Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

035

Santo Retiro Vocacional

 

(Aos vocacionados. Casa Pe. Lanciso, em Silvânia-GO, propriedade dos Irmãos Maristas, de 16 a 18 de abril de 1999. Participaram 50 vocacionados)

 

 

 

1ª Palestra

 

Vem e segue-me

 

1º Ponto

 

Vocação

 

A – Que significa vocação?

 

Vocação (do latim: vocare = chamar), é o apelo que Deus, Amor eterno, faz a cada homem, chamado-o à vida, à salvação, à santidade, à felicidade e ao serviço na Igreja.

 

O Papa Paulo VI diz: A vocação é como um raio de luz que ilumina os mais íntimos e profundos âmagos da consciência.

 

B – O que é a vocação religiosa?

 

É o chamamento de Deus para consagrar-se totalmente a Ele pondo em prática os conselhos evangélicos.

1- É o chamamento de Deus. Disse Jesus: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça (Jo 15, 16). Está claro que não é a família que chama ou os vizinhos, mas é o próprio Deus.

 A escolha, o chamamento para a vida religiosa deve ser de origem divina. O Papa João Paulo II, na Exortação Apostólica “Pastores Dabo Vobis”, n.º 5 diz: Deus chama sempre os seus sacerdotes...

 Não obedece a interesses materiais, carnais e mundanos. Ninguém deve se consagrar a Deus com a intenção de se promover materialmente ou com outras intenções que não agradam a Deus. Santo Afonso Maria de Ligório escreve: O estado de vida sacerdotal não foi instituído por Jesus Cristo para amparar as casas das pessoas no mundo, mas para promover a glória de Deus e a salvação dos homens. Alguns imaginam que a vida sacerdotal é um oficio ou uma profissão leiga para se promoverem nas honras ou bens materiais.

 

2º Ponto

 

Os sinais da vocação religiosa, mas de um modo especial, para o sacerdócio

 

1.A ciência competente (Santo Afonso Maria de Ligório). São Jerônimo diz que o sacerdote: “…deve ser douto e pregoeiro da verdade”, em Malaquias 2, 7 diz: Os lábios dos sacerdotes guardam a ciência e é de sua boca que se espera a doutrina. Deus não queria sacerdotes ignorantes nem naquele tempo; o povo devia procurar a verdade junto aos sacerdotes; por isso, era mister que a possuíssem. Em Os 4, 6 diz: Visto que rejeitaste a instrução, excluir-te-ei de meu sacerdócio. Em Mt 28, 20 diz: … ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. Sabemos que para uma pessoa ensinar é preciso adquirir o conhecimento, porque ninguém pode dar aquilo que não possui. Eis porque São Paulo recomendava a Timóteo que se aplicasse ao estudo: Cuida de ti mesmo e da missão de ensinar (1 Tm 4, 16).

Pedro Blessense compara o sacerdote ignorante a um ...ídolo de tristeza e de amargura”.

O Salmo 113, 4 diz: “Os ídolos das nações são ouro e prata.

Ele, de fato, tem boca para evangelizar a Palavra de Deus, mas, por não a conhecer, mantém-se calado; em todo o caso é melhor assim, porque, se falasse, diria despropósitos: Têm boca mas não falam. (Sl 113, 5).

O sacerdote ignorante tem olhos para ver que o povo necessita de instrução e de ser levado ao conhecimento e ao amor de Deus, mas é como se não visse: Têm olhos e não vêem (Sl 115, 5). Não vê as conseqüências da sua ignorância na ruína de numerosas almas, que por falta de zelo se perderão; portanto, não vê também a sua responsabilidade.

O sacerdote ignorante tem ouvidos para ouvir isto ou aquilo na recitação do breviário, na celebração da Santa Missa; ele, porém, escuta com mais gosto a voz do interesse, da preguiça, da carne e do sangue: Têm ouvidos e não ouvem (Sl 113, 6).

O sacerdote ignorante tem pés para caminhar e anunciar o Evangelho de Nosso Senhor, mas não faz: Têm pés e não caminham (Sl 113, 7).

Enfim, o sacerdote ignorante tem as mãos que Deus lhe deu para realizar milagres de virtude e de graças, em proveito de muitas almas; porém, por ser ignorante, faz pouca coisa; ao invés, se fosse santo e douto, poderia tornar-se outro São Francisco Xavier. Têm mãos e não apalpam (Sl 113, 7).

 

2. A reta intenção de buscar só a Deus (Santo Afonso Maria de Ligório).

Aquele que se consagra a Deus não deve buscar outra ocupação senão a de servi-lO continuamente e de fazer tudo por seu amor. Santo Afonso Maria de Ligório escreve: O estado de vida sacerdotal não foi instituído por Jesus Cristo para amparar as casas das pessoas no mundo, mas para promover a glória de Deus e a salvação dos homens.

 

3. A boa conduta de vida.

Santo Afonso escreve: Se alguém recebe uma ordem sacra sem a experiência de uma vida exemplar, não pode se isentar de uma grave culpa.

Soto afirma:Embora a boa conduta não seja da essência do sacramento, ela é absolutamente necessária por preceito divino... O homem que abraça o sacerdócio não só recebe a graça, mas abraça um estado de vida mais sublime. Exige-se, pois, dele a honestidade de vida e o brilho das virtudes.

 

4. Certa inclinação, propensão, gosto pelo serviço de Deus e por tudo quanto diz respeito ao altar. Conseqüentemente, executar com amor as sagradas cerimônias, embora mínimas, cuidar da limpeza e decoro das igrejas, etc. (Bem-aventurado José Allamano).

 

5. Probidade de vida, ou seja, ter o desejo de todas as virtudes e esforçar-se para adquiri-las (Bem-aventurado José Allamano).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Vem e segue-me”.
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/palestras/palestra_035.asp

 


 

2ª Palestra

 

Jesus Cristo chamou os Apóstolos, e continua chamando novos apóstolos

 

1º Ponto

 

Jesus Cristo chamou

 

Jesus Cristo é o Salvador de todos os homens e de todos os tempos. Ele ficou na terra trinta e três anos.

Jesus precisava de alguém que continuasse sua missão salvadora. Então começou a escolher homens aos quais confiaria seus poderes e sua missão de salvar.

Esta escolha, direta e pessoal, durará até o fim dos tempos.

1. Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu Simão e André, irmão de Simão. Lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus – Segue-me e eu vos farei pescadores de homens. Imediatamente, deixando as redes o seguiram. Um pouco adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, consertando as redes no barco. Logo os chamou e eles, deixando o pai Zebedeu, com os empregados, seguiram-no (Mc 1, 16-20).

É importante notar que é Jesus que chama, direta e individualmente.

 

2. E tornou a sair para beira-mar. Viu Levi, filho de Alfeu, sentado na Coletoria de Impostos, e lhe disse: - Segue-me. Ele se levantou e o seguiu (Mc 2, 13-14).

A VOCAÇÃO é um chamado direto, divino, para pessoas escolhidas por Deus, para cumprir uma missão divina: salvar os homens.

 

3. Subiu Jesus ao monte e chamou a si os que quis, e eles foram para junto d’Ele. E constituiu doze deles para andarem com Ele e para os mandar pregar e para que tivessem poder de expulsar os demônios(Mc 3, 13-15).

Está claro que é Jesus quem chama e quem escolhe.

 

2º Ponto

 

Jesus Cristo continua chamando

 

1. Os apóstolos, chamados por Cristo, continuaram a obra de Jesus Cristo, e depois de terem pregado seu nome e sua doutrina e tê-lo feito conhecido a muitas pessoas, morreram martirizados, para testemunhar seu nome.

Mas a Igreja Católica devia continuar sua missão salvadora. Por isso, Cristo continuou chamando outros apóstolos, que continuassem a obra e a missão d’Ele.

 

2. Caminhando Saulo para Damasco, com intenção de prender os seguidores de Jesus, de repente uma luz vinda do céu o envolveu de claridade. Caindo por terra ouviu uma voz que lhe dizia: - Saulo, Saulo, por que me persegues? – Quem és tu, Senhor? Perguntou ele. E este: - Eu sou Jesus a quem persegues. Mas, levanta-te, entra na cidade, e ser-te-á dito o que deves fazer. Os seus companheiros de viagem haviam-se detido, mudos de espanto. Eles ouviam bem a voz, mas a ninguém viam (At 9, 3-8).

Saulo, o perseguidor dos apóstolos, se tornará o apóstolo Paulo, por chamado direto, individual, milagroso e extraordinário.

 

3. Os escolhidos por Cristo para continuarem sua obra de Salvação do mundo, foram apenas doze. Todos morreram. Mas Cristo precisa salvar os homens de todas as épocas e de todos os lugares.

Por isso, Ele CHAMOU, CHAMA e CHAMARÁ os seus apóstolos, usando os mesmos métodos, as mesmas maneiras: diretas, individual, para a mesma missão. As modalidades serão diferentes, mas o chamado é o mesmo (Frei Battistini).

 

4. Ele não obriga a ninguém. Só convida. Só chama. Só escolhe.

A resposta também é livre, espontânea, totalmente pessoal.

Deus escolhe porque tem uma missão para entregar ao escolhido. Mas o motivo final da escolha fica um mistério. Ninguém sabe. Ninguém aqui, nunca saberá.

Tratando-se de uma missão delicada e divina para os escolhidos, podemos pensar que a ESCOLHA significa CONFIANÇA E UM GRANDE AMOR por parte do Escolhedor para o escolhido.

De fato: não se confiam missões delicadas e divinas a qualquer pessoa (Frei Battistini).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Jesus Cristo chamou os Apóstolos, e continua chamando novos apóstolos”.
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/palestras/palestra_035.asp

 


 

3ª Palestra

 

Sim ao chamado, dúvidas e modos errados de pensar

 

1. Em Mc 1, 16-20 diz: Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu Simão e André, irmão de Simão. Lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: - Segue-me e eu vos farei pescadores de homens. Imediatamente, deixando as redes o seguiram. Um pouco adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, consertando as redes no barco. Logo os chamou e eles, deixando o pai Zebedeu, com os empregados, seguiram-no.

É importante ver como os escolhidos seguem o Chamador, sem fazer perguntas, sem reagir, sem colocar desculpas e sem pedir explicações.

Muitos jovens para ganhar dinheiro ou adquirir uma fama, abandonam tudo e enfrentam qualquer dificuldade e humilhação, mas quando se trata de trabalhar para Deus, se consagrando de corpo e alma ao seu serviço, não fazem o menor esforço.

 

2. Em Mc 2, 13-14 diz: E tornou a sair para beira-mar. Viu Levi, filho de Alfeu, sentado na Coletoria de Impostos, e lhe disse: - Segue-me. Ele se levantou e o seguiu.

Levi não pediu um tempo, não ficou questionando, não adiou para o outro dia, ele obedeceu o chamado de Jesus Cristo.

 

3. São Luiz Gonzaga foi perseguido dentro da própria casa, mas não abandonou a vocação, ele flagelava até o sangue, e um dia o seu pai vendo seu corpo coberto de sangue, deu-lhe a permissão para se consagrar a Deus.

 

4. São Francisco de Assis deu a própria roupa para o seu pai, para não receber cobrança dele, isto é, para ficar livre para servir a Deus de todo o coração.

 

5.  São Geraldo Majella fugiu de casa para nunca mais voltar. Sua mãe o trancou em um quarto, e ele fez uma corda com o cobertor e desceu pela janela e fugiu.

E muitos outros santos passaram por essas provações.

 

Dúvidas e modos errados de pensar.

 

Às vezes, constatando a falta de padres e religiosos e religiosas, somos levados a pensar que Deus não chama. Que Deus favorece mais algumas nações do que outras, em relação ao chamado divino da vocação.

Não é assim. Deus chama a muitos, de todos os lugares, de todas as nações.

O que falta, muitas vezes, é a PRONTIDÃO e a DISPONIBILIDADE do chamado. Muitas vezes, por apego às coisas do mundo, à família, à profissão, aos sonhos dourados planejados para o futuro. Muitas vezes o chamado é obstáculo dentro da própria família, dentro do próprio ambiente onde vive, com piadas, com zombarias, com outros tipos de desaprovação que atingem a sensibilidade do jovem não ainda bem formado. Então acontece como a uma pequena flor, delicada e jovem, que é plantada num terreno onde crescem também outras ervas más e a vocação é sufocada por estas.

Outras resistências podem os jovens chamados encontrá-las no seio da família e nos próprios pais. Estes pensam que vão “perder” seu filho ou filha. Como estão errados! Nunca haverá um filho ou uma filha que amará seus pais mais do que um sacerdote ou um religioso. Nunca haverá (Frei Battistini).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Sim ao chamado, dúvidas e modos errados de pensar”.
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/palestras/palestra_035.asp

 

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