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            1ª Palestra 
              
            
            A morte 
              
            
            A) O que é a morte? 
              
            
            A morte é a separação da alma e do corpo. Pelo 
            desgaste da velhice ou da doença, por acidente, o corpo decai, e 
            chega um momento em que a alma não mais pode operar por seu 
            intermédio. Então abandona-o, e dizemos que tal pessoa morreu. 
            
            O Pe. Leo J. Trese escreve: “Raras vezes se 
            pode determinar o instante exato em que isso ocorre. O coração pode 
            cessar de bater, a respiração parar, mas a alma pode ainda estar 
            presente. É o que se demonstra pelo fato de algumas vezes pessoas 
            aparentemente mortas reviverem pela respiração artificial ou por 
            outros meios”. 
              
            
            B) A morte é a porta da vida eterna 
              
            
            Todos havemos de passar por esta porta, ninguém 
            ficará para semente. 
            
            1) No 2.º Livro dos Reis 20, 1 diz que Ezequias, 
            rei dos judeus, estava de cama, gravemente doente, quando se 
            apresentou o profeta Isaías para lhe comunicar a mensagem do Senhor: 
            “Dispõe a tua casa porque vais morrer; não viverás mais”. 
            
            Vais morrer! Essas palavras caíram como um raio 
            no rosto do rei Ezequias, ele tremendo voltou o rosto para a parede, 
            e começou a rezar: “Eu vos peço, Senhor, que vos lembreis, como 
            andei sempre diante de Vós com sinceridade e retidão de coração, 
            praticando o que é de agradável a vossos olhos” 
            (2 Rs 20, 3), e a Bíblia diz 
            que ele chorou amargamente. 
            
            Será que estamos preparados para ouvir tal 
            sentença? Qual seria a nossa reação? 
              
            
            2) Sabemos que o homem quer viver, não quer 
            deixar o mundo, mas não adianta: “Vaidade das vaidades, tudo é 
            vaidade. Que proveito tira o homem de todo o trabalho com que se 
            afadiga debaixo do sol? Uma geração vai, uma geração vem, e a terra 
            sempre permanece” (Ecl 1, 2-4). 
              
            
            3) Todos terão que passar por esta porta, isto 
            é, pela morte, como diz em Hb 9, 27: “E como é um fato que os homens 
            devem morrer uma só vez...” 
              
            
            C) Não adianta o apego às coisas desse mundo, 
            porque dele não levaremos nada 
              
            
            1) Em 1Tm 6, 7 diz: “Pois nós nada trouxemos 
            para o mundo, nem coisa alguma dele podemos levar”. Aquele que vive 
            apegado às coisas da terra é realmente um louco, porque abandona o 
            TUDO para adorar o nada, deixa de encher o coração de alegria, para 
            viver mergulhado na tristeza. 
              
            
            2) Em Ecl 5, 14 diz: “Como saiu do ventre 
            materno, assim voltará, nu como veio: nada retirou do seu trabalho 
            que possa levar nas mãos”. 
              
            
            3) Havemos de deixar tudo. Havemos de deixar 
            parentes, amigos, bens, e até este nosso corpo. 
              
            
            D) Onde será a nossa morada neste mundo? 
              
            
            A nossa morada será um sepulcro cheio de 
            vermes, como está em Is 14, 11: “Sob o teu corpo os vermes formam 
            como um colchão, os bichos te cobrem como um cobertor”. 
            
            Santo Afonso Maria de Ligório escreve: 
            “Virá o 
            dia em que será preciso morrer e apodrecer num fosso, onde ficarás 
            coberto de vermes”. 
            
            Infeliz do vaidoso, que passa a vida aqui na 
            terra como se nunca fosse morrer.  São João Crisóstomo escreve: 
            “Aproxima-te de um sepulcro, contempla o pó, a cinza e os vermes, e 
            chora”, e Santo Afonso Maria de Ligório diz: 
            “Observa como aquele 
            cadáver, de amarelo que é, se vai tornando negro. Não tarda a 
            aparecer por todo o corpo uma espécie de penugem branca e 
            repugnante. Sai dela uma matéria pútrida, nasce uma multidão de 
            vermes, que se nutrem das próprias carnes”. 
              
            
            E) Quando havemos de morrer? Onde? Como? 
              
            
            Não sabemos quando. Daqui a 30 anos? Daqui a 20 
            Anos? Será neste mês, neste dia, ou nesta noite? Não se sabe. Só 
            Deus o sabe. 
            
            A morte vem para uns mais depressa, para outros 
            mais devagar, mas a todos chega! O Livro do Eclo 14, 12 diz: 
            “Lembra-te, ó homem, que a morte não tarda”, e em Mt 25, 13 diz: 
            “Vigiai, portanto, porque não sabeis nem o dia nem a hora”. 
            
            A morte também não escolhe idade: morrem os 
            velhos e morrem os moços; morrem os pobres e morrem os ricos, morrem 
            os santos e morrem os pecadores. 
            
            Onde? Não sabemos! Em casa, na igreja, na cama, 
            na rua, etc. 
            
            Como? De uma febre lenta, de uma doença 
            dolorosa, de um ataque, de uma queda, um desastre, um raio? Não 
            sabemos! 
              
            
            F) Certeza da morte    
              
            
            Em Eclo 14, 12 diz: “Lembra-te, ó homem, que a 
            morte não tarda”, e Santo Agostinho dizia: 
            “Só a morte é certa; os 
            demais bens e males nossos são incertos”. 
            
            Quando uma criança nasce, ela não sabe se será 
            rica ou pobre, culta ou ignorante, casada ou celibatária, etc., mas 
            uma certeza todos têm, um dia morrerá. São Bernardo de Claraval 
            escreve: “Onde estão os amadores do mundo?” E o mesmo Santo 
            responde: “Nada deles resta, senão cinzas e vermes”. 
            
            Santo Afonso Maria de Ligório escreve: 
            “A morte 
            é certa. Tantos cristãos sabem-no, o crêem e vêem e, entretanto, 
            vivem no esquecimento da morte como se nunca tivessem que morrer!” 
              
            
            Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
              
			
              
             
              
            
            2º Palestra 
              
            
            O juízo particular 
              
            
            A) O que é o juízo particular? 
              
            
            Muitos dizem que com a morte acaba tudo. Essa 
            afirmação é falsa e perigosa.   
            
            O juízo particular é o encontro da alma com o 
            juiz, isto é, a mesma comparece perante o juiz para prestar contas 
            do bem e do mal que fez na terra e também do bem que deixou de 
            fazer. 
            
            Quando uma pessoa morre, é julgada 
            imediatamente: “E como é um fato que os homens devem morrer uma só 
            vez, depois do que vem um julgamento” 
            (Hb 9, 27), e em Rm 14, 10.12 
            diz: “Pois todos nós compareceremos ao tribunal de Cristo… Assim, 
            cada um de nós prestará contas a Deus de si próprio”, e em 2Cor 5, 
            10 diz: “Porquanto todos nós teremos de comparecer manifestamente 
            perante o tribunal de Cristo, a fim de que cada um receba a 
            retribuição do que tiver feito durante a sua vida no corpo, seja 
            para o bem, seja para o mal”. 
              
            
            B) Onde o juízo particular se efetua? 
              
            
            Santo Afonso Maria de Ligório diz: 
            “O juízo 
            particular se efetua no mesmo instante em que o homem expira, que no 
            próprio lugar onde a alma se separa do corpo é julgada por Nosso 
            Senhor Jesus Cristo, o qual não delega seu poder, mas vem ele mesmo 
            julgar esta causa”, em Jo 5, 22 diz: 
            “Porque o Pai a ninguém julga, 
            mas confiou ao Filho todo julgamento”. 
              
            
            C) Qual é a matéria desse juízo? 
              
            
            A matéria serão as nossas ações, as nossas 
            obras, na medida em que as ações humanas são resultado do que 
            pensamos e queremos: “Vós dais a cada um segundo as suas obras” 
            (Sl 
            61, 13). 
            
            Edouard Clerc diz: “Os nossos atos são bons ou 
            maus, nunca indiferentes, isto é, nunca destituídos de valor moral”, 
            isto é, ninguém poderá usar de desculpas esfarrapadas na hora do 
            juízo particular para cobrir a sua preguiça e relaxamento 
            espiritual. 
            
            O juízo versará também sobre o modo como se 
            correspondeu às graças recebidas de Deus, e como se utilizaram os 
            seus dons para amar o Senhor e fazer bem ao próximo. É importante 
            meditar sobre: 
            
             A Parábola dos talentos (cf. 
            Mt 25, 14-30). 
            
             Desgraça para as cidades às margens do lago 
            (cf. Mt 11, 20-24). 
            
            Parábola da figueira estéril (cf Lc 13, 6-9). 
              
            
            A nós, também nos serão pedidas contas do que 
            tivermos feito com os dons divinos. E o que é que Deus nos deu? Ora, 
            absolutamente tudo: a vida natural e a vida sobrenatural pelo 
            Batismo, e tudo aquilo que elas implicam. O templo da nossa vida, as 
            qualidades pessoais, as próprias coisas materiais e até o dinheiro 
            de que necessitamos são dons de Deus. 
            
            Os teólogos dizem: Cada alma adquire naquele 
            momento, inesperadamente iluminada pela imensa luz de Deus, a 
            consciência nítida e clara de tudo o que fez de bom e de mau na 
            vida. E como esse conhecimento procede de Deus, está livre de erro e 
            de qualquer esquecimento; a sua evidência impõe-se por si. 
            
            Pode-se dizer, pois, que a alma se julga a si 
            mesma, sem poder alegar circunstâncias atenuantes, pois enxerga à 
            luz da eterna Verdade todo o mal que cometeu e o bem que deixou de 
            fazer, entristecendo-se com ele, mas também todo o bem que realizou, 
            maravilhando-se com ele. 
            
            Uma vez que esse veredicto da alma sobre si 
            mesma é evidente, não há necessidade de nenhuma espera, nem a 
            possibilidade de nenhum recurso. A execução do Juízo é, portanto, 
            instantânea: uns entram no Paraíso ou no Purgatório, à espera do 
            céu, e outros no Inferno para sempre. 
              
            
            Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
              
			
              
                
                
                    
                  
      
      Este texto não pode ser reproduzido sob 
      nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por 
      escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
       
       
      
      Depois de autorizado, é preciso citar:
       
      
      Pe. Divino Antônio Lopes FP. “O 
      juízo particular”. 
      
      www.filhosdapaixao.org.br/escritos/palestras/palestra_034.asp 
                   
                 
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            3º Palestra 
              
            
            O inferno 
              
            
            A) O inferno existe? 
              
            
            Sabemos que o inferno existe! A verdade de sua 
            existência é um dogma. Tão certa é a existência do inferno como é 
            certa a existência de Deus. 
            
            Eis algumas provas da existência do inferno: 
            
            a) Mt 25, 30: “E ao servo inútil lançai-o nas 
            trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes”. 
            
            b) Mt 25, 41: “Então dirá também aos que 
            estiverem à esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo 
            eterno, que foi preparado para o demônio e para os seus anjos”. 
            
            c) São Francisco de Sales: “Os condenados estão 
            no abismo do inferno, como desventurados habitantes dessa cidade de 
            horrores”. 
            
            d) Santo Afonso Maria de Ligório: 
            “Aquele que 
            entrar uma vez no inferno jamais sairá de lá”. 
              
            
            B) Quem vai para o inferno? 
              
            
            Vai para o inferno aquele que morre no pecado 
            mortal. Para quem se encontra em estado de pecado mortal, o Inferno 
            começa imediatamente após a morte. 
              
            
            C) O inferno é eterno? 
              
            
            Em Mt 25, 46 diz: “E estes irão para o suplício 
            eterno”, e Santo Afonso Maria de Ligório escreve: 
            “Se o inferno não 
            fosse eterno, não seria inferno”. 
            
            A eternidade do Inferno é de fé; não é simples 
            opinião, mas sim, verdade revelada por Deus. São Bernardo de 
            Claraval escreve: “Ali o fogo consome de tal modo que conserva 
            sempre”. 
            
            A duração do inferno não é de 30 anos ou 50 
            anos, mas é eterna; infeliz e estúpido daquele que por um minuto de 
            prazer, escolhe uma eternidade de sofrimentos. Santo Afonso Maria de 
            Ligório escreve: “Se o inferno durasse, não cem anos, mas apenas 
            dois ou três, já seria loucura incompreensível que por um instante 
            de prazer nos condenássemos a esses dois ou três anos de tormento 
            gravíssimo. Mas não se trata de trinta nem de cem, nem de mil, 
            trata-se de sofrer para sempre penas terríveis, dores sem fim, males 
            incalculáveis sem alívio algum”. 
            
            Eusébio Emeseno escreve: “No inferno só há 
            porta para entrar e não para sair... o poço não fecha a sua boca, 
            porque se fechará a abertura em cima e se abrirá embaixo para 
            devorar os condenados”. 
              
            
            D) O fogo do inferno 
              
            
            Em Mt 25, 41 diz: “Apartai-vos de mim, malditos 
            para o fogo eterno”. 
            
            O fogo do Inferno é real, mas não se assemelha 
            ao fogo que conhecemos, incapaz de exercer qualquer ação sobre um 
            espírito, sobre a alma. Significa, pois, um queimor interior muito 
            grande, semelhante ao sofrimento que experimentamos pelo remorso ou 
            pelo desespero. Santo Agostinho escreve o seguinte: 
            “Comparando as 
            chamas da terra com as do inferno, as da terra são como fogo 
            pintado”, e São Vicente Ferrer diz que as da terra é “gelo” 
            comparando com as do inferno. 
            
            Santo Afonso Maria de Ligório escreve: 
            “O 
            condenado estará dentro dessas chamas, envolvido por elas, como um 
            pedaço de lenha numa fornalha. Terá um abismo de fogo debaixo de 
            seus pés, imensas massas de fogo sobre sua cabeça e ao derredor de 
            si. Estará submergido em fogo como o peixe na água. E essas chamas 
            não cercarão apenas o condenado, mas penetrarão nele, em suas 
            próprias entranhas, para atormentá-las. Todo o corpo será pura 
            chama; arderá o coração no peito; as vísceras, no ventre; o cérebro, 
            na cabeça; nas veias, o sangue; a medula, nos ossos. Cada condenado 
            converter-se-á numa fornalha ardente”, e no Sl 20, 10 diz: 
            “Tu os 
            pões como um forno aceso, ao mostrar-lhes teu rosto (irritado). O 
            Senhor os consuma com a sua ira, e o fogo os devore”. 
              
            
            Pe. Divino Antônio Lopes FP. 
              
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