“Simão Pedro, ouvindo dizer: ‘É o Senhor!’, vestiu sua roupa –
porque estava nu – e atirou-se ao mar”
(Jo 21, 7).
São João Evangelista
disse: “É o Senhor!” São Pedro se
vestiu imediatamente porque estava nu. Segundo alguns escritores, ele usava
uma pequena veste, uma espécie de calção usado naquela região para pescar.
São João disse:
“É o Senhor!” Mas ele não foi o primeiro a atirar-se ao mar… o primeiro foi São
Pedro: “Se São João é sempre o primeiro a
reconhecer o Senhor, São Pedro, o chefe da Igreja, o homem da fé ardente e
generosa, é também o primeiro a chegar a seus pés” (Dom Duarte Leopoldo).
Na celebração da
Santa Missa o sacerdote diz para os fiéis: “É o Senhor!” “Eis o Cordeiro
de Deus…” Ouvindo dizer que é o Senhor: “Eis o Cordeiro de Deus…”,
muitos não deveriam se aproximar da mesa da Comunhão por estarem nus… nus em
relação a veste escandalosa que cobre somente uma parte do corpo; e
nus da graça santificante, por estarem em pecado mortal.
Pedro se atirou ao
mar para ir ao encontro do Senhor somente depois de se vestir decentemente.
Para se aproximar de Jesus Sacramentado é preciso estar bem vestido com a
veste da graça santificante e com o corpo decentemente coberto.
Antes de se aproximar
do Senhor, São Pedro atirou-se ao mar… o mar possui água salgada… o sal
serve para conservar. Depois de se vestir decentemente ele atirou-se ao mar.
Aquele que estava nu
da graça de Deus e de uma veste decente, depois de cobrir a alma com a graça
santificante e o corpo com a veste do bom católico, deve, antes de se
aproximar de Cristo, se lançar ao “mar”… “mar” do
arrependimento e do bom propósito de conservar na alma a veste da graça…
e no corpo uma veste decente.
Essas vestes deverão
acompanhar o católico também fora da igreja (templo), porque Deus
está em todo lugar.
Quando o sacerdote
prega a Santa Doutrina Católica com fidelidade:
“Proclamam a Palavra com mais ousadia e sem temor”
(Fl 1, 14), está nos convidando
a aproximar de Nosso Senhor… uma pessoa não pode conhecer a Cristo e viver
na “poltronice”.
Entre nós e Cristo
Jesus pode existir o “mar” das dificuldades e dos obstáculos; então é
preciso se atirar nesse “mar” com força e coragem, porque o
verdadeiro amor não recua; mas sim, vence as provações:
“Decidimos, contudo, confiados em nosso Deus,
anunciar-vos o evangelho de Deus, no meio de grandes lutas”
(1 Ts 2, 2).
Quando somos
absolvidos de nossos pecados… quando recebemos a Santíssima Eucaristia… o
sacerdote está a nos dizer: “É o Senhor!”
Com a veste da graça
na alma e alimentados com o Pão dos Fortes, corramos ao encontro de Nosso
Senhor através do “mar” das dificuldades… não nos acomodemos dentro
do “barco” da nossa vida, mas corramos para o Senhor pelo caminho da
perfeição e da santidade.
Sejamos soldados
valentes e corajosos do Senhor enfrentando o “mar” tempestuoso:
“Assume a tua parte de sofrimento como um bom
soldado de Cristo Jesus”
(2 Tm 2, 3).
Entre nós e Cristo
Jesus existe um “mar”… “mar” de provações, obstáculos, dificuldades,
perseguições, tentações…
Para passar pelo
“mar” de provações, é preciso nos revestir de paciência; pelo “mar”
dos obstáculos nos vistamos de coragem; pelo “mar” das dificuldades
usemos a veste da fortaleza; e das tentações, nos revistamos da oração.
São Pedro vestiu sua
roupa antes de se aproximar do Senhor. Nosso Senhor quer que aproximemos
d’Ele não nus de obras; mas sim, com a “veste” das boas obras:
“… é morta a fé sem obras”
(Tg 2, 26).
Para chegar até Jesus
é preciso passar pelo “mar” das provações com a “veste” das
boas obras… não deixemos que as “ondas” violentas desse “mar”
as tirem de nós pelo desânimo.
Se é Cristo a quem
buscamos, não nos importemos com a agitação do “mar”; mas sim,
fixemos os olhos no Senhor que cuida de nós… e revestidos de força, coragem
e do verdadeiro amor, lancemo-nos decididamente no “mar” tempestuoso.
Pe. Divino Antônio
Lopes FP(C)
Anápolis, 13 de
fevereiro de 2011
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