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					RESSUSCITAREMOS! 
					
					(Jo 5, 28-29) 
					  
					
					“Vem a hora em 
					que os que houverem feito o bem, surgirão para a 
					ressurreição da vida, e os que tiverem feito o mal, para a 
					ressurreição do juízo”. 
					  
					
					  
					  
					
					I PONTO 
					  
					
					Os santos e os 
					pecadores ressuscitarão 
					  
					
					Já que formamos um 
					corpo místico com Jesus Cristo, de que Ele é a cabeça, a sua 
					ressurreição leva consigo a nossa, assim como a nossa exige 
					a d’Ele; pois que não se pode separar a vida da cabeça da 
					dos membros, nem dar movimento a estes sem o auxílio 
					daquela: 
					“Se vos anunciamos que Jesus Cristo 
					ressuscitou, como podem dizer que não há para nós 
					ressurreição?”
					(1 Cor 15, 12). 
					
					A ressurreição dos 
					justos não é só consequência da do Salvador, mas ser-lhe-á 
					também conforme: 
					“Mas a nossa cidade está nos céus, de onde 
					também esperamos ansiosamente como Salvador o Senhor Jesus 
					Cristo, que transfigurará o nosso corpo humilhado, 
					conformando-o ao seu corpo glorioso, pela força que lhe dá 
					poder de submeter a si todas as coisas” 
					(Fl 3, 20-21).
					
					“Ressuscitarão para a vida eterna”
					(Jo 5, 24.29). 
					
					Os seus corpos, 
					como o de Jesus, serão adornados de quatro qualidades 
					gloriosas: 1.º A 
					impassibilidade, que os isentará do sofrimento, da morte e 
					de qualquer alteração. 2.º A subtilidade, que os tornará de 
					certo modo espirituais, de sorte que serão visíveis ou 
					invisíveis à vontade da alma. 3.º A agilidade, pela 
					qual poderão 
					locomover-se com a rapidez do relâmpago. 4.º A claridade, 
					que os fará como outros tantos sóis, cujo brilho não 
					deslumbrará a vista. 
					
					Se isso se dá com o corpo dos justos, depois 
					da ressurreição, que será das suas almas bem-aventuradas? 
					Meu Deus! Quem no-lo poderá 
					dizer senão vós? 
					Cada uma delas excederá em brilho e 
					beleza a todos os corpos gloriosos reunidos, 
					pois que a superioridade da alma sobre o corpo é de certo 
					modo infinita. Essa verdade deveria inspirar-nos 
					ardor na prática da mortificação dos sentidos e da renúncia 
					a nossas más inclinações. 
					
					“Os pecadores 
					ressurgirão para o julgamento”. 
					Bem diferente dos justos, eles serão disformes, 
					hediondos e miseráveis nos 
					corpos e nas almas. Sob o peso 
					de males incompreensíveis, cumulados de vergonha, tristeza e 
					remorsos, em vez de voarem nos ares com os eleitos, 
					arrastar-se-ão penosamente até ao vale, onde a 
					sentença final acabará mergulhando-os nos opróbrios, 
					tormentos e desesperos sem fim. 
					
					As almas infelizes 
					dos condenados sairão do inferno e se unirão a seus corpos 
					malditos que foram instrumentos para ofender a Deus. 
					  
					
					II PONTO 
					  
					
					Como merecer a 
					ressurreição gloriosa 
					  
					
					Não se 
					merece essa ressurreição senão evitando o que pode manchar o 
					corpo e a alma. 
					O nosso corpo deve reunir-se à alma e partilhar a sua 
					glória: eis porque foi santificado com ela pelo 
					batismo, pela Eucaristia, pela Unção dos Enfermos, pelas 
					bênçãos da Igreja, jejuns e abstinências: 
					“Não 
					sabeis que sois o templo de Deus e que o Espírito Santo 
					habita em vós? Se alguém violar esse templo, que é o vosso 
					corpo, o Senhor o destruirá”
					(1 Cor 3, 16-17). Mereceremos 
					ressuscitar para a vida eterna recusando a nossa carne e 
					sentidos... as satisfações proibidas, mortificando-nos e 
					praticando a castidade: 
					“... surgirão para a ressurreição da vida”. 
					
					As nossas 
					almas são as esposas do Deus de santidade. 
					Criadas à sua imagem e semelhança, resgatadas pelo Sangue de 
					Jesus Cristo, são destinadas a contemplar, depois desta 
					vida, a própria divindade, a amá-la e possuí-la para sempre. 
					Um fim tão sublime exige de nós conduta irrepreensível. 
					Senhor, vós dissestes: 
					“Os pecadores não 
					ressuscitarão para a glória”
					(Sl 1, 5). 
					
					Tal ventura 
					reclama o fervor e a constância 
					no bem (1 Cor 15, 18). Não basta começar, é preciso 
					perseverar até a morte na piedade sólida, isto é, na piedade 
					que nos ensina a separar-nos de nós mesmos e a unir-nos a 
					Deus. Para isso: 1.º Meditemos e rezemos não só na 
					abundância do fervor, mas também na aridez da alma. 2.º 
					Mortifiquemos os olhos, a língua e o paladar, combatamos o 
					mau humor, o caráter, os maus hábitos, de sorte a nos 
					tornarmos tudo para todos, mansos com os temperamentos 
					difíceis, caridosos para os que nos contrariam, bons e 
					pacientes para com os que nos afligem. Numa palavra, fujamos 
					do mal e façamos o bem até o derradeiro suspiro; assim 
					teremos parte na ressurreição gloriosa do nosso amante 
					Redentor. 
					
					O Pe. Gabriel de 
					Santa Maria Madalena escreve: 
					“Sem constância, 
					impossível é chegar à santidade ou à salvação: não basta 
					sermos virtuosos e generosos alguns dias ou alguns anos; 
					necessário é sê-lo sempre, até o fim... Retirar-se do bem 
					começado, do caminho da fé e do seguimento de Cristo, quer 
					dizer pôr em perigo a própria salvação”. 
					  
					
					Pe. Divino Antônio 
					Lopes FP (C) 
					
					Anápolis, 15 de 
					abril de 2014 
					  
					  
					
					Bibliografia 
					  
					
					Sagrada Escritura 
					
					Pe. Gabriel de 
					Santa Maria Madalena, Intimidade Divina 
					
					Pe. Luis Bronchain, 
					Meditações para todos os dias do ano 
					
					Santo Afonso Maria 
					de Ligório, Preparação para a morte 
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