“… portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos…”
(Mt 28, 19).
O Senhor Deus disse:
“… fazei…” Ele não manda alguém perder tempo, perambular pelo mundo,
realizar um trabalho vazio e sem frutos: “… fazei…” O Salvador diz
que é preciso fazer acontecer… Ele quer frutos.
“… fazei…”
Como fazer acontecer? Ele não manda tentar; mas sim, manda fazer. Ele não
disse “tentai”, mas “fazei…”
O Salvador não aceita
meias medidas no seu trabalho… nem pessoas indiferentes. Ele é exigente e
quer que o trabalho seja frutuoso: “… fazei…”
“… fazei…”
O Bom Pastor não quer missionários “sonolentos”, amigos da
“poltronice”, tíbios, preguiçosos e indiferentes no trabalho pela
salvação das almas; mas sim, quer pessoas que busquem a santidade de vida e
que sejam incansáveis na luta pela salvação do próximo:
“Reconduzirei a desgarrada, procurarei a perdida.
Quer queira quer não, assim farei. E se, em minha busca, os espinhos dos
bosques me rasgarem, eu me obrigarei a ir por todos os atalhos difíceis.
Baterei todos os cercados; enquanto me der forças o Senhor que me ameaça,
percorrerei tudo sem descanso. Reconduzirei a desgarrada, procurarei a
perdida. Se não queres que eu sofra, não te desgarres, não te percas. Tenho
medo de que, se te abandonar, venha a matar o que é forte”
(Santo Agostinho).
“… fazei…”
O Amigo das almas espirituais e imortais exige que sejamos “pastores”
zelosos… que ajudemos aqueles que vivem mergulhados nas trevas do pecado, a
encontrarem o caminho da luz… da salvação. Um missionário não pode ficar
indiferente e calado diante de uma pessoa que percorre o caminho da
condenação eterna.
Nosso Senhor quer que
sejamos fervorosos, zelosos… apaixonados pelas almas imortais; e não frios,
congelados, indiferentes e relaxados.
“… fazei…”
agora, imediatamente, hoje… não adiar, não deixar para o próximo mês ou ano,
porque poderá ser tarde. “… fazei…” acontecer agora, porque a morte
não avisa o dia nem a hora da sua “visita”… e deixar uma alma se
perder é muito perigoso.
“… fazei…”
primeiro com o exemplo… depois, muito depois com a ação. É preciso pregar
primeiro com o bom exemplo como ensina São João Crisóstomo:
“Cristo deixou-nos na terra a fim de que nos
tornássemos faróis que iluminam, doutores que ensinam; a fim de que
cumpríssemos o nosso dever de fermento; a fim de que nos comportássemos como
anjos, como anunciadores entre os homens; a fim de que fôssemos adultos
entre os menores, homens espirituais entre os carnais a fim de os ganharmos;
a fim de que fôssemos semente e déssemos frutos numerosos. Nem sequer seria
necessário expor a doutrina, se a nossa vida fosse irradiante a esse ponto;
não seria necessário recorrer às palavras, se as nossas obras dessem um tal
testemunho. Não haveria mais nenhum pagão, se nos comportássemos como
verdadeiros cristãos”.
A palavra “…
fazei…” deve estar sempre diante de nós… deve ser um “sino” que
tine o tempo todo nos mantendo sempre acordados. Deve ser uma chama que
mantém o nosso coração sempre aquecido de amor pelas almas imortais.
A palavra “…
fazei…” empurra o preguiçoso e acomodado para o campo de batalha… sacode
o sonolento… aquece o frio e congelado… desperta aquele que dorme
espiritualmente.
“… fazei…”
(Mt 28, 19).
A Santa Igreja, Mãe zelosa e apaixonada pelas almas, não deixa nenhum de
seus filhos indiferentes diante da palavra: “… fazei…” Ela exige das
crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos o trabalho missionário
fervoroso, zeloso e contínuo. Cada católico deve “fazer” acontecer em
todos os ambientes: no trabalho, na escola, na família, no lazer, na rua,
nas casas, nas metrópoles, nas cidades, vilas, povoados, fazendas…
“Fazei…” essa é a vontade do Senhor; infeliz daquele que permanecer de
braços cruzados.
Pe. Divino Antônio
Lopes FP(C)
Anápolis, 01 de
outubro de 2017
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