1ª Palestra
A vaidade
Preâmbulo
O que é a vaidade?
Vaidade é a ânsia de ser admirado ou elogiado.
O vaidoso é uma pessoa cheia de orgulho e
ostentação.
Aquele que é vaidoso, não se preocupa com as
conseqüências desastrosas da vaidade, o que ele deseja é chamar a
atenção de todos sobre a sua pessoa, isto é, quer ser o centro, não
interessa o que os outros pensam dele.
1º Ponto
O vaidoso quer ser o centro das atenções
Assim como o macaco faz micagem e careta para
atrair a simpatia dos visitantes em um zoológico; assim faz o
vaidoso na janela do mundo: usa da sua gargalhada para chamar a
atenção sobre ele; pinta o cabelo e usa adornos para ser admirado;
veste-se com roupas imorais ou esquisitas para ser diferente de
todos; gosta de falar alto para ser ouvido por todos, e assim na
sala ninguém mais pode falar.
O vaidoso gasta dinheiro e tempo com penteados
extravagantes e com maquiagem colorida.
O vaidoso fica horas e horas diante do espelho
contemplando a si mesmo.
O vaidoso pratica o narcisismo, isto é, amor
excessivo a si mesmo; auto-admiração.
Narciso é o indivíduo enamorado de si mesmo ou
muito vaidoso; auto-admirador.
2º Ponto
A Sagrada Escritura condena a vaidade
1. “De fato, que aproveitará ao homem se ganhar
o mundo inteiro, mas arruinar a sua vida?”
(Mt 16, 26).
2. “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”(Ecl
1, 2).
3. “Ao que os olhos me pediam nada recusei, nem
privei meu coração de alegria alguma; sabia desfrutar de todo o meu
trabalho, e esta foi minha porção em todo o meu trabalho.
Então examinei todas as obras de minhas mãos e
o trabalho que me custou para realizá-las, e eis que tudo era
vaidade e correr atrás do vento, e nada havia de proveitoso debaixo
do sol. Pus-me então a examinar a sabedoria, a tolice e a
insensatez. Que fará o sucessor do rei? O que já haviam feito.
Observei que a sabedoria é mais proveitosa do que a insensatez,
assim como a luz é mais que as trevas”
(Ecl 2, 10-13).
4. “Meus dias passavam mais depressa que um
correio; passavam como um navio” (Jó 9, 25-26).
5. “Sim, os costumes dos povos são vaidade…”
(Jr
10, 3).
3º Ponto
Os santos condenam a vaidade
1. “Nada podemos levar conosco para o outro
mundo; somente as virtudes nos acompanham para a eternidade”
(Santo Ambrósio).
2. “O mundo é traidor, que promete e não
cumpre; mas, ainda que cumprisse o que promete, jamais poderia
satisfazer teu coração” (Santo
Inácio de Loyola).
3. “Os bens do mundo são desprezíveis, não
satisfazem e acabam depressa” (Santo Afonso Maria de Ligório).
4. “Quem possui todas as riquezas, mas não
possui a Deus, é o mais pobre do mundo. Mas o pobre que possui a
Deus possui tudo…” (Santo
Agostinho).
4º Ponto
O que fazer para abandonar a vaidade
1. Contemplar o Crucifixo. Fixar os olhos na
cabeça de Nosso Senhor, isto é, contemplar a Sua cabeça coroada de
espinhos.
Contemplar todo o seu Corpo dilacerado; as suas
mãos e pés transpassados com pregos.
2. Pedir a Nosso Senhor a graça de desapegar de
tudo aquilo que é terreno, lembrando de que a alma apegada às coisas
efêmeras não pode agradar a Deus: “Todas as delícias e doçuras que a
vontade saboreia nas coisas terrenas, comparadas aos gozos e às
delícias da união divina, são suma aflição, tormento e amargura.
Assim todo aquele que prende o coração aos prazeres terrenos é digno
diante do Senhor de suma pena, tormento e amargura, e jamais poderá
gozar os suaves abraços da união de Deus. Toda a glória e todas as
riquezas das criaturas, comparadas à infinita riqueza que é Deus,
são suma pobreza e miséria. Logo a alma afeiçoada à posse das coisas
terrenas é profundamente pobre e miserável aos olhos do Senhor, e
por isto jamais alcançará o bem-aventurado estado da glória e
riqueza, isto é, a transformação em Deus; porque há infinita
distância ente o pobre e indigente, e o sumamente rico e glorioso”
(São João da Cruz, Subida do Monte Carmelo,
Livro I, Capítulo IV, 7).
3. Meditar sobre a morte, lembrando de que não
levará nada consigo: “Morrem felizmente, aqueles que ao morrer já
estão mortos para o mundo, ou seja, desprendidos dos bens que por
força então hão de deixar” (Santo
Ambrósio).
4. Desejar ardentemente o céu: “Porque não
temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da cidade que
está para vir” (Hb 13, 14).
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
2ª Palestra
As colunas do matrimônio
1ª Coluna: Deus no centro da vida conjugal
Um casal só será feliz se colocar Deus como
centro da sua vida conjugal; porque, sem a força do alto, é
impossível uma família permanecer de pé: “Assim, todo aquele que
ouve essas minhas palavras e as põe em prática será comparado a um
homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva,
vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa,
mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha”
(Mt 7, 24-25).
A família que confia nas coisas vazias desse
mundo, não permanecerá de pé, mas será engolida pela areia da
vaidade: “Por outro lado, todo aquele que ouve essas minhas
palavras, mas não as pratica, será comparado a um homem insensato
que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as
enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela
caiu. E foi grande sua ruína!” (Mt
7, 26-27).
A família que possui Deus, é cheia de paz:
“Sem
Deus não se pode ter verdadeira paz”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
O casal que vive longe de Deus, caminha nas
trevas e vive sempre inseguro, tropeçando nos próprios defeitos.
2ª Coluna: Fidelidade
A família verdadeiramente cristã é um reduto
onde vive e reina a pureza dos costumes, a santidade da vida.
O casal tem o dever grave de viver a fidelidade
conjugal. Se o pudor e a honestidade da vida conjugal reinarem, os
casais serão modelares e bons. Porém, uma vez perdido o senso moral
na constituição do lar e da família, descendo o pendor das virtudes
domésticas ao baixo nível dos instintos bestiais, a família
tornar-se-á desgraçada.
Jesus Cristo sancionou claramente: Deixará o
homem o seu pai e a sua mãe para formar uma nova família, unindo-se
à sua mulher. Assim também deixando a mulher e esposa seu pai e sua
mãe, se unirá a um homem e serão duas almas em um só corpo. O que
Deus uniu, ninguém pode separar. Esta é uma instituição divina. Não
pode haver remendos e nem arremedos grotescos!
O casal deve ser fiel até o fim, nada de
adultério na vida conjugal; somente a morte deve separá-lo.
A pessoa casada tem que ser mais recatada e
pudica. Nada de arreganhamento e abertura exagerada com pessoas do
sexo oposto.
3ª Coluna: Respeito mútuo
O respeito mútuo é uma exigência natural. Amor
e respeito se condicionam e se completam. Respeito é impossível sem
amor, e vice versa.
Para manter o respeito mútuo, é preciso ter o
cuidado em evitar desinteligências provocadas por faltas voluntárias
contra o bom tom, pelo esquecimento das regras de boa educação. O
ciúme, grande inimigo que é da felicidade conjugal, é incompatível
com o respeito recíproco. Motivado que é pela desconfiança na
virtude da outra parte, não raras vezes prepara o caminho para a
infidelidade não mais imaginária, mas real: “Não tenhas ciúmes de
tua amada esposa, para não lhe ensinares o mal contra ti”
(Eclo 9,
1).
4ª Coluna: Trabalho, dedicação e economia
A riqueza não é condição absoluta para a
felicidade; mas a pobreza excessiva, principalmente a culpada, trás
muitos inconvenientes, aborrecimentos e miséria. O trabalho, a
dedicação e a economia garantem a bênção de Deus.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Este texto não pode ser reproduzido sob
nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por
escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Depois de autorizado, é preciso citar:
Pe. Divino Antônio Lopes FP. “As
colunas do matrimônio”.
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/palestras/palestra_040.asp
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3ª Palestra
Oração na família
Santo Afonso Maria de Ligório diz:
“Quem reza
se salva, quem não reza condena”. O mesmo pode-se dizer da família:
A família que reza unida permanece de pé, isto é, vence as
tempestades da vida; e a família que não reza, é engolida pelos
vícios do mundo.
A Família e a televisão: Sabemos que
antigamente para uma pessoa olhar pornografia e outras coisas que
não agrada a Deus, precisava sair de casa e andar léguas e mais
léguas; e ainda encontrava tudo muito bem escondido e sob sigilo.
Nesse tempo em que estamos vivendo, não é
preciso nem sair de casa; você liga a televisão, e ela vomita toda a
podridão do mundo dentro da sua casa, como se fosse um dragão
assassino.
Muitas famílias dizem que não têm tempo para
rezar; tempo têm, mas o que acontece, é que os casais passam horas e
horas diante da televisão, e assim, não sobra tempo para a oração.
Onde a televisão entra, a vida de oração
desaparece.
Antigamente, em cada casa católica existia um
oratório com imagens piedosas; hoje, infelizmente, os oratórios
foram jogados fora, e a televisão ocupou o seu lugar com as suas
imagens impuras e sedutoras.
Antes, as famílias passavam horas e horas
diante do oratório; rezando o santo terço, lendo a Sagrada Escritura
e vida dos santos; hoje, passam horas e horas vendo imoralidade na
televisão, enchendo o coração de lixo.
Casal prudente é aquele que não tem televisão
ligada com o mundo, mas somente para o vídeo, para verem algo que
não prejudique a sua amizade com Deus.
A casa deve ser um pequeno Santuário: o casal
deve transformar a sua casa em um pequeno santuário, assemelhando-se
em tudo à pequena casa de Nazaré, onde viveu Jesus, Maria Santíssima
e São José.
O lar católico, deve exalar o perfume da
piedade e da oração; ao invés de decorar a casa com folhinhas
pornográficas, ornamenta-a com imagens e com estampas piedosas dos
Santos e também com paisagens de lagos, rios, montanhas, etc.
Nenhuma fita de música profana deve entrar no
lar católico; pelo contrário, a música sacra, especialmente o
gregoriano, deve perfumar todos os cômodos da casa com a sua melodia
de paz e piedade.
O casal deve exigir silêncio dentro de casa: A
família que vive num clima de oração, é uma família silenciosa. O
casal não faz nem permite barulho dentro de casa, e no quintal,
exige moderação no falar e no agir.
Sabemos muito bem que oração e barulho não
podem permanecer juntas; onde entra o barulho, a vida de oração
desaparece.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Este texto não pode ser reproduzido sob
nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por
escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Depois de autorizado, é preciso citar:
Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Oração na família”.
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/palestras/palestra_040.asp
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4ª Palestra
A educação dos filhos e o amor
dos mesmos para
com os pais
1º Ponto
Que devem os pais aos filhos?
a) Compreensão e amor
Não é aquele amor idólatra e cego, que tapa os
defeitos do filho, e trata-o como se fosse um “deus”. Mas também,
nada de dureza e falta de caridade, nada de maus tratos e de
crueldade.
O casal não deve ter medo de punir o filho
rebelde e teimoso, se ele não for corrigido, a tendência é piorar.
“Quem poupa a vara odeia seu filho, aquele que
o ama aplica a disciplina” (Pr 13,
24).
“Corrige o teu filho enquanto há esperança…”
(Pr 19, 18).
“Ensina a criança no caminho que deve andar…”
(Pr 22, 6).
“A estultícia está ligada ao coração da
criança, mas a vara da disciplina a afastará dela”
(Pr 22, 15).
“A vara e a repreensão dão sabedoria, mas o
jovem deixado a si mesmo envergonha sua mãe”
(Pr 29, 15).
“Corrige o teu filho, e ele te dará descanso,
trará delícias para ti” (Pr 29, 17).
Compreender e amar não significa deixar o filho
fazer o que deseja; é importante lembrar de que a correção também é
sinal de amor.
b) Educação física
Os pais devem cuidar da saúde dos filhos,
dar-lhes alimentação e roupa, devem providenciar para que recebam
uma cultura de acordo com o seu estado.
c) Educação moral-religiosa
O casal tem o dever grave de educar os filhos
como bons cristãos: “Se alguém não cuida dos seus, e sobretudo dos
de sua própria casa, renegou a fé e é pior do que um incrédulo”
(1 Tm 5, 8), e:
“Não te envergonhes da educação austera dos filhos”
(Eclo
42, 5).
2º Ponto
Que devem os filhos aos pais?
a) Obediência
É este o primeiro e o mais importante dever dos
filhos: “Vós, filhos, sede obedientes aos vossos pais no Senhor;
pois assim é conveniente” (Ef 6, 1), e: “Filhos, obedecei aos vossos
pais em tudo, pois isso é agradável ao Senhor”
(Cl 3, 20).
b) Respeito
"Honrar pai e mãe…" é o quarto mandamento da
Lei de Deus.
“O olho do que escarnece de seu pai, e do que
despreza o parto de sua mãe, arranquem-no os corvos que andam à
borda das torrentes, e comam-no os filhos da águia”
(Pr 30, 17).
“Maldito seja quem não honra seu pai e sua
mãe!” (Dt 27, 16).
c) Amor
Os pais são, depois de Deus, os maiores
benfeitores dos filhos. Por isso devem os filhos também, depois de
Deus, amar aos pais mais que tudo.
-
Rezando fervorosamente por eles, pelos vivos e
mortos! O filho que não reza por seus pais, peca!
-
Dando-lhes prazer, pela aplicação ao trabalho, pelo
seu procedimento exemplar, pelos bons certificados e com pequenos
presentes.
-
Ajudando-os na medida de vossas forças. Ajude-os no
trabalho, em casa e no campo, etc., socorre-os quando caem na
miséria ou quando ficam doentes.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Este texto não pode ser reproduzido sob
nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por
escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.
Depois de autorizado, é preciso citar:
Pe. Divino Antônio Lopes FP. “A educação dos filhos e o amor
dos mesmos com os pais”.
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/palestras/palestra_040.asp
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