belém, onde estava o Menino Jesus, verdadeira riqueza... só Ele basta! “... vamos já a Belém...” (Lc 2, 15). Deus é a grandeza, é o Bem supremo, eterno, infinito, o único capaz de saciar os nossos desejos. Quando, pois, o nosso coração se deixa ocupar por qualquer criatura ou objeto criado, torna-se incapaz de conter a majestade soberana que enche o universo. De outro lado, Deus deve exigir às suas perfeições infinitas a homenagem de todos os nossos pensamentos, intenções e sentimentos. O nosso interesse está aqui, como sempre, de acordo com os direitos de Deus. Quando a nossa vontade se volta para a criatura, perde uma parte do amor ao Criador. Ora, a nossa força vem do nosso amor; se ele é fraco, a nossa vida espiritual enfraquece e dificilmente triunfamos das nossas inclinações para o mal. O fogo desenferruja o ferro; assim o amor sagrado livra da matéria o nosso espírito e o nosso coração... o amor faz-nos esquecer tudo que não é Deus (Pe. Luís Bronchain).
Os pastores renunciaram o sono, enfrentaram o frio e a distância para contemplar o Menino Jesus. Quem ama a Deus não foge do sacrifício: “... vamos já a Belém...” (Lc 2, 15). O cristão que se poupa, que calcula para dar a Deus o mínimo indispensável, de modo a não lhe ser traidor, que vive procurando antes fugir da cruz que carregá-la, antes defender-se que renunciar-se, antes salvar a própria vida que sacrificá-la, não é discípulo de Cristo (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).
Os pastores foram imediatamente a Belém... Deus em primeiro lugar. Deixaram tudo para trás! “... vamos já a Belém...” (Lc 2, 15). Bem-aventurado o que conhece o que é amar a Jesus e desprezar-se a si mesmo por amor de Jesus! Nosso amor para com Ele deve apartar-nos de qualquer outro amor, porque Jesus quer ser amado sobre todas as coisas. O amor da criatura é enganoso e mutável, o amor de Jesus é fiel e constante. O que se prende à criatura cairá com ela; o que se abraça com Jesus estará firme para sempre... Na vida e na morte está sempre com Jesus; entrega-te à fidelidade deste Senhor, que só Ele te pode socorrer, quando todos te faltarem... Busca a Jesus em todas as coisas, e sempre acharás a Jesus. Se te buscares a ti mesmo, também te acharás, mas para tua ruína (Tomás de Kempis).
Os pastores foram para Belém, sabendo dos perigos existentes no caminho: ladrões, lobos e outros. Não deixaram para depois... não desistiram... foram! “... vamos já a Belém...” (Lc 2, 15). Os aviões gastam uma quantidade enorme de combustível na decolagem. Quando não se injeta suficiente energia nas turbinas, não ganham altura, e o início do voo torna-se extremamente perigoso. O mesmo acontece com a vida. Um início tímido representa muitas vezes a impossibilidade posterior de ‘ganhar altura’ profissional, familiar e, sobretudo, espiritual. E a alma – como uma aeronave vacilante – passa roçando pelas montanhas da vida, correndo o risco de um impacto mortal. A valentia não é algo que se tenha; é algo que se adquire. Homem valente é aquele em quem a coragem acaba por prevalecer sobre o medo (Dom Rafael Llano Cifuentes).
Os pastores foram apressadamente para Belém... estava muito escuro, mas eles enfrentaram a escuridão em busca da Luz Eterna! “... vamos já a Belém...” (Lc 2, 15). Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? Pois estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem os poderes, nem a altura, nem a profundeza, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8,35.38-39).
Os pastores não desprezaram o Anjo, não duvidaram do seu anúncio... foram imediatamente para Belém: “... vamos já a Belém...” (Lc 2, 15). Mandou a seus Anjos guardarem-te em todos os caminhos! Quanto respeito devem infundir-te os Anjos! Quanta devoção devem inspirar-te! Quanta confiança devem comunicar-te! Que tenhas, pois, respeito pela sua presença; devoção por sua benevolência; confiança pela sua proteção. Anda, pois, sempre com toda a circunspeção, como quem tem presentes os Anjos em todos os teus caminhos. Como te atreverias a fazer em sua presença o que não falarias se eu estivesse presente? Sejamos, pois, devotos; sejamos agradecidos a guardiões tão dignos de apreço, correspondamos ao seu amor; honremo-los o máximo que pudermos, pelo quanto lhes devemos (São Bernardo de Claraval).
OBS: Essa pregação não está concluída; assim que “surgirem” novas mensagens as acrescentaremos.
Pe. Divino Antônio Lopes FP (C) Anápolis, 20 de novembro de 2017
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