O
SEPULCRO ENCONTRADO VAZIO
(Jo
20, 1-10)
(Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
(resumo)
No primeiro dia da semana, Maria Madalena
vai ao sepulcro, de madrugada, quando ainda estava escuro, e
vê que a pedra fora retirada do sepulcro. Corre então e vai
a Simão Pedro e ao outro discípulo, que Jesus amava, e lhes
diz: “Retiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o
colocaram”. Pedro saiu, então, com o outro discípulo e se
dirigiram ao sepulcro. Os dois corriam juntos, mas o outro
discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro
ao sepulcro. Inclinando-se, viu os panos de linho por terra,
mas não entrou. Então, chega também Simão Pedro, que o
seguia, e entrou no sepulcro; vê os panos de linho por terra
e o sudário que cobrira a cabeça de Jesus. O sudário não
estava com os panos de linho no chão, mas enrolado em um
lugar, à parte. Então, entrou também o outro discípulo que
chegara primeiro ao sepulcro: e viu e creu. Pois ainda não
tinham compreendido que, conforme a Escritura, ele devia
ressuscitar dos mortos. Os discípulos, então, voltaram para
casa.
A hora que vão ao sepulcro é de
MADRUGADA, porém, quando ainda
estava ESCURO. É na hora
crepuscular do amanhecer, que nesta época sucede em
Jerusalém às seis da manhã.
Quem ama não
espera... de MADRUGADA... ainda estava
ESCURO... o amor e a veneração
fazem-na ir sem demora junto ao Corpo do Senhor.
“... quando ainda
estava escuro...”
Maria Madalena
não deixou de ir ao sepulcro por causa da ESCURIDÃO;
o fortíssimo amor que sentia por Nosso Senhor
Jesus Cristo a “empurrou” violentamente para
frente... para encontrar a Luz Eterna era
preciso passar pela ESCURIDÃO.
Se amamos
apaixonadamente a Jesus Cristo, nenhuma
ESCURIDÃO (perseguição, tentação, zombaria,
desânimo, ameaça...) pode obstaculizar e
impedir a nossa caminhada para Ele. O
amor vence todas as barreiras e dificuldades... o
amor é um “fogo” que queima todas as obstruções. O
amor verdadeiro não se intimida diante da ESCURIDÃO...
quem ama pode tudo:
“Uma alma inflamada
do amor de Deus não consegue ficar inativa”
(Santa Teresinha do Menino Jesus).
Milhões de pessoas
deixam de caminhar para Jesus Cristo por causa da
ESCURIDÃO (provações, obstáculos,
dificuldades...) que surge pelo caminho... começam bem,
mas não perseveram... recuam e se esmorecem... essas
pessoas jamais se aproximarão de Jesus Cristo e se perderão
eternamente... são derrotadas antes de iniciar
a luta:
“Quem retrocede condena-se voluntariamente e
jamais atingirá a meta: é um fraco, um vil, um desertor;
enquanto deve o cristão ser forte, intrépido e perseverante”
(Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena).
Nosso Senhor acolhe os fortes... não os
desertores:
“Quando se recorre a
Ele com confiança, tem-se sempre a certeza de ser bem
recebido. Como Ele é bom! Quanto digno é de todo o nosso
culto! Ele é o único e verdadeiro amigo das almas!
Prostremo-nos a seus pés e expandamos no seu coração toda a
nossa gratidão”
(M. Hamon).
Para chegar até
Jesus Cristo, Maria Madalena teve que passar pela
ESCURIDÃO; para se aproximar de Nosso Senhor,
o católico também tem que passar pela ESCURIDÃO,
isto é, pelas provações e dificuldades
que surgem pelo caminho:
“Filho, se te
dedicares a servir ao Senhor, prepara-te para a prova”
(Eclo 2, 1), e:
“Não tenhas medo do
que irás sofrer. Eis que o Diabo vai lançar alguns dentre
vós na prisão, para serdes postos à prova”
(Ap 2, 10), e também:
“Meus irmãos,
tende por motivo de grande alegria o serdes submetido a
múltiplas provações...”
(Tg 1, 2), e ainda:
“Amados, não vos
alarmeis com o incêndio que lavra entre vós, para a vossa
provação, como se algo de estranho vos estivesse
acontecendo”
(1 Pd 4, 12).
Santa Maria
Madalena não esperou o dia clarear... o
sol nascer... a luz do sol brilhar. Quem se
apaixona pela Luz Eterna, Jesus Cristo,
não perde tempo com a luz do sol... a Luz de Cristo
Ressuscitado é bem mais forte que a luz do
“grande luzeiro” (Gn 1, 16).
Milhares de
pessoas esperam o “dia clarear” (vida
tranquila, sossegada e controlada) para buscar a Jesus
Cristo... esperam passar a ESCURIDÃO das
provações, crise financeira, enfermidades, tentações,
obstáculos, perseguições... Grande ilusão!Falta de
amor! Fé medíocre! Os que buscam a Jesus Cristo
estarão sempre em guerra e luta contra o mundo, o Demônio
e a carne:
“É preciso passar
por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus”
(At 14, 22), e:
“A tal ponto que
sois o nosso orgulho entre as Igrejas de Deus, por causa da
vossa perseverança e da vossa fé em todas as perseguições e
tribulações que suportais”
(2 Ts 1, 4), e também:
“Decidimos,
contudo, confiados em nosso Deus, anunciar-vos o evangelho
de Deus, no meio de grandes lutas”
(1 Ts 2, 2).
Essas pessoas
costumam esperar tanto tempo para buscar a Jesus Cristo,
que acabam por se perderem... Cristo passa:
“Tenho
medo de Cristo que passa”
(Santo Agostinho), ou morrem antes de
realizarem o bem tão “planejado”,
“projetado” e “traçado”:
“Hoje Deus
te chama a fazer o bem; faze-o hoje mesmo, porque amanhã
talvez já não terás tempo, ou Deus não te chamará”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
Não tremamos
os joelhos diante da ESCURIDÃO das
provações, perseguições, zombarias, tentações...
nem esperemos o NASCER do SOL,
isto é, que tudo esteja tranquilo conosco e que todos
estejam a nosso favor... mas sim, BUSQUEMOS
intrepidamente a Jesus Cristo... enfrentemos tudo e a todos
com valentia, coragem e ousadia... com santo atrevimento e
doce teimosia:
“Fugir é próprio do
covarde. A cruz não acolhida torna-se duplamente pesada...
Duas ou três vezes na vida poderemos, porventura, demonstrar
que somos valentes, mas todos os dias podemos demonstrar que
não somos covardes. Enfrentemos o medo. O medo é mais
covarde do que nós. Desaparece, escapa, quando o encaramos.
Decidamo-nos a não ter medo de nada...”
(Dom Rafael Llano Cifuentes), e:
“Recuar diante do inimigo, ou calar-se, quando de toda parte
se ergue tanto alarido contra a verdade, é próprio de homem
covarde ou de quem vacila no fundamento de sua crença.
Qualquer destas coisas é vergonhosa em si; é injuriosa a
Deus; é incompatível com a salvação tanto dos indivíduos,
como da sociedade e só é vantajosa aos inimigos da fé,
porque nada tanto afoita a audácia dos maus, como a
pusilanimidade dos bons”
(Leão XIII), e também:
“Todo aquele que
serve a Cristo Nosso Senhor sabe por experiência que algumas
vezes encontra a dor e a fadiga. Negar esta realidade
significaria não se ter encontrado com Deus (...). Longe de
nos desalentarem, as contrariedades hão de ser um acicate
(estímulo) para crescermos como cristãos; nessa luta nos
santificamos e o nosso trabalho apostólico adquire maior
eficácia”
(São Josemaría Escrivá).
Infeliz da pessoa
que DEIXA o TEMPO PASSAR... que
ESPERA o “DIA AMANHECER” para se
aproximar de Jesus Cristo... É preciso BUSCÁ-LO de
“MADRUGADA”, o quanto antes...
sem perder tempo:
“Procurai o Senhor
enquanto pode ser achado, invocai-o enquanto está perto”
(Is 55, 6), e:
“Deus é justo em
seus caminhos todos, e fiel em todas as suas obras; está
perto de todos os que o invocam, de todos os que o invocam
sinceramente”
(Sl 145, 17-18).
Infeliz daquele
que adia, que procrastina... que preguiçosamente deixa
para depois, para outro dia... semana, mês, ano...
que ESPERA o “DIA AMANHECER”
para se aproximar de Nosso Senhor. A INGRATIDÃO
reina nesses corações sem amor.
Milhões de pessoas
servem o mundo, o Demônio e a carne durante a
adolescência e juventude... na
“MADRUGADA”; e depois que o “SOL NASCE”,
isto é, na velhice, oferecem o resto
para Deus. Deus não aceita restos:
“Mas não se agradou
de Caim e de sua oferenda”
(Gn 4, 5).
Quem ama
verdadeiramente a Jesus Cristo não ESPERA
o “DIA CLAREAR”, isto é, a velhice
chegar; mas O BUSCA com amor,
disponibilidade, generosidade e perseverança
desde a “MADRUGADA”, isto é, desde a
meninice, adolescência e juventude... DESDE
CEDO... MUITO CEDO.
Somente Jesus
Cristo merece o nosso amor. Por que não amá-lO desde a
meninice, adolescência e juventude? Desde a
“MADRUGADA?”
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