Primeira palestra
(Português e espanhol) |
A VISITAÇÃO
(Pe. Divino Antônio
Lopes FP.)
(Lc 1, 39-45)
“39
Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região
montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de
Judá. 40 Entrou na casa de
Zacarias e saudou Isabel. 41
Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe
estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito
Santo. 42 Com um grande
grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito
é o fruto de teu ventre! 43
Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? 44
Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a
criança estremeceu de alegria em meu ventre. 45
Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do
Senhor será cumprido!’”
“Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a
região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade
de Judá” (Lc 1,
39).
Santo Afonso Maria de Ligório escreve:
“Do
arcanjo São Gabriel ouviu a Santíssima Virgem que Isabel,
sua prima, estava grávida de seis meses. Iluminada
interiormente pelo Espírito Santo, conheceu que o Verbo
humanado, e já feito seu Filho, queria começar a manifestar
ao mundo as riquezas de sua misericórdia”
(Glórias de Maria, Parte II,
capítulo II, V, Ponto Primeiro, 1).
A Virgem Maria sabendo que Isabel, sua prima,
precisava de sua ajuda, não ficou num canto calculando a
distância nem colocou dificuldades, mas decidiu ajudá-la:
“…a
caridade é prestativa”
(1 Cor 13, 4). A
Bondosa Senhora deixou os seus afazeres para socorrer alguém
que necessitava urgentemente de sua colaboração.
O católico tem o dever de imitar a
disponibilidade da Santíssima Virgem. É contraditório dizer
ser filho de Nossa Senhora e viver no egoísmo:
“Não
podemos conviver filialmente com Maria e pensar apenas em
nós mesmos, nos nossos problemas. Não se pode tratar com a
Virgem e ter, egoisticamente, problemas pessoais”
(São Josemaría Escrivá,
Cristo que passa, nº 145).
Em Lc 1, 39 diz:
“Maria
pôs-se a caminho…”
Nossa Senhora não
adiou a sua viagem e muito menos se acovardou. Ela pôs-se a
caminho! Para onde? Será que a Virgem sabia das dificuldades
que encontraria no percurso? Será que a mesma sabia da
distância? A caridade é a virtude das almas que amam de
verdade:
“A caridade tudo suporta”
(1 Cor 13, 7), e:
“…pôs-se a tenra e delicada donzela a caminho, sem se
atemorizar com as fadigas da viagem”
(Santo Afonso Maria de Ligório,
Glórias de Maria, Parte II, capítulo II, V, Ponto Primeiro,
1).
Imitemos com fervor e
entusiasmo o exemplo da Virgem Maria. Quantos católicos
vivem amasiados, sem instrução religiosa, mergulhados na
imoralidade e longe de Nosso Senhor. São milhões! O que você
faz para ajudá-los a aproximarem da graça de Deus?
Saiamos do nosso comodismo e vida de “poltronice”,
e aproximemo-nos com caridade dessas pessoas que vivem nas
trevas, não deixemos que morram longe da Luz Eterna:
“Nada mais
frio do que um cristão que não se preocupa com a salvação
dos outros”
(São João Crisóstomo, Homilia 20, 4: PG 60, 162-164).
Em Lc 1, 39 diz também:
“…para a região montanhosa… a uma cidade de Judá”.
Não se sabe com
certeza onde residia Isabel, a prima de Nossa Senhora.
Muitos autores dizem que a cidade é Ain-Karim, ou Ayn Karem,
a uns sete quilômetros de Jerusalém. Deve o seu nome à sua
fonte (Ain) e aos vinhedos que a circundam (Kerem em
hebraico, Karm em árabe, significa vinha).
A Virgem Maria
percorreu um percurso de quase 150 Km, com o coração
desejoso de prestar serviço à sua prima Isabel.
Hoje, milhares de
católicos não têm coragem de atravessarem a rua para rezar e
dar bons conselhos para uma família que necessita de ajuda;
mas os mesmos estão prontos para passarem horas e horas
diante da televisão olhando novelas pornográficas. Seriam
esses os filhos fiéis da Virgem Maria? Não! Esses só possuem
casca, isto é, vivem de aparência.
Nossa Senhora não se preocupou com o perigo
que corria em atravessar aquela região montanhosa, cheia de
salteadores; e muito menos com a altura dos montes. Quem
ama de verdade não mede esforços para ajudar o próximo:
“A
caridade de Cristo estimula, incita-nos a correr e voar com
as asas do santo zelo. Quem ama a Deus de verdade, também
ama o próximo; o verdadeiro zeloso é o mesmo que ama, mas em
grau maior, conforme o grau de amor; quanto arde de amor,
tanto mais é impelido pelo zelo”
(Das Obras de Santo Antônio Maria
Claret, bispo).
Imitemos o exemplo da
Virgem Maria, ela não desanimou diante das montanhas que
estavam em seu caminho.
Todas as vezes que decidirmos trabalhar para
Deus e para o bem das almas, aparecerão inúmeras “montanhas”
de críticas, calúnias, zombarias e perseguições à nossa
frente; cabe a nós levantarmos a cabeça e perseverarmos em
meio aos ataques:
“Deixemos, pois, que os pecadores digam o que
quiserem e continuemos a servir a Deus que é tão fiel e
amoroso para aqueles que o amam. Quanto maiores forem os
obstáculos e as contradições que encontrarmos na prática do
bem, tanto mais acendrada será a complacência do Senhor e
tanto maior o nosso mérito”
(Santo Afonso Maria de Ligório,
Preparação para a Morte, Consideração XXXI, Ponto II),
e:
“Abandonemos este mundo cego… grite ele quanto quiser, como
uma coruja, para inquietar os passarinhos do dia. Sejamos
firmes em nossos propósitos, invariáveis em nossas
resoluções e a constância mostrará que a nossa devoção é
séria e sincera”
(São Francisco de Sales,
Introdução à Vida Devota, Parte IV, capítulo I).
A Santíssima Virgem,
mulher forte, não ficou parada nem retrocedeu, mas com
coragem e firmeza continuou a caminhar por entre as
montanhas. Imitemo-la!
Quando se trata de trabalhar para a glória de
Deus e salvação das almas, não meçamos esforços nem nos
acovardamos; confiantes no Senhor que nos fortalece e nos
protege, lutemos corajosamente até o fim:
“O cristão nasceu
para a luta, e quanto mais encarniçada se apresenta, tanto
mais segura há de ser a vitória com o auxílio de Deus”
(Leão XIII,
Enc. Sapientiae Christianae, 19).
Em Lc 1, 39 diz
ainda: “…dirigindo-se
apressadamente…” Como já foi comentado, a Virgem
Maria não ficou analisando se valeria ou não a pena servir a
sua prima Isabel, mas saiu apressadamente:
“Levantando-se da tranquilidade de
sua contemplação, a que estava sempre aplicada, e deixando a
sua cara solidão, com grande pressa partiu para a casa de
Isabel” (Santo
Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria, Parte II,
capítulo II, V, Ponto Primeiro, 1).
Não adiemos para
depois o bem que pudermos fazer hoje, mas corramos ao
encontro daqueles que necessitam da nossa ajuda, sobretudo,
da ajuda espiritual. Não percamos um só minuto, mas ajudemos
todos a conhecerem o Salvador da Humanidade, a exemplo de
Nossa Senhora:
“Maria parte… a fim de ir ao encontro da
velha prima, cuja extraordinária maternidade lhe fora
revelada pelo Anjo. Assim Nossa Senhora inicia a missão de
portadora de Cristo ao mundo, às pressas, sem delongas,
levada pelo impulso interior que a põe a caminho para a
humanidade em expectativa e tão necessitada do Salvador”
(Pe. Gabriel de
Santa Maria Madalena, Intimidade Divina, 390).
A Santíssima Virgem
com o coração ardendo de amor, fez a longa viagem de Nazaré
até Ain-Karim, percorrendo aproximadamente 150 Km.
Em Lc 1, 40-41 diz:
“Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel.
Ora, quando
Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu
no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo”.
Nossa Senhora chegando em Ain-Karim não
procurou outro lugar, mas foi diretamente para a casa de sua
prima Isabel. A sua visita é diferente, não pode ser
comparada com as visitas das pessoas que servem o mundo:
“Foi Maria a primeira a saudar Isabel. Mas não foi a visita
de Nossa Senhora como são as visitas dos mundanos, que pela
maior parte se reduzem a cerimônias e falsas exibições”
(Santo
Ambrósio), e Santo Afonso Maria de Ligório
diz:
“Sua visita trouxe àquela casa um cúmulo de
graças. Com efeito, mal entrara e saudara seus habitantes,
ficou já Isabel cheia do Espírito Santo, e João livre de
culpa e santificado. Por isso deu aquele sinal de júbilo,
exultando no ventre de sua mãe. Queria com isso manifestar
as graças recebidas por meio de Maria, como declarou a mesma
Isabel: Porque assim que chegou a voz da tua saudação aos
meus ouvidos, logo o menino exultou de prazer em minhas
entranhas”
(Glórias de Maria, Parte II,
capítulo II, V, Ponto Primeiro, 1).
Sobre a saudação de Maria, Bernardino de Busti escreve:
“…recebeu
João a graça do Divino Espírito Santo que o santificou”.
Assim como Isabel recebeu com alegria,
piedade e respeito a Virgem Maria em sua casa, recebamos
também nós a Virgem em nossa vida:
“Meu viver é Maria”
(São Gabriel da
Virgem Dolorosa), e vivendo sob a sua
proteção e sendo-lhes fiéis, seremos agraciados:
“Os
primeiros frutos da redenção passaram, pois, pelas mãos de
Maria. Foi ela o canal pelo qual foi comunicada a graça ao
Batista, e o Espírito Santo a Isabel, o Dom de profecia a
Zacarias, e tantas outras graças àquela casa”
(Santo Afonso Maria de
Ligório, Glórias de Maria, Parte II, capítulo II, V, Ponto
Primeiro, 2).
Infeliz daquele
que recusa receber Nossa Senhora em sua casa, isto é, na sua
vida; esse será sempre infeliz:
“Se a devoção à
Virgem Santíssima é necessária a todos os homens para
conseguirem simplesmente a salvação, é ainda mais para
aqueles que são chamados a uma perfeição particular…”
(São Luís Maria
Grignion de Montfort, Tratado da Verdadeira devoção à
Santíssima Virgem, 43).
Aceitemos com
amor e devoção a Virgem Maria em nossa vida:
“Virgem Imaculada e bendita, vós
sois a dispensadora universal de todas as graças, e como tal
sois a esperança de todos e a minha esperança também. Dou
sempre graças ao meu Senhor que me fez conhecer-vos e
compreender o meio de obter as graças e salvar-me. O meio
sois vós, ó grande Mãe de Deus, porquanto sei que
principalmente pelos merecimentos de Jesus e pela vossa
intercessão, me hei de salvar. Ah! Minha Rainha! Vós noutro
tempo vos destes tanta pressa em visitar e santificar em
vossa visita a casa de Isabel. Visitai por quem sois, e
visitai depressa a pobre casa da minha alma. Apressai-vos;
vós sabeis, melhor do que eu, quanto ela é pobre e enferma
de muitos males, de afetos desordenados, de hábitos maus, e
dos pecados cometidos…Visitai-me, pois, durante a vida, e
visitai-me especialmente na hora da morte, porque então me
será ainda mais necessária a vossa assistência”
(Santo Afonso Maria de
Ligório, Glórias de Maria, Parte II, capítulo II, V, Ponto
Segundo, Oração).
Em Lc 1, 42-44 diz também:
“Com um grande grito, exclamou:
‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu
ventre! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois
quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança
estremeceu de alegria em meu ventre”.
Aqui, Isabel, cheia de
alegria e iluminada pelo Espírito Santo, reconhece em Maria
Santíssima a Mãe de Nosso Senhor.
Comenta São Beda:
“Isabel bendiz Maria
com as mesmas palavras usadas pelo Arcanjo para que se veja
que deve ser honrada pelos anjos e pelos homens e que com
razão se deve antepor a todas as mulheres”
(In Lucae Evangelium
expositio, ad loc.), e:
“Na recitação da
Ave-Maria repetimos estas saudações divinas com as quais nos
alegramos com Maria Santíssima pela sua excelsa dignidade de
Mãe de Deus e bendizemos o Senhor e agradecemos-Lhe ter-nos
dado Jesus Cristo por meio de Maria”
(Catecismo Maior, nº 333).
Maria Santíssima, sendo a Mãe de Deus, não
foi à casa de Isabel para ser servida, pelo contrário, foi
servi-la por noventa dias:
“Maria permaneceu
com ela mais ou menos três meses e voltou para casa”
(Lc 1, 56).
Aprendamos com Nossa
Senhora a servir o próximo com generosidade e humildade. A
generosidade enriquece o coração, enquanto que o egoísmo o
destrói.
Muitos se acham auto-suficientes e poderosos,
e por isso não gostam de servir; vivem trancados no egoísmo
apodrecendo o coração. É preciso lembrá-los de que Nossa
Senhora, sendo a Mãe de Deus, serviu Santa Isabel nos
afazeres domésticos. Imitemos a humildade de nossa Mãe do
Céu:
“Ó Virgem santa, quão fervorosa é vossa
caridade em procurar a graça, quão luminosa vossa virgindade
na carne, quão excelsa vossa humildade em oferecer-vos ao
serviço do próximo! Se quem se humilha será exaltado, que há
de mais sublime do que a humildade, ó Maria? Ao ver-vos,
Isabel se admira e exclama: ‘Donde a mim esta honra de vir
visitar-me a Mãe de meu Senhor?’ Ainda mais, porém, se
admirará ao verificar que também vós, ó Maria, à semelhança
de vosso Filho, não fostes a ela para ser servida, mas para
servir”
(São Bernardo de Claraval, De
aquaeductu 9).
São João Crisóstomo admirava-se na
contemplação desta cena do Evangelho:
“Vede que novo e
admirável é este mistério. Ainda não saiu do seio e já fala
mediante saltos; ainda não lhe é permitido clamar e já é
escutado pelos fatos (…); ainda não vê a luz e já indica
qual é o Sol; ainda não nasceu e já se apressa a fazer de
Precursor. Estando presente o Senhor não se pode conter nem
suporta esperar os prazos da natureza, mas procura romper o
cárcere do seio materno e busca dar testemunho de que o
Salvador está prestes a chegar”
(Sermo apud Metaphr.,
mense julio).
Em Lc 1, 45 diz ainda:
“Feliz
aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor
será cumprido!”
Santa Isabel proclama bem-aventurada a Mãe de
Nosso Senhor e louva a sua fé. Não houve fé como a da Virgem
Maria:
“Ó Virgem nobilíssima… Bem-aventurada sois
porque crestes, como disse vossa prima Isabel.
Bem-aventurada sois porque trouxestes e encerrastes no seio
o Salvador, e muito mais bem-aventurada porque ouvistes sua
palavra e a observastes”(Luís
da Ponte, Meditações II 12, 3), e:
“Ó Virgem,
tivestes mais fé que todos os homens e Anjos! Víeis vosso
Filho na gruta de Belém, e crieis ser ele o Criador do
mundo. Viste-o fugir de Herodes e não deixastes de crê-lo
Rei dos reis. Viste-o nascer, e o crestes eterno; pobre,
necessitado de alimento, e o crestes Senhor do universo;
deitado na palha, e o crestes onipotente! Vistes que não
falava, e o crestes Sabedoria infinita. Chorava, e o crestes
a alegria do paraíso. Desprezado, crucificado e morto,
continuastes firme em crer que era Deus, embora nos outros
vacilasse a fé…”
(Santo Afonso Maria de Ligório,
Glórias de Maria II, 3, 4), e também:
“A Virgem,
tão pequena aos próprios olhos, não foi menos magnânima no
crer na promessa de Deus. Ela que se considerava nada mais
que pobre serva, nunca teve a mínima dúvida sobre sua
vocação a este incompreensível mistério, a esta admirável
troca, a este insondável sacramento, e creu firmemente que
viria a ser a verdadeira Mãe do Homem-Deus”
(São Bernardo de Claraval,
De duod. Praerog. B.V.M. 13).
Sem a fé é impossível agradar a Nosso Senhor:
“Ora, sem a fé é impossível ser-lhe agradável”
(Hb 11, 6).
Nossa Senhora possuía
a fé. Aprendamos dessa fiel Senhora a crer em nossa própria
vocação à santidade; a crer sempre, principalmente quando
surgem “nuvens” escuras querendo nos desviar do caminho da
salvação; crer também quando encontramos “montanhas” de
dificuldades à nossa frente querendo nos impedir de
caminharmos na perfeição.
Peçamos com humildade à Santíssima Virgem:
“…
pelo mérito de vossa fé, impetrai-me a graça da viva fé:
‘Senhora, aumentai em nós a fé!”
(Santo Afonso Maria de
Ligório, Glórias de Maria II, 3, 4).
|
LA VISITA
(Pe. Divino Antônio
Lopes FP.)
(Lc 1,
39-45)
“39
Aquellos días, María se puso a camino para la región
montañosa, dirigiéndose apresuradamente a una ciudad de
Judá. 40
Entró en la casa de Zacarías y saludó Isabel.
41
Ora, cuando Isabel oyó la salutación de María, lo niño le
estremeció en el vientre e Isabel quedó repleta del Espíritu
Santo.
42
Con un gran grito, exclamó: ‘Bendita eres tú entre las
mujeres y bendito es el fruto de tu vientre!
43
Donde me viene que la madre de mi Señor me visite?
44
Pues cuando tu saludo llegó a mis oídos, el niño estremeció
de alegría en mi vientre.
45
Feliz aquella que creyó, pues lo que le fue dicho de la
parte del Señor será cumplido!”
“Aquellos días, María
se puso a camino para la región montañosa, dirigiéndose
apresuradamente a una ciudad de Judá”
(Lc 1, 39).
San Afonso María de Ligório escribe:
“Del arcángel Son
Gabriel oyó a Santísima Virgen que Isabel, suya prima,
estaba embarazada de seis meses. Iluminada interiormente por
el Espíritu Santo, conoció que el Verbo humanado,
y ya hecho su Hijo, quería
comenzar a manifestar al mundo las riquezas de su
misericordia”
(Glorias de Maria, Parte II, capítulo II, V, Punto
Primero, 1).
La
Virgen María sabiendo que Isabel, suya prima, necesitaba de
su ayuda, no quedó en una esquina calculando la distancia ni
colocó dificultades, pero decidió ayudarla:
“…la caridad es prestativa”
(1 Cor 13, 4).
La Bondadosa Señora dejó las suyas tareas para socorrer
alguien que necesitaba urgentemente de su colaboración.
El católico tiene el deber de imitar la
disponibilidad de la Santísima Virgen. Es contradictorio
decir ser hijo de Nuestra Señora y vivir en el egoísmo:
“No podemos
convivir filialmente con María y pensar sólo en nodos
mismos, en nuestros
problemas. No se puede tratar con la Virgen y
tener, egoisticamente, problemas personales”
(San Josemaría Escrivá, Cristo que pasa, nº 145).
En
Lc 1, 39 dice: “María se puso a
camino…” Nuestra Señora no aplazó su viaje y muy
menos se acobardo. Ella se puso a camino! Para donde? Será
que la Virgen sabía de las dificultades que encontraría en
el recorrido? Será que la misma sabía de la distancia? La
caridad es la virtud de las almas que aman de verdad:
“La caridad todo soporta”
(1 Cor 13, 7),
y: “…se puso la tierna y delicada
doncella a camino, sin se atemorizar con las fatigas del
viaje” (San
Afonso María de Ligório, Glorias de María, Parte II,
capítulo II, V, Punto Primero, 1).
Imitemos con fervor y entusiasmo el ejemplo de Virgen María.
Cuántos católicos viven amasiados, sin instrucción
religiosa, buceados en la inmoralidad y lejos de Nuestro
Señor. Son millones! Lo que usted hace para ayudarlos a
aproximar de la gracia de Dios?
Debemos salir de nuestro comodísimo y vida de
“poltrona”, y aproximemo-nos con caridad de esas
personas que viven en las tinieblas, no dejemos que mueran
lejos de la Luz Eterna:
“Nada más frío del que un
cristiano que no se preocupa con la salvación de los otros”
(San João Crisóstomo, Homilía 20, 4: PP 60, 162-164).
En
Lc 1, 39 dice también: “…para la
región montañosa… la una ciudad de Judá”. No se
sabe con certeza donde residía Isabel, a prima de Nuestra
Señora. Muchos autores dicen que la ciudad es Ain-Karim, o
Ayn Karem, a unos siete kilómetros de Jerusalén. Debe su
nombre a su fuente (Ain) y a los viñedos que la circundan
(Kerem en hebraico, Karm en árabe, significa viña).
La
Virgen María recorrió una distancia de casi 150 Km, con el
corazón deseoso de prestar servicio a su prima Isabel.
Hoy, miles de católicos no tienen coraje de atravesar la
calle para rezar y dar buenos consejos para una familia que
necesita de ayuda; pero los mismos están dispuestos para
pasar horas y horas delante de la televisión mirando novelas
pornográficas. ¿Serían esos los hijos fieles de Virgen
María? ¡No! Esos sólo poseen cáscara, es decir, viven de
apariencia.
Nuestra Señora no se preocupó con el peligro
que corría en atravesar aquella región montañosa, llena de
salteadores; y muy menos con la altura de los montes. Quién
ama de verdad no mide esfuerzos para ayudar el prójimo:
“La caridad
de
Cristo estimula, nos incita a correr y volar con las alas
del santo celo. Quién ama a Dios de verdad, también ama el
prójimo; el verdadero celoso es lo aunque ama, pero en grado
mayor, conforme el grado de amor; cuánto arde de amor,
tanto más
es impelido pelo celo”
(De las Obras de Santo Antônio María Claret, obispo).
Imitemos el ejemplo de Virgen María, ella no desanimo
delante de las montañas que estaban en su camino.
Todas as veces que decidamos trabajar para
Dios y para el bien de las almas, aparecerán incontables
“montañas” de críticas, colunias, mofarías y persecuciones a
nuestro frente; cabe a nodos levantemos la cabeza y
perseveraremos en medio a los ataques:
“Dejemos, pues, que los pecadores digan lo que quieran y
continuemos a servir a Dios que es tan fiel y amoroso para
aquellos que lo aman. Cuanto mayores sean los obstáculos y
las contradicciones que encontremos en la práctica del bien,
tanto más
acendrada será la complacencia del Señor y tanto mayor
nuestro mérito”
(Santo Afonso María de Ligório, Preparación para la
Muerte, Consideración XXXI, Punto II), y:
“Abandonemos
este mundo ciego… grite él
cuánto quiera, como una coruja, para
inquietar los pajaritos del día. Seamos firmes en nuestros
propósitos, invariables en nuestras resoluciones y la
constancia mostrará que nuestra devoción es seria y sincera”
(San Francisco de Sales, Introducción a la Vida
Devota, Parte IV, capítulo I).
La
Santísima Virgen, mujer fuerte, no quedó parada ni
retrocedió, pero con coraje y firmeza continuó a caminar por
entre las montañas. Imitémosla!
Cuando se trata de trabajar para la gloria de
Dios y salvación de las almas, no midamos esfuerzos ni en
los acobardemos; confiantes en el Señor que nos fortalece y
nos protege, luchemos corajosamente hasta el fin:
“El cristiano nació
para la lucha, y
mientras más encarnizada se presenta, tanto
más segura hace de ser la victoria con el auxilio de Dios”
(León XIII, Enc. Sapientiae Christianae, 19).
En Lc 1, 39 dice aún:
“…dirigiéndose apresuradamente…” Como ya fue
comentado, a Virgen María no quedó analizando se valdría o
no la pena servir la suya prima Isabel, pero salió
apresuradamente:
“Levantándose de la tranquilidad de
su contemplación, a que estaba siempre
aplicada, y dejando su cara soledad, con gran prisa partió
para la casa de Isabel”
(Santo Afonso María de Ligório, Glorias
de María, Parte II, capítulo II, V, Punto Primero, 1).
No permitir para después el bien que podamos
hacer hoy, pero corramos al encuentro de aquellos que
necesitan de nuestra ayuda, sobre todo de la ayuda
espiritual. No perdamos un sólo minuto, pero ayudemos todos
a conocer el Salvador de la Humanidad, a ejemplo de Nuestra
Señora:
“María parte… a fin de ir al encuentro de la vieja prima,
cuya extraordinaria maternidad le hube sido revelada por el
Ángel. Así Nuestra Señora inicia la misión de portadora de
Cristo al
mundo, a las prisas, sin delongas, llevada por el impulso
interior que la pone a camino para la humanidad en
expectativa y tan necesitada del Salvador”(Pe.
Gabriel de Santa María Madalena, Intimidad Divina, 390).
La
Santísima Virgen con el corazón ardiendo de amor, hizo el
largo viaje de Nazaré hasta Ain-Karim, recorriendo
aproximadamente 150 Km.
En
Lc 1, 40-41 dice: “Entró en la casa
de Zacarías y saludó Isabel. Ora, cuando Isabel oyó el
saludo de María, el niño le estremeció en el vientre e
Isabel quedó repleta del Espíritu Santo”.
Nuestra Señora llegando en Ain-Karim no buscó
otro lugar, pero fue directamente para la casa de suya prima
Isabel. Su visita es diferente, no puede ser comparada con
las visitas de las personas que sirven el mundo:
“Fue María la
primera
a
saludar Isabel. Pero no fue la visita de Nuestra Señora como
son las visitas de los mundanos, que por la mayor parte se
reducen la ceremonias y falsas exhibiciones”
(Santo Ambrósio), y Santo Afonso María
de Ligório dice:
“Su visita trajo a aquella
casa un colmo de gracias.
Con efecto, apenas hube entrado y hube saludado sus
habitantes, quedó ya Isabel llena del Espíritu Santo, y Juan
libre de culpa y santificado. Por eso dio aquella señal de
júbilo, exultando en el vientre de su madre.
Quería
con eso manifestar las gracias recibidas por medio de María,
como declaró la misma Isabel: Porque así que llegó la voz de
tu salutación a mis oídos, luego el niño exulto de placer en
mis entrañas”
(Glorias de María, Parte II, capítulo II, V, Punto
Primero, 1). Sobre la salutación de Maria,
Bernardino de Busti escribe:
“…recibió Juan la gracia del Divino Espíritu Santo que el
santificó”.
Así como Isabel recibió con alegría, piedad y
respeto a Virgen María en su casa, recibamos también nodos a
Virgen en nuestra vida: “Mío vivir
es María” (San Gabriel da Virgen Dolorosa),
y viviendo bajo su protección y siéndoles fieles, seremos
agraciados:
“Los primeros frutos de la redención pasaron, pues, por las
manos de María. Fue ella el canal por el cual fue comunicada
la gracia al Batista, y el Espíritu Santo a Isabel, el Don
de profecía la Zacarías, y tantas
otras gracias a aquella
casa”
(Santo Afonso María de Ligório, Glorias de María,
Parte II, capítulo II, V, Punto Primero, 2).
Infeliz de aquel que rechaza recibir Nuestra
Señora en su casa, es decir, en su vida; ese será siempre
infeliz: “Si
la devoción a Virgen Santísima es necesaria a todos los
hombres para conseguir simplemente la salvación, es aún más
para
aquellos que son llamados a una perfección particular…”
(San Luís María
Grignion de Montfort, Tratado de la Verdadera Devoción a la
Santísima Virgen, 43).
Aceptemos con amor y devoción a Virgen María
en nuestra vida:
“Virgen Inmaculada y bendita, vosotros sois
la dispensadora universal de todas las gracias, y como tal
sois la esperanza de todos y mi esperanza también. Doy
siempre
gracias a mi Señor que me hizo conoceros y comprender el
medio de obtener las gracias y salvarme. El medio sois
vosotros, ó gran Madre de Dios, por cuanto sé que
principalmente por los merecimientos de Jesús y por vuestra
intercesión, me
he de
salvar. ¡Ah! ¡Mi Reina! Vosotros en otro tiempo os de estos
tanta prisa en visitar y santificar en vuestra visita la
casa de Isabel. Visita por quién sois, y visita deprisa la
pobre casa de mi alma. Apresa-os; vosotros sabéis, mejor del
que yo, cuánto ella es pobre y enferma de muchos males, de
afectos desordenados, de hábitos malos, y de los pecados
cometidos…Visita-me, pues, durante la vida, y visita-me
especialmente en la hora de la muerte, porque entonces me
será aún
más necesaria vuestra asistencia”
(Santo Afonso María de Ligório, Glorias de María,
Parte II, capítulo II, V, Punto Segundo, Oración).
En Lc 1, 42-44 dice también:
“Con un gran grito,
exclamó: ‘¡Bendita eres tú entre las mujeres y bendito es el
fruto de tu vientre! ¿Dónde me viene que la madre de mi
Señor me visite? Pues cuando tu saludo llegó a mis oídos,
el niño estremeció de
alegría en mi vientre”.
Aquí, Isabel, llena de alegría e iluminada por el Espíritu
Santo, reconoce en María Santísima la Madre de Nuestro
Señor.
Comenta San Beda:
“Isabel bendice María con las mismas palabras usadas por el
Arcángel para que se vea que debe ser honrada por los
ángeles y por los hombres y que con razón se debe anteponer
a todas las mujeres” (In Lucae Evangelium
expositio, ad loc.), y:
“En la recitación de
la Ave María repetimos estas un saludo divinas con las
cuales nos alegramos con María Santísima por su excelsa
dignidad de Madre de Dios y bendecimos el Señor y le
agradecimos
tenernos dato Jesús Cristo por medio de María”
(Catecismo Mayor, nº 333).
María Santísima, siendo la Madre de Dios, no fue a la casa
de Isabel para ser servida, por el contrario, fue la servís
por noventa días: “María permaneció
con ella más o menos tres meses y volvió para casa”
(Lc 1, 56).
Aprendamos con Nuestra Señora a servir el prójimo con
generosidad y humildad. La generosidad enriquece el corazón,
mientras que el egoísmo lo destruye.
Muchos se hallan auto-suficientes y poderosos, y por eso no
les gusta servir; viven trancados en el egoísmo del corazón.
Es preciso acordarlos de que Nuestra Señora, siendo la Madre
de Dios, sirvió Santa Isabel en las tareas domésticas.
Imitemos la humildad de nuestra Madre del
Cielo: “¡Ó
Virgen santa, que tan fervorosa es vuestra caridad en buscar
la gracia, que tan luminosa vuestra virginidad en la carne,
que tan excelsa vuestra humildad en ofertaros al servicio
del prójimo! ¿Si quién se
humilla será exaltado, que hay de más sublime del que la
humildad, ó María? Al veros, Isabel se admira y exclama:
‘¿Dónde a mí esta honra de venir a visitarme la Madre de mi
Señor?’ Aún más, sin embargo, si
admirará al verificar que también
vosotros, ó María, a la semejanza de vuestro Hijo, no
fuisteis a ella para ser servida, pero para servir”
(San Bernardo de
Claraval, De aquaeductu 9).
San Juan Crisóstomo se admiraba en la
contemplación de esta escena del Evangelio:
“Vede que nuevo y
admirable es este misterio. Aún no salió del seno y ya habla
mediante saltos; aún no le es permitido clamar y ya es
escuchado por los hechos (…); aún no ve la luz y ya indica
cual es el Sol; aún no nació y ya se apresura a hacer de
Precursor. Estando presente el Señor no se puede contener ni
soporta esperar los plazos de la naturaleza, pero busca
romper la cárcel del seno
materno y búsqueda dar testimonio de que el
Salvador está prestes a llegar”
(Sermo apud Metaphr., mense julio).
En Lc 1, 45 dice aún:
“Feliz aquella que creyó,
pues lo que le fue dicho de la parte del Señor será
cumplido!”
Santa Isabel proclama bien-aventurada la
Madre de Nuestro Señor y alaba su fe. No hubo fe como a de
Virgen María:
“Ó Virgen nobilísima… Bien-aventurada sois
porque creísteis, como dijo vuestra prima Isabel.
Bien-aventurada
sois porque trajisteis y encerrasteis en el
seno el Salvador, y muy más bien-aventurada porque oísteis
su palabra y a observasteis”(Luís
del Puente, Meditaciones II 12, 3), y:
“Ó Virgen, tuvisteis
más fe que todos los hombres y Ángeles!
Veíais vuestro Hijo en la
cueva de Belén, y creéis ser él el Creador del mundo. Lo
viste huir de Herodes y no dejasteis de creerlo Rey de los
reyes. Lo viste nacer, y lo creísteis eterno; pobre,
necesitado de alimento, y lo creísteis Señor del universo;
acostado
en la paja, y lo creísteis omnipotente! Visteis que no
hablaba, y lo creísteis Sabiduría infinita. Lloraba, y lo
creísteis la alegría del paraíso. Despreciado, crucificado y
muerto, continuasteis firme en creer que era Dios, aunque
nos
otros vacilara la fe…”
(Santo Afonso María de Ligório, Glorias de María II,
3, 4), y también:
“Virgen, tan pequeña a los propios ojos, no fue menos
magnánima en el creer en la promesa de Dios. Ella que se
consideraba nada más que
pobre
sierva, nunca tuvo la mínima duda sobre su vocación a este
incomprensible misterio, a este admirable cambio, a este
insondable sacramento, y creyó firmemente que vendría a ser
la verdadera Madre del Hombre-Dios”
(San Bernardo de Claraval, De duod. Praerog. B.V.M.
13).
Sin
la fe es imposible agradar a Nuestro Señor:
“Ora, sin la fe es imposible serle
agradable”
(Hb 11, 6).
Nuestra Señora poseía la fe. Aprendamos de esa fiel Señora a
creer en nuestra propia vocación a la santidad; a creer
siempre, principalmente cuando surgen “nubes” oscuras
queriendo desviarnos del camino de la salvación; creer
también cuando encontramos “montañas” de dificultades a
nuestro frente, queriendo impedirnos de caminar en la
perfección.
Pidamos con humildad a la Santísima Virgen:
“… por el mérito de vuestra fe,
impetrad-me la gracia de viva fe: ‘Señora, aumenta en nodos
la fe!”
(Santo Afonso María de Ligório, Glorias de María II, 3, 4).
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