PEDRO JUNTO AO TÚMULO

(Jo 20, 3-10)

 

3 Pedro saiu, então, com o outro discípulo e se dirigiram ao sepulcro. 4 Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. 5 Inclinando-se, viu os panos de linho por terra, mas não entrou. 6 Então, chega também Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro; vê os panos de linho por terra 7 e o sudário  que cobrira a cabeça de Jesus. O sudário não estava com os panos de linho no chão, mas enrolado em um lugar, à parte. 8 Então, entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: e viu e creu. 9 Pois ainda não tinham compreendido que, conforme a Escritura, ele devia ressuscitar dos mortos. 10 Os discípulos, então, voltaram para casa” (conferir também: Lc 24, 12).

 

 

Em Jo 20, 3 diz: “Pedro saiu, então, com o outro discípulo e se dirigiram ao sepulcro”.

As mulheres ao voltarem do sepulcro, informaram os apóstolos de que ele estava vazio: “Ao voltarem do túmulo, anunciaram tudo isso aos Onze, bem como a todos os outros. Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. As outras mulheres que estavam com elas disseram-no também aos apóstolos; essas palavras, porém, lhes pareceram desvario, e não lhes deram crédito” (Lc 24, 9-11).

As piedosas mulheres vieram falar primeiro com os apóstolos: “... recorrem imediatamente a Pedro e aos Apóstolos a comunicar-lhes tudo o que tinham visto e ouvido. Pedro, a quem Jesus tinha prometido que seria o Seu Vigário na terra (cf Mt 16, 18)” (Edições Theologica).

Pedro sente-se movido a tomar a responsabilidade de comprovar os fatos: “Pedro saiu, então, com o outro discípulo e se dirigiram ao sepulcro”. Esse discípulo que acompanhou Pedro ao túmulo, é João Evangelista, o discípulo que Jesus amava.

“Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro” (Jo 20, 4).

Os dois apóstolos, Pedro e João, correram para o sepulcro, mas João que era mais jovem do que Pedro chegou primeiro. Chegou primeiro, mas não entrou, não entrou em sinal de respeito a Pedro que seria o Vigário de Cristo na terra: “Inclinando-se, viu os panos de linho por terra, mas não entrou” (Jo 20, 5).

Em Jo 20, 6-7 diz: “Então, chega também Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro; vê os panos de linho por terra e o sudário que cobrira a cabeça de Jesus. O sudário não estava com os panos de linho no chão, mas enrolado em um lugar, à parte”.

As palavras que emprega o Evangelista para descrever o que Pedro e ele viram no sepulcro vazio, exprimem com vivo realismo a impressão que lhes causou o que ali encontraram, e como ficaram gravados na sua memória alguns pormenores à primeira vista irrelevantes: “As características que apresentava o sepulcro vazio foram até tal ponto significativas, que os fizeram intuir de algum modo a  Ressurreição do Senhor. Alguns termos que aparecem no relato necessitam de ser explicados; a simples tradução dificilmente pode exprimir todo o conteúdo.

“As ligaduras no chão”: O particípio grego que traduzimos por “caídas” ou “no chão” parece indicar que as ligaduras tinham ficado aplanadas, como vazias ao ressuscitar e desaparecer dali o corpo de Jesus, como se Este tivesse saído dos tecidos e das ligaduras sem ser desenroladas, passando através delas (tal como entrou mais tarde no Cenáculo “estando fechadas as portas”). Por isso, os tecidos estavam “caídos”, “planos”, “jacentes” segundo a tradução literal do grego, ao sair deles o Corpo de Jesus que os tinha mantido antes em forma avultada. Assim se compreende a admiração e a recordação indelével da testemunha.

“O lençol... à parte, ainda enrolado para outro sítio”: A primeira observação é que o sudário, que tinha envolvido a cabeça, não estava em cima dos tecidos, mas ao lado. A segunda, mais surpreendente, é que, como os tecidos, conservava ainda a sua forma de envoltura, mas, de modo diferente daqueles, mantinha certa consistência de volume, à maneira de casquete, provavelmente devido ao endurecimento produzido pelos ungüentos. Tudo isso é o que parece indicar o correspondente particípio grego, que traduzimos por “enrolado”.

Destes pormenores na descrição do sepulcro vazio depreende-se que o corpo de Jesus ressuscitou de maneira gloriosa, isto é, transcendendo as leis físicas. Não se tratava apenas da reanimação do corpo, como por exemplo, no caso de Lázaro, que necessitou de ser desligado das ligaduras e outros tecidos da mortalha para poder andar (cf Jo 11, 44)” (Edições Theologica).

Em Jo 20, 8-10 diz: “Então, entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: e viu e creu. Pois ainda não tinham compreendido que, conforme a Escritura, ele devia ressuscitar dos mortos. Os discípulos, então, voltaram para casa”.

Os Apóstolos, Pedro e João, foram ao sepulcro e confirmaram, como tinha dito Maria Madalena, que o mesmo estava vazio; mas os dois perceberam que não se tratava de um roubo, pois os tecidos estavam no sepulcro; não deram falta de nenhuma peça.

Vendo os tecidos e o sudário, começaram a compreender o que Nosso Senhor lhes tinha explicado por várias vezes sobre a Sua Morte e Ressurreição: “A partir dessa hora, Jesus começou a mostrar aos seus discípulos que era necessário que fosse a Jerusalém e sofresse muito por parte dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos escribas, e que fosse morto e ressurgisse ao terceiro dia” (Mt 16, 21).  

A Ressurreição de Cristo é um fato real e histórico: “Além das predições de Cristo acerca da Sua Paixão, Morte e ressurreição (cf Jo 2, 19; Mt 16, 21; Mc 9, 31; Lc 9, 22), já no Antigo Testamento estava anunciado o triunfo glorioso do Messias e, de certo modo, a Sua Ressurreição (cf Sl 16, 9; Is 52, 13; Os 6, 2). Os Apóstolos começam a compreender o verdadeiro sentido da Sagrada Escritura depois da ressurreição do Senhor, e mais especialmente quando recebem o Espírito Santo, que ilumina planamente as suas inteligências para compreender o conteúdo da Palavra de Deus. É de supor a surpresa e o alvoroço de todos os discípulos ao ouvir contar a Pedro e a João o que tinham visto no sepulcro” (Edições Theologica).  

As piedosas mulheres disseram aos apóstolos que o sepulcro estava vazio. Pedro e João correram até o túmulo e constatam que realmente estava vazio, mas não se tratava de roubo, porque encontraram os tecidos e o sudário no devido lugar.

Cristo ressuscitou! O Seu corpo não está mais no sepulcro: “Aleluia! Passado é o inverno da maldição, vinda é a primavera do amor; passada é a escravidão do demônio, começa o doce reino de Deus.

Aleluia! Alegria é a vida, alegria é a morte, alegria a ressurreição” (Pe. João Colombo).

O sepulcro está vazio! Cristo ressuscitou! Nós também devemos ressuscitar, no espírito, para uma vida nova: “Portanto pelo batismo nós fomos sepultados com ele na morte para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós vivamos vida nova” (Rm 6, 4).

Cristo ressuscitou! Busquemos então as coisas do alto: “Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Pensai nas coisas do alto, e não nas da terra” (Cl 3, 1-2).

 “Se, pois, ressuscitastes com Cristo...”, desapegue o seu coração das coisas passageiras e caducas desse mundo: “A alma, presa pelos encantos de qualquer criatura, é sumamente feia diante de Deus, e não pode de forma alguma transformar-se na verdadeira beleza, que é Deus, pois a fealdade é de todo incompatível com a beleza” (São João da Cruz, Subida do Monte Carmelo,  Livro I, capítulo IV, 4).

“Se, pois, ressuscitastes com Cristo...”, jogue fora todas as suas roupas imorais, porque esse tipo de roupa pagã não agrada a Deus: “A prática do pudor e da modéstia, no falar, no agir e no vestir, é muito importante para criar um clima apropriado à conservação da castidade, mas isto deve ser bem motivado pelo respeito do próprio corpo e da dignidade dos outros. Como já se mencionou, os pais devem vigiar a fim de que certas atitudes imorais não violem a integridade da casa” (Sexualidade Humana: Verdade e Significado, 56).

“Se, pois, ressuscitastes com Cristo...”, queime todas as revistas pornográficas que coleciona, pois elas são cartilhas de Satanás.

“Se, pois, ressuscitastes com Cristo...”, namore com decência e respeito, e não como um casal de animais irracionais.

“Se, pois, ressuscitastes com Cristo...”, não transforme o seu lar em um chiqueiro, deixando entrar nele as novelas e músicas pornográficas.

“Se, pois, ressuscitastes com Cristo...”, seja fiel na vida conjugal, abandonando a desgraça do adultério.

“Se, pois, ressuscitastes com Cristo...”, jogue fora os anticoncepcionais e tire da cabeça o maligno desejo de matar o seu filhinho, cometendo aborto.

“Se, pois, ressuscitastes com Cristo...”, siga fervorosamente a Cristo Jesus: “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14, 6).

 

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Anápolis, 11 de abril de 2007

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Pedro junto ao túmulo”

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