FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO
(Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
(resumo)
Esta máxima:
“Fora da Igreja não
há salvação, é verdadeira na sua significação geral”
(Monsenhor Cauly). Jesus
Cristo, com efeito, disse no Evangelho: Se alguém não
renascer na água e no Espírito Santo – não for
batizado – não entrará no reino de Deus (Jo 3, 5).
E em outra passagem: Quem não crer será condenado
(Mc 16, 16). É a exclusão do céu
sentenciada contra os infiéis, os hereges e os apóstatas.
Disse mais: Se alguém não atender à
Igreja, seja ele tratado como pagão e publicano (Mt
18, 17). Nestas palavras temos a exclusão dos
cismáticos e excomungados.
A Igreja, contudo, de acordo com o espírito
do seu fundador, fez desta máxima uma aplicação justa e
misericordiosa. Longe de repelir aqueles todos que não
pertencem à sua comunhão exterior, isto é, a seu corpo,
ela ensina que para ser salvo basta pertencer à sua alma.
E na prática, distingue duas categorias de homens:
aqueles a quem não tem sido pregado o Evangelho, e aqueles
que o conhecem; e ela diz:
1.º Aqueles a quem não foi comunicado o
Evangelho não fazem parte do corpo da Igreja;
todavia, serão salvos se pertencerem à sua alma, por outros
termos, se amarem, desejarem e buscarem a verdade, se
obedeceram à própria consciência alumiada pelas luzes
naturais e cumprirem os preceitos da religião que julgam ser
verdadeira. Com estas condições, pode a sua salvação
achar-se dificultada, porém não é impossível.
2.º Quanto àqueles que conhecerem o
Evangelho, hão de ser julgados segundo a sua lei. Se tiverem
sido educados e formados no catolicismo, não podem
salvar-se fora desta Igreja Católica, que é a única
verdadeira.
Se estiverem no cisma ou na
heresia, e souberem, quando chegados à idade de
razão, que a Igreja Católica está de posse da
verdade, não poderão salvar-se permanecendo fora desta
Igreja, pois deve-se seguir a verdade, uma vez que é
conhecida. Se tiverem apenas dúvidas quanto à superioridade
da Igreja Católica, cumpre-lhes estudar,
inteirar-se dos fatos e abrir o coração à verdade, caso ela
se lhes manifeste; pois é crime preferir as trevas à luz.
Enfim, se eles julgarem, com toda a boa fé, ser verdadeira a
seita a que pertencem, e se por outra parte, forem fiéis no
desempenho dos deveres que prescreve essa religião que
julgam boa, neste caso, não os condena a Igreja, mas sim,
crê e ensina, que hão de ser salvos porque pertencem à alma
da Igreja pela intenção e pela caridade.
Em resumo: fora da Igreja Católica não
há salvação para os que a conhecem e não querem aceitar a
verdadeira fé, porque então, acham-se em estado de revolta
contra Deus.
O Catecismo da Igreja Católica
ensina: “Apoiado na Sagrada
Escritura e na Tradição, (o Concílio) ensina que esta Igreja
peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e
caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente em
seu Corpo, que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com
palavras expressas a necessidade da fé e do batismo, ao
mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os
homens entram pelo Batismo, como que por uma porta. Por isso
não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja
Católica foi fundada por Deus por meio de Jesus Cristo como
instituição necessária, apesar disso não quiserem nela
entrar ou nela perseverar”.
O Catecismo Romano diz:
“... porquanto, os que desejam a
salvação eterna devem todos professá-la, e prestar-lhe
obediência, assim como os que deviam entrar na Arca, para
não perecerem nas águas do Dilúvio”.
São Cipriano
ensina: “A túnica do Salvador
não foi rasgada”. A túnica é símbolo da
Igreja indivisa e indivisível.
São Jerônimo
escreve: “Quem não entrar na
arca de Noé será varrido pela tempestade do pecado”.
A arca é símbolo da Igreja: sem a Igreja não há salvação
contra a tormenta deste mundo.
Santo Agostinho
ensina: “Ninguém poderá
alcançar a salvação e a vida eterna se não tiver Cristo como
cabeça. E ninguém poderá ter Cristo como cabeça, se não
fizer parte de seu corpo que é a Igreja”.
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