Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Quarta palestra / Cuarta conferencia

 

 

Temei o inferno

(Mt 25, 30)

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

“Ali haverá choro e ranger de dentes”.

 

Naquele tempo falava Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos fariseus em parábolas, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um homem rei que preparou as bodas para seu filho. E mandou os seus servos chamarem os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir. Novamente mandou os outros servos, dizendo-lhes: ide dizer aos convidados: Eis que preparei o meu banquete, os meus vitelos e animais cevados estão mortos, e tudo se encontra preparado: Vinde às bodas. Eles, porém, desprezaram-nos e partiram: um para a sua quinta, outra para o seu negócio; e os restantes lançaram mãos dos servos e mataram-nos. Então, o rei ao ouvir isto irou-se. E tendo enviado os seus exércitos destruiu aqueles homicidas e incendiou-lhes a cidade. Depois disse aos servos: As bodas na verdade estão preparadas, mas os que foram convidados não eram dignos de tomarem parte nelas. Ide, pois, às saídas dos caminhos e chamem para as bodas todos quantos encontrardes. E tendo saído os seus servos para os caminhos, juntaram a todos quantos encontraram, maus e bons, de sorte que a sala do banquete se encheu de convidados. Então entrou o rei para ver os que estavam à mesa, e viu ali um homem que não estava vestido com a veste nupcial. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui não trazendo veste nupcial? Mas ele calou-se. Então o rei disse aos ministros: Ligai-o de pés e mãos e lançai-o nas trevas exteriores: Aí haverá choro e ranger de dentes. Porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos (Mt 22, 1-14).

É este um quadro admirável pintado pelo Divino Mestre. Nele sobressai em cores vivas o amor expansivo e generoso do rei, desejando a todo custo que se encha a sala do banquete, e o rigor que usou para com um que entrara sem vestimenta que o costume e dignidade do convívio ordenavam: “Ligai-o de pés e mãos, e lançai-o nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes”. Dois pilares fundamentais levantados pelo sumo arquiteto no vasto edifício da eterna salvação, para que não haja nem o abuso da confiança nem o desalento, mas, entre um e outro, encontrássemos o temor confiante.

Devemos temer o inferno, porque podemos cair nele, como por desventura lá caem tantos outros: “O pensamento do inferno poderá livrar-te do próprio inferno... porque esse pensamento te fará recorrer a Deus” (Santo Afonso Maria de Ligório).

 

Um nobre oficial francês fazia uma visita a um hospital. Percorrendo as enfermarias teve ocasião de observar – o que nunca imaginara – as terríveis misérias e enfermidades causadas pela luxúria. Naquele espetáculo hediondo, naqueles corpos meio apodrecidos reconheceu, ele, o castigo imposto por Deus, já nesta vida, ao mais vergonhoso dos pecados.

Quando terminou a visita, horrorizado, exclamou: “Sou cristão e creio que existe um inferno onde serão castigados os impuros; mas, para fazer-me conceber sumo horror a esse pecado, basta o que acabo de ver neste hospital”.

 

Pregava ao ar livre, pela grande concorrência, o célebre missionário da Companhia de Jesus, o venerável Padre Antônio Baldinucci, sobre a terrível verdade do inferno.

“Meus irmãos, disse ele, quereis saber quão grande é o número daqueles que são condenados? Olhai para esta árvore”.

Voltam-se todos para uma frondosa árvore que ali estava, e no mesmo instante, sopra uma forte rajada de vento, agitam-se todos os ramos e as folhas caem em tal abundância, que não ficou mais que um pequeno número delas espalhadas e fáceis de contar.

“Eis aqui, tornou o missionário, o número de almas que se perdem e o que se salvam. Tomai vossas precauções para serdes do número das últimas”.

 

“Zombo de tudo isto”

 

Foi em 1837. Um jovem alferes (antigo posto militar), achando-se em Paris, lembrou-se de ir à igreja da Assunção apenas por um passatempo. Quando admirava a Igreja, reparou num padre que confessava e pensou fazer-lhe uma partida: fingir que se queria confessar, porque era bastante descrente para crer na confissão.

- Senhor padre, quero confessar-me.

- Da melhor boa vontade, meu filho.

- Devo notar-lhe, entretanto, que sou um pecador especial: não creio, e até zombo de tudo isto.

- Não crê? Então, o que veio aqui fazer? Por acaso zomba também de mim?! Ponhamos de lado a confissão e conversemos um pouco. Diga-me: qual é o seu posto e que pretende?

- Sou alferes, e se a sorte for propícia, serei tenente, e quem sabe, também major.

- E quando já major, que será depois?

- Serei coronel; e com meus quarenta e cinco anos poderei subir ao posto de general.

- E depois, que pretende mais?

- Já então casado, podia ainda ser promovido a marechal, e desfrutar então os meus galões (distintivo de certos postos ou graduações militares).

- Pois bem. Faça de conta que já está casado, oficial superior, general, talvez mesmo marechal. E depois?

- Depois... Depois não sei, senhor padre, o que acontecerá.

- Sim, sim, o senhor não sabe. Eu sei e vou dizê-lo. Depois morrerá, será julgado por Deus; e se continuar assim, irá ao inferno por toda a eternidade. Eis o que acontecerá, embora zombe de tudo isto.

O oficial com mostras de desagrado indicava querer retirar-se.

- Um momento. O senhor é um rapaz honrado e eu tenho cá os meus melindres.

Creia que me ofendeu e que me deve uma reparação. Ela será simples: durante oito dias, antes de se deitar, dirá: Um dia morrerei... serei julgado... depois o inferno; mas eu, zombo de tudo isto. Eis tudo. Mas, vai dar-me a sua palavra de militar de que não há de faltar?

Cada vez mais contrariado prometeu tudo e saiu.

À noite, conforme o prometido principiou: eu morrerei, serei julgado... e não foi capaz de continuar. Pela primeira vez temeu o inferno. E se eu lá caísse? Provas não tenho para negá-lo. Por que não acredito nele? Ainda não eram passados oito dias, e de novo lá estava o jovem militar para se confessar deveras, terminando a confissão banhado em lágrimas de sincero arrependimento.

O temor do inferno tinha transformado aquele coração.

 

Os santos e o temor do inferno

 

São Bruno, fundador dos Cartuxos, dizia: Feliz o homem que tem a mente fixa no céu e foge do mal com assídua vigilância. Oh! Vivem, porém, os homens como se a morte não existisse e como se o inferno fosse uma fábula...”

São Francisco Borja meditava com frequência nas penas do inferno, figurando-se já morto, julgado por Deus e condenado ao inferno pelos muitos pecados.

São João Vianney escrevia: Se um condenado dissesse: ‘Meu Deus, eu vos amo!’ Não haveria mais inferno. Mas não! Essa pobre alma perdeu a faculdade de amar que havia recebido e que não soube aproveitar... Oh! Se os condenados tivessem apenas meia hora do tempo que nós perdemos!”

São Boaventura que levou a vida tão pura e tão cheia de penitências, dizia que se Deus revelasse que só um filho de Adão se condenaria ao inferno, nem por isso deixaria aquela aspereza de vida por temor de ser esse infeliz condenado ao eterno cárcere.

 

Bandidos que se convertem

 

O Beato Pedro Lèfébre, um dos primeiros companheiros de Santo Inácio de Loiola, dirigindo-se em 1540 de Parma para Roma, foi surpreendido pela noite numa região infestada de ladrões e de bandidos. Pedindo auxílio a Deus, avistou luz numa casa ao longe, e lá foi pedir pousada. Era tempo frio e chuvoso. Os donos, gente acolhedora e respeitosa, pediram ao padre que se aproximasse do fogo para se enxugar. Entretanto, ouvem-se passos precipitados e depois pancadas violentas na porta. Era uma quadrilha de dezesseis salteadores que assaltam e roubam a casa. Depois, colocam-se em redor duma mesa a comer e a beber no meio de cantos grosseiros e de palavrões indecentes. A família tremia toda, só o Beato Pedro Lèfébre de nada afligia, deixando-se ficar sentado, calmo, pensativo, de olhos fitos na fogueira. Pergunta-lhe o chefe dos ladrões que fazia ali. O padre não respondeu; torna o facínora:

Não respondes?! És surdo, és mudo, ou surdo-mudo? Não, respondeu o padre, nem sou surdo, nem mudo. Não respondi porque um grande pensamento ocupa meu espírito. – Qual é? Depressa. Fala – Penso que a alegria dos pecadores é muito breve e enganosa. Este fogo faz-me lembrar o inferno, ao qual eles não poderão escapar se não deixarem a vida de perdição e se não voltarem para Deus.

Estas palavras foram ditas com tal unção, que os bandidos ficam todos comovidos e ali mesmo, e naquela noite, detestam a vida criminosa e confessam todos os seus pecados.

 

É Mons. de Segúr quem conta o fato seguinte. Era o capelão da escola militar de São Ciro o Padre Rigolot. Num retiro que fez aos alunos, falou numa noite sobre o inferno e do espontâneo temor que deve acompanhar esta verdade. Acabada a prática, retirou-se para o quarto com uma luz na mão. Ao abrir a porta ouviu que era chamado por alguém que o seguia na escada. Era um velho capitão de bigodes compridos e modo rude.

Perdão, senhor capelão, disse com voz irônica, acabais de nos fazer uma bela prática acerca do inferno. Esqueceu de dizer se no fogo do inferno seremos fritos, assados ou cozidos. Podereis dizê-lo? O capelão fitou o interlocutor com firmeza, e chegando-lhe a luz ao nariz respondeu tranquilamente: Haveis de ver isso, capitão!

E cerrou a porta, não podendo deixar de rir pela mesquinha figura do capitão. Anos depois, achava-se o venerando sacerdote numa reunião de numerosos convidados, quando vê aproximar-se um velho de bigode branco que o saudou, perguntando-lhe se não era o Padre Rigolot. À resposta afirmativa continuou: Permita-me, senhor capelão, que lhe exprima todo o meu reconhecimento por me ter salvado a alma. Sim, eu sou aquele capitão instrutor da escola de São Ciro. As palavras que me dirigiu à porta do seu quarto nunca mais pude esquecê-las. Aquele: “Haveis de ver isso, capitão”, tem sido para mim contínuo tormento. Lutei, mas por fim rendi-me. Confessei as minhas culpas e hoje sou um cristão à militar; isto é: completo.

 

Pregava o Padre de Bussy uma importante missão que emocionava o povo todo. Era no inverno e fazia muito frio. Na sala, onde o missionário recebia os homens para esclarecer, estava um fogão com muito boa lenha.

Um dia, aproximou-se um jovem que lhe houvera sido recomendado em consequência das suas desordens e fanfarronices de impiedade; mas, em breve, reconheceu o padre que nada podia fazer.

Venha cá, meu amigo, lhe diz, sente-se e conversemos um pouco enquanto nos aquecemos. Eu não confesso ninguém forçosamente! O padre abriu o fogão e notou que precisava de mais lenha.

Faz favor de me chegar duas ou três achas (pedaço de madeira), diz ao jovem. Este um tanto admirado fez o que lhe fora pedido.

Agora, continuou o missionário, tenha a bondade de colocá-las no fogão, lá bem para dentro. E logo que o outro metia a lenha pela porta do fogão, o padre de Bussy toma-lhe de repente o braço e mete-o até dentro. O rapaz solta um grito, dá um salto para trás, e exclama: O que é isto?! Estará o senhor doido? Não vê que me ia queimando?! – Que é senhor, que tem? É bom ir se acostumando! No inferno, não será somente as pontas dos dedos, mas o corpo todo; e esta fogueira não é nada em comparação com a outra. Vamos, vamos, meu bom amigo, é preciso habituar-se. E quis tomar-lhe de novo o braço. O rapaz levantou-se para voltar daí a dias completamente outro. O temor do inferno tinha-o vencido.

 

O inferno é uma grande invenção, dizem alguns, ainda ninguém de lá voltou para saber se existe. Não, ninguém de lá voltou; e se vós mesmos lá entrardes, também não voltareis.

Se de lá se pudesse voltar, eu vos diria: ide lá, e voltai a dizer se há ou não.

Mas, é esta uma experiência que se não pode fazer, e grande insensatez será expor-se uma pessoa a um mal tão grande e que não tem remédio.

Não, ninguém de lá voltou, mas o inferno existe. Existe, porque tal é a crença de todos os povos antigos e modernos, tanto entre os idólatras selvagens, como entre os cristãos civilizados.

Existe, porque a certeza do inferno acha-se de tal maneira ligada ao Cristianismo, que entre tantas heresias que atacaram os dogmas católicos, nenhuma delas ousou negá-lo, refulgindo esta verdade no meio de tantas ruínas.

Existe, porque os mais ilustres filósofos e atilados gênios admitiram o inferno, não só entre os cristãos, mas ainda entre os mesmos pagãos: Virgílio, Ovídio, Horácio, Sócrates, Platão e tantos outros.

Existe, porque os mais obstinados ímpios nunca conseguiram uma convicção da não existência do inferno.

Perguntaram a Rousseau se havia inferno, ao que respondeu: Eu não sei... Voltaire ouvindo dizer a um seu amigo que tinha achado a prova da não existência do inferno, escreveu-lhe: Sois muito feliz! Quanto a mim estou muito longe disso.

Existe porque os santos o afirmaram nas páginas heróicas de uma vida de martírio e sacrifício. É Santo Agostinho abandonando os seus erros aos trinta anos; é São Jerônimo em rígida penitência na gruta de Belém; é São Francisco de Assis revolvendo-se nos espinhos ou atirando-se para uma fogueira em brasas vivas; são todos esses mártires que preferiram ser queimados vivos a serem atirados às chamas do inferno.

Existe porque Nosso Senhor Jesus Cristo fala muitas vezes no fogo do inferno no seu Evangelho. E neste Jesus eu creio porque Ele é a Verdade.

O céu e a terra passarão; porém a Sua Palavra não passará.

Ainda ninguém de lá veio para dizer que o inferno existe, dizeis vós. Os condenados a trabalhos forçados pela vida inteira, também não vieram ainda dizer o que acontece por lá; e, entretanto, ninguém se lembrou de dizer que os castigos não existem.

Ainda ninguém de lá veio, pois sim. Se um viajante ao atravessar um deserto da África fosse devorado por um tigre cruel, por certo não poderia voltar atrás para noticiar à sua gente a desastrosa ocorrência, mas nem por isto deixa de ser verdade tê-lo devorado a fera.

Ainda ninguém veio do outro mundo a dizer que o inferno existe; mas também ninguém ainda veio dizer que não existe. E será certo que ninguém veio? Veio do Céu Jesus Cristo que nos falou da outra vida e tantas vezes do inferno.

Jesus, tão misericordioso e tão benigno, que perdoa tudo aos pobres pecadores arrependidos; Jesus que acolhe a culpada Madalena e a mulher adúltera, o publicano Zaqueu e o ladrão crucificado a seu lado; é Jesus que nos conta a condenação do mau rico e sua eterna condenação, e ainda nos admoesta tantas vezes a fugir do fogo eterno onde há pranto e ranger de dentes. Admoesta-nos porque o inferno existe, e existe para aqueles que não querem crer nele.

E ninguém pode afirmar que o divino Mestre quis inquietar ou amedrontar os homens. Ao falar do inferno e dos tormentos que ali se sofrem, as suas palavras são categóricas. O pobre Lázaro foi admitido numa eternidade e o rico avarento, sem coração, foi precipitado na outra eternidade. As cinco virgens prudentes, entram numa, as cinco loucas na outra. O caminho estreito leva à eternidade feliz, a estrada larga à eternidade desgraçada. Cristo assegura ao bom ladrão que entrará com Ele no seu reino, e de Judas afirma que melhor lhe fora não ter nascido.

 

 

 

 

 

 

 

Teme el infierno

(Mt 25, 30)

 

Pe. Divino Antônio Lopes FP.

 

“Allí habrá el llanto y el crujir de dientes”.

 

En aquel tiempo, Jesús dijo a los principales sacerdotes y los fariseos parábolas, diciendo: El reino de los cielos es semejante a un rey hombre preparado el banquete de bodas para su hijo. Y envió a sus siervos para que llamasen a los invitados a la boda, pero no quisieron ir. Nuevamente envio outros siervos, diciéndoles: Id vosotros e decid a los invitados Heis que preparé mi banquete, mis terneros y animales engordados son muertos, y todo está preparado: venid a las bodas. Pero nos despreciaban y partieron uno para su campo, otro a su negocio, y los restantes lanzado las manos sobre los siervos los mataron. Entonces el rey al escuchar esto se enojó. Y enviando sus ejércitos, destruyó a aquellos asesinos y quemó su ciudad. Entonces dijo a sus siervos: Las bodas en realidad están preparadas, pero los invitados no eran dignos de tomar parte en ellas. Ve, pues, a las autopistas y llame a la boda todos los que conoces. Y después de haber dejado a sus siervos en los caminos, se unieron todos a los que encontraron, malos y buenos, de modo que la sala del banquete se llenó de convidados. El rey entró para ver los que estaban en la mesa, y vio allí a un hombre que no estaba vestido con un vestido de boda. Y le dijo: Amigo, ¿cómo entraste aça sin traer vestimenta nupcial? Mas, él se quedó en silencio. Entonces el rey dijo a los ministros: Atadle de pies y manos, y echadle en las tinieblas de afuera: allí será el lloro y el crujir de dientes. Porque muchos son llamados, pero pocos los escogidos (Mt 22,1-14).

¿Es este un cuadro pintado por el Divino Maestro admirable. En ella se destaca en colores vivos el amor expansivo y generoso del rey, deseando a toda costa que se llenase la sala del banquete, y el rigor con el que se usó para con aquél que ingresó sin la ropa habitual e digna que la convivencia ordenaba: “Atadle pies y manos, y echadle en las tinieblas de afuera: allí será el lloro y el el crujir de dientes”. Dos pilares fundamentales levantados por el sumo Arquitecto en el vasto edificio de la salvación eterna, por lo que no hay ni abuso de confianza o el desaliento, pero, entre uno y otros se encuentra el temor confiante.

Debemos temer el infierno, porque podemos caer en ella, como por desgracia caen tantos otros: “El pensamiento del infierno podrá librarte de  tu próprio infierno... porque ese pensamiento te hará recurrir a Dios” (San Alfonso Liguori).

 

Un oficial francés noble estaba de visita en un hospital. Recorriendo las salas tuvo oportunidad de observar lo que nunca había imaginado – la terribles miserias y enfermedades causadas por la lujuria. Que horrible espectáculo, através de los cuerpos en descomposición reconoció, el castigo de Dios en esta vida al más vergonzosa de los pecados.

Cuando la visita terminó, hororizado exclamó: “Yo soy cristiano y creo que hay un infierno, donde serán castigados los impuros, pero para concebir tamaño horror a este pecado, basta lo que acabo de ver en este hospital”.

Predicava al aire libre, por la gran multitud, el célebre misionero de la Compañía de Jesús, el Padre venerable Antonio Baldinucci, sobre el terrible la verdad del infierno.

“Mis hermanos, dijo que, ¿ya sabéis cuán grande es el número de los que están condenados? Mirad este árbol”.

Volviéndose todos hacia el frondoso árbol que estaban allí, y en el mismo instante, soplaba una fuerte ráfaga de viento, sacudiendo las ramas y hojas caían en tal cantidad, que no quedaba más que un pequeño número de las hojas dispersas y  fáciles de contar.

“Eís aquí, decía el misionero, el número de almas que se pierden y que se salvan. Tome sus precauciones con el fin de ser el número de la últimas”.

 

“Me burlo de todo esto”

 

Fue en 1837. Un joven cadete (antiguo puesto militar), encontrándose em París se recordo de ir a la iglesia de la Asunción como un hobby. Cuando admiraba la Iglesia, se dio cuenta de un sacerdote que confesaba y se piensó hacerle un juego que lo: fingió que quería confesarse, porque era bastante escéptico para creer en la confesión.

- Señor Padre, quiero confesarme.

- De la mejor voluntad, mi hijo.

- Debo hacerle notar que soy un pecador especial: No creo y hasta me burlo de todo esto.

- ¿No cree? ¿Entonces qué vieno hacer aquí? ¡Dicho sea de paso también se burla de mí!

Dejemos a un lado la confesión y hablemos un poco. Dígame: ¿cuál es su puesto y que pretende?

 - Soy un sargento, y si la suerte es favorable, seré el teniente, y quién sabe, también mayor.

- ¿Y cuando sea mayor, qué será después?

- Voy a ser coronel, y con mis cuarenta y cinco años podre subir para el puesto de general.

- Y después, ¿ qué más quiere?

- Ya estando casado, podría aún ser promovido a mariscal, y luego disfrutar de mis galas (ciertos cargos o rangos militares).

- Bueno. Haga de cuenta que ya está casado, oficial superior, general, tal vez mariscal. ¿Y luego qué?

- Después de ... Después no sé Padre, qué va a suceder.

- Sí, sí, el señor no lo sabe. Yo sé y se lo voy a decir. Después de su muerte, será juzgado por Dios, y así continua, irá al infierno por toda la eternidad. Esto será lo que acontecerá, aunque se burle de todo esto.

El oficial mostró descontento con lo dicho y quería retirarse.

- Espere. Usted es un hombre honorable y tengo mis suceptibilidades.

Créaeme que me ofendió y que me debe una reparación. Ella será sencilla: durante ocho días, antes de acostarse, dirá: Un día voy a morir... Seré juzgado... después el infierno, pero me burlo de todo esto. Eso es todo. Pero me dará su palabra de militar de que no va a dejar de repetirlo?

Cada vez más molesto prometió todo y se fue.

Por la noche, según lo prometido comenzó: voy a morir, voy a ser juzgado... y no fue capaz de continuar. Por la primera vê temió el infierno. ¿Y si allí cayese? Aún no habían pasado los ocho dias, y de nuevo estaba Allá el joven militar para confesarse de verdad, terminando la confesión y bañado en lágrimas de sincero arrepentimiento.

El miedo al infierno había convertido aquel corazón.

 

Los santos y el temor del infierno

 

San Bruno, fundador de los Cartujos, dijo: “Feliz el hombre que tiene la mente fija en el cielo y apartándose del mal mediante la vigilancia diligente. Oh! Sin embargo los hombres viven como si la muerte no existiera y de los hombres como si el infierno fuera um fábula...”.

San Francisco Borja meditaba a menudo en las penas del infierno, pensando que ya está muerto, juzgado por Dios y condenado al infierno por muchos pecados.

San Juan Vianney escribió: “Si un preso dijiese: 'Dios mío, yo te amo!’ No habría más infierno. Pero no! Esta pobre alma perdió la facultad de amar que había recibido y no es capaz de aprovechar... Oh! Si los condenados tuviesen apenas media hora de tiempo que nosotros perdemos!”

San Buenaventura, que llevó quitó la vida tan pura y llena de penitencia, dijo que Dios le reveló que sólo un hijo de Adán se condenaría al infierno y ni por eso dejaría aquella aspereza de la vida por temor de ser ese infeliz condenado a la eterna prisión eterna.

 

Los bandidos que se convierten

 

Beato Pedro Lefebre, uno de los primeros compañeros de San Ignacio de Loyola, que habló en 1540 de Parma a Roma, fue sorprendido por la  noche en un área infestada de ladrones y bandidos. Pidiendo ayuda a Dios vio una luz en una casa distante, y fue a pedir albergue. Era um tiempo frio y lluvioso. Los propietarios, gente amable y respetuosa, pidieron al sacerdote para acercarse al fuego para poder secarse. Sin- embargo, oyeron pasos precipitados y luego golpes con fuerza en la puerta. Era una pandilla, dieciséis ladrones que asaltaban y robaban la casa. A continuación,se  pusieron alrededor de una mesa para comer y beber en medio de cantos y palabras torpes e improperios contra el pudor. Toda la familia estaba temblando, sólo al Beato Pedro Lefebre no se afligia, quedando sentado, tranquilo, pensativo, los ojos fijos en la hoguera. El jefe de los ladrones le preguntó que hacía allí. El sacerdote no respondió.

No hay respuesta! ¿Estás sordo, eres mudo o sordo- mudo? No, respondió el sacerdote, No soy sordo, ni sordo-mudo. No le respondí porque um gran pensamiento ocupa mi espírito. - ¿Qué es? Responda rápidamente - creo que la alegría de los pecadores es muy breve y engañosa. Este fuego me recuerda el infierno, del que no se puede escapar si no se deja la vida de perdición y no se vuelvea Dios.

Estas palabras fueron pronunciadas con tal delicadeza que em esse mismo instante, los ladrones quedaron y en esa misma noche, detestaron la vida criminal y confesaron todos sus pecados.

 

El Monseñor Segur,cuenta el siguiente hecho. Fue el capellán de la escuela Militar de San Ciro Padre Rigolot. En un retiro que realizaban los estudiantes hablaron una noche de infierno y sintieron espontaneo temor ,que debe acompañar esta verdad. Terminó la práctica, se retiró a la habitación con uma luz em la mano. Al abrir la puerta, oyó que llamaban a alguien que lo siguía por las escaleras. Era un viejo capitán de largos bigotes y de apariencia grosera.

Disculpe, señor capellán, dijo con voz irónica, hábeis hecho uma buena exposición sobre el infierno. Se olvidó de decir si en el fuego del infierno seremos fritos, al horno o hervido. ¿Será capaz de decirlo? El capellán miró AL interlocutor com firmeza y poniéndole la luz en su nariz respondió en voz baja: ¡Usted lo verá, capitán!

Y cerró la puerta y no podía dejar de reír por la figura insignificante Del capitán. Años más tarde, estaba el venerable sacerdote en una reunión numerosos invitados, cuando vio acercarse a  un viejo de bigote blanco que lo saludó y le preguntó si él no era el Padre Rigolot. La respuesta afirmativa continuó: Permítame, señor capellán, que expresa toda mi gratitud por haberme salvado el alma. Sí, soy ese capitán instructor en San Ciro. Las palabras que me dijo en la puerta de su habitación nunca podría olvidarlas. Él: “Usted lo verá Capitán “há sido un tormento para mí. Luché, pero al final me rendí. Confesé mis pecados y ahora soy un Cristiano a lo militar, esto es, completo.

 

Predicaba el Padre de Bussy una importante misión que emocionaba a todo el pueblo. Era invierno y hacía mucho frío. En la habitación donde el misionero recibió a los hombres a fin de aclarar, era uma cocina con muy buena leña.

Un día, un joven se le acercó, el mismo, había sido recomendado como consecuencia de sus desordenes y bravatas de maldad e impediedad, mas en breve el padre vió que nada podría hacer.

Venga aquí mi amigo,le dijo, siéntese y hablemos un poco de tiempo em cuanto nos calentamos. ¡Yo no confieso a nadie a la fuerza! El sacerdote abrió la estufa y señaló que se necesita más leña.

Por favor me traiga dos o tres pedazos de leña (trozo de madera), dijo AL jóven. Éste un poco admirado hizo lo que le había pedido.

Ahora, continuo el misionero, poniéndolos amablemente en la estufa, no bien por dentro. Y tan pronto como el otro metia la leña por la fuerta del horno, el Padre de Bussy le cogía el brazo y se lo punía en el interior. El joven gritaba y saltaba hacia atrás exclamando: ¿Qué es esto?! ¿Estás loco? No ver que me quema! - ¿Qué es, lo que tiene? ¡Es Bueno acostumbrarse a él! En el infierno, no sólo habrá las puntas de los dedos, pero todo el cuerpo, y el fuego no es nada en comparación de todo. Vamos, vamos, mi buen amigo, que se necesita tiempo para acostumbrarse. Y quería cogerle de nuevo el brazo. El muchacho se puso de pie para volver otro día completo completamente transformado. El temor de infierno lo había vencido.

El infierno es un gran invento, dicen algunos, aún no hay nadie que regresó de allí para saber si existe. No, nadie regresó de allí, y si ustedes mismos entran, también no volveran.

Mas, si se pudiera volver atrás, yo le diría: ir allí y volver a decirnos si hay o no.

Sin embargo, esta es una experiencia que no se puede hacer, y es una gran locura expoer a una persona para que pase por un mal tan grande y no tiene remedio.

No, nadie regresó de allí, pero el infierno existe. Existe, pues tal es el creencia de todos los antiguos y modernos, tanto entre los idólatras salvajes, como entre los cristianos civilizados.

Existe, porque la certeza del infierno se encuentra de tal forma piensa vinculado al Cristianismo, que entre muchas herejías que atacaron los dogmas católicos, ninguno se atrevió a negar esta verdad que está brillando en medio de tantos ruinas.

Existe, porque los filósofos más ilustres y genios admitieron el infierno, no sólo entre los cristianos, sino también entre ellos los paganos:Virgilio, Ovidio, Horacio, Sócrates, Platón, y muchos otros.

Existe, porque los malvados más obstinados nunca tuvieron una convicción de la no existencia del infieno.

Preguntaron a Rousseau si hay un infierno,a lo que respondió: No lo sé...

Voltaire oyendo decir de un amigo que había encontrado evidencia de existencia del infierno, escribió: ¡Sois muy feliz! Cuanto a mi estoy muy lejos de eso.

Existe porque los santos lo afirmaron en las páginas de una vida heróica martirio y sacrificio. San Agustín es el abandonando sus errores a los treinta años; San Jerónimo em rígida penitencia en la cueva de Belén; y San Francisco de Asís revolcalcándose  en espinos o arrojándose em la hoguera sobre carbones encendidos; son todos aquellos mártires que preferieron estar quemados vivos em vez de ser arrojados a las llamas del infierno.

Existe porque nuestro Señor Jesucristo habla a menudo en el fuego Del Infierno en su Evangelio. Y creo en este Jesús, porque Él es la Verdad.

El cielo y la tierra pasarán, pero su palabra no pasará.

Aún nadie vino de allí para decir que el infierno existe, dicen ustedes. Los condenados a trabajos forzados de por vida, también no vinieron a decir lo que acontece allá y sin embargo nadie se recordo de decir que los castigos existen.

Nadie llegó allí porque de por sí. Si un viajero que cruzar el desierto africano fuese comido por un tigre cruel, ciertamente no podría volver atrás para noticiar a sus conocidos de lo que le aconteció, mas ni por eso deja de ser verdad de que la fiera lo devoró. Nadie vino desde el otro mundo para decir que el infierno existe, pero también nadie llegó a decir que no. ¿Y será cierto que nadie vino? Jesucristo vino del cielo nos habló de otra vida y muchas veces el Infierno.

Jesús, misericordioso y tan lleno de gracia, perdonando a todos los pobres los pecadores arrepentidos, Jesús que acoje a Magdalena culpable y a la mujer adúltera, Zaqueo el publicano y el ladrón crucificado junto a Él, Jesús nos cuenta de la condenación del hombre rico rico y su eterna condenación y aún nos exhorta porque el infierno existe, y existe para aquellos que no quieren creer en él.

Y nadie puede decir que el divino Maestro quería molestar o asustar a los hombres. Cuando se habla del infierno y los tormentos que allí se sufren, sus palabras son categóricas. El pobre Lázaro fue admitido en la eternidad  y el hombre rico y sin corazón, fue precipitao en otra eternidad. Los cinco sabias vírgenes entran y las cinco insensatas en otra. El camino estrecho lleva a la eternidad feliz, el camino ancho a la desgracia. Cristo asegura que el buen ladrón que entrará con Él em su reino, y de Judas afirma que mejor le fuera no haber nacido.

 

 

 

 

 

 

 

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