“Lançai a rede à direita do barco e achareis” (Jo 21, 6).

Vejam como os discípulos são esforçados, não se acomodam na “suíte” nem na “poltrona”, mas pescam durante toda a noite (Jo 21, 3); esse trecho não diz que pescaram poucos peixes, mas sim: “… nada apanharam”.

Está claro que não desanimaram e que jogaram a rede várias vezes, mas tudo em vão; pode-se dizer que perderam tempo.

Os discípulos trabalharam durante toda a noite, mas não pescaram nenhum peixe.  O mesmo acontece com aquele que trabalha, mesmo bem intencionado, em pecado mortal; ele trabalha à “noite”, e, por isso, não consegue “pescar” nada para a Vida Eterna: “… sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15, 5), e: “… só a alma que está em graça santificante pode adquirir mérito por suas ações” (Pe. Leo J. Trese).

Quando amanheceu o dia a Luz Eterna estava na praia, e pediu que os mesmos lançassem a rede à direita do barco, e então pescaram muitos peixes.

Aquele que trabalha unido ao Senhor, isto é, que possui a graça santificante na alma, “pesca para a Vida Eterna”, isto é, adquire mérito por suas ações.

Infeliz daquele que trabalha à “noite”, isto é, que trabalha longe de Nosso Senhor, que não faz a vontade de Deus, mas somente a sua; esse corre e cansa, mas vive com as mãos vazias.

Aquele que caminha à “noite”, longe do Sol Divino, cairá em muitos “buracos” e não chegará ao lugar desejado, porque as trevas sufocarão a sua vida.

Feliz daquele que caminha e trabalha unido ao Senhor, que ouve e obedece a sua voz, que vive sempre com o coração aberto para Ele; esse não cairá em “buracos” e “pescará” sempre muitos e “grandes peixes”.

Fujamos da “noite”, isto é, de tudo aquilo que se opõe a Cristo e à sua Santa Palavra; se permanecermos na “noite” trabalharemos em vão e a mesma nos sufocará.

Vivamos de “dia”, isto é, sempre unidos a Cristo Jesus, Luz do mundo, e assim, o nosso trabalho não será estéril. De que adianta lutar, correr, esforçar-se… se Cristo Jesus não estiver conosco? Com certeza “pescaremos” à noite inteira, e não apanharemos nada.

Não trabalhemos jamais longe do Senhor, não cometamos tamanha loucura, não joguemos o tempo tão precioso fora; se Cristo Jesus estiver conosco, com certeza colheremos muito para a Vida Eterna e sentiremos aquela paz que o mundo não pode dar.

Feliz daquele que trabalha unido ao Senhor, que escuta com docilidade a sua voz, que coloca em prática o que Ele ordena; esse jamais se decepcionará, porque Ele é o Deus da verdade e não engana ninguém.

Infeliz daquele que vive longe do Senhor, que trabalha sozinho e que não conta com a força do alto; tudo o que faz não passa do telhado, o seu interior está sempre inquieto, o coração anda de mãos dadas com as trevas… a alma assemelha-se a uma casa não habitada, isto é, está cheia de lixo e poeira.

Ó Cristo Jesus, será que existe felicidade e segurança longe de Ti? Será que o homem pode se sentir protegido seguindo o caminho errado das criaturas?

Não! Somente o Senhor é capaz de saciar uma alma imortal, somente o Eterno é capaz de dar a verdadeira felicidade para a alma que não morre.

Pe. Divino Antônio Lopes FP(C)

Anápolis, 14 de maio de 2006