NOMES E SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO
(Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
(resumo)
I. NOMES
a) Consolador: Esse Espírito,
que revela o pecado, é o Consolador que dá ao coração
do homem a graça do arrependimento e da
conversão.
b) Espírito criador: A fé da
Igreja afirma a ação criadora do Espírito Santo: Ele é o
doador de vida, o Espírito Criador e a Fonte de todo bem.
c) Espírito de verdade: O
próprio Jesus Cristo chama o Espírito Santo de Espírito de
Verdade (Jo 16, 13).
d) Espírito Santo, nome próprio:
Espírito Santo, este é o nome próprio daquele que adoramos e
glorificamos com o Pai e o Filho.
e) Fonte de bondade: Fonte de
todo bem.
f) Paráclito: Ao anunciar e
prometer a vinda do Espírito Santo, Jesus o denomina o
Paráclito (Jo 14, 16).
g) Vivificador: Ele é o doador
de vida, o Espírito Criador e a Fonte de todo bem.
II. SÍMBOLOS
a) Água: O simbolismo da água é
significativo da ação do Espírito Santo no Batismo, pois
após a invocação do Espírito Santo ela se torna o sinal
sacramental eficaz do novo nascimento: assim como a gestação
de nosso primeiro nascimento se operou na água, da mesma
forma também a água batismal significa realmente que nosso
nascimento para a vida divina nos é dado no Espírito Santo.
Mas “batizados em um só Espírito” também
“bebemos de um só Espírito” (1Cor 12,13):
o Espírito é, pois também pessoalmente a água viva que jorra
de Cristo crucificado como de sua fonte e que em nós jorra
em Vida Eterna.
b) Dedo de Deus:
“É pelo dedo de Deus que (Jesus)
expulsa os demônios”. Se a Lei
de Deus foi escrita em tábuas de pedra “pelo dedo de
Deus” (Ex 31,18), a “letra de Cristo”,
entregue aos cuidados dos apóstolos, “é escrita com o
Espírito de Deus vivo não em tábuas de pedra, mas em tábuas
de carne, nos corações” (2 Cor 3,3). O hino
“Veni, Creator Spiritus” (Vem, Espírito criador) invoca o
Espírito Santo como “dedo da direita paterna”
(digitus paternae dexterae).
c) Fogo:
Enquanto a água significa o
nascimento e a fecundidade da Vida dada no Espírito Santo, o
fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito
Santo. O profeta Elias, que “surgiu como um fogo cuja
palavra queimava como uma tocha” (Eclo 48,1),
por sua oração atrai o fogo do céu sobre o sacrifício do
monte Carmelo, figura do fogo do Espírito Santo que
transforma o que toca. João Batista, “que caminha
diante do Senhor com o espírito e o poder de Elias”
(Lc 1,17), anuncia o Cristo como aquele que
“batizará com o Espírito Santo e com o fogo” (Lc
3,16), esse Espírito do qual Jesus dirá: “Vim
trazer fogo à terra, e quanto desejaria que já estivesse
acesso” (Lc 12,49). É sob a forma de línguas
“que se diriam de fogo” que o Espírito Santo
pousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche
de Si. A tradição espiritual manterá este simbolismo do fogo
como um dos mais expressivos da ação do Espírito Santo.
“Não extingais o Espírito” (1Ts 5,19).
d) Nuvem e a
Luz:
Estes dois símbolos são inseparáveis nas
manifestações do Espírito Santo desde as teofanias do Antigo
Testamento, a Nuvem, ora escura, ora luminosa, revela o Deus
vivo e salvador, escondendo a transcendência de sua Glória:
com Moisés sobre a montanha do Sinai, na Tenda de Reunião e
durante a caminhada no deserto; com Salomão por ocasião da
dedicação do Templo. Ora, estas figuras são cumpridas por
Cristo no Espírito Santo. É este que paira sobre a Virgem
Maria e a cobre “com sua sombra”, para que ela
conceba e dê à luz Jesus. No monte da Transfiguração, é Ele
que “sobrevêm na nuvem que toma” Jesus, Moisés
e Elias, Pedro, Tiago e João “debaixo de sua sombra”;
da Nuvem sai uma voz que diz: “Este é meu Filho, o
Eleito, ouvi-o sempre” (Lc 9,34-35). É
finalmente essa Nuvem que “subtrai Jesus aos olhos”
dos discípulos no dia da Ascensão e que o revelará Filho do
Homem em sua glória no Dia de sua Vinda.
e)
Mão:
É impondo as mãos que Jesus cura os
doentes e abençoa as criancinhas. Em nome d’Ele, os
apóstolos farão o mesmo. Melhor ainda: é pela imposição das
mãos dos apóstolos que o Espírito Santo é dado. A Epístola
aos Hebreus inclui a imposição das mãos entre os
“artigos fundamentais” de seu ensinamento. A Igreja
conservou este sinal da efusão onipotente do Espírito Santo
em suas epicleses sacramentais.
f) Pomba:
No fim do dilúvio (cujo
simbolismo está ligado ao batismo), a pomba solta por
Noé volta com um ramo novo de oliveira no bico, sinal de que
a terra é de novo habitável. Quando Cristo volta a subir da
água de seu batismo, o Espírito Santo, em forma de uma
pomba, desce sobre Ele e sobre Ele permanece. O Espírito
desce e repousa no coração purificado dos batizados. Em
certas igrejas, a santa Reserva eucarística é conservada em
um recipiente metálico em forma de pomba suspenso acima do
altar. O símbolo da pomba para sugerir o Espírito Santo é
tradicional na iconografia cristã.
g) Selo:
O selo é um símbolo próximo ao da
unção. Com efeito, é Cristo que “Deus marcou com seu
selo” (Jo 6,27) e é nele que também o Pai nos
marca com seu selo. Por indicar o efeito indelével da unção
do Espírito Santo nos sacramentos do batismo, da confirmação
e da ordem, a imagem do selo tem sido utilizada em certas
tradições teológicas para exprimir o “caráter”
indelével impresso por estes três sacramentos que não podem
ser reiterados.
h) Unção:
O simbolismo da unção com óleo
também é significativo do Espírito Santo, a ponto de
tomar-se sinônimo dele. Na iniciação cristã, ela é o sinal
sacramental da confirmação, chamada com acerto nas Igrejas
do Oriente de “crismação”. Mas, para perceber
toda a força deste simbolismo, há que retornar à unção
primeira realizada pelo Espírito Santo: a de Jesus. Cristo
(“Messias” a partir do hebraico) significa
“Ungido” do Espírito de Deus. Houve
“ungidos” do Senhor na Antiga Aliança: de modo
eminente o rei Davi. Mas Jesus é o Ungido de Deus de uma
forma única: a humanidade que o Filho assume é totalmente
“ungida do Espírito Santo”. Jesus é constituído
“Cristo” pelo Espírito Santo. A Virgem Maria
concebe Cristo do Espírito Santo, que pelo anjo o anuncia
como Cristo por ocasião do nascimento dele e leva Simeão a
vir ao Templo para ver o Cristo do Senhor; é Ele que
plenifica o Cristo, é o poder dele que sai de Cristo em seus
atos de cura e de salvação. É finalmente Ele que ressuscita
Jesus dentre os mortos. Então, constituído plenamente
“Cristo” em sua Humanidade vitoriosa da morte, Jesus
difunde em profusão o Espírito Santo até “os santos”
constituírem, em sua união com a Humanidade do Filho de
Deus, “esse Homem perfeito... que realiza a plenitude
de Cristo” (Ef 4, 13): “o Cristo total”,
segundo a expressão de Santo Agostinho.
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