Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

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(Aos membros do Movimento Missionário Lanceiros de Lanciano. Escola Pequeno Príncipe, Jaraguá-GO, em 28 de fevereiro de 1999)

 

Ser missionário

 

Na Encíclica “Redemptoris Missio”, nº 3, o Papa João Paulo II escreve: Nenhum crente, nenhuma instituição da Igreja pode esquivar-se deste dever supremo: anunciar Cristo a todos os povos.

Todos os católicos batizados são chamados a serem missionários, a levarem a Palavra de Deus, a única que dá a verdadeira paz àquelas pessoas que estão longe de Deus, a única palavra que ensina o caminho do céu: Os fiéis leigos, precisamente por serem membros da Igreja, têm por vocação e por missão anunciar o Evangelho: para essa obra foram habilitados e nela empenhados pelos sacramentos da iniciação cristã e pelos dons do Espírito Santo (Exortação Apostólica “Christifideles Laici”, João Paulo II, n.º 33).

Cada católico deve ser missionário, deve ser Luz do mundo (Mt 5, 14), e Sal da terra (Mt 5, 13), deve sacudir a poeira do comodismo e descruzar os braços, porque: É uma vergonha fazer-se de membro regalado, sob uma cabeça coroada de espinhos (São Bernardo de Claraval), e Santa Teresinha do Menino Jesus escreve: Uma alma inflamada de amor não sabe permanecer inativa. Quem ama a Deus e as almas não fica esperando o amanhã, mas inicia rapidamente o trabalho evangelizador, isto é, o trabalho missionário, não consegue permanecer passivo e indiferente diante de tanto paganismo; o Papa João Paulo II na Encíclica “Redemptoris Missio”, n.º 3 escreve: O número daqueles que ignoram Cristo, e não fazem parte da Igreja, está em contínuo aumento; mais ainda: quase duplicou, desde o final do Concílio. A favor desta imensa humanidade, amada pelo Pai a ponto de lhe enviar o seu Filho, é evidente a urgência da missão.

Nenhum católico pode dizer: não valho nada, não presto, não tenho tempo... A vocação cristã é vocação apostólica, e Deus dá a graça suficiente para podermos corresponder-lhe. Santo Antônio Maria Claret escreve: A caridade de Cristo estimula, incita-nos a correr e voar com as asas do santo zelo. Quem ama a Deus de verdade, também ama o próximo; o verdadeiro zeloso é o mesmo que ama, mas em grau maior, conforme o grau de amor; quanto arde de amor, tanto mais é impelido pelo zelo... Quem tem zelo, deseja e faz as maiores coisas e se esforça para que Deus seja sempre mais conhecido, amado e servido nesta e na outra vida, já que este amor sagrado não tem fim.

O Lanceiro não pode ficar indiferente diante dessa necessidade da Igreja Católica, ele deve ser um conquistador de almas para Deus, deve apontar para os incrédulos o caminho do céu; o Lanceiro deve ser um foco de luz no meio de tanta escuridão, como está em Fl 2, 14-16: Fazei tudo sem murmurações nem reclamações, para vos tornardes irreprováveis e puros, filhos de Deus, sem defeito, no meio de uma geração má e pervertida, no seio da qual brilhais como astros no mundo, mensageiros da Palavra de vida.

Em Mt 20, 3-4 diz: Ao sair pelas nove horas da manhã, viu outros, que estavam ociosos, e disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha. O Papa João Paulo II, na Exortação Apostólica “Christifideles Laici”, n.º 2 escreve: A chamada não diz respeito apenas aos pastores, aos sacerdotes, aos religiosos e religiosas, mas estende-se aos fiéis leigos: também os fiéis leigos são pessoalmente chamados pelo Senhor, de quem recebem uma missão para a Igreja e para o mundo, diz também São Gregório Magno: Considerai o vosso modo de viver, caríssimos irmãos, e vede se já sois trabalhadores do Senhor. Cada qual avalie o que faz e veja se trabalha na vinha do Senhor.

O Lanceiro que fica ocioso diante de tanto trabalho não merece permanecer no Movimento, o membro que não se preocupa com o bem espiritual do próximo não pode permanecer no Movimento, porque é perigoso para a sua própria salvação, como está em Tg 4, 17: Assim, aquele que sabe fazer o bem e não o faz incorre em pecado, e Ez 33, 7-9 diz: Ora, a ti, filho do homem, te pus como atalaia para a casa de Israel. Assim, quando ouvires uma palavra da minha boca, hás de avisá-los de minha parte. Quando eu disser ao ímpio: ‘Ó ímpio, certamente hás de morrer’ e tu não o desviares do seu caminho ímpio, o ímpio morrerá por causa da sua iniqüidade, mas o seu sangue o requererei de ti. Por outra parte, se procurares desviar o ímpio do seu caminho, para que se converta, e ele não se converter do seu caminho, ele morrerá por sua iniqüidade, mas tu terás salvo a tua vida, e também o Papa João Paulo II na Exortação Apostólica “Christifideles Laici”, n.º 3, escreve: Não há lugar para o ócio, uma vez que é muito o trabalho que a todos espera na vinha do Senhor. No mesmo Documento, n.º 33, o Papa João Paulo II diz: Os fiéis leigos, precisamente por serem membros da Igreja, têm por vocação e por missão anunciar o Evangelho, e São João Crisóstomo também diz: … Não há sinal e marca que mais distinga o cristão e aquele que ama a Cristo do que a solicitude pelos seus irmãos e o zelo pela salvação das almas.

 

A – A Sagrada Escritura e o trabalho missionário

 

1. Dn 12, 3: … e os que ensinam a muitos a justiça hão de ser como as estrelas, por toda a eternidade.

2. Mt 9, 35: Jesus percorria todas as cidades e povoados ensinando em suas sinagogas e pregando o Evangelho do Reino…

3. Mc 8, 27: Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesaréia e Filipe...

4. Mc 10, 1:Partindo dali, ele foi para o território da Judéia e além do Jordão, e outra vez as multidões se reuniram em torno dele…

5. Lc 4, 31-32: Desceu então a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e ensinava-os aos sábados. Eles ficavam pasmados com seu ensinamento, porque falava com autoridade.

6. Lc 4, 38: Saindo da sinagoga, entrou na casa de Simão.

7. Lc 6, 17: Desceu com eles e parou num lugar plano, onde havia numeroso grupo de discípulos e imensa multidão de pessoas de toda a Judéia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e Sidônia.

8. Lc 7, 11: Ele foi em seguida a uma cidade chamada Naim.

9. Lc 8, 40:Ao voltar, Jesus foi acolhido pela multidão, pois todos o esperavam.

10. Lc 10, 38: Estando em viagem, entrou num povoado, e certa mulher, chamada Marta, recebeu-o em sua casa.

11. Jo 7, 1: Depois disso, Jesus percorria a Galiléia…

12. Atos 5, 42: E cada dia, no Templo e pelas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Boa Nova do Cristo Jesus.

13. Atos 18, 5: Quando, porém, Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, Paulo começou a dedicar-se inteiramente à Palavra…

14. 1 Cor 9, 16: Anunciar o evangelho não é título de glória para mim; é, antes, uma necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho.

15. 1 Ts 2, 2: Decidimos, contudo, confiados em nosso Deus, anunciar-vos o evangelho de Deus no meio de grandes lutas.

 

B – Os documentos da Igreja Católica e o trabalho missionário

 

1. O número daqueles que ignoram Cristo, e não fazem parte da Igreja, está em contínuo aumento; mais ainda: quase duplicou, desde o final do Concílio. A favor desta imensa humanidade, amada pelo Pai a ponto de lhe enviar o seu Filho, é evidente a urgência da missão (Cf. Encíclica “Redemptoris Missio”, n.º 3, João Paulo II).

2. Nenhum crente, nenhuma instituição da Igreja pode esquivar-se deste dever supremo: anunciar Cristo a todos os povos (Cf. Encíclica “Redemptoris Missio”, n.º 3, João Paulo II).

3.Como membros de Cristo vivo, a Ele incorporados e configurados pelo Batismo e também pela confirmação e a Eucaristia, obrigados se acham todos os fiéis ao dever de cooperar na expansão e dilatação de seu corpo, para o levarem quanto antes à plenitude (Decreto “Ad gentes”, n.º 36).

4. A ação dos fiéis leigos, que, aliás, nunca faltou neste campo, aparece hoje cada vez mais necessária e preciosa. Na verdade, a ordem do Senhor ‘Ide por todo o mundo’ continua a encontrar muitos leigos generosos, prontos a deixar o seu ambiente de vida, o seu trabalho, a sua região ou pátria, para ir, ao menos por um certo tempo, para zonas de missão (Exortação Apostólica “Christifideles Laici”, n.º 35, João Paulo II).

5. “Aliás, a participação dos leigos na expansão da fé é clara, desde os primeiros tempos do cristianismo, tanto a nível de indivíduos e familiares, como da comunidade inteira(Encíclica “Redemptoris Missio”, n.º 71, João Paulo II).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Ser missionário”.
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