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					INCLINOU-SE PARA O INTERIOR DO SEPULCRO 
					
					(Jo 20, 11) 
					  
					
					“Enquanto 
					chorava, inclinou-se para o interior do sepulcro”. 
					  
					
					
					  
					  
					
					INCLINOU-SE, 
					como fizera São João (Jo 20, 5) para poder ver o 
					INTERIOR do sepulcro. 
					
					Ainda chorando, 
					INCLINOU-SE para olhar pela abertura baixa da 
					entrada do sepulcro. Não conformava com a ausência do 
					seu Senhor: 
					“Porque o fez, não 
					sei.
					
					Sabia que não estava ali aquele que procurava. Ela mesma 
					anunciara aos discípulos que ele tinha sido tirado. Tinham 
					vindo ao sepulcro e procuraram o corpo do Senhor, não só 
					examinando, mas entrando. Porque olhou ela, inclinando-se 
					para o sepulcro, enquanto chorava? Porque morria de dor e 
					julgava não dever acreditar nem nos seus olhos nem dos 
					Apóstolos? Ou teria olhado, movida por certo divino 
					instinto?” 
					(Santo Agostinho). 
					
					Maria Madalena 
					sabia que o sepulcro estava VAZIO; porém, era 
					um CONSOLO para o seu coração OLHAR 
					e TORNAR a OLHAR os 
					lugares e pertences do AMADO, 
					para que fosse mais viva a sua recordação. 
					
					São João 
					Crisóstomo escreve: 
					“Maria Madalena 
					encontrou consolo olhando para o sepulcro; ficava mais 
					tranquila ao inclinar-se para ver o lugar onde descansou o 
					corpo do Senhor. Por isso diz: ‘Enquanto chorava se inclinou 
					para olhar o interior do sepulcro”, 
					e: 
					“Ao que ama não lhe basta olhar uma só vez, porque a força 
					do amor multiplica o esforço de buscar”
					(São Gregório Magno). 
					
					Quem ama 
					verdadeiramente a Jesus Cristo não consegue ficar 
					longe d’Ele. O coração de Santa Maria Madalena ardia de amor
					sincero e puro pelo Senhor que a 
					libertou das garras do Demônio. 
					
					Como Jesus é pouco amado!
					Quem pensa n’Ele? Quem se lembra do que fez pela 
					salvação do mundo? Pensa-se em levantar uma estátua 
					a um imperador, a um rei, a um estadista, que talvez 
					perseguiu a Igreja, oprimiu os pobres, demoliu os templos e 
					despovoou os claustros! Pensa-se em fazer uma apoteose a um 
					herói que volta da campanha, talvez mais onerado de crimes 
					do que de vitórias! Projetam-se festejos estrondosos para a 
					celebração do centenário de um escritor que fez profissão de 
					ateu: e quem pensa no Libertador do gênero humano?
					Quem pensa em levantar estátuas ao rei do céu que veio 
					conquistar-nos o reino da glória e libertar-nos do cativeiro 
					do Demônio? Quantos nem 
					sequer o nome sabem d’Aquele que os salvou? 
					
					Estudam-se as histórias dos grandes homens e 
					ignora-se a história do Homem-Deus, a história da Redenção 
					do mundo, a história do famosíssimo drama do Calvário. Com 
					quanta razão diz o apóstolo: Seja anatematizado aquele 
					que não amar a Nosso Senhor Jesus Cristo! (1 Cor 
					16,22). 
					
					Como se ama a Jesus? 
					
					Quem ama, pensa na pessoa amada. 
					– 
					Quem pensa em Jesus? Quem pensa no infinito 
					amor com que Ele amou os homens? Quem pensa na 
					sua encarnação, no seu nascimento, na sua vida oculta em 
					Nazaré e no seu jejum de quarenta dias? Quem 
					pensa na sua vida pública, no seu zelo de salvar as almas, 
					nos seus milagres e na sua doutrina? 
					– Quem pensa na sua morte e paixão? Muito 
					poucos! E, todavia, foi nela que o amor de Jesus aos homens 
					chegou ao último extremo. 
					
					Os Santos, que deveras amavam a Jesus, 
					passavam grande parte do dia com o Evangelho diante dos 
					olhos, meditando nos padecimentos a que Ele se entregou por 
					nosso amor. 
					
					Quem ama, visita a pessoa amada. Onde mora 
					Jesus todos o sabemos. A sua casa salienta-se de todas as 
					outras. Talvez passemos, muitas vezes ao dia, por diante da 
					sua porta para irmos visitar um amigo, e deixamos Jesus, só 
					no seu palácio, sem O irmos cumprimentar com um – 
					Bendito e louvando seja! 
					
					Quem ama, gosta de receber em sua casa a 
					pessoa amada. Jesus aí está na solidão dos templos, à espera 
					de quem lhe abra o coração para nele entrar, pois para isto 
					ficou no Sacramento da Eucaristia. A quantos não batem 
					à porta do coração, pedindo pousada, e recebe só repulsas e 
					negativas! 
					
					És tu deste número?
					Ai de nós se não amarmos a Jesus! Se não O 
					amarmos com verdadeiro amor nesta vida, não poderemos 
					esperar ter n’Ele um amigo para a hora da morte e um Deus de 
					misericórdia para o dia do juízo. 
					
					Quem não ama a Jesus é um amigo que não 
					ama o seu amigo; um soldado que não ama o seu rei; um irmão 
					que não ama o seu irmão; um filho que não ama o seu pai. 
					
					Quem não ama a Jesus não se ama a si mesmo; 
					pois não amar a Jesus é amar o mundo; não amar a Jesus é 
					amar a terra; não amar a Jesus é amar as criaturas; e amar o 
					mundo, amar a terra e amar as criaturas é amar o que não tem 
					valor, é preparar para si mesmo a ruína espiritual. 
					
					Feliz de Santa Maria Madalena que se 
					apaixonou pelo Deus Eterno!Que O buscou com amor, 
					perseverança e sinceridade... com ânimo e pureza de 
					coração... O buscou com reta intenção. Quem ama a Jesus 
					Cristo não desiste de buscá-lO... não consegue viver longe 
					do seu amor... do amor do Deus Infinito:
					“Quão amável é Jesus Cristo! 
					N’Ele encontramos divinamente toda Beleza, toda Bondade e 
					toda Perfeição” (São Pedro Julião Eymard). 
					  
					
					Pe. Divino Antônio 
					Lopes FP (C) 
					
					Anápolis, 23 de 
					abril de 2014 
					  
					  
					
					Bibliografia 
					  
					
					Sagrada Escritura 
					
					Pe. Manuel de Tuya, 
					Bíblia comentada 
					
					São Gregório 
					Magno, Escritos 
					
					Edições Theologica 
					
					São Pedro Julião Eymard, Escritos 
					
					Santo Agostinho, 
					Escritos 
					
					São João 
					Crisóstomo, Escritos 
					
					Pe. Alexandrino 
					Monteiro, Raios de luz 
					
					Dom Duarte 
					Leopoldo, Concordância dos Santos Evangelhos 
					
					Dom Isidro Gomá y 
					Tomás, O Evangelho Explicado 
					
					Bíblia Sagrada, Pontifício Instituto Bíblico 
					de Roma 
					
					Pe. Juan Leal, A Sagrada Escritura 
					(texto e comentário) 
					  
					  
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