Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Quarta palestra

 

 

OS PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO

 

(Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

(resumo)

 

Em Mt 12, 31-32 diz: “Por isso vos digo: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém disser uma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado, mas se disser contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro”.

 

1. A desesperação da salvação eterna.

 

Pecado este que se dirige contra um Deus que recompensa o bem e perdoa ao pecador penitente.

Santa Catarina de Sena escreve: “Este pecado de desespero desagrada-me (Deus) e prejudica os homens mais do que todos os outros males. É o mais prejudicial pelo seguinte: os demais vícios são cometidos pelo incentivo de algum prazer; deles a pessoa pode, portanto, arrepender-se e obter o perdão. No pecado de desespero o homem não é movido por fraqueza alguma. O ato de desesperar-se não inclui debilidade, mas somente intolerável dor. Quem desespera, despreza minha misericórdia (Deus) e julga que seu pecado é maior que minha bondade (Deus). Quem faz tal pecado já não se arrepende, já não sente dor pela culpa. Poderá o responsável queixar-se do castigo recebido, mas não da ofensa cometida. Por essa razão são condenados” (O Diálogo).

Em flagrante contradição com as garantias fornecidas pelo próprio Deus, o desesperado não crê mais que Deus possa ou queira perdoá-lo, reerguê-lo de sua vida pecaminosa e conceder-lhe uma boa hora de morte. E, assim, ao pecado contra a esperança, acrescenta ele um pecado contra a fé.

Os pecados contra a esperança fecham totalmente o coração humano à influência do Espírito Santo. Por isso, o desespero é contado entre os pecados contra o Espírito Santo. É também um dos mais terríveis pecados, porque inutiliza, de antemão, todo esforço salvador.

 

2. A presunção de se salvar sem merecimento.

 

Este pecado põe de lado o temor de Deus que castiga o mal.

A presunção não se opõe diretamente ao impulso da alma para Deus, nem à confiança, mas ao temor salutar, que é um dos elementos essenciais da virtude teologal da esperança.

Ou o presunçoso ofende diretamente a justiça divina, imaginando que Deus lhe dará a felicidade eterna, mesmo sem que se converta sinceramente e se submeta aos mandamentos divinos (tal negação da necessidade da conversão e do mérito constitui, além do mais, uma falta grave contra a fé); ou ele peca contra a sobrenaturalidade da esperança, ousando que poderá conquistar o céu com suas próprias forças naturais.

O pecado de presunção nasce do orgulho. Muitas vezes ele resulta também da heresia: pelagianismo mais ou menos consciente (o homem não necessita da graça para se salvar), ou o erro protestante sobre a certeza pessoal da salvação.

Retardar a própria conversão na falsa esperança de que Deus não permitirá que o pecador chegue a perder-se eternamente, não é, ainda, por certo, pecado caracterizado, de presunção, mas é, isso sim, pecado grave contra a virtude da esperança. Pois demonstra que o pecador deixou perecer em si mesmo o verdadeiro sentimento de temor em face da justiça divina. Deus jamais prometeu esperar a conversão do pecador que tantas vezes desprezou a graça. Ao contrário, advertiu-o frequentemente com a ameaça da condenação eterna.

Em geral, o que propriamente constitui o pecado de presunção não é o adiamento da conversão, mas o fato de o pecador, levado por certo menoscabo (desprezo) de Deus, expor a perigo a sua salvação. Isto constitui, indubitavelmente, falta grave contra a esperança e contra a caridade para consigo mesmo.

Não se caracteriza, porém, como verdadeira presunção, a atitude de quem peca repetidas vezes, levado pela veemência da paixão e raciocinando, eventualmente, da maneira seguinte: “De qualquer modo, devo mesmo confessar-me; por isso, alguns pecados a mais ou a menos não têm importância”. Mas tal procedimento denuncia grave deficiência de esperança teologal, falta de temor a Deus e grosseira ingratidão para com a graça do sacramento da penitência.

 

3. A contradição à verdade conhecida.

 

É a negação da fé para poder pecar mais desembaraçadamente.

 

4. A inveja da graça concedida a outros.

 

Este pecado tem sua malícia em impedir o auxílio da graça interna.

 

5. A obstinação no pecado.

 

A falta de bom propósito de se separar do pecado.

 

6. A impenitência final.

 

Propósito “de não fazer penitência, impossibilitando a volta para Deus” (Pe. João Batista Lehmann).

O Catecismo da Igreja Católica ensina: “A misericórdia de Deus não tem limites, mas quem se recusa deliberadamente a acolher a misericórdia de Deus pelo arrependimento rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo. Semelhante endurecimento pode levar à impenitência final e à perdição eterna”.

 

 

 

 

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