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					MARIA SANTÍSSIMA E 
					A FÉ
					
					(Resumo) 
					  
					
					(Pe. Divino Antônio Lopes FP.) 
					  
					
					Assim como a Bem-aventurada Virgem Maria é 
					modelo de amor e de esperança, 
					assim também é modelo de fé, pois que, diz 
					Santo Irineu, aquele dano que Eva fez com a sua 
					incredulidade, Maria o reparou com a sua fé. Com efeito, 
					Eva, porque quis dar crédito à serpente contra aquilo que 
					Deus tinha dito, trouxe a morte; mas a nossa Rainha, dando 
					crédito às palavras do anjo, que ela, ficando Virgem, devia 
					fazer-se Mãe do Senhor, trouxe ao mundo a salvação. 
					Exatamente por causa da sua fé é chamada Bem-aventurada por 
					Santa Isabel: “Feliz aquela que creu” (Lc 1, 
					45). 
					
					Diz o Pe. Soarez, que a Santíssima Virgem 
					teve mais fé que todos os homens e todos os anjos. 
					
					Via o seu Filho no presépio de Belém, 
					e cria (acreditava) que Ele era o Criador do mundo. 
					
					Via-O fugir de Herodes, e não 
					deixava de crer que era o Rei dos reis. 
					
					Via-O nascer, e O cria eterno. 
					
					Via-O pobre e necessitado de alimento, 
					e o cria Senhor do universo. 
					
					Via-O deitado sobre a palha, e 
					O cria onipotente. 
					
					Observava que não falava, e 
					cria que era a Sabedoria infinita. 
					
					Ouvia-O chorar, e cria que era 
					a alegria do paraíso. 
					
					Via-O, finalmente na morte, desprezado 
					e crucificado, e bem que nos outros vacilasse a fé, 
					Maria Santíssima estava firme em crer que Ele era Deus. 
					
					Maria Santíssima, pela sua grande fé, 
					mereceu ser feita a Luz de todos os fiéis, como é chamada 
					por São Metódio. E São Cirilo de Alexandria a chama de 
					Rainha da verdadeira fé. 
					
					Ensina-nos Nossa Senhora a crer em 
					nossa própria vocação à santidade, em nossa vocação à 
					intimidade divina e a crer não só quando Deus a revela na 
					luz interior, mas também quando a luz se ofusca e ficamos 
					nas trevas e dificuldades que nos tentam perturbar e 
					desanimar! Se dá a vocação, é porque quer 
					realizá-la, mas quer que nos entreguemos a Ele com cega 
					confiança. 
					
					Nossa Senhora creu sempre, mesmo quando 
					não compreendia. 
					
					Muito longe da verdade estaria quem pensasse 
					que para Nossa Senhora os mistérios divinos estavam de tal 
					modo desvendados e a divindade de seu Jesus tão evidente, 
					que já não tinha necessidade de fé. 
					
					Exceto na Anunciação e nos fatos que rodearam 
					o nascimento de Jesus, não 
					encontramos em sua vida manifestações extraordinárias do 
					sobrenatural. Vive Maria de pura fé como nós, apoiando-se na 
					Palavra de Deus. 
					
					Quem tem fé não fica examinando a conduta de 
					Deus e, mesmo não compreendendo, atira-se na fé, aceita 
					cegamente as disposições da vontade divina. Às vezes 
					não progredimos na vida espiritual porque desejamos 
					compreender demais e indagar demais os desígnios de Deus. 
					Não nos pede o Senhor que compreendamos, mas que creiamos 
					com todas as nossas forças. 
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