Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

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(Aos Lanceiros Auxiliários. Convento Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, Jaraguá-GO, em 05 de maio de 1998. Essa palestra foi publicada no Jornal “O Anápolis”, no dia 09 de maio de 1998, página 07)

 

O pecado venial

 

Pecado venial é uma desobediência leve à Lei de Deus, ou porque não se conhece bem, ou porque não se quer plenamente ou porque a matéria é leve ou tida como leve.

O pecado venial: Deixa subsistir a Caridade, embora a ofenda e fira (Catecismo da Igreja Católica, nº 1855). Muitas pessoas ignoram o pecado venial dizendo: É apenas uma culpa venial, não nos devemos preocupar tanto com as coisas pequeninas, nem sermos escrupulosos. Ele não nos tira a graça de Deus... Quem pensa assim é sinal que não ama a Deus de verdade, ele não é uma punhalada no Coração de Jesus, mas é uma bofetada no seu Santo Rosto. E a Igreja Católica mostra que o pecado venial não é tão simples assim: O pecado venial enfraquece a caridade; traduz uma afeição desordenada pelos bens criados; impede o progresso da alma no exercício das virtudes e a prática do bem moral; merece penas temporais. O pecado venial deliberado e que fica sem arrependimento dispõe-nos pouco a pouco a cometer o pecado mortal (Catecismo da Igreja Católica, nº 1863). É importante saber que depois do pecado mortal, o pecado venial é a maior desgraça.

O pecado venial não priva a nossa alma da graça santificante: Não priva da graça Santificante, da amizade com Deus, da caridade nem, por conseguinte, da bem-aventurança eterna (Reconciliatio et poenitentia, 17), mas nem por isso podemos tê-lo como algo insignificante: O homem não pode, enquanto está na carne, evitar todos os pecados, pelo menos os pecados leves. Mas esses pecados que chamamos leves, não os consideres insignificantes: se os consideras insignificantes ao pesá-los, treme ao contá-los. Um grande número de objetos leves faz uma grande massa; um grande número de gotas enche um rio; um grande número de grãos faz um montão. Qual é então nossa esperança? Antes de tudo, a confissão (Santo Agostinho).

Os santos nutriam um imenso horror ao pecado venial, declarando-lhe guerra de morte, e estavam dispostos a sofrer tormento, antes do que cometê-lo. Aprendamos dos santos a ter nojo do pecado venial:

a – Santo Edmundo: Prefiro lançar-me nas chamas de uma fogueira antes do que cometer qualquer pecado contra o meu Deus.

b – Santa Catarina de Gênova: Ó meu Deus, para fugir de um pecado, ainda que leve, eu me jogaria, se fosse preciso, em um abismo todo em chamas, aí permanecendo por toda a eternidade, ainda que, cometendo-o pudesse sair imediatamente.

c – Santa Catarina de Sena: Se a alma, imortal por natureza, pudesse morrer, bastaria para matá-la a vista de um só pecado venial conspurcando-lhe a beleza!

d – Santo Inácio de Loyola: Quem é zeloso da pureza de sua consciência deve, na presença de Deus, confundir-se pelos mais pequeninos pecados considerando a infinita perfeição d’Aquele contra quem são cometidos, perfeição essa que lhes agrava infinitamente a malícia.

e – Santo Afonso Rodrigues: Senhor, antes sofrer todas as penas do inferno do que cometer um só pecado venial!

O pecado venial é realmente a doença da alma. É, para nosso espírito, a lepra que o torna asqueroso. Precisamente o pecado venial não dá morte à alma, não a priva da graça de Deus, mas fere-a, maltrata-a, cobre-a de úlceras, e, como toda a moléstia que não é tratada a tempo, pode levar ao túmulo, assim também a culpa venial pode dispor e conduzir a alma à sua morte, isto é, ao pecado mortal.

A Igreja Católica recomenda a Confissão dos pecados veniais: Apesar de não ser estritamente necessária, a confissão das faltas cotidianas (pecados veniais) é vivamente recomendada pela Igreja (Cf. Concílio de Trento: DS 1680; CIC, cân. 988, 2).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

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Pe. Divino Antônio Lopes FP. “O pecado venial”.
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