O católico camaleão
O Camaleão é um lagarto do gênero Anoles, ele muda de cor para se
defender. É pardacento em cima do tronco da árvore e esverdeado
entre a folhagem. O mimetismo é a arma que ele usa para proteger a
sua fragilidade.
Um pobre lagarto usar dessa arma para enganar os inimigos não é nada
escandaloso, mas um católico camaleão é o cúmulo do ridículo. O
católico camaleão é aquele que toma o caráter que serve a seus
interesses; hipócrita que muda de opinião segundo o interesse do
momento. A cara desse católico é um verdadeiro guarda-roupa de
máscaras, tem uma para cada situação, a sua vida é um “eterno”
carnaval porque está sempre fantasiado de palhaço.
A pior coisa dentro da Igreja Católica é a fraqueza da maioria dos
seus membros; são pessoas fracas, ficam de braços cruzados deixando
os inimigos invadirem tudo, enquanto os bons cruzam os braços, os
bandidos vão criando forças e destruindo tudo: “Recuar diante do
inimigo, ou calar-se, quando de toda parte se ergue tanto alarido
contra a verdade, é próprio de homem medroso ou de quem vacila no
fundamento de sua crença. Qualquer destas coisas é vergonhosa em si;
é injuriosa a Deus; é incompatível com a salvação tanto dos
indivíduos, como da sociedade e só é vantajosa aos inimigos da fé,
porque nada tanto afoita a audácia dos maus, como a pusilanimidade
dos bons” (Sapientiae Christianae, Leão XIII).
O católico camaleão muda de cor, muda de opinião, de atitude de
acordo com o meio social ou cultural em que se encontra. É uma
pessoa sem convicção, é um verdadeiro “caniço agitado pelo vento”
(Mt 11, 7), está sempre beijando o chão, não tem firmeza na fé, é um
verdadeiro monte de barro: “O barro, qualquer chuva o dilui,
qualquer enxurrada o carrega para as mil valetas dos caminhos,
qualquer depressão do terreno o transforma em charco”
(Dom Rafael
Lhano Cifuentes).
O católico camaleão parece mais uma barata tonta, está sempre com a
sua cara de hipócrita e lambida querendo agradar a todos, muda a
máscara de acordo com o ambiente. É sério com os sérios, arreganhado
com os arreganhados, puro com os puros, pelado com os pelados,
mortificado com os mortificados, beberrão com os beberrões, etc.,
ele é realmente cheio de macaquice, só que as pessoas convictas
sentem ânsia de vômito quando olham para sua cara lerda.
O católico camaleão possui um forte jogo de cintura, é um habilidoso
diplomata. Mas o povo verdadeiro, que caminha com a verdade diz:
“Eis aí um oportunista. Um vira-casada. Um covarde”
(Dom Rafael
Lhano Cifuentes). Quem vive assim é realmente um vira-lata e
assassino de almas.
O católico camaleão é tão mentiroso e fingido que ninguém acredita
nele, quando diz alguma coisa os ouvintes ficam na dúvida dizendo:
acreditamos ou não, porque ele mente.
“Aprendemos que o ato supremo da fortaleza consiste em enfrentar o
martírio com valentia. Na época dos mártires, os que claudicavam era
considerados apóstatas. E eu às vezes me pergunto: se neste nosso
tempo as pessoas mascaram a sua fé pelo simples temor de uma
gozação, que aconteceria se vivessem na época de Nero ou de
Diocleciano, quando confessar a fé significava perder a vida? Sem
dúvida, a apostasia – disfarçada de “jeitinhos” e “jogos de cintura”
– converter-se-ia em verdadeira doença epidêmica”
(Dom Rafael Lhano Cifuentes).
É ridículo um católico camaleão viver dando jeitinhos para tudo,
lutando para unir a verdade com a mentira, as trevas com a luz e
Deus com o demônio.
O católico não deve ser camaleão, mas sim, um exemplo para os
outros: “Não haveria mais nenhum pagão, se nos comportássemos como
verdadeiros cristãos” (São João Crisóstomo). Existe algo no católico
camaleão que deixa as pessoas admiradas: a falsidade.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Este texto não pode ser reproduzido sob
nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por
escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Depois de autorizado, é preciso citar:
Pe. Divino Antônio Lopes FP. “O católico
camaleão”.
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/palestras/palestra_026.asp
|
|