Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

(Gavada em CD em 05 de maio de 2005)

 

Caríssimo ouvinte, a Palavra de Deus no Livro de Eclesiástico, capítulo 14, versículo 12 diz: “Lembra-te de que a morte não tarda”. Por isso, ouvinte, ouça atentamente essa pregação sobre a morte, e com certeza você levará a sua vida mais a sério, buscando fervorosamente a santidade.

Fique atento e faça bastante silêncio, e assim, você entenderá melhor esta pregação sobre a morte.

Ouvinte, hoje infelizmente, milhões de pessoas vivem como se a morte não existisse, e como se nunca fossem morrer, como escreve Santo Afonso Maria de Ligório: “A morte é certa. Tantos cristãos sabem disso… entretanto, vivem no esquecimento da morte como se nunca tivessem que morrer!”, repito o que escreve Santo Afonso Maria Ligório.

Prezado ouvinte, não brinque com algo tão sério; todos havemos de morrer, a morte é certa, como escreve Santo Agostinho: “Só a morte é certa; os demais bens e males nossos são incertos”, e São Bernardo de Claraval escreve também: “A morte vos espera em toda à parte; se fordes prudentes, esperai vós por ela em todo o lugar”. Repito

Ouvinte, você sabe o que é realmente a morte? Não sabe? Lembre-se de que você não escapará da mesma.

O que é a morte? O que é a morte? A morte, ouvinte, é o fim da vida, a separação da alma do corpo. É um adeus para sempre a tudo que nos cerca; é um separar, sem remédio, de amigos, de irmãos, de pai e mãe, de bens da fortuna, de dignidade, de ofícios… enfim, de tudo, de tudo, de tudo! Ouvinte, ouvinte, não brinque com coisa séria.

O Pe. Leo Trese escreve: “A morte é a separação da alma e do corpo.Pelo desgaste da velhice ou da doença, por acidente, o corpo decai, e chega um momento em que a alma não mais pode operar por seu intermédio isto é, por intermédio do corpo. Então abandona-o, e dizemos que tal pessoa morreu.Raras vezes se pode determinar o instante exato em que isso ocorre.O coração pode cessar de bater, a respiração parar, mas a alma pode ainda estar presente”, escreve o Pe. Leo Trese.

Ouvinte, na Carta de São Paulo aos Hebreus, capítulo 9, versículo 27, diz que todos havemos de morrer: “E como é um fato que os homens devem morrer uma só vez”, diz a Palavra de Deus em Hebreus 9,27.Todos havemos de morrer; é esta a sentença a que todos vivemos condenados neste mundo. Não há a menor dúvida. Todos, todos sem exceção, estamos condenados a morrer. Santo Agostinho diz: “A vida não é mais que uma morte lenta; cada dia morremos; cada dia a morte leva-nos parte da nossa vida”, diz Santo Agostinho.

Como já foi falado, todos havemos de morrer.

Morrem os ricos e morrem os pobres; morrem os sábios, como está no Salmo 48, versículo 11: “Morrem os sábios e os ricos igualmente” e morrem os analfabetos; morrem os que possuem saúde e morrem os doentes; morrem os velhos e morrem as crianças, os adolescentes e os jovens; todos morrerão: uns aos 10 anos de idade; outros aos 30 anos, outros aos 50, outros aos cem anos, mas todos morrerão, ninguém ficará para semente.Você também que está me ouvindo, você também morrerá, você também será colocado dentro de um caixão e levado ao cemitério para ser devorado pelos vermes.Não se iluda! Você também morrerá, e os vermes te devorarão, como está em Isaías capítulo 14, versículo 11: “Sob o teu corpo os vermes formam como um colchão, os bichos te cobrem como um cobertor”. Repito

Não adianta fugir da morte!Quer vivas na fazenda ou na cidade; em terra firme ou no mar, em clima frio ou quente, trabalhando ou vivendo na ociosidade, um dia a morte te visitará.

Caríssimo ouvinte; é uma verdade dolorosa e tremenda; mas não a podemos modificar. O Monsenhor Tihamer Tóth escreve: “Quer pensemos na morte quer não; quer nos preocupemos com ela, quer a esquecemos, quer nos preparemos para morte ou não, o Senhor há de bater-nos à porta, quando menos o pensarmos. E o mesmo Monsenhor acrescenta:És rei? Morrerás.És Papa? Morrerás. És pobre e lutas pelo pão de cada dia? Morrerás. És rico? Apesar das tuas riquezas, morrerás! Também tu morrerás pobre esfarrapado.Também tu morrerás rico opulento”, escreve o Monsenhor Tihamer Tóth.

Ouvinte, esta sentença, ou melhor, esta lei de morte é nos intimada pela natureza da nossa vida. Este passar acelerado dos anos, dos dias e das horas, indica que há de haver um termo de paragem. Por isso, Jó viu uma bela imagem da vida, na folha seca, que o vento arrebata, na flor do campo, que num dia nasce e nesse mesmo dia morre, na ligeira brisa, que passa veloz sobre a capa das árvores; no livro de Jó, capítulo 14, versículo 1 e 2 diz: “O homem, nascido de mulher, tem a vida curta e cheia de tormentos. É como a flor que se abre e logo murcha, foge como sombra sem parar”. Repito

Prezado ouvinte, o aviso de que havemos de morrer é nos dado por toda a criação, isso mesmo, você sabe que tudo nela tem fim.

Vê como as árvores, chegando a uma certa idade, enfraquecem, perdem a folha e a seiva que os alimentava, e ficam no meio dos campos, no fundo dos vales, no cume dos montes, como esqueletos sem vida.Essa árvore seca nos avisa que tudo passa, e que também nós morremos um dia.

Vê os animais, como morrem um após o outro.Tudo serve de aviso para você, avisa que você também morrerá.

Vê como o seu vizinho ou o seu parente, hoje morre um, amanhã morre outro, isto é, vão deixando a tua companhia para se irem associar aos que estão no cemitério.

E você vive como se a morte não existisse; como se nunca fosse morrer. Cuidado! Acorde enquanto é tempo; não brinque com algo sério.

O mesmo se passará contigo! Um dia virá em que se há de desmoronar a casa do teu corpo. Hão de fechar-se teus olhos, hão de gelar-se as tuas mãos, hão de, enfim, desatar-se os teus ossos dos liames da carne, como escreve Santo Afonso Maria de Ligório: “… há de chegar um dia, e nesse dia uma hora, que te será a última”, e São Cipriano também escreve: “Todos fomos condenados à morte. Todos nascemos com a corda ao pescoço, e a cada passo que damos, mais nos aproximamos da morte”. Repito

Ouvinte!Queira ou não, você terá de receber um dia a visita da morte!Aquele momento será terrível! Você ficará aflito! É o momento do desenlace fatal, é a hora mais solene da vida humana!Chegou ao último capítulo da memória, que todos tem de escrever no tempo da viagem! Vai por o selo a todos as nossas obras, vai acabar a carreira, vai terminar o combate.Ou vitorioso ou vencido, o homem vai ser citado perante o tribunal divino e receber o prêmio ou o castigo de seus atos! Vai deixar tudo! Tudo! Tudo!

Caríssimo ouvinte, o que você tinha no mundo, nele fica para os seus herdeiros.E quanta briga por causa desses bens! Só lhe resta um adeus final a terra onde nasceu, à casa que lhe serviu de abrigo, aos parentes e amigos que o rodeiam, e a maioria, com lágrimas de crocodilo, isto é, de fingimento.

Ouvinte! Que momento terrível o da morte! Momento de dúvidas e de agonias, de espanto e de incertezas: Se me salvarei!… Se me condenarei!… Ponto terrível, em que o tempo se junta a eternidade, passo arriscado deste para o outro mundo, tão novo e desconhecido!

Momento de aflição para o pobre doente!Se ele olha para o passado, vê a série de todos os atos nascidos de sua liberdade.Se ele olha para o futuro, vê duas eternidades: uma , o céu , prêmio das virtudes; a outra, o inferno, castigo dos vícios.

Prezado ouvinte; a hora da morte é tremenda e amarga. Fica tudo tão diferente! Que juízo tão diverso não se forma da vida. Como aparecem vãos todos os prazeres e bens mundanos, como a virtude se mostra preferível ao vício, o sacrifício mais meritório que o prazer, a vida dos santos mais sábia que a dos pecadores.

No momento terrível da morte, todo aquele que viveu mal, isto é, que jogou o tempo fora e que chutou a graça de Deus, que preferiu servir o mundo e a satanás, desejará não ter nascido ou poder tornar a nascer, para corrigir na segunda vida os erros da primeira. Mas já será tarde! Ou bem ou mal, gasta, a vida vai terminar, porque o homem morre somente uma vez, e logo em seguida ele é julgado, como está na Carta de São Paulo aos Hebreus, capítulo 9, versículo 27: “… os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem um julgamento”.

 

E você, ouvinte, você está tranqüilo para comparecer diante do tribunal de Deus? Você vive preparado para passar desta vida para a outra? Acorde enquanto é tempo, porque a morte não avisa, ela não manda recado e nem telefona. São Francisco de Sales escreve: “Considera, minha alma, a incerteza do dia da morte. Um dia sairás do teu corpo. Quando será? Será no inverno ou no verão ou em alguma outra estação do ano? … de noite ou de dia?” , escreve São Francisco de Sales. Não sabemos, ouvinte, não sabemos, só sabemos que um dia a morte baterá à nossa porta.

Ouvinte, como já foi falado, você não sabe nem o dia e nem a hora de sua morte; e também não sabe onde vai morrer: se será num quarto ou na rua; na sua casa, ou no hospital; em terra firme ou no mar. Você não sabe. A única certeza que você tem, é que um dia a morte te visitará.

Você também não sabe como será a sua morte. Se será depois de longo e doloroso sofrimento ou de repente. De morte natural, ou desastre, debaixo das roda de um carro; rodeado de parentes, de amigos, ou num ambiente estranho, abandonado por todos; com certeza você não sabe. A única coisa que você sabe, é que um dia a morte te visitará.

Caríssimo ouvinte, no final das contas, tudo isto tem pouca importância. Quando, onde e como você morrerá. O que é realmente importante; e em que estado de alma te surpreenderá a morte? Repito, Isto é que tem importância. Isto, sim, que tem importância. Pode dizer-se que morrerás naquele estado de alma em que tiveres vivido. O Monsenhor Tihamer Tóth diz: “A nossa morte costuma ser o eco da nossa vida”, e o mesmo Monsenhor acrescenta: “Não podemos esperar que Deus faça um milagre. Se durante a vida inteira nunca freqüentamos os sacramentos, não devemos supor que os havemos de receber nos últimos instantes”, escreve Monsenhor Tihamer Tóth; e Santo Afonso Maria de Ligório escreve também: “Não merece a misericórdia de Deus àquele que se serve da mesma para ofendê-lo”. Repito

Ouvinte, se uma pessoa, durante toda a vida, bebeu tranqüilamente pecados sobre pecados, como se fosse água, sem se preocupar com a sua alma, sem nunca se aproximar da confissão; não devemos supor que Deus a salve com um milagre, ou que a mesma possa fazer no meio de terríveis dores físicas, aquilo que não quis fazer quando tinha saúde; Deus não é político e nem palhaço de pessoas caprichosas. São João Crisóstomo escreve: “Judas se condenou, porque se atreveu a pecar confiando na clemência de Jesus Cristo”, e Santo Afonso Maria de Ligório, também escreve: “Se o Senhor sempre nos tolerasse, ninguém se condenaria”. Repito

Ouvinte, tal vida, tal morte! Ai de ti, se a morte te encontrar em pecado!

Caríssimo ouvinte; acorde enquanto é tempo, não brinque, não perca tempo; antes que venha a morte, morra para todos os divertimentos pecaminosos que o mundo oferece: os bailes, o carnaval, as novelas, etc., morra para a vida cômoda e preguiçosa, e como já foi falado, morra principalmente para o pecado.

Não fique adiando para depois a vossa mudança de vida, lembre-se de que a morte não tarda, como está no livro do Eclesiástico, capítulo 14, versículo 12: “Lembra-te de que a morte não tarda”. Repito

Ouvinte, a morte vem correndo para nós a passos de gigante, isso mesmo, a passos de gigante. Cada ano que passa, cada dia que passa é terreno, isso mesmo, é terreno conquistado pela morte no campo da nossa vida. Cada hora que bate o relógio, é um aviso, é isto mesmo, é um aviso de que a morte já está mais perto.

A morte vem para uns mais depressa, para outros mais devagar, mas a todos chega, como escreve Santo Afonso Maria de Ligório: “O que sucedeu a teus antepassados, também sucederá a ti”. Repito

Ouvinte, o grande mal da morte é não se repetir, isso mesmo. Se ela se repetisse, poderíamos na segunda corrigir os erros da primeira, mas a morte não se repete, por isso, viva santamente, não jogue o tempo fora, não viva como pagão.

Caríssimo ouvinte, deixe de tanta correria e aprenda da doutora morte, da mestra morte, algumas lições, isso mesmo, algumas lições, como escreve o grande Santo Agostinho: “Sirva-nos a morte de mestra e de doutora”, repito o que escreve Santo Agostinho: “Sirva-nos a morte de mestra e de doutora”.

Ouça com atenção o que a “doutora morte” quer lhe ensinar. A morte sabe falar todas as línguas e tem direito de ensinar em todos os países do mundo. Ouvinte, há, porventura, alguma região sem campos, isto é, sem pedras que cobrem as sepulturas? E onde há pedras que cobrem as sepulturas, aí tem a morte a sua cátedra, isto é, a sua cadeira professoral. Nela senta a grande mestra da vida, e nos ensina três grandes lições:

Primeira lição: A vida é nada, é um vazio.Repito

A morte, mestra e doutora, diz para você: Viajante deste mundo, pára! Deixe de tanta correria. Espera um pouco e lembra-te de que tudo é vazio e passageiro. Tudo! Tudo! Só Deus onipotente é eterno.

Ouvinte, como voa a vida, como se escapa das nossas mãos, por mais que a queiramos segurar! A vida passa como a flecha despedida pelo arco, e como a ave que voa. Ainda que vivesses em palácios de mármore, tratado pelos médicos mais experientes, com os remédios mais caros, pouco ou nada te aproveitaria. Ninguém escapará da morte.

Agora, ouvinte, a “doutora morte”, desce da sua cadeira professoral; passa entre os túmulos, e faz falar os mortos que neles descansam.

Os jovens são os primeiros a falar: eles dizem o seguinte: enganamo-nos ao contar com muitos anos de vida e em não acreditar no que se lê com freqüência nos relógios antigos: “Cada hora traz-nos um aviso”.

Os velhos dizem: Que pouca coisa foi a nossa vida neste mundo. Vários qüinqüênios, isto é, espaço de cinco anos, que passaram como a sombra e o fumo. Agora, diz os velhos dentro do túmulo:compreendemos a razão daquela inscrição tumular: “O homem é só barro , a fama é fumo, o fim de tudo é cinza”.

Dizem os pobres: Para nós, a morte foi uma libertação.

Falam os ricos: Todos os nossos tesouros não foram capazes de nos livrar do sepulcro. No Salmo 48, versículo 8, diz: “Ninguém se livra de sua morte por dinheiro”.

Caríssimo ouvinte, a “doutora morte” ensina-nos que nossa vida é nada, mas que é também o nosso tesouro. Ensina-nos que não devemos ser orgulhosos, porque a vida é muito breve; mas que devemos alegrar-vos, porque a vida eterna não tem fim. Ensina-nos que neste mundo não podemos ter morada perpétua, e que só no outro poderemos instalar-nos definitivamente. Ensina-nos, que neste mundo somos viajantes; na outra vida, espera-nos um lar definitivo. Aqui, é um sonho; lá, a realidade. Aqui, a sombra; lá, a plenitude da luz.

E a “doutora morte”, de sua cadeira professoral fala: Homens, se isto é assim, como podeis viver como se tudo fosse ao contrário? Como podeis viver como se a vossa única e exclusiva preocupação fosse este mundo, o pão de cada dia, os negócios, os prazeres e as distrações? Estes são os vossos únicos desejos, os vossos únicos cuidados, as vossas únicas preocupações. Não pensais no que vem depois, no que segue o mudo surdo da terra que cai e o vosso caixão. E no entanto, só isso é realmente importante e decisivo.

Ouvintes, ouçamos os ensinamentos da morte e não esqueçamos nunca o que somos e aquilo em que nos havemos de tornar. O nosso coração é de Deus e não do mundo. Não permitamos que ele se apegue aos pecados do mundo. Não apresentaremos a Deus o nosso dinheiro, as nossas riquezas, a nossa casa, o nosso automóvel. Que levaremos? Somente a nossa alma.

O único tesouro, a única fortuna, o único valor que levamos, são as nossas obras, o bem ou o mal que fizemos.

A primeira lição ensinada pela “doutora morte”, é que a vida é nada, é um vazio.

A segunda lição ensinada pela “doutora morteé: A vida é curta, mas contém um tesouro imenso. Repito, o passado já não te pertence. O futuro ainda não te pertence. Aproveita, pois, o que te pertence. Aproveita o momento presente.

Ouvinte, o passado já se foi. O futuro ainda não está em vossas mãos. Mas o dia de hoje te pertence, é teu. Hoje ainda você pode amar a Deus… não sabe até quando! Hoje ainda você pode servir a Deus… não sabe até quando! Hoje ainda você pode fazer penitência pelos seus pecados… não sabe até quando!

A morte, ao mostrar o nada da nossa vida, ensina-nos também que a vida é um grande tesouro. É um campo de batalha, uma arena, uma prova de paciência que dura 30, 50, 70 anos. Da maneira como aproveitarmos a nossa vida, depende toda a eternidade.

Prezado ouvinte; o terceiro ensinamento da morte é o seguinte: A grande responsabilidade da vida.

Ouvinte, você pensa que a grande responsabilidade da vida, consiste em nos separarmos das pessoas que amamos? Dos nossos projetos? ,etc.; não! Não é nada disso.

Ou então, ter que deixar a mulher e os filhos pequenos; ou então ter que deixar os pais idosos, ou então ter que deixar a fortuna?, etc.; não! Não é nada disso.

O que será então que mais nos há de custar na morte? A última e dolorosa luta da vida contra a morte? Isto também será doloroso. Também, por este motivo, é muito amarga à morte. Mas ainda não é o que mais nos há de custar.

Caríssimo ouvinte! Você sabe qual será o maior tormento? Não sabe? Será o balanço da vida que faremos na hora da morte. O pensamento de termos de prestar contas no instante imediato, sabendo que não será possível mentir, isso mesmo, não será possível mentir.

O tribunal diante do qual teremos de comparecer. Ali ninguém poderá se desculpar ou enganar. A nossa responsabilidade diante de Deus por todas as palavras e obras de nossa vida terrena, eis, ouvinte, o que mais nos amargurará no momento da morte. A pergunta que nos faremos a nós mesmos: agora, o que será de nós? Aonde iremos parar?

Responde ouvinte à minha pergunta. Tens consciência desta responsabilidade? Tens em ordem todos os teus negócios? Estás sempre preparado para a morte?

Os homens não fazem outra coisa senão morrer… e a morte sempre os surpreende desprevenidos. E você, ouvinte, se hoje tivesses de fechar as contas da tua vida, estarias preparado? Você tem tudo em ordem?

Estão em ordem os teus negócios matérias? Será que os credores não gritarão em volta do seu caixão? Não possuis bens alheios? Não se encontra nenhuma irregularidade nos teus negócios profissionais? Com tua morte não virão abaixo as aparências exteriores de toda a tua vida, e os teus familiares não se verão obrigados a exclamar, junto da tua sepultura: “Porque assim procedeste conosco?”.

Mas, prezado ouvinte; há ainda uma pergunta mais importante a fazer-lhe: está a tua alma em ordem? Isso mesmo, lembra-te com freqüência da advertência de São Paulo Apóstolo, na Primeira Carta aos Tessalonicenses, capítulo 5, versículo 2: “Porque vós sabeis, perfeitamente, que o Dia do Senhor virá como ladrão noturno”.

Ouvinte, não levaremos nada conosco para vida misteriosa, para a sepultura, para essa cova de um metro de profundidade e um de largura. O Salmo 48, versículo 11, diz: “… e deixam tudo o que possuem aos estranhos”.

Não levaremos nem os livros de contos! Nem os automóveis! Nem os vestidos de seda. Nem os perfumes. Nem os amigos, nem os parentes, nem os irmãos, nem os pais…

Que terrível, ouvinte, que terrível! Quem nos há de acompanhar naquele caminho incerto? Os diplomas e o saber? Não! Os músculos treinados e resistentes como o aço? Também não!

Alguma coisa nos acompanhará. Alguma coisa nos acompanhará até à sepultura e mais para além, até à presença do Deus eterno. Essa coisa falará em nosso favor, e será nossa advogada.

Que coisa é essa?

A resposta está no livro do Apocalipse, capítulo 14, versículo 13: “… suas obras os acompanham”. Repito

As nossas obras serão a única coisa que levaremos conosco; Bosse escreve: “E então te acompanha inevitavelmente para a eternidade o que viveste, o que fizeste, o que creste, o que devias fazer, o que lutaste e o que quiseste”.

Sim, ouvinte, o que fizeste acompanhar-te-á para a outra vida. O copo de água que deste a quem tinha sede, acompanhar-te-á e será o teu advogado. O pedaço de pão e a roupa com que socorreste o teu próximo necessitado, acompanhar-te-ão, e levantarão a sua voz em teu favor. Os bons conselhos que você deu e todos as tuas obras de misericórdia, todos os teus olhares de compaixão, todo o teu amor e as suas vitórias nas lutas contra a tentação e o pecado… tudo isso te seguirá e será o teu único tesouro, como está no livro do Apocalipse, capítulo 14 ,versículo 12: “…as obras os acompanham”.

Caríssimo ouvinte, lembre-se de que a morte não tarda, viva santamente cada momento presente, e não se esqueça das lições que a morte nos dá, e esta também: verdadeiramente só morre, quem morre longe de Jesus Cristo.

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

 

Este texto não pode ser reproduzido sob nenhuma forma; por fotocópia ou outro meio qualquer sem autorização por escrito do autor Pe. Divino Antônio Lopes FP.

Depois de autorizado, é preciso citar:

Pe. Divino Antônio Lopes FP. “A morte”.

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