Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Quinta palestra

 

 

OS FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO

 

(Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

(resumo)

 

Estes frutos sobrenaturais são incontáveis. São Paulo, a título de exemplo, menciona doze: caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, longanimidade, mansidão, fé, modéstia, continência e castidade (Gl 5, 22-23; Cl 3, 12ss).

 

1. CARIDADE. É o fruto mais saboroso dos frutos, aquele que nos faz experimentar que Deus está mais perto, e que visa aliviar o fardo dos outros. A caridade delicada e operativa com os que convivem ou trabalham conosco é a primeira manifestação da ação do Espírito Santo na alma. Não existe sinal nem marca que distinga o cristão e aquele que ama a Cristo como o cuidado dos nossos irmãos e o zelo pela salvação das almas.

 

2. ALEGRIA. É uma alegria que caracteriza o cristão e que permanece por cima da dor e do fracasso. Quanto bem não tem semeado no mundo a alegria dos cristãos! Alegrar-se nas tribulações, sorrir no sofrimento, cantar com o coração e com o melhor timbre quanto maiores e mais dolorosos forem os espinhos... e tudo isto por amor. Fruto que somente o Espírito Santo pode produzir em nós.

 

3. PAZ. A caridade e a alegria deixam na alma a paz de Deus. Existe a falsa paz da desordem, como a que reina numa família em que os pais cedem sempre aos caprichos dos filhos, sob o pretexto de ter paz; ou como a da cidade que, com a desculpa de não querer contristar ninguém, deixa que os malvados perpetrem os seus crimes. A paz, fruto do Espírito Santo, é ausência de agitação – é a tranquilidade na ordem – e é descanso da vontade na posse estável do bem. Esta paz pressupõe uma luta constante contra as tendências desordenadas das paixões.

 

4. PACIÊNCIA. Que permite enfrentar com serenidade, sem queixas nem lamentações estéreis, os sofrimentos físicos e morais que a vida traz consigo. O cristão deve ver em tudo a mão amorosa de Deus, que se serve dos sofrimentos e das dores para purificar aqueles que mais ama e fazê-los santos.  Por isso, não perde a paz diante da doença, dos contratempos, dos defeitos alheios, das calúnias... ou mesmo dos seus fracassos espirituais.

 

5. LONGANIMIDADE. É semelhante à paciência. É uma disposição estável  pela qual esperamos de ânimo sereno, sem amargura, e durante o tempo que Deus queira, as demoras queridas ou permitidas por Ele, antes de alcançarmos as metas ascéticas ou apostólicas que nos propomos. A pessoa longânime luta e trabalha com fervor, ainda que os resultados concretos pareçam pequenos. Trabalha com santa teimosia e perseverança para conquistar o desejado. Deus conta com o nosso esforço diário, sem pausas, para que a tarefa apostólica dê os seus frutos. E se os frutos tardam em aparecer, devemos continuar a trabalhar sem desanimar.

 

6. BONDADE. É uma disposição estável da vontade que nos inclina a querer toda a espécie de bens para os outros, sem excluir ninguém: amigos e inimigos, parentes e desconhecidos, vizinhos e gente distante. A alma sente-se amada por Deus e isto a impede de ter ciúmes e invejas, levando-a a ver nos outros filhos de Deus, a quem Ele ama e por quem Jesus morreu.

 

7. BENIGNIDADE. É precisamente essa disposição do coração que nos inclina a fazer o bem aos outros. A benignidade incita-nos a levar paz e alegria aos lugares por onde passamos e a ter uma disposição constante de indulgência (clemência, tolerância) e de afabilidade (delicado ao trato).

 

8. MANSIDÃO. Está intimamente ligada à bondade e à benignidade. Opõe-se às estéreis manifestações da ira, que no fundo são sinais de fraqueza. Aquele que possui este fruto do Espírito Santo não se impacienta nem alimenta sentimentos de rancor para com as pessoas que o tenham ofendido ou injuriado.

 

9. FIDELIDADE. Fiel é a pessoa que cumpre os seus deveres, mesmo os menores, e em quem os outros podem depositar a sua confiança. Ser fiel é uma forma de viver a justiça e a caridade.

 

10. HUMILDADE. Pessoa humilde é aquela que sabe comportar-se de modo equilibrado e justo em cada situação, e que aprecia os seus talentos sem os exagerar nem diminuir, porque sabe que são uma dádiva (presente) de Deus para serem postos a serviço dos outros. Este fruto do Espírito Santo reflete-se no porte exterior da pessoa, no seu modo de falar e de vestir, de tratar as pessoas e de comportar-se socialmente.

 

11. Os dois últimos frutos apontados por São Paulo são a CONTINÊNCIA e a CASTIDADE. Como que por instinto, a alma está extremamente vigilante, a fim de evitar tudo o que possa ameaçar-lhe a pureza interior e exterior, tão grata a Deus. São frutos que embelezam a vida cristã, que a preparam para entender as coisas que se referem a Deus, e que podem obter-se mesmo no meio de grandes tentações, se se foge da ocasião e de luta com decisão, sabendo que a graça do Senhor nunca há de faltar.

 

 

 

 

 

Ver outros retiros