TRANSPORTADO

 

Mc 2, 3: “Vieram trazer-lhe um paralítico, transportado por quatro homens”.

 

I. Jesus Amor, o paralítico não conseguia andar... estava prostrado em uma maca, e foi preciso que quatro homens o levasse até o Senhor, o Médico Divino.

Se esses quatro homens fossem egoístas e duros de coração; será que o paralítico teria se aproximado de Nosso Senhor? Ó Senhor, quão grandiosa é a virtude da caridade: “A caridade de Cristo estimula, incita-nos a correr e voar com as asas do santo zelo. Quem ama a Deus de verdade, também ama o próximo; o verdadeiro zeloso é o mesmo que ama, mas em grau maior, conforme o grau de amor; quanto arde de amor, tanto mais é impelido pelo zelo” (Santo Antônio Maria Claret, Obras).

Bondoso Mestre, existem  milhões de “paralíticos” espiritualmente; esses permanecem anos e anos prostrados na “maca” da rebeldia e revolta contra Deus... não querem caminhar em busca da Luz Eterna... preferem viver mergulhados nas trevas do pecado mortal. Que loucura!

Jesus Misericordioso, suscite quatro, cem, mil missionários... pessoas fervorosas  e dispostas a “carregarem” através do bom conselho e fiel catequese, esses paralíticos até o Tribunal do perdão.

Querido Senhor, quanto bem pode realizar um católico santo...   missionário cheio de amor e zelo pelas almas! Nenhum católico pode cruzar os braços diante de um “paralítico” espiritualmente: “Nenhum crente, nenhuma instituição da Igreja pode esquivar-se deste dever supremo: anunciar Cristo a todos os povos” (João Paulo II, “Redemptoris Missio”, 3).

 

II. Os quatro homens não questionaram se valeria ou não a pena carregar o paralítico... não deixaram para depois, porque poderia ser tarde... não pediram nada em troca... não se queixaram da distância nem do peso do paralítico. Levaram-no até Cristo Jesus!

Jesus Amigo, se um católico não serve para ajudar o próximo que vive “paralisado” espiritualmente a aproximar de Ti para recuperar a saúde espiritual; para que serve então?

Se um católico não se preocupa com a salvação do próximo... seja membro da família, amigo ou estranho... que tipo de amor ele traz no coração?

Quem não se preocupa com a salvação eterna do próximo; será que possui verdadeiro amor?

Nenhum católico pode se desculpar... todos têm o dever de “carregar” os “paralíticos” espiritualmente para perto de Ti: “Não há nada mais frio do que um cristão que não se preocupa pela salvação dos outros. Não digas: não posso ajudá-los, porque, se és cristão de verdade, é impossível que não o possas fazer. Não há maneira de negar as propriedades das coisas naturais; o mesmo acontece com isto que agora afirmamos, pois está na natureza do cristão agir dessa forma. É mais fácil o sol deixar de iluminar ou de aquecer do que um cristão deixar de dar luz; mais fácil do que isso seria que a luz fosse trevas. Não digas que é impossível; impossível é o contrário. Se orientarmos bem a nossa conduta, o resto sairá como consequência natural. Não se pode ocultar a luz dos cristãos, não se pode ocultar uma lâmpada que brilha tanto” (São João Crisóstomo).   

Senhor Querido, para que serve um católico que não se esforça para carregar a “maca”? Que não se preocupa com a salvação do próximo?

Meu Senhor, hoje, infelizmente, milhões de católicos nem sabem que possuem uma alma imortal... Que desastre!

Mas os mesmos estão prontos para passarem noites em bailes, a beberem até cair, a se prostituírem, a fornicarem, a usarem roupas escandalosas, a construírem prostíbulos, a abortarem, a criticarem abertamente a Santa Doutrina Católica... Pobres infelizes! Miseráveis defuntos! “Ó meu Redentor, impossível meu coração não se afligir muito! O que se passa agora com os cristãos? Serão sempre aqueles que mais vos devem, os que mais vos fazem sofrer? Aqueles a quem maiores benefícios fazeis, que escolheis para amigos, aqueles entre os quais andais e com os quais vos comunicais pelos sacramentos? Não lhes bastaram os tormentos que por eles padecestes?” (Santa Teresa de Jesus, Caminho de perfeição, Capítulo I, 3).

Jesus Querido, como seria tudo diferente, se cada católico “carregasse” um “paralítico” espiritualmente até ao confessionário. Quanta recompensa ele receberia! “... os que ensinam a muitos a justiça hão de ser como as estrelas, por toda a eternidade” (Dn 12, 3).

 

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 20 de fevereiro de 2009

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Transportado”

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