Os tormentos do
inferno
(Mc 9, 43)
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
“Fogo que nunca
se apaga”.
O inferno é
um abismo fechado de todos os lados, onde não
penetra o mais leve raio de luz:
“Pois o inferno é
cárcere fechado por completo e escuro, onde nunca penetrará
raio de sol nem qualquer outra luz (Sl 48, 20)”
(Santo Afonso Maria de
Ligório). Nesta vida o fogo nos aclara; mas
na morada dos condenados, que é um lugar de morte,
as chamas são escuras; deixam somente perceber o horrível
estado dos condenados e as formas hediondas tomadas pelos
demônios para espantar as suas vítimas.
Explica São Basílio Magno
“que o Senhor separará do fogo a
luz; de modo que estas chamas arderão sem iluminar”;
o que Santo Alberto Magno exprime mais brevemente nestes
termos: “Separará do calor
o resplendor”.
O fumo
sairá dessa fogueira e formará a
espessa nuvem tenebrosa que, como diz São Judas,
“cegará os olhos dos condenados”
(Jd 13).
Haverá ali
apenas a claridade precisa para aumentar os tormentos.
Uma sinistra claridade que
permite ver a fealdade dos condenados e dos demônios, assim
como o aspecto horrendo que estes tomarão para causarem mais
horror.
Quão amarga é a recordação das satisfações
dos olhos para esses infelizes que se vêem imersos em trevas
por causa da demasiada liberdade concedida a seus olhares:
“... aos quais está reservada a
escuridão das trevas para a eternidade” (Jd
13).
Santa Teresa de Jesus escreve:
“Depois de muito tempo, quando o
Senhor me tinha já feito muitas mercês que tenho dito e
outras muito grandes, estando um dia em oração, achei-me de
repente, sem saber como, e segundo me parece, toda metida no
inferno. Entendi que o Senhor queria que visse o lugar que
os demônios lá me tinham preparado, e eu merecido, por meus
pecados. Foi de brevíssima duração, mas, embora eu vivesse
muitos anos, parece-me impossível esquecê-lo. Parecia-me a
entrada à maneira dum beco muito comprido e estreito,
semelhante a um forno muito baixo e escuro e apertado. O
chão pareceu-me duma água com lodo muito sujo e de cheiro
pestilencial e cheio de muitas sevandijas peçonhentas. No
fundo havia uma concavidade aberta numa parede a modo dum
armário, aonde me vi meter em muita estreiteza. Tudo isto
era deleitoso à vista em comparação do que ali senti...
Senti um grande fogo na alma que eu não chego a entender
como poder dizer de que maneira é. As dores corporais são
tão insuportáveis que, apesar de eu as ter passado nesta
vida gravíssimas, tudo é nada em comparação do que ali
senti... um aperto, uma sufocação, uma aflição tão sensível
e com um tão desesperado e aflitivo descontentamento, que eu
não sei explicar... Estando em tão pestilencial lugar, tão
desesperada de toda a consolação, não há sentar-se, nem
deitar-se, nem há lugar, porquanto me puseram neste como que
buraco feito na parede; porque estas paredes, que são
espantosas à vista, apertam por si mesmas e tudo sufoca. Não
há luz, mas tudo trevas escuríssimas. Eu não entendo como
pode ser isto, que, não havendo luz, se vê tudo o que à
vista há de causar pena”,
e: “Hoje estive nos
abismos do inferno, levada por um Anjo. É um lugar de grande
castigo, e como é grande a sua extensão. Tipos de tormentos
que vi: o primeiro tormento que constitui o inferno é a
perda de Deus; segundo — contínuo remorso de consciência;
terceiro — esse destino já não mudará nunca; quarto tormento
— é o fogo que atravessará a alma mas não a destruirá; é um
tormento terrível, é um fogo puramente espiritual, acendido
pela ira de Deus; quinto tormento — é a contínua escuridão,
um terrível cheiro sufocante, e embora haja escuridão, os
demônios e as almas condenadas vêem-se mutuamente, e vêem
todo o mal dos outros e o seu; o sexto tormento — é a
contínua companhia do demônio; sétimo tormento — é o
terrível desespero, ódio a Deus, maldições, blasfêmias. São
tormentos que todos os condenados sofrem juntos, mas não é o
fim dos tormentos; existem tormentos especiais para as
almas, os tormentos dos sentidos; cada alma é atormentada
com o que pecou, de maneira horrível e indescritível.
Existem terríveis prisões subterrâneas, abismos de castigo,
onde um tormento distingue-se do outro; eu teria morrido
vendo esses terríveis tormentos, se não me sustentasse a
onipotência Divina. Que o pecador saiba que será atormentado
com o sentido com que pecou, por toda a eternidade; estou
escrevendo isso por ordem de Deus, para que nenhuma alma se
escuse dizendo que não existe o inferno, ou que ninguém
esteve lá e não sabe como é lá” (Santa
Faustina Kowalska).
O sentido
do tato terá também seu tormento especial:
o do fogo. O fogo é o mais terrível
suplício da terra, bem que nosso fogo tenha sido criado pela
Bondade infinita. Imaginai, pois, o condenado, imerso,
submergido num oceano de chamas acesas pela cólera do
Onipotente. O corpo do infeliz é por elas penetrado até às
veias, até à medula dos ossos; suplício horrível que encerra
todos os outros, pois que o Espírito Santo designa todos os
tormentos do inferno sob o nome de fogo.
Os outros sentidos, além do suplício do fogo,
acham no inferno os seus castigos particulares. O
ouvido é sempre aturdido pelos lamentos, blasfêmias
e uivos horrorosos dos outros condenados. O gosto
sofre fome e sede incompreensíveis, e jamais uma migalha de
pão ou uma gota de água será concedida aos condenados. O
olfato é atormentado dia e noite pela horrível
infecção de tantos cadáveres amontoados desordenadamente,
dos quais um só bastaria para causar a morte a todos os
homens da terra. Quão caro custarão aos condenados os
prazeres dos sentidos!
Santo Afonso Maria
de Ligório escreve:
“Consideremos, em primeiro lugar, a
pena do sentido. É de fé que existe inferno. No centro da
terra se encontra esse cárcere destinado ao castigo dos que
se revoltaram contra Deus. Que é, pois, o inferno? O lugar
de tormentos (Lc 16, 28), como o chamou o mau rico; lugar de
tormentos, onde todos os sentidos e todas as faculdades do
condenado hão de ter o seu castigo próprio, e onde aquele
sentido que mais tiver servido para ofender a Deus mais
acentuadamente será atormentado (Sb 11,17; Ap 18,7). A
vista padecerá o tormento das trevas (Jó 10,21). O
olfato padecerá o seu tormento próprio. Seria
insuportável se nos metêssemos num quarto acanhado, onde
jazesse um cadáver em putrefação. O condenado deve ficar
sempre entre milhões de réprobos, vivos para a pena, mas
cadáveres hediondos quanto à pestilência que exalam (Is
34,3). Disse São Boaventura que, se o corpo de um condenado
saísse do inferno, bastaria ele só para produzir uma
infecção em consequência da qual morreriam todos os homens
do mundo E ainda há insensatos que se atrevem a dizer: ‘Se
for ao inferno, não irei sozinho’. Infelizes! Quanto maior
for o número de réprobos ali, tantos maiores serão os
sofrimentos de cada um. ‘Ali — diz Santo Tomás — a companhia
de outros desgraçados não alivia; antes aumenta a desventura
geral’. Muito mais sofrerão, sem dúvida, pela fetidez
asquerosa, pelos gritos daquela multidão desesperada, e pelo
aperto em que se acharão amontoados e comprimidos os
réprobos, à semelhança de ovelhas em tempo de inverno (Sl
48,15), ou como uvas esmagadas no lagar da cólera de Deus (Ap
19,15). E assim mesmo padecerão o tormento da imobilidade
(Ex 15,16). Da maneira como o condenado cair no inferno,
assim há de permanecer imóvel, sem que lhe seja dado mudar
de posição, nem mexer mãos nem pés, enquanto Deus for Deus.
O ouvido será atormentado com os contínuos gritos aflitivos
daqueles pobres desesperados, e pelo barulho horroroso que,
sem cessar, os demônios provocam (Jó 15, 21). Quando
desejamos dormir, é com o maior desespero que ouvimos o
contínuo gemido de um doente, o choro de uma criança ou o
ladrar de um cão… Infelizes réprobos, que são obrigados a
ouvir, por toda a eternidade, os gritos pavorosos de todos
os condenados! A gula será castigada com a fome devoradora.
Entretanto, não haverá ali nem uma migalha de pão. O
condenado sofrerá sede abrasadora, que não se apagaria com
toda a água do mar. Mas não se lhe dará uma só gota. Uma só
gota d’água pedia o rico avarento, e não a obteve, nem a
obterá jamais”.
O Senhor não odeia
a obra das suas mãos, nem mesmo os animais ferozes e
hediondos:
“Amais tudo que existe e não tendes horror ao
que criastes”
(Sb 11, 25). Entretanto, Deus não
poderia amar e deve necessariamente detestar a alma do
condenado. Sempre unida ao pecado que Deus detesta, a
infeliz é objeto da justa aversão do Onipotente. Que
suplício estar sempre em oposição com o Criador, seu último
fim, seu soberano Bem!
“Pois Deus detesta
igualmente o ímpio e sua impiedade”
(Sb 14, 9).
Deus não só detesta a alma condenada,
mas a repele com horror:
“Naquele dia minha cólera se
inflamará contra eles, e eu os abandonarei e lhes ocultarei
a minha face” (Dt 31, 17).
Ao deixar a vida, ela sente o instinto do seu destino que a
constrange a ir para Deus. Mal entra na eternidade, lança-se
ao Bem supremo, do qual não se poderia privar um instante
porque feita para possuí-lo. Mas ouve uma voz que lhe grita:
“Já não me pertences, nem eu a ti”. Ao mesmo tempo
uma força invencível a repele, ou antes, o peso dos seus
pecados a arrasta para os abismos eternos. Lá, sempre em
luta com a justiça que a castiga, esgota-se em esforços
inúteis, porque jamais verá Deus pelo que
aspira: “A privação da visão de
Deus é chamada pena de dano, e é a mais terrível das penas
do Inferno. De fato, priva os condenados para sempre de
Deus, o Bem infinito para o qual fomos criados; e,
privando-os de Deus, priva-os de qualquer outro bem e
felicidade” (Pablo Arce e Ricardo Sada).
O Senhor não só a repele, mas trata-a como
inimiga: “Já não sois
meus, nem eu vosso” (Os 1, 9).
Endurecida no crime, ela está em oposição com a santidade do
Criador que a olha como adversária irreconciliável. Que
sorte horrenda! Impelidos sempre para Deus, os condenados se
vêem repelidos e tratados com o maior rigor, sem
esperança do perdão. Que grande mal é o pecado!
Transforma o oceano da misericórdia divina em um mar de
justiça e severidade sem fim: “O
condenado odiará e amaldiçoará a Deus, e amaldiçoando-o,
amaldiçoará também os benefícios que dele recebeu: a
criação, a redenção, os sacramentos o Santíssimo Sacramento
do Altar... Aborrecerá todos os anjos e com ódio implacável
o seu anjo da guarda, os seus santos padroeiros e a Virgem
Santíssima. Malditas serão por ele as três Pessoas divinas,
especialmente a de Deus Filho, que morreu para salvar-nos, e
as chagas, os trabalhos, o sangue, paixão e morte de Cristo
Jesus” (Santo Afonso Maria de Ligório).
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(Mc 9, 43)
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
“Fuego que nunca
se apaga”.
El infierno es un abismo cerrado de todos
los lados, donde no penetra el más leve rayo de luz:
“Pues el infierno, es la cárcel
cerrada por completo y oscura, donde nunca penetrará
rayo de sol ni cualquier outra luz (Sl 48, 20)”
(Santo Afonso
Maria de Ligório).
En esta
vida, el fuego nos aclara; mas, en la moradia de los
condenados, que es un lugar de muerte, las llamas son
oscuras; dejan solamente percibir el horrible estado de
los condenados y las formas viles tomadas por los
demonios para espantar a sus víctimas. Explica San
Basilio Magno “que el Señor
separará del fuego la luz, de modo que estas llamas
arderán sin iluminar”; lo que Santo Alberto
Magno exprime más brevemente en estos términos:
“Separará del calor el
resplendor”. El humo saldrá de esta hoguera y
formará la espesa nube tenebrosa que, como dice San
Judas, “cegará los ojos de los
condenados” (Jd 13).
Habrá allí apenas la claridad necesaria para aumentar
los tormentos. Una siniestra claridad que permite ver la
fealdad de los condenados y de los demonios, así como el
aspecto horrendo que estos tomarán para causar más
horror.
Cuan
amargo es el recuerdo de las satisfacciones de los ojos
para esos infelices, que se vem inmersos en tinieblas,
por causa de la demasiada libertad concedida a sus
miradas “... a los cuales, les
está reservada la oscuridad de las tinieblas para la
eternidad” (Jd 13).
Santa
Teresa de Jesús escribe
“Después de mucho tiempo, cuando el Señor ya me había
hecho muchos favores que he dicho e otras muy grandes,
estando un día en oración, me encontré de repente, sin
saber cómo y según me parece, toda metida en el infierno.
Entendí que el Señor quería que mirase allá, el lugar
que los demonios me habían preparado,lo merecido por
mis pecados. Fue de brevísima duración, mas, mismo que
yo viviese muchos años, me parece imposible olvidárlo.
Me parecia la entrada parecida a la de um callejón muy
largo y estrecho, semejante a um horno muy bajo y escuro
y apretado. El suelo, me pareció de agua con lodo, muy
sucio y de mal olor pestilente y lleno de muchas
sabandijas pezoñentas. En el fondo, había una concavidad
abierta en una pared, como un armario, donde me vi
meterme estrechamente. Todo esto era delicioso en
comparación de lo que allí senti... Sentí un gran fuego
en el alma que yo no llego a entender, cómo podría decir
de que manera es. Los dolores corporales son tan
insoportables, que, apesar de haberlas pasado gravísimos
dolores en esta vida, todo es nada en comparación de lo
que allí senti... un apreto, un sofoco, una aflicción
tan sensible y un tan desesperado y aflictivo
descontentamiento, que yo no se explicar... Estando en
un tan pestoso lugar, tan desesperada de toda la
consolación, no hay como sentarse, ni echarse, ni hay
lugar, por cuanto me pusieron en este, como un hueco
hecho en la pared; por que estas paredes, que son
espantosas a la vista, apretan por si mismas y todo
sofoca. No hay luz, mas todo son tinieblas oscurísimas.
Yo no entiendo como puede ser esto, que no habiendo luz,
se ve todo lo que a la vista hay para causar pena”.e:
“Hoy estuve en los abismos del infierno, llevada por un
ángel. Es un lugar de grande castigo, y como es grande
su extensión. Tipos de tormentos que vi: el primero
tormento que constituye el infierno es la perdida de
Dios; segundo – continuo remordimiento de conciencia;
tercero – ese destino ya no cambiará nunca; cuarto
tormento – es el fuego que atravesará el alma, mas no la
destruirá; es un tormento terrible, es un fuego
puramente espiritual, encendido por la ira de Dios;
quinto tormento – es la continua oscuridad, un terrible
olor sofocante, mismo haya oscuridad, los demonios y las
almas condenadas se vem mutuamente, y ven todo el mal de
los otros y el suyo; el sexto tormento – es la continua
compañia del demonio; séptimo tormento – es el terrible
desespero, odio a Dios, maldiciones, blasfemias. Son
tormentos que todos los condenados sufren juntos, mas no
es el fin de los tormentos, existen tormentos especiales
para las almas, los tormentos de los sentidos; cada alma
es atormentada con lo que pecó, de manera horible e
indescriptible. Existen terribles prisiones subterraneas,
abismos de castigo, donde un tormento se distingue de
outro; yo habría muerto viendo esos terribles tormentos,
si no me sustentase la omniptencia Divina. Que el
pecador sepa que será atormentado con el sentido con el
que pecó, por toda la eternidad, estoy escribiendo esto
por orden de Dios, para que ninguna alma se excuse
diciendo que no existe el infierno, o que nadie estuvo
allí y no sabe como es Allá” (Santa
Faustina Kowalska).
El
sentido del tacto tendrá también su tormento especial:
el del fuego. El fuego es el más terrible suplicio de la
tierra, mismo que nuestro fuego haya sido creado por la
Bondad infinita. Imaginai, pues, el condenado, inmerso,
submergido en un oceano de llamas encendidas por la
cólera del Omnipotente. El cuerpo del infeliz es
penetrado por ellas hasta las venas, hasta la médula de
los huesos, suplicio horrible que encierra todos los
outros, pues que el Espírito Santo designa todos los
tormentos del infierno sobre el nombre del fuego.
Los otros
sentidos, apesar del suplicio del fuego, encuentran en
el infierno sus castigos particulares. El oído es
siempre aturdido por los lamentos, blasfemias y alaridos
horrorosos de otros condenados. El gusto sufre hambre y
sed incomprensibles, y jamás uma migaja de pan o una
gota de agua será concedida a los condenados. El olfato
es atormentado dia y noche por la horrible infección de
tantos cadáveres amontonados desordenadamente, de los
cuales, uno sólo bastaria para causar la muerte a todos
los hombres de la tierra. ¡Cuán caro les costarán a los
condenados los placeres de los sentidos!
Santo
Afonso Maria de Ligório escribe:
“Consideremos,
en primer lugar, la pena del sentido. Es de Fe que
existe infierno. En el centro de la tierra se encuentra
esa cárcel destinada al castigo de los que se rebelan
contra Dios,
¿Qué es,
pues, el infierno? El lugar de tormentos (Lc. 16,28),
como lo llamó el mal rico; lugar de tormentos, donde
todos los sentidos y todas las facultades del condenado
iran de tener su castigo proprio, y donde aquel sentido
que más le hubiese servido para ofender a Dios más
acentuadamente, será atormentado (Sb 11.17; Ap 18,7). La
visión padecerá el tormento de las tinieblas (Jó 10,21).
El olfato padecerá su próprio tormento. Sería
insoportable si nos metiésemos en un cuarto pequeño,
donde estuviese un cadáver en putrefacción. El condenado
debe quedar siempre entre millones de reprobaciones,
vivos para la pena, mas cadáveres hediondos cuanto a la
pestilencia que exalan (Is 34,3). Dice San Boaventura
que, si el cuerpo de un condenado saliese del infierno
bastária él slo para producir una infección en
consecuencia de la cual morerian todos los hombres del
mundo. Y aún hay insensatos que se atreven a decir: “Si
fuese al infierno, no iré sólo”, ¡Infelices! Cuanto
mayor sea el número de reprobaciones allí, tanto mayor
serán los sufrimientos de cada uno. “Allí – dice San
Tomás – la compañia de otros desgraciados no alivia;
antes aumenta la desventura general”, Muchos sufrirán,
sin Duda, por la hediondeza asquerosa, por los gritos de
aquela multitud desesperada, y por el apreto en el que
se encontrarán amontonados y apretados los reprobados, a
la semejanza de ovejas en tiempo de invierno (Sl 48,15),
o como uvas aplastadas en el lagar de la cólera de Dios
(Ap 19,15) Y así mismo padecerán el tormento de la
inmobilidad (Ex 15, 16) De la manera como el condenado
cae en el infierno, así va a permanecer inmovil, sin que
le sea dado cambiar de posición, ni mover las manos y
los pies, en cuanto Dios fuese Dios. El oído será
atormentado con los contínuos gritos aflictivos de
aqueles pobres desesperados, y por el barullo horroroso
que sin cesar los demônios provocan (Jó 15,21). Cuando
deseamos dormir, es con el mayor desespero que oímos el
continuo gemido de un enfermo, el lloro de un niño o el
latido de un perro... Infelices reprovados, que son
obligados a oír, por toda la eternidad los gritos
pavorosos de todos los condenados! La gula será
castigada co el hambre devorador. En quanto no habrá
allí ni uma migaja de pan. El condenado sufrirá sed
avasallhadora, que no se apagaria con toda el agua del
mar. Mas, no se le dará una sóla gota. Una sóla gota de
agua pedía el rico avariento, y no la obtuvo, ni la
obtendrá jamás”.
El Señor
no odia la obra de sua manos, ni mismo a los animales
ferozes y hediondos: “Amáis
todo lo que existe y no tienes horror a los que creste”
(Sb 11, 25). Entre tanto, Dios no
podría amar y debe necesariamente detestar el alma del
condenado. Siempre unida al pecado que Dios detesta, la
infeliz, es objeto de justa adversión del Omnipotente. ¡Qué
suplicio el de estar siempre en oposición con el Creador,
su último fin, su soberano Bien!
“Pues Dios detesta igualmente al ímpio y su impiedad”
(Sb 14, 9).
Dios no
sólo detesta el alma condenada, mas la repele com
horror: “¡En
aquel día, mi cólera se inflamará contra eles, y yo los
abandonaré y les ocultaré mi face!”
(Dt 31, 17). Al dejar la vida,
ella siente el instito de su destino que la constriñe a
ir para Dios. Mal entra en la eternidad, se lanza al
Bien supremo, del cual no se podría privar un instante,
porque fue hecha para poserlo. Ma oye una voz que le
grita: “Ya no me perteneces, ni yo a ti” Al mismo tiempo
una fuerza invencible la repele, o antes, el peso de sus
pecados la arrastra para los abismos eternos allá,
siempre en lucha con la justicia que la castiga, se
esgota en esfuerzos inútiles, porque jamás verá a Dios
por Él que aspira: “La
privación de la visión de Dios es llamada pena de daño,
y es la más terrible de las penas del Infierno. De hecho,
priva a los condenados para siempre de Dios, el Bien
infinito para el cual fuimos criados. Y, privándolos de
Dios, los priva de cualquier outro bien y felicidade”.
(Pablo Arce e Ricardo Sada).
El Señor
no sólo la repele, mas, la trata como enemiga:
“Ya no sois míos, ni yo vuestro”
(Os 1,0) Endurecida en el crimen,
Ella está en oposición con la santidad del Creador que
la ve como adversária irreconciliable, ¡Qué suerte
horrenda! Impelidos siempre para Dios, los condenados se
ven repelidos y tratados con el mayor rigor, sin
esperanza del perdón. ¡Qué grande mal es el pecado!
Transforma el oceano de misericórdia divina en un mar de
justicia y severidad sin fin:
“El condenado odiará y maldecirá a Dios, y malciéndolo,
maldicionará también los benefícios que de Él recibió:
la creación, la redención, los sacramentos el Santísimo
Sacramento del Altar... Aborrecerá todos los ángeles y
con odio implacable su ángel de la guardia, sus santos
patronos y la Virgen Santísima. Malditas serán por el
las tres Personas divinas, especialmente la de Dios Hijo,
que murió para salvarnos y las llagas, los trabajos, la
sangre, la pasión y muerte de Cristo Jesús”.
(Santo Afonso Maria de Ligório).
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