Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Sexta palestra

 

 

PROCESSÃO DA SEGUNDA PESSOA

 

(Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)

 

(resumo)

 

Segundo a doutrina revelada, a PESSOA do PAI não tem a sua origem em nenhuma outra: “O Pai não procede de ninguém” (Concílio 4.º de Latrão, cap. 1. D. 428), e: “O Pai não foi feito, nem criado, nem gerado por ninguém” (Símbolo Atanasiano, D. 39).

O FILHO procede do PAI, por GERAÇÃO.

Uma coisa procede de outra, quando nela tem a sua origem. Há duas espécies de PROCESSÕES: INTERNA e EXTERNA. A água procede da fonte e afasta-se dela (processão externa); as ideias procedem do entendimento e nele ficam (processão interna).

Na SANTÍSSIMA TRINDADE, o FILHO procede do PAI, permanecendo n’Ele (processão interna).

O FILHO foi GERADO. GERAÇÃO é a PROCESSÃO interna ou origem de um ser vivo, de outro igualmente dotado de vida, que transmite ao primeiro a própria substância, por uma ação tendente a fazê-lo semelhante ao que o gerou. Os pais geram os filhos, porque pai e mãe comunicam aos filhos parte da própria substância, por uma ação que, por natureza, tende a fazê-los homens, semelhantes aos que lhe dão vida. Adão, pelo contrário, não gerou Eva, porque não lhe comunicou parte da sua substância; foi Deus quem tirou uma parte do organismo de Adão, para formar Eva. E mesmo que Adão tivesse cedido por si mesmo a parte de que Eva foi formada, não a teria gerado, pois transmitir desse modo a própria substância não é gerar.

 

PROVAS

 

1. TRADIÇÃO: “Cremos... em Jesus Cristo, Filho de Deus, unigênito nascido do Pai, isto é, da substância do Pai” (Concílio 1.º de Nicéia. D. 54), e: “O Filho procede unicamente do Pai, não feito, nem criado, mas gerado” (Símbolo Atanasiano, D. 39).

 

2. SAGRADA ESCRITURA: Chama-se a Jesus Cristo Filho Unigênito do Pai, Filho próprio, Filho verdadeiro. Ora, filho próprio e verdadeiro é o que nasce por geração do pai: “De tal modo amou Deus o mundo, que lhe deu o seu Unigênito Filho” (Jo 3, 16), e: “Deus não poupou a seu próprio Filho, mas entregou-o por todos nós” (Rm 8, 32), e também: “Veio o Filho de Deus e deu-nos inteligência para que conheçamos o verdadeiro Deus e estejamos em seu verdadeiro Filho” (1 Jo 5, 20).

 

NOTA

 

O FILHO procede da inteligência do PAI.

É doutrina certa. Deduzem-na os teólogos do fato da Sagrada Escritura lhe chamar VERBO (Jo 1, 1), isto é, palavra. Ora, em Deus, puro espírito, não há outras palavras, senão as da mente, as da inteligência; logo, o VERBO procede da inteligência do PAI. Pode deduzir-se o mesmo do epíteto – Sabedoria de Deus – que a Sagrada Escritura aplica a Jesus Cristo (1 Cor 1, 24).

Exatamente por o VERBO ter a sua origem no entendimento do PAI, compreende-se que proceda por GERAÇÃO. O VERBO é, com efeito, um ser vivo que PROCEDE de outro dotado de vida, por uma operação (a intelectual), que tende a torná-lo semelhante ao PAI. Deus, ao conhecer-se a si mesmo, forma em si uma ideia que se lhe assemelha. Essa ideia ou VERBO intelectual é substância, e não mero acidente como em nós, pois em Deus não há acidentes. Deste modo o VERBO é realmente GERADO pelo PAI, pois nesta operação verificam-se exatamente os elementos da geração: origem de um ser vivo de outro vivente, que lhe transmite a própria substância, por um influxo tendente a fazer os dois semelhantes entre si.

 

 

 

 

 

Ver outros retiros