A ALEGRIA PASCAL
“Os discípulos, então, ficaram cheios de alegria por verem o
Senhor” (Jo
20, 20).
Domingo da
ressurreição! Os apóstolos estão numa sala com as portas
fechadas por medo dos judeus:
“À tarde desse
mesmo dia, o primeiro da semana... fechadas as portas onde
se achavam os discípulos, por medo dos judeus”
(Jo 20,
19).
Medo!
Lágrimas! Aflição! Angústia!
Domingo da
ressurreição! Os apóstolos estão reunidos, mas aflitos e
chorosos:
“Ela foi anunciá-lo àqueles que tinham estado em companhia
dele e que estavam aflitos e choravam”
(Mc 16, 10).
Medo!
Lágrimas! Aflição! Angústia!
Domingo da
ressurreição! Os Onze estão angustiados e não deram crédito
às mulheres:
“Ao voltarem do
túmulo, anunciaram tudo isso aos Onze, bem como a todos os
outros. Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. As
outras mulheres que estavam com elas disseram-no também aos
apóstolos; essas palavras, porém, lhes pareceram desvario, e
não lhes deram crédito”
(Lc 25,
9-11).
Medo!
Lágrimas! Aflição! Angústia!
Domingo da
ressurreição! Os apóstolos estão reunidos, mas uma nuvem
paira sobre eles:
“Depois disso, ele
se manifestou de outra forma a dois deles, enquanto
caminhavam para o campo. Eles foram anunciar aos restantes,
mas nem nestes creram” (Mc 16, 12-13).
Medo!
Lágrimas! Aflição! Angústia!
Domingo da
ressurreição! O Senhor apareceu a Maria Madalena; ela foi
contar aos apóstolos, mas eles não creram:
“Ora, tendo
ressuscitado na madrugada do primeiro dia da semana, ele
apareceu primeiro a Maria Madalena, de quem havia expulsado
sete demônios. Ela foi anunciá-lo àqueles que tinham estado
em companhia dele e que estavam aflitos e choravam. Eles,
ouvindo que ele estava vivo e que fora visto por ela, não
creram” (Mc
16, 9-11).
Os apóstolos
estão fechados dentro de uma sala. Estão reunidos, mas a
tristeza e angústia invadiram os seus corações. De que vale
a união entre as criaturas, se a Luz Eterna está ausente?
“Quando
Jesus se retira, tudo enfada e cansa... Quando Jesus não
fala interiormente, nenhuma consolação tem valor... Quão
seco e duro és sem Jesus!... Que te pode dar o mundo sem
Jesus?... Estar sem Jesus é terrível inferno... E quem perde
a Jesus perde muitíssimo, mais do que se perdesse todo o
mundo”
(Tomás de Kempis, Imitação de Cristo, capítulo VIII).
Cabeças
baixas! Lágrimas escorrendo pelas faces! Rostos tristes!
Corações apertados!
A Luz Eterna
se aproxima!
“Eu sou a luz do
mundo”
(Jo 8, 12).
Eis que a
nuvem da tristeza vai se afastando! Os espinhos da dor saem
de seus corações! O pano da felicidade enxuga-lhes as faces
banhadas pelas lágrimas!
Por que os
apóstolos se reanimaram tão rapidamente? Porque a Luz Eterna
acabara de entrar na sala:
“À tarde desse
mesmo dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas
onde se achavam os discípulos, por medo dos judeus, Jesus
veio e, pondo-se no meio deles...”
(Jo 20, 19).
Cristo
ressuscitado se colocou no meio deles, próximo de todos,
“... pondo-se no meio deles...”
“... pondo-se no meio deles...”
Amemos a Nosso Senhor de todo o coração e sejamos-Lhe
dóceis, abrindo, ou melhor, escancarando o nosso coração
para Ele entrar e nele ficar:
“Quanto mais nos
damos a Deus, mas ele se dá a nós”
(Bem-aventurada Elisabete da Trindade).
“... pondo-se no meio deles...”
Se a Luz
Eterna está no nosso meio a nos iluminar; é grande loucura
abandoná-la para seguir as trevas oferecidas pelo mundo
inimigo da luz:
“Não ameis o mundo
nem o que há no mundo...”
(1 Jo 2,
15).
“... pondo-se no meio deles...”
A amizade do
Senhor é suave e verdadeira; afastemos do nosso coração tudo
aquilo que possa atrapalhá-la:
“Quão amável é
Jesus! Nele encontramos divinamente toda Beleza, toda
Bondade, toda Perfeição”
(São Pedro Julião Eymard).
Qual foi a
atitude dos apóstolos quando viram a Cristo ressuscitado?
“... ficaram
cheios de alegria”
(Jo 20, 20).
A Palavra de Deus diz que os apóstolos ficaram
“... cheios de alegria por verem o Senhor”.
Não ficaram
simplesmente contentes e felizes, e sim,
“cheios de alegria”;
não por terem visto uma criatura ou uma vaidade oferecida
pelo mundo, mas
“por verem o Senhor”.
Fiquemos
também nós cheios de alegria por possuirmos Cristo Jesus,
precioso tesouro, em nosso coração.
“... cheios de alegria por verem o Senhor”.
O que o mundo pode nos oferecer? Somente o vazio!
Abandonemos as suas vaidades e com certeza encontraremos a
Deus, e assim possuiremos a verdadeira alegria:
“Sou a pessoa mais
feliz. Já não desejo nada porque meu ser está saciado com o
Deus-Amor”
(Santa
Teresa dos Andes, Carta 110).
“... cheios de alegria por verem o Senhor”.
Paremos de andar atrás das coisas caducas da terra; somente
em Deus, Alegria Infinita, encontraremos a alegria que
encherá o nosso coração:
“Para ti nos
criaste, ó Senhor... e inquieto está o nosso coração
enquanto não repousar em ti!”
(Santo
Agostinho).
“... cheios de alegria por verem o Senhor”
Busquemos
fervorosamente a Cristo Jesus, Ele é o Senhor que inundará a
nossa alma da mais pura felicidade:
“Quem pode fazer-me
mais feliz do que Deus? Nele encontro tudo”
(Santa Teresa dos Andes, Carta 81).
Observe
atentamente:
“... cheios de
alegria por verem o Senhor”.
Na Páscoa
celebramos a ressurreição de Nosso Senhor:
“É Páscoa, a Páscoa
do Senhor... Não figura, não história, não sombra, mas a
verdadeira Páscoa do Senhor... Verdadeiramente, ó Jesus,
livrastes-nos da grande ruína e nos estendestes as paternas
mãos”
(Santo Hipólito de Roma).
Por que será
que depois da Páscoa, a maioria dos católicos continuam os
mesmos: tristes e frustrados?
Com certeza
absoluta, é porque não se esforçaram
“por verem o Senhor”;
e assim, o coração permaneceu vazio e angustiado.
Esses
católicos correram atrás dos ovos de chocolate, do baile do
aleluia, do carnaval temporão, em plena Semana Santa, das
reuniões familiares, das pescarias e empregaram malignamente
o “famoso feriadão”.
Aquele que
busca o vazio do mundo, não pode viver a alegria pascal.
Quem não busca
a Jesus, Alegria Infinita, vive adormecido nos braços de
Satanás.
Pe. Divino
Antônio Lopes FP.
Anápolis, 23 de abril de 2007
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