|  
                       
					
					TENDES ALGUM PEIXE? 
					
					(Jo 21, 5) 
					
					  
					
					“Então Jesus lhes 
					disse: ‘Jovens, acaso tendes algum peixe?’ Responderam-lhe: 
					‘Não!’” 
					  
					
					
					  
					  
					
					Em Jo 13, 33 
					Jesus Cristo chama “filhinhos” aos discípulos, 
					aqui pela primeira e única vez 
					chama-os de JOVENS. Não O conhecem e usa um 
					termo geral, carente de intimidade. Ele pergunta: 
					“... acaso 
					tendes algum peixe?” 
					O que se come 
					com o pão no grego helenista. Aqui se 
					refere aos peixes. Era como dizer-lhes: 
					vocês pescaram algo? Jesus Cristo se apresentou 
					sem que O chamasse, e agora se adianta e começa o diálogo. A 
					resposta dos apóstolos foi CURTA e 
					NEGATIVA. Pela forma da resposta revelam que não 
					conheciam a quem lhes pergunta. Pensavam ser um 
					comprador de peixes que queria experimentar um 
					pedaço para conhecer a qualidade dos peixes e depois 
					comprá-los. 
					
					“... tendes algum 
					peixe?” 
					Jesus Cristo não necessita de NADA de seus 
					discípulos... prova o fato de que enquanto eles pescavam, 
					Ele (Jesus), milagrosamente lhes prepara a comida na 
					praia. Porém, quer Jesus a colaboração 
					deles, como quer a nossa; e debaixo desse aspecto, podemos
					saciar a fome de Jesus Cristo. Porém, a comida 
					de Jesus Cristo é fazer a VONTADE do Pai, como 
					disse em certa ocasião aos seus discípulos (Jo 4, 34). 
					Nós saciamos a fome de Nosso Senhor quando cumprimos a sua
					VONTADE, que é a mesma do Pai. Saciamos a sua 
					fome quando exercitamos o nosso apostolado... trabalhando 
					incansavelmente e com alegria, trazendo para Jesus Cristo,
					do mar desse mundo, quantos “peixes” pudermos, 
					isto é, almas imortais e espirituais. 
					
					“Jovens”. 
					Jesus Cristo chama os apóstolos de JOVENS, 
					disse Eutímio, porque eram homens fortes 
					e robustos, segundo devem ser os bons 
					trabalhadores, ou, como disse Clemente Alexandrino, 
					porque eram domésticos e familiares, 
					ou, pode ser também, como um senhor superior e poderoso 
					que fala com pessoas inferiores. Pois cabe aos 
					superiores chamar aos inferiores de 
					JOVENS, isto é, filhos ou 
					adolescentes. 
					
					“Responderam-lhe: 
					‘Não!’” 
					Responderam com simplicidade e
					brevidade que NÃO tinham peixes, 
					antes de receber a ordem de lançar as redes no outro lado do 
					barco. Não queriam contar àquele desconhecido o triste 
					fracasso do trabalho realizado durante a noite. 
					
					Jesus Cristo, o 
					Deus da paciência e do verdadeiro amor, não age com 
					estupidez e arrogância; mas sim, 
					inicia um diálogo respeitoso e cheio de 
					atenção. 
					
					Ele, Jesus, se 
					mostra familiar e lhes dá um conselho respeitoso, para que 
					confessem que a pesca noturna fora infrutífera... 
					muita luta e cansaço... e NENHUM peixe. Quer que 
					eles comuniquem o “segredo” sem medo 
					nem vergonha... Ele é o GRANDE AMIGO. 
					
					Igual TÁTICA 
					deve seguir, com a ajuda do Espírito Santo, os 
					que têm o cuidado de ORIENTAR as pessoas no 
					caminho do Céu. No INÍCIO é preciso  faze-lhes
					perguntas familiares... saber como estão de 
					saúde... seus trabalhos, os filhos... seus negócios, 
					dando-lhes conselhos certos... falando mais sobre o que lhes 
					agradam, isso para conquistar a confiança deles. E, 
					assim, aos poucos, com paciência e sabedoria, faremos muito 
					bem para as suas almas. 
					
					  
					
					JESUS CRISTO 
					REALIZOU UM FRUTUOSO APOSTOLADO COM OS APÓSTOLOS: MUITA 
					PACIÊNCIA, BONDADE E COMPREENSÃO. FAÇAMOS O MESMO! 
					
					  
					
					Jesus é o 
					nosso Amigo. 
					N’Ele os Apóstolos encontraram a sua melhor amizade. Era 
					alguém que os amava, a quem podiam comunicar as suas penas e 
					alegrias, a quem podiam fazer perguntas com toda a 
					confiança. 
					
					Jesus Cristo 
					procurou a amizade de todos os que encontrou pelos caminhos 
					da Palestina. Aproveitava sempre o diálogo para chegar ao 
					fundo das almas e cumulá-las de amor. E, além do seu 
					infinito amor por todos os homens, ofereceu a sua amizade a 
					pessoas bem determinadas: aos Apóstolos, a José de Arimatéia, 
					a Nicodemos, a Lázaro e à sua família... Não negou ao 
					próprio Judas o honroso título de amigo, 
					precisamente no momento em que este O entregava às mãos dos 
					seus inimigos. 
					
					Cristo 
					ressuscitado é o companheiro, o Amigo. Um companheiro que se 
					deixa ver apenas entre sombras, mas cuja realidade inunda 
					toda a nossa vida e nos faz desejar a sua companhia 
					definitiva. Ele, que compartilhou a nossa natureza, quer 
					compartilhar também os nossos fardos: Eu vos aliviarei
					(Mt 11, 28), diz a todos. É o mesmo que 
					deseja ardentemente que partilhemos da sua glória por toda a 
					eternidade. 
					
					Jesus Cristo é o 
					Amigo que nunca atraiçoa; quando vemos vê-lO, falar-Lhe, 
					está sempre disponível, dá-nos as boas-vindas sempre com o 
					mesmo calor, ainda que nos veja frios ou distraídos. Ele 
					ajuda sempre, anima sempre, consola em qualquer ocasião...
					usa todos os meios possíveis para dialogar conosco: 
					 “Jovens, 
					acaso tendes algum peixe?” 
					
					A verdadeira 
					amizade é sempre desinteressada, pois consiste mais em dar 
					do que em receber; não procura o proveito próprio, mas o do 
					amigo. O amigo verdadeiro não pode ter duas caras para o seu 
					amigo; a amizade deve ser leal e sincera, exige renúncia, 
					retidão, troca de favores, de serviços nobres e lícitos. O 
					amigo é forte e sincero na medida em que, de acordo com a 
					prudência sobrenatural, pensa generosamente nos outros, com 
					sacrifício pessoal. Do amigo espera-se correspondência ao 
					clima de confiança que se estabelece na verdadeira amizade; 
					espera-se o reconhecimento do que somos e, quando 
					necessário, a defesa clara e sem paliativos (falsa 
					aparência). 
					  
					
					Pe. Divino Antônio 
					Lopes FP (C) 
					
					Anápolis, 08 de 
					maio de 2014 
					  
					  
					
					Bibliografia 
					  
					
					Sagrada Escritura 
					
					Pe. Manuel de Tuya, 
					Bíblia comentada 
					
					Dom Isidro Gomá y 
					Tomás, O Evangelho explicado 
					
					Pe. Juan de 
					Maldonado, Comentário do Evangelho de São João 
					
					Eutímio, Escritos 
					
					São Josemaría 
					Escrivá, É Cristo que passa 
					
					Clemente 
					Alexandrino, Escritos 
					
					Pe. Juan Leal, A 
					Sagrada Escritura (texto e 
					comentário) 
					
					Pe. Francisco 
					Fernández Carvajal, Falar com Deus 
					  
					  
					  
					 |