O QUE PENSAR DA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA
CATÓLICA?
(Explicação e orientação)
(Pe. Franz Hörl)
O movimento da “Renovação Carismática” (“RCC”)
é controvertido.
No centro de suas práticas está o
“batismo no Espírito pela imposição das mãos”, que
conferiria “carismas” como o “dom de
línguas”, o “dom de cura”. Os
“carismáticos” celebram a Eucaristia em meio a
cantos e danças ao de música “rock”.
Bispos e estudiosos tem apontado desvios
doutrinários, criticado o interconfessionalismo do movimento
e denunciado perigosas manifestações de histeria,
semelhantes às que ocorrem por vezes em estádios de futebol
(Veja: “Catolicismo” (Mensário com aprovação eclesiástica)
número 296/298 de 1975).
1.º As origens da Renovação Carismática “RCC”.
A Renovação Carismática tem as suas origens
na Igreja Católica?
NÃO! A Renovação Carismática surgiu em
seitas protestantes do Pentecostalismo.
As seitas protestantes do Pentecostalismo
possuem o Espírito Santo?
NÃO! O Pentecostalismo não possui o
Espírito Santo; muito pelo contrário, é classificado pela
Igreja uma forma de espiritismo que implica obsessão pelos
demônios ou maus espíritos.
A Igreja Católica permite a seus fiéis
práticas espíritas?
NÃO! A Igreja Católica condena o
espiritismo e proíbe rigorosamente ao fiel católico qualquer
prática ou participação do espiritismo, dizendo que certas
manifestações de espiritismo devem ser atribuídas à
intervenção de Satanás e avisando aos fiéis para não
concederem ao espiritismo nenhum apoio, de espécie alguma,
nem sequer de assistir de maneira alguma, por curiosidade às
assembleias pentecostais (Concílio Plenário
de Baltimore – EUA).
O Catecismo da Fé Católica ensina: Os membros
de denominações protestantes são hereges, porque fazem
questão de serem cristãos; rejeitam, porém, uma ou várias
verdades reveladas por Deus. O católico comete pecado contra
a fé participando em culto não católico, porque assim ele
professa que tem fé numa religião de que se sabe que é
errada. É errado, não somente participar, mas até tão
somente estar presente em cultos protestantes, porque tais
cultos pretendem honrar a Deus de uma maneira que Ele não
quer. Se o próprio Deus instituiu a Igreja, Ele certamente
deseja ser honrado dos modos desta Igreja (Em tradução
do inglês; “My Catholic Faith” 1960, pág 203).
Observação: Escrevem os “carismáticos” no
“Boletim Nacional” da “RCC”, n.º 2/1987, pág. 2 : “A
Renovação do Espírito... surgiu da Igreja, encontra-se no
coração da Igreja...”
Esta asserção contradiz aos fatos históricos
e, portanto, é mentira!
2.º A “RCC” e a Igreja Católica.
A RCC é católica?
NÃO! De uma “raiz”
protestante-pentecostalista-espírita é impossível nascer um
“caule” católico: Em 1967, nos Estados Unidos da América, os
fundadores da Renovação receberam o “Batismo do Espírito” da
seita pentecostalista. Esta seita – como vimos – pratica uma
forma de espiritismo e não possui senão o Espírito do “Pai
da Mentira”.
A RCC é aprovada pela Santa Sé?
NÃO! Até hoje
(1992, ano em que foi escrito esse folheto)
não existe nenhum decreto que segundo aos cânones 312 e 314
do Código de Direito Eclesiástico aprovasse a Renovação
Carismática como movimento católico!
A assistência de representantes da
hierarquia eclesiástica a “Congressos Carismáticos” não
significa, de modo algum, qualquer aprovação legal!
A Renovação Carismática quer renovar a Igreja
Católica de verdade?
Não! A RCC julga a Igreja Católica
“institucionalizada” como ultrapassada e morta. O que a
“RCC” realmente quer é formar uma nova Igreja “viva”,
não-institucionalizada, baseada não nos sacramentos, mas nos
“carismas”.
A RCC produz “curto-circuito” na Igreja e
opera com substitutos dos Sacramentos (Assim disse o
Arcebispo de Portland, Oregan Mons. Robert J. Dwyer
“Catolicismo”: Pentecostalism “Católico”: perplexidades,
apreensões e suspeitas. Pág. 11s).
À arrogância dos “carismáticos” de julgar a
Igreja católica “ultrapassada” e “morta”, carente da
presença e ação do Espírito Santo, respondemos com o Papa
Leão XIII: O Espírito Santo assiste à Igreja com a sua
presença íntima, para que possa ininterruptamente fecundar
sempre em maior abundância os germes da doutrina divina e
produzir exuberantes frutos para a salvação dos povos. O
Espírito Santo proporciona à Igreja uma vida e uma pujança
eternas para a sua conservação e contínuo crescimento. Não é
absolutamente admissível excogitar-se ou guardar uma
segunda, mais ampla e fecunda, “aparição ou revelação do
Espírito Divino”; a que atualmente se efetua na Igreja é
deveras perfeita. Escrito em 1897. (Veja: Carta
Encíclica sobre a Virtude do Espírito Santo; Edições Louva-a-Deus; Rio de Janeiro, pág. 11s).
3.º Os carismas ou “dons” especiais.
O homem pode provocar o Espírito Santo a
dispor os seus carismas à qualquer hora?
NÃO! É presunção achar que o Espírito
Santo disponha os seus dons extraordinários a qualquer
pessoa e a qualquer hora.
O fiel católico tem direito de pedir carismas
para experimentar sensivelmente a presença e ação do
Espírito Santo?
NÃO! Pedir a experiência da ação do
Espírito Santo é contrário à doutrina e a prática da Igreja,
porque atrai muitas tentações e perigos.
Todos os santos ensinam a abnegação e
não a satisfação dos sentidos!
Há o “dom de línguas” hoje em dia?
NÃO! A presença do Espírito Santo não
se marca pelo dom de línguas, porque o Espírito Santo opera
de modo invisível a santificação! Assim ensina o Ritual da
Confirmação de 1975 da Igreja católica Apostólica Romana.
Exatamente para a hora da administração do Sacramento da
Crisma, que seria, pois, ocasião preeminente do Espírito
Santo as pessoas “falar em línguas”, o Ritual diz: a vinda
do Espírito Santo não se manifesta hoje pelo dom das
línguas.
Quanto ao falar em línguas – um proferir
confuso de tons impossíveis de identificar – é comumente
sabido que pode ser um fenômeno natural, sobretudo de
pessoas nervosas, facilmente excitáveis, exaltadas,
alucinadas. É mencionado já nos primeiros escritos dos
egípcios... Em numerosos casos de possessão, as pessoas
possessas pelo diabo falam “em línguas”.
Não existe razão atribuir ao Espírito Santo o
falar em línguas, sobretudo não diante de todo o ambiente do
Pentecostalismo e da Renovação (Assim diz o Pe. Eugene
Villeurbanne na sua obra em francês: “Iluminisme 67”, um
faux Renouveau: Le Pentecotisme dit “Catholique”, 1974.
Citado em alemão no artigo “Der Charismatische Auforuch” de
Andreas Schönberger, na revista “Der Feis”, pág 118).
O dom das línguas não existe na vida dos
santos, tampouco na história da mística católica; e,
sobretudo, Jesus Cristo não falou em línguas!
Toda a tradição da Igreja desconhece a
experiência sensível do Divino: diz o Papa Leão XIII: E
porque as ditas vozes e moções se realizam na alma de modo
absolutamente secreto, com muito acerto a Escritura sagrada
as compara algumas vezes ao sopro da brisa; e o Doutor
Angélico assemelha-as habilmente às pulsações do coração,
cuja força toda se oculta inteiramente dentro do ser animado
(“A Virtude do Espírito Santo”, pág. 17).
4.º Avaliação da “RCC”.
A Renovação Carismática que se diz católica
está sendo comumente aceita na Igreja Católica!
NÃO! A abundante maioria dos católicos
fiéis não aceita a RCC por causa de alienações, exageros,
abusos, desvios que inerentes ao “sistema” – ou melhor –
anti-sistema dos “carismáticos”; tais são por exemplo:
a) Insubmissão ou menosprezo da
autoridade hierárquica da Igreja.
b) Exploração da emotividade do
povo através de impactos provocados ou de exagerado
sentimentalismo no modo de falar, gesticular, conduzir-se,
cantar ou rezar. Tudo isso significa: Confundir fé com
emoção!
c) Uso do “dom das línguas” para
exaltação pessoal que não edifica a comunidade.
d)
Abuso do dom das curas.
e) Abuso do gesto da imposição das
mãos que é reservado ao sacerdote em determinados atos
litúrgicos.
f) Abuso de bênçãos por parte de
leigos.
g) Participação de espíritas,
protestantes, católicos no mesmo “grupo de oração”; etc.,
etc.
A RCC ajuda ao fiel católico a reavivar e
praticar mais intensamente a fé católica?
NÃO! A RCC provinda do Protestantismo
pentecostalista, baixa a vivência na Igreja ao nível do
Protestantismo. A realidade é lamentavelmente que não poucos
católicos se tornaram protestantes sob a influência da RCC.
Que culpa para os pastores responsáveis
que apóiam ou mesmo só toleram a RCC no próprio território!
Cada alma será deles cobrada!
Pode-se aconselhar aos fiéis católicos
aceitar convites de participar em “grupos de oração” da RCC?
NÃO! A participação em tais grupos
sincretistas (isto é, que misturam as “religiões”) significa
expor-se ao perigo de perder a única verdadeira fé que é a
Fé Católica e assim perder a salvação eternamente.
São Francisco de Sales, Bispo e Doutor da
Igreja escreve: “Há almas que dizem ser guiadas
unicamente pelo Espírito. E acham que tudo quanto lhes vem
na mente sejam inspirações e moções do Espírito Santo que as
pegue na mão e em tudo quanto elas querem fazer as conduza,
em que estão muito enganadas”.
A alma jamais se há de atrever a querer
admitir comunicações extraordinárias, mesmo mandadas por
Deus. Porque daí resulta a perfeição da fé vai diminuindo;
pois tudo que se experimenta sensivelmente, muito prejudica
a fé, a qual ultrapassa todo o sentido.
“As impressões sensíveis são impedimento
para o espírito, quando não são recusadas; porque se detendo
nelas não pode voar o mesmo espírito ao que é invisível...
querendo admitir esses favores de Deus, a alma abre a porta
ao demônio para enganá-la com outros semelhantes pois, como
disse o Apóstolo,pode o inimigo transformar-se em anjo da
luz (2 Cor 11, 14) e sabe muito bem dissimular e disfarçar
as suas sugestões com aparências de boas... Convém, pois, a
alma repelir de olhos fechados essas representações, venham
de onde vierem. Se assim não fizesse, daria tanta entrada as
do demônio e a este tanta liberdade, que não somente teria
visões diabólicas a par das divinas, mas aquelas iriam se
multiplicando e estas cessando de tal maneira que viria tudo
a ser do demônio e nada de Deus. Assim tem acontecido a
muitas pessoas incutas e ignorantes”
(São João da Cruz, Religioso e Doutor da
Igreja, “Obras Completas”, Livro 2, Subida do Monte Carmelo,
cap. 11: Ed. Vozes, 1984, pág. 219s).
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