Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

 

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Santo Retiro

 

(Aos Religiosos e Religiosas do Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima, membros do Movimento Lanceiros de Lanciano, Alunos da Escola de Santificação Lanciano e simpatizantes. Cidade Missionária do Santíssimo Crucifixo, Anápolis-GO, de 23 a 28 de  fevereiro de 2001)

 

1ª - A vaidade

2ª - As colunas do matrimônio

3ª - Oração na família

4ª - A educação dos filhos e o amor dos mesmos para com os pais

 

1ª Palestra

 

A vaidade

 

Preâmbulo

 

O que é a vaidade?

 

Vaidade é a ânsia de ser admirado ou elogiado.

O vaidoso é uma pessoa cheia de orgulho e ostentação.

Aquele que é vaidoso, não se preocupa com as conseqüências desastrosas da vaidade, o que ele deseja é chamar a atenção de todos sobre a sua pessoa, isto é, quer ser o centro, não interessa o que os outros pensam dele.

 

1º Ponto

 

O vaidoso quer ser o centro das atenções

 

Assim como o macaco faz micagem e careta para atrair a simpatia dos visitantes em um zoológico; assim faz o vaidoso na janela do mundo: usa da sua gargalhada para chamar a atenção sobre ele; pinta o cabelo e usa adornos para ser admirado; veste-se com roupas imorais ou esquisitas para ser diferente de todos; gosta de falar alto para ser ouvido por todos, e assim na sala ninguém mais pode falar.

O vaidoso gasta dinheiro e tempo com penteados extravagantes e com maquiagem colorida.

O vaidoso fica horas e horas diante do espelho contemplando a si mesmo.

O vaidoso pratica o narcisismo, isto é, amor excessivo a si mesmo; auto-admiração.

Narciso é o indivíduo enamorado de si mesmo ou muito vaidoso; auto-admirador.

 

2º Ponto

 

A Sagrada Escritura condena a vaidade

 

1. De fato, que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar a sua vida? (Mt 16, 26).

2. Vaidade das vaidades, tudo é vaidade(Ecl 1, 2).

3. Ao que os olhos me pediam nada recusei, nem privei meu coração de alegria alguma; sabia desfrutar de todo o meu trabalho, e esta foi minha porção em todo o meu trabalho.

Então examinei todas as obras de minhas mãos e o trabalho que me custou para realizá-las, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nada havia de proveitoso debaixo do sol. Pus-me então a examinar a sabedoria, a tolice e a insensatez. Que fará o sucessor do rei? O que já haviam feito. Observei que a sabedoria é mais proveitosa do que a insensatez, assim como a luz é mais que as trevas (Ecl 2, 10-13).

4. Meus dias passavam mais depressa que um correio; passavam como um navio (Jó 9, 25-26).

5. Sim, os costumes dos povos são vaidade… (Jr 10, 3).

 

3º Ponto

 

Os santos condenam a vaidade

 

1. Nada podemos levar conosco para o outro mundo; somente as virtudes nos acompanham para a eternidade (Santo Ambrósio).

2. O mundo é traidor, que promete e não cumpre; mas, ainda que cumprisse o que promete, jamais poderia satisfazer teu coração (Santo Inácio de Loyola).

3.Os bens do mundo são desprezíveis, não satisfazem e acabam depressa (Santo Afonso Maria de Ligório).

4. Quem possui todas as riquezas, mas não possui a Deus, é o mais pobre do mundo. Mas o pobre que possui a Deus possui tudo… (Santo Agostinho).

 

4º Ponto

 

O que fazer para abandonar a vaidade

 

1. Contemplar o Crucifixo. Fixar os olhos na cabeça de Nosso Senhor, isto é, contemplar a Sua cabeça coroada de espinhos.

Contemplar todo o seu Corpo dilacerado; as suas mãos e pés transpassados com pregos.

 

2. Pedir a Nosso Senhor a graça de desapegar de tudo aquilo que é terreno, lembrando de que a alma apegada às coisas efêmeras não pode agradar a Deus: Todas as delícias e doçuras que a vontade saboreia nas coisas terrenas, comparadas aos gozos e às delícias da união divina, são suma aflição, tormento e amargura. Assim todo aquele que prende o coração aos prazeres terrenos é digno diante do Senhor de suma pena, tormento e amargura, e jamais poderá gozar os suaves abraços da união de Deus. Toda a glória e todas as riquezas das criaturas, comparadas à infinita riqueza que é Deus, são suma pobreza e miséria. Logo a alma afeiçoada à posse das coisas terrenas é profundamente pobre e miserável aos olhos do Senhor, e por isto jamais alcançará o bem-aventurado estado da glória e riqueza, isto é, a transformação em Deus; porque há infinita distância ente o pobre e indigente, e o sumamente rico e glorioso (São João da Cruz, Subida do Monte Carmelo, Livro I, Capítulo IV, 7).

3. Meditar sobre a morte, lembrando de que não levará nada consigo: Morrem felizmente, aqueles que ao morrer já estão mortos para o mundo, ou seja, desprendidos dos bens que por força então hão de deixar (Santo Ambrósio).

4. Desejar ardentemente o céu: Porque não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da cidade que está para vir (Hb 13, 14).

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “A vaidade”.
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/palestras/palestra_040.asp

 


 

2ª Palestra

 

As colunas do matrimônio

 

1ª Coluna: Deus no centro da vida conjugal

 

Um casal só será feliz se colocar Deus como centro da sua vida conjugal; porque, sem a força do alto, é impossível uma família permanecer de pé:Assim, todo aquele que ouve essas minhas palavras e as põe em prática será comparado a um homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha (Mt 7, 24-25).

A família que confia nas coisas vazias desse mundo, não permanecerá de pé, mas será engolida pela areia da vaidade: Por outro lado, todo aquele que ouve essas minhas palavras, mas não as pratica, será comparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande sua ruína! (Mt 7, 26-27).

A família que possui Deus, é cheia de paz: Sem Deus não se pode ter verdadeira paz (Santo Afonso Maria de Ligório).

O casal que vive longe de Deus, caminha nas trevas e vive sempre inseguro, tropeçando nos próprios defeitos.

 

2ª Coluna: Fidelidade

 

A família verdadeiramente cristã é um reduto onde vive e reina a pureza dos costumes, a santidade da vida.

O casal tem o dever grave de viver a fidelidade conjugal. Se o pudor e a honestidade da vida conjugal reinarem, os casais serão modelares e bons. Porém, uma vez perdido o senso moral na constituição do lar e da família, descendo o pendor das virtudes domésticas ao baixo nível dos instintos bestiais, a família tornar-se-á desgraçada.

Jesus Cristo sancionou claramente: Deixará o homem o seu pai e a sua mãe para formar uma nova família, unindo-se à sua mulher. Assim também deixando a mulher e esposa seu pai e sua mãe, se unirá a um homem e serão duas almas em um só corpo. O que Deus uniu, ninguém pode separar. Esta é uma instituição divina. Não pode haver remendos e nem arremedos grotescos!

O casal deve ser fiel até o fim, nada de adultério na vida conjugal; somente a morte deve separá-lo.

A pessoa casada tem que ser mais recatada e pudica. Nada de arreganhamento e abertura exagerada com pessoas do sexo oposto.

 

3ª Coluna: Respeito mútuo

 

O respeito mútuo é uma exigência natural. Amor e respeito se condicionam e se completam. Respeito é impossível sem amor, e vice versa.

Para manter o respeito mútuo, é preciso ter o cuidado em evitar desinteligências provocadas por faltas voluntárias contra o bom tom, pelo esquecimento das regras de boa educação. O ciúme, grande inimigo que é da felicidade conjugal, é incompatível com o respeito recíproco. Motivado que é pela desconfiança na virtude da outra parte, não raras vezes prepara o caminho para a infidelidade não mais imaginária, mas real: “Não tenhas ciúmes de tua amada esposa, para não lhe ensinares o mal contra ti (Eclo 9, 1).

 

4ª Coluna: Trabalho, dedicação e economia

 

A riqueza não é condição absoluta para a felicidade; mas a pobreza excessiva, principalmente a culpada, trás muitos inconvenientes, aborrecimentos e miséria. O trabalho, a dedicação e a economia garantem a bênção de Deus.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “As colunas do matrimônio”.
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/palestras/palestra_040.asp

 


 

3ª Palestra

 

Oração na família

 

Santo Afonso Maria de Ligório diz: Quem reza se salva, quem não reza condena. O mesmo pode-se dizer da família: A família que reza unida permanece de pé, isto é, vence as tempestades da vida; e a família que não reza, é engolida pelos vícios do mundo.

 

A Família e a televisão: Sabemos que antigamente para uma pessoa olhar pornografia e outras coisas que não agrada a Deus, precisava sair de casa e andar léguas e mais léguas; e ainda encontrava tudo muito bem escondido e sob sigilo.

Nesse tempo em que estamos vivendo, não é preciso nem sair de casa; você liga a televisão, e ela vomita toda a podridão do mundo dentro da sua casa, como se fosse um dragão assassino.

Muitas famílias dizem que não têm tempo para rezar; tempo têm, mas o que acontece, é que os casais passam horas e horas diante da televisão, e assim, não sobra tempo para a oração.

Onde a televisão entra, a vida de oração desaparece.

Antigamente, em cada casa católica existia um oratório com imagens piedosas; hoje, infelizmente, os oratórios foram jogados fora, e a televisão ocupou o seu lugar com as suas imagens impuras e sedutoras.

Antes, as famílias passavam horas e horas diante do oratório; rezando o santo terço, lendo a Sagrada Escritura e vida dos santos; hoje, passam horas e horas vendo imoralidade na televisão, enchendo o coração de lixo.

Casal prudente é aquele que não tem televisão ligada com o mundo, mas somente para o vídeo, para verem algo que não prejudique a sua amizade com Deus.

 

A casa deve ser um pequeno Santuário: o casal deve transformar a sua casa em um pequeno santuário, assemelhando-se em tudo à pequena casa de Nazaré, onde viveu Jesus, Maria Santíssima e São José.

O lar católico, deve exalar o perfume da piedade e da oração; ao invés de decorar a casa com folhinhas pornográficas, ornamenta-a com imagens e com estampas piedosas dos Santos e também com paisagens de lagos, rios, montanhas, etc.

Nenhuma fita de música profana deve entrar no lar católico; pelo contrário, a música sacra, especialmente o gregoriano, deve perfumar todos os cômodos da casa com a sua melodia de paz e piedade.

 

O casal deve exigir silêncio dentro de casa: A família que vive num clima de oração, é uma família silenciosa. O casal não faz nem permite barulho dentro de casa, e no quintal, exige moderação no falar e no agir.

Sabemos muito bem que oração e barulho não podem permanecer juntas; onde entra o barulho, a vida de oração desaparece.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Oração na família”.
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/palestras/palestra_040.asp

 


 

4ª Palestra

 

A educação dos filhos e o amor

dos mesmos para com os pais

 

1º Ponto

 

Que devem os pais aos filhos?

 

a) Compreensão e amor

Não é aquele amor idólatra e cego, que tapa os defeitos do filho, e trata-o como se fosse um “deus”. Mas também, nada de dureza e falta de caridade, nada de maus tratos e de crueldade.

O casal não deve ter medo de punir o filho rebelde e teimoso, se ele não for corrigido, a tendência é piorar.

 

Quem poupa a vara odeia seu filho, aquele que o ama aplica a disciplina (Pr 13, 24).

Corrige o teu filho enquanto há esperança… (Pr 19, 18).

Ensina a criança no caminho que deve andar… (Pr 22, 6).

A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela (Pr 22, 15).

A vara e a repreensão dão sabedoria, mas o jovem deixado a si mesmo envergonha sua mãe (Pr 29, 15).

Corrige o teu filho, e ele te dará descanso, trará delícias para ti (Pr 29, 17).

Compreender e amar não significa deixar o filho fazer o que deseja; é importante lembrar de que a correção também é sinal de amor.

 

b) Educação física

Os pais devem cuidar da saúde dos filhos, dar-lhes alimentação e roupa, devem providenciar para que recebam uma cultura de acordo com o seu estado.

 

c) Educação moral-religiosa

O casal tem o dever grave de educar os filhos como bons cristãos: Se alguém não cuida dos seus, e sobretudo dos de sua própria casa, renegou a fé e é pior do que um incrédulo (1 Tm 5, 8), e: Não te envergonhes da educação austera dos filhos (Eclo 42, 5).

 

2º Ponto

 

Que devem os filhos aos pais?

 

a) Obediência

É este o primeiro e o mais importante dever dos filhos: Vós, filhos, sede obedientes aos vossos pais no Senhor; pois assim é conveniente (Ef 6, 1), e:Filhos, obedecei aos vossos pais em tudo, pois isso é agradável ao Senhor (Cl 3, 20).

 

b) Respeito

"Honrar pai e mãe…" é o quarto mandamento da Lei de Deus.

O olho do que escarnece de seu pai, e do que despreza o parto de sua mãe, arranquem-no os corvos que andam à borda das torrentes, e comam-no os filhos da águia (Pr 30, 17).

Maldito seja quem não honra seu pai e sua mãe! (Dt 27, 16).

 

c) Amor

Os pais são, depois de Deus, os maiores benfeitores dos filhos. Por isso devem os filhos também, depois de Deus, amar aos pais mais que tudo.

  1. Rezando fervorosamente por eles, pelos vivos e mortos! O filho que não reza por seus pais, peca!

  2. Dando-lhes prazer, pela aplicação ao trabalho, pelo seu procedimento exemplar, pelos bons certificados e com pequenos presentes.

  3. Ajudando-os na medida de vossas forças. Ajude-os no trabalho, em casa e no campo, etc., socorre-os quando caem na miséria ou quando ficam doentes.

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “A educação dos filhos e o amor dos mesmos com os pais”.
www.filhosdapaixao.org.br/escritos/palestras/palestra_040.asp

 

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