Instituto Missionário dos Filhos e Filhas da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e das Dores de Maria Santíssima

 

 

Primeira palestra

(Português e espanhol)

 

 

A VISITAÇÃO

 

(Pe. Divino Antônio Lopes FP.)

 

(Lc 1, 39-45)

 

39 Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. 40 Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. 41 Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. 42 Com um grande grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre! 43 Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? 44 Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. 45 Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!’”

 

“Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá” (Lc 1, 39).

Santo Afonso Maria de Ligório escreve: “Do arcanjo São Gabriel ouviu a Santíssima Virgem que Isabel, sua prima, estava grávida de seis meses. Iluminada interiormente pelo Espírito Santo, conheceu que o Verbo humanado, e já feito seu Filho, queria começar a manifestar ao mundo as riquezas de sua misericórdia” (Glórias de Maria, Parte II, capítulo II, V, Ponto Primeiro, 1).

A Virgem Maria sabendo que Isabel, sua prima, precisava de sua ajuda, não ficou num canto calculando a distância nem colocou dificuldades, mas decidiu ajudá-la: “…a caridade é prestativa” (1 Cor 13, 4). A Bondosa Senhora deixou os seus afazeres para socorrer alguém que necessitava urgentemente de sua colaboração.

O católico tem o dever de imitar a disponibilidade da Santíssima Virgem. É contraditório dizer ser filho de Nossa Senhora e viver no egoísmo: “Não podemos conviver filialmente com Maria e pensar apenas em nós mesmos, nos nossos problemas. Não se pode tratar com a Virgem e ter, egoisticamente, problemas pessoais” (São Josemaría Escrivá, Cristo que passa, nº 145).

Em Lc 1, 39 diz: Maria pôs-se a caminho…” Nossa Senhora não adiou a sua viagem e muito menos se acovardou. Ela pôs-se a caminho! Para onde? Será que a Virgem sabia das dificuldades que encontraria no percurso? Será que a mesma sabia da distância? A caridade é a virtude das almas que amam de verdade: “A caridade tudo suporta” (1 Cor 13, 7), e: “…pôs-se a tenra e delicada donzela a caminho, sem se atemorizar com as fadigas da viagem” (Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria, Parte II, capítulo II, V, Ponto Primeiro, 1).

Imitemos com fervor e entusiasmo o exemplo da Virgem Maria. Quantos católicos vivem amasiados, sem instrução religiosa, mergulhados na imoralidade e longe de Nosso Senhor. São milhões! O que você faz para ajudá-los a aproximarem da graça de Deus?

Saiamos do nosso comodismo e vida de “poltronice”, e aproximemo-nos com caridade dessas pessoas que vivem nas trevas, não deixemos que morram longe da Luz Eterna: “Nada mais frio do que um cristão que não se preocupa com a salvação dos outros” (São João Crisóstomo, Homilia 20, 4: PG 60, 162-164).

Em Lc 1, 39 diz também: “…para a região montanhosa… a uma cidade de Judá”.

Não se sabe com certeza onde residia Isabel, a prima de Nossa Senhora. Muitos autores dizem que a cidade é Ain-Karim, ou Ayn Karem, a uns sete quilômetros de Jerusalém. Deve o seu nome à sua fonte (Ain) e aos vinhedos que a circundam (Kerem em hebraico, Karm em árabe, significa vinha).

A Virgem Maria percorreu um percurso de quase 150 Km, com o coração desejoso de prestar serviço à sua prima Isabel.

Hoje, milhares de católicos não têm coragem de atravessarem a rua para rezar e dar bons conselhos para uma família que necessita de ajuda; mas os mesmos estão prontos para passarem horas e horas diante da televisão olhando novelas pornográficas. Seriam esses os filhos fiéis da Virgem Maria? Não! Esses só possuem casca, isto é, vivem de aparência.

Nossa Senhora não se preocupou com o perigo que corria em atravessar aquela região montanhosa, cheia de salteadores; e muito menos com a altura dos montes. Quem  ama de verdade não mede esforços para ajudar o próximo: “A caridade de Cristo estimula, incita-nos a correr e voar com as asas do santo zelo. Quem ama a Deus de verdade, também ama o próximo; o verdadeiro zeloso é o mesmo que ama, mas em grau maior, conforme o grau de amor; quanto arde de amor, tanto mais é impelido pelo zelo” (Das Obras de Santo Antônio Maria Claret, bispo).

Imitemos o exemplo da Virgem Maria, ela não desanimou diante das montanhas que estavam em seu caminho.

Todas as vezes que decidirmos trabalhar para Deus e para o bem das almas, aparecerão inúmeras “montanhas” de críticas, calúnias, zombarias e perseguições à nossa frente; cabe a nós levantarmos a cabeça e perseverarmos em meio aos ataques: “Deixemos, pois, que os pecadores digam o que quiserem e continuemos a servir a Deus que é tão fiel e amoroso para aqueles que o amam. Quanto maiores forem os obstáculos e as contradições que encontrarmos na prática do bem, tanto mais acendrada será a complacência do Senhor e tanto maior o nosso mérito” (Santo Afonso Maria de Ligório, Preparação para a Morte, Consideração XXXI, Ponto II), e: “Abandonemos este mundo cego… grite ele quanto quiser, como uma coruja, para inquietar os passarinhos do dia. Sejamos firmes em nossos propósitos, invariáveis em nossas resoluções e a constância mostrará que a nossa devoção é séria e sincera” (São Francisco de Sales, Introdução à Vida Devota, Parte IV, capítulo I).

A Santíssima Virgem, mulher forte, não ficou parada nem retrocedeu, mas com coragem e firmeza continuou a caminhar por entre as montanhas. Imitemo-la!

Quando se trata de trabalhar para a glória de Deus e salvação das almas, não meçamos esforços nem nos acovardamos; confiantes no Senhor que nos fortalece e nos protege, lutemos corajosamente até o fim: “O cristão nasceu para a luta, e quanto mais encarniçada se apresenta, tanto mais segura há de ser a vitória com o auxílio de Deus” (Leão XIII, Enc. Sapientiae Christianae, 19).

Em Lc 1, 39 diz ainda: “…dirigindo-se apressadamente…” Como já foi comentado, a Virgem Maria não ficou analisando se valeria ou não a pena servir a sua prima Isabel, mas saiu apressadamente: “Levantando-se da tranquilidade de sua contemplação, a que estava sempre aplicada, e deixando a sua cara solidão, com grande pressa partiu para a casa de Isabel” (Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria, Parte II, capítulo II, V, Ponto Primeiro, 1).

Não adiemos para depois o bem que pudermos fazer hoje, mas corramos ao encontro daqueles que necessitam da nossa ajuda, sobretudo, da ajuda espiritual. Não percamos um só minuto, mas ajudemos todos a conhecerem o Salvador da Humanidade, a exemplo de Nossa Senhora: “Maria parte… a fim de ir ao encontro da velha prima, cuja extraordinária maternidade lhe fora revelada pelo Anjo. Assim Nossa Senhora inicia a missão de portadora de Cristo ao mundo, às pressas, sem delongas, levada pelo impulso interior que a põe a caminho para a humanidade em expectativa e tão necessitada do Salvador” (Pe. Gabriel de Santa Maria Madalena, Intimidade Divina, 390).

A Santíssima Virgem com o coração ardendo de amor, fez a longa viagem de Nazaré até Ain-Karim, percorrendo aproximadamente 150 Km.

Em Lc 1, 40-41 diz: “Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo”.

Nossa Senhora chegando em Ain-Karim não procurou outro lugar, mas foi diretamente para a casa de sua prima Isabel. A sua visita é diferente, não pode ser comparada com as visitas das pessoas que servem o mundo: “Foi Maria a primeira a saudar Isabel. Mas não foi a visita de Nossa Senhora como são as visitas dos mundanos, que pela maior parte se reduzem a cerimônias e falsas exibições” (Santo Ambrósio), e Santo Afonso Maria de Ligório diz: “Sua visita trouxe àquela casa um cúmulo de graças. Com efeito, mal entrara e saudara seus habitantes, ficou já Isabel cheia do Espírito Santo, e João livre de culpa e santificado. Por isso deu aquele sinal de júbilo, exultando no ventre de sua mãe. Queria com isso manifestar as graças recebidas por meio de Maria, como declarou a mesma Isabel: Porque assim que chegou a voz da tua saudação aos meus ouvidos, logo o menino exultou de prazer em minhas entranhas” (Glórias de Maria, Parte II, capítulo II, V, Ponto Primeiro, 1). Sobre a saudação de Maria, Bernardino de Busti escreve: “…recebeu João a graça do Divino Espírito Santo que o santificou”.

Assim como Isabel recebeu com alegria, piedade e respeito a Virgem Maria em sua casa, recebamos também nós a Virgem em nossa vida: “Meu viver é Maria” (São Gabriel da Virgem Dolorosa), e vivendo sob a sua proteção e sendo-lhes fiéis, seremos agraciados: “Os primeiros frutos da redenção passaram, pois, pelas mãos de Maria. Foi ela o canal pelo qual foi comunicada a graça ao Batista, e o Espírito Santo a Isabel, o Dom de profecia a Zacarias, e tantas outras graças àquela casa” (Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria, Parte II, capítulo II, V, Ponto Primeiro, 2).

Infeliz daquele que recusa receber Nossa Senhora em sua casa, isto é, na sua vida; esse será sempre infeliz: “Se a devoção à Virgem Santíssima é necessária a todos os homens para conseguirem simplesmente a salvação, é ainda mais para aqueles que são chamados a uma perfeição particular…” (São Luís Maria Grignion de Montfort, Tratado da Verdadeira devoção à Santíssima Virgem, 43).

Aceitemos com amor e devoção a Virgem Maria em nossa vida: “Virgem Imaculada e bendita, vós sois a dispensadora universal de todas as graças, e como tal sois a esperança de todos e a minha esperança também. Dou sempre graças ao meu Senhor que me fez conhecer-vos e compreender o meio de obter as graças e salvar-me. O meio sois vós, ó grande Mãe de Deus, porquanto sei que principalmente pelos merecimentos de Jesus e pela vossa intercessão, me hei de salvar. Ah! Minha Rainha! Vós noutro tempo vos destes tanta pressa em visitar e santificar em vossa visita a casa de Isabel. Visitai por quem sois, e visitai depressa a pobre casa da minha alma. Apressai-vos; vós sabeis, melhor do que eu, quanto ela é pobre e enferma de muitos males, de afetos desordenados, de hábitos maus, e dos pecados cometidos…Visitai-me, pois, durante a vida, e visitai-me especialmente na hora da morte, porque então me será ainda mais necessária a vossa assistência” (Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria, Parte II, capítulo II, V, Ponto Segundo, Oração).

Em Lc 1, 42-44 diz também: “Com um grande grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre”.

Aqui, Isabel, cheia de alegria e iluminada pelo Espírito Santo, reconhece em Maria Santíssima a Mãe de Nosso Senhor.

Comenta São Beda: “Isabel bendiz Maria com as mesmas palavras usadas pelo Arcanjo para que se veja que deve ser honrada pelos anjos e pelos homens e que com razão se deve antepor a todas as mulheres” (In Lucae Evangelium expositio, ad loc.), e: “Na recitação da Ave-Maria repetimos estas saudações divinas com as quais nos alegramos com Maria Santíssima pela sua excelsa dignidade de Mãe de Deus e bendizemos o Senhor e agradecemos-Lhe ter-nos dado Jesus Cristo por meio de Maria” (Catecismo Maior, nº 333).

Maria Santíssima, sendo a Mãe de Deus, não foi à casa de Isabel para ser servida, pelo contrário, foi servi-la por noventa dias: “Maria permaneceu com ela mais ou menos três meses e voltou para casa” (Lc 1, 56).

Aprendamos com Nossa Senhora a servir o próximo com generosidade e humildade. A generosidade enriquece o coração, enquanto que o egoísmo o destrói.

Muitos se acham auto-suficientes e poderosos, e por isso não gostam de servir; vivem trancados no egoísmo apodrecendo o coração. É preciso lembrá-los de que Nossa Senhora, sendo a Mãe de Deus, serviu Santa Isabel nos afazeres domésticos. Imitemos a humildade de nossa Mãe do Céu: “Ó Virgem santa, quão fervorosa é vossa caridade em procurar a graça, quão luminosa vossa virgindade na carne, quão excelsa vossa humildade em oferecer-vos ao serviço do próximo! Se quem se humilha será exaltado, que há de mais sublime do que a humildade, ó Maria? Ao ver-vos, Isabel se admira e exclama: ‘Donde a mim esta honra de vir visitar-me a Mãe de meu Senhor?’ Ainda mais, porém, se admirará ao verificar que também vós, ó Maria, à semelhança de vosso Filho, não fostes a ela para ser servida, mas para servir” (São Bernardo de Claraval, De aquaeductu 9).

São João Crisóstomo admirava-se na contemplação desta cena do Evangelho: “Vede que novo e admirável é este mistério. Ainda não saiu do seio e já fala mediante saltos; ainda não lhe é permitido clamar e já é escutado pelos fatos (…); ainda não vê a luz e já indica qual é o Sol; ainda não nasceu e já se apressa a fazer de Precursor. Estando presente o Senhor não se pode conter nem suporta esperar os prazos da natureza, mas procura romper o cárcere do seio materno e busca dar testemunho de que o Salvador está prestes a chegar” (Sermo apud Metaphr., mense julio).

Em Lc 1, 45 diz ainda: “Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!”

Santa Isabel proclama bem-aventurada a Mãe de Nosso Senhor e louva a sua fé. Não houve fé como a da Virgem Maria: “Ó Virgem nobilíssima… Bem-aventurada sois porque crestes, como disse vossa prima Isabel. Bem-aventurada sois porque trouxestes e encerrastes no seio o Salvador, e muito mais bem-aventurada porque ouvistes sua palavra e a observastes”(Luís da Ponte, Meditações II 12, 3), e: “Ó Virgem, tivestes mais fé que todos os homens e Anjos! Víeis vosso Filho na gruta de Belém, e crieis ser ele o Criador do mundo. Viste-o fugir de Herodes e não deixastes de crê-lo Rei dos reis. Viste-o nascer, e o crestes eterno; pobre, necessitado de alimento, e o crestes Senhor do universo; deitado na palha, e o crestes onipotente! Vistes que não falava, e o crestes Sabedoria infinita. Chorava, e o crestes a alegria do paraíso. Desprezado, crucificado e morto, continuastes firme em crer que era Deus, embora nos outros vacilasse a fé…” (Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria II, 3, 4), e também: “A Virgem, tão pequena aos próprios olhos, não foi menos magnânima no crer na promessa de Deus. Ela que se considerava nada mais que pobre serva, nunca teve a mínima dúvida sobre sua vocação a este incompreensível mistério, a esta admirável troca, a este insondável sacramento, e creu firmemente que viria a ser a verdadeira Mãe do Homem-Deus” (São Bernardo de Claraval, De duod. Praerog. B.V.M. 13).

Sem a fé é impossível agradar a Nosso Senhor: “Ora, sem a fé é impossível ser-lhe agradável” (Hb 11, 6).

Nossa Senhora possuía a fé. Aprendamos dessa fiel Senhora a crer em nossa própria vocação à santidade; a crer sempre, principalmente quando surgem “nuvens” escuras querendo nos desviar do caminho da salvação; crer também quando encontramos “montanhas” de dificuldades à nossa frente querendo nos impedir de caminharmos na perfeição.

Peçamos com humildade à Santíssima Virgem: “… pelo mérito de vossa fé, impetrai-me a graça da viva fé: ‘Senhora, aumentai em nós a fé!” (Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria II, 3, 4).

 

 

 

Primera Conferencia

 

 

LA VISITA

 

(Pe. Divino Antônio Lopes FP.)

 

(Lc 1, 39-45)

 

39 Aquellos días, María se puso a camino para la región montañosa, dirigiéndose apresuradamente a una ciudad de Judá. 40 Entró en la casa de Zacarías y saludó Isabel. 41 Ora, cuando Isabel oyó la salutación de María, lo niño le estremeció en el vientre e Isabel quedó repleta del Espíritu Santo. 42 Con un gran grito, exclamó: ‘Bendita eres tú entre las mujeres y bendito es el fruto de tu vientre! 43 Donde me viene que la madre de mi Señor me visite? 44 Pues cuando tu saludo llegó a mis oídos, el niño estremeció de alegría en mi vientre. 45 Feliz aquella que creyó, pues lo que le fue dicho de la parte del Señor será cumplido!”

 

“Aquellos días, María se puso a camino para la región montañosa, dirigiéndose apresuradamente a una ciudad de Judá” (Lc 1, 39).

San Afonso María de Ligório escribe: “Del arcángel Son Gabriel oyó a Santísima Virgen que Isabel, suya prima, estaba embarazada de seis meses. Iluminada interiormente por el Espíritu Santo, conoció que el Verbo humanado, y ya hecho su Hijo, quería comenzar a manifestar al mundo las riquezas de su misericordia” (Glorias de Maria, Parte II, capítulo II, V, Punto Primero, 1).

La  Virgen María sabiendo que Isabel, suya prima, necesitaba de su ayuda, no quedó en una esquina calculando la distancia ni colocó dificultades, pero decidió ayudarla: “…la caridad es prestativa” (1 Cor 13, 4). La Bondadosa Señora dejó las suyas tareas para socorrer alguien que necesitaba urgentemente de su colaboración.

El católico tiene el deber de imitar la disponibilidad de la Santísima Virgen. Es contradictorio decir ser hijo de Nuestra Señora y vivir en el egoísmo: “No podemos convivir filialmente con María y pensar sólo en nodos mismos, en nuestros problemas. No se puede tratar con la Virgen y tener, egoisticamente, problemas personales” (San Josemaría Escrivá, Cristo que pasa, nº 145).

En Lc 1, 39 dice: “María se puso a camino…” Nuestra Señora no aplazó su viaje y muy menos se acobardo. Ella se puso a camino! Para donde? Será que la Virgen sabía de las dificultades que encontraría en el recorrido? Será que la misma sabía de la distancia? La caridad es la virtud de las almas que aman de verdad: “La caridad todo soporta” (1 Cor 13, 7), y: “…se puso la tierna y delicada doncella a camino, sin se atemorizar con las fatigas del viaje” (San Afonso María de Ligório, Glorias de María, Parte II, capítulo II, V, Punto Primero, 1).

Imitemos con fervor y entusiasmo el ejemplo de Virgen María. Cuántos católicos viven amasiados, sin instrucción religiosa, buceados en la inmoralidad y lejos de Nuestro Señor. Son millones! Lo que usted hace para ayudarlos a aproximar de la gracia de Dios?

Debemos salir de nuestro comodísimo y vida de “poltrona”, y aproximemo-nos con caridad de esas personas que viven en las tinieblas, no dejemos que mueran lejos de la Luz Eterna: “Nada más frío del que un cristiano que no se preocupa con la salvación de los otros” (San João Crisóstomo, Homilía 20, 4: PP 60, 162-164).

En Lc 1, 39 dice también: “…para la región montañosa… la una ciudad de Judá”. No se sabe con certeza donde residía Isabel, a prima de Nuestra Señora. Muchos autores dicen que la ciudad es Ain-Karim, o Ayn Karem, a unos siete kilómetros de Jerusalén. Debe su nombre a su fuente (Ain) y a los viñedos que la circundan (Kerem en hebraico, Karm en árabe, significa viña).

La Virgen María recorrió una distancia de casi 150 Km, con el corazón deseoso de prestar servicio a su prima Isabel.

Hoy, miles de católicos no tienen coraje de atravesar la calle para rezar y dar buenos consejos para una familia que necesita de ayuda; pero los mismos están dispuestos para pasar horas y horas delante de la televisión mirando novelas pornográficas. ¿Serían esos los hijos fieles de Virgen María? ¡No! Esos sólo poseen cáscara, es decir, viven de apariencia.

Nuestra Señora no se preocupó con el peligro que corría en atravesar aquella región montañosa, llena de salteadores; y muy menos con la altura de los montes. Quién ama de verdad no mide esfuerzos para ayudar el prójimo: “La caridad de Cristo estimula, nos incita a correr y volar con las alas del santo celo. Quién ama a Dios de verdad, también ama el prójimo; el verdadero celoso es lo aunque ama, pero en grado mayor, conforme el grado de amor; cuánto arde de amor, tanto más es impelido pelo celo” (De las Obras de Santo Antônio María Claret, obispo).

Imitemos el ejemplo de Virgen María, ella no desanimo delante de las montañas que estaban en su camino.

Todas as veces que decidamos trabajar para Dios y para el bien de las almas, aparecerán incontables “montañas” de críticas, colunias, mofarías y persecuciones a nuestro frente; cabe a nodos levantemos la cabeza y perseveraremos en medio a los ataques: “Dejemos, pues, que los pecadores digan lo que quieran y continuemos a servir a Dios que es tan fiel y amoroso para aquellos que lo aman. Cuanto mayores sean los obstáculos y las contradicciones que encontremos en la práctica del bien, tanto más acendrada será la complacencia del Señor y tanto mayor nuestro mérito” (Santo Afonso María de Ligório, Preparación para la Muerte, Consideración XXXI, Punto II), y: “Abandonemos este mundo ciego… grite él cuánto quiera, como una coruja, para inquietar los pajaritos del día. Seamos firmes en nuestros propósitos, invariables en nuestras resoluciones y la constancia mostrará que nuestra devoción es seria y sincera” (San Francisco de Sales, Introducción a la Vida Devota, Parte IV, capítulo I).

La Santísima Virgen, mujer fuerte, no quedó parada ni retrocedió, pero con coraje y firmeza continuó a caminar por entre las montañas. Imitémosla!

Cuando se trata de trabajar para la gloria de Dios y salvación de las almas, no midamos esfuerzos ni en los acobardemos; confiantes en el Señor que nos fortalece y nos protege, luchemos corajosamente hasta el fin: “El cristiano nació para la lucha, y mientras más encarnizada se presenta, tanto más segura hace de ser la victoria con el auxilio de Dios” (León XIII, Enc. Sapientiae Christianae, 19).

En Lc 1, 39 dice aún: “…dirigiéndose apresuradamente…” Como ya fue comentado, a Virgen María no quedó analizando se valdría o no la pena servir la suya prima Isabel, pero salió apresuradamente: “Levantándose de la tranquilidad de su contemplación, a que estaba siempre aplicada, y dejando su cara soledad, con gran prisa partió para la casa de Isabel” (Santo Afonso María de Ligório, Glorias de María, Parte II, capítulo II, V, Punto Primero, 1).

No permitir para después el bien que podamos hacer hoy, pero corramos al encuentro de aquellos que necesitan de nuestra ayuda, sobre todo de la ayuda espiritual. No perdamos un sólo minuto, pero ayudemos todos a conocer el Salvador de la Humanidad, a ejemplo de Nuestra Señora: “María parte… a fin de ir al encuentro de la vieja prima, cuya extraordinaria maternidad le hube sido revelada por el Ángel. Así Nuestra Señora inicia la misión de portadora de Cristo al mundo, a las prisas, sin delongas, llevada por el impulso interior que la pone a camino para la humanidad en expectativa y tan necesitada del Salvador”(Pe. Gabriel de Santa María Madalena, Intimidad Divina, 390).

La Santísima Virgen con el corazón ardiendo de amor, hizo el largo viaje de Nazaré hasta Ain-Karim, recorriendo aproximadamente 150 Km.

En Lc 1, 40-41 dice: “Entró en la casa de Zacarías y saludó Isabel. Ora, cuando Isabel oyó el saludo de María, el niño le estremeció en el vientre e Isabel quedó repleta del Espíritu Santo”.

Nuestra Señora llegando en Ain-Karim no buscó otro lugar, pero fue directamente para la casa de suya prima Isabel. Su visita es diferente, no puede ser comparada con las visitas de las personas que sirven el mundo: “Fue María la primera a saludar Isabel. Pero no fue la visita de Nuestra Señora como son las visitas de los mundanos, que por la mayor parte se reducen la ceremonias y falsas exhibiciones” (Santo Ambrósio), y Santo Afonso María de Ligório dice: “Su visita trajo a aquella casa un colmo de gracias. Con efecto, apenas hube entrado y hube saludado sus habitantes, quedó ya Isabel llena del Espíritu Santo, y Juan libre de culpa y santificado. Por eso dio aquella señal de júbilo, exultando en el vientre de su madre. Quería con eso manifestar las gracias recibidas por medio de María, como declaró la misma Isabel: Porque así que llegó la voz de tu salutación a mis oídos, luego el niño exulto de placer en mis entrañas” (Glorias de María, Parte II, capítulo II, V, Punto Primero, 1). Sobre la salutación de Maria, Bernardino de Busti escribe: “…recibió Juan la gracia del Divino Espíritu Santo que el santificó”.

Así como Isabel recibió con alegría, piedad y respeto a Virgen María en su casa, recibamos también nodos a Virgen en nuestra vida: “Mío vivir es María” (San Gabriel da Virgen Dolorosa), y viviendo bajo su protección y siéndoles fieles, seremos agraciados: “Los primeros frutos de la redención pasaron, pues, por las manos de María. Fue ella el canal por el cual fue comunicada la gracia al Batista, y el Espíritu Santo a Isabel, el Don de profecía la Zacarías, y tantas otras gracias a aquella casa” (Santo Afonso María de Ligório, Glorias de María, Parte II, capítulo II, V, Punto Primero, 2).

Infeliz de aquel que rechaza recibir Nuestra Señora en su casa, es decir, en su vida; ese será siempre infeliz: “Si la devoción a Virgen Santísima es necesaria a todos los hombres para conseguir simplemente la salvación, es aún más para aquellos que son llamados a una perfección particular…” (San Luís María Grignion de Montfort, Tratado de la Verdadera Devoción a la Santísima Virgen, 43).

Aceptemos con amor y devoción a Virgen María en nuestra vida: “Virgen Inmaculada y bendita, vosotros sois la dispensadora universal de todas las gracias, y como tal sois la esperanza de todos y mi esperanza también. Doy siempre gracias a mi Señor que me hizo conoceros y comprender el medio de obtener las gracias y salvarme. El medio sois vosotros, ó gran Madre de Dios, por cuanto sé que principalmente por los merecimientos de Jesús y por vuestra intercesión, me he de salvar. ¡Ah! ¡Mi Reina! Vosotros en otro tiempo os de estos tanta prisa en visitar y santificar en vuestra visita la casa de Isabel. Visita por quién sois, y visita deprisa la pobre casa de mi alma. Apresa-os; vosotros sabéis, mejor del que yo, cuánto ella es pobre y enferma de muchos males, de afectos desordenados, de hábitos malos, y de los pecados cometidos…Visita-me, pues, durante la vida, y visita-me especialmente en la hora de la muerte, porque entonces me será aún más necesaria vuestra asistencia” (Santo Afonso María de Ligório, Glorias de María, Parte II, capítulo II, V, Punto Segundo, Oración).

En Lc 1, 42-44 dice también: “Con un gran grito, exclamó: ‘¡Bendita eres tú entre las mujeres y bendito es el fruto de tu vientre! ¿Dónde me viene que la madre de mi Señor me visite? Pues cuando tu saludo llegó a mis oídos, el niño estremeció de alegría en mi vientre”.

Aquí, Isabel, llena de alegría e iluminada por el Espíritu Santo, reconoce en María Santísima la Madre de Nuestro Señor.

Comenta San Beda: “Isabel bendice María con las mismas palabras usadas por el Arcángel para que se vea que debe ser honrada por los ángeles y por los hombres y que con razón se debe anteponer a todas las mujeres” (In Lucae Evangelium expositio, ad loc.), y: “En la recitación de la Ave María repetimos estas un saludo divinas con las cuales nos alegramos con María Santísima por su excelsa dignidad de Madre de Dios y bendecimos el Señor y le agradecimos tenernos dato Jesús Cristo por medio de María” (Catecismo Mayor, nº 333).

María Santísima, siendo la Madre de Dios, no fue a la casa de Isabel para ser servida, por el contrario, fue la servís por noventa días: “María permaneció con ella más o menos tres meses y volvió para casa” (Lc 1, 56).

Aprendamos con Nuestra Señora a servir el prójimo con generosidad y humildad. La generosidad enriquece el corazón, mientras que el egoísmo lo destruye.

Muchos se hallan auto-suficientes y poderosos, y por eso no les gusta servir; viven trancados en el egoísmo del corazón. Es preciso acordarlos de que Nuestra Señora, siendo la Madre de Dios, sirvió Santa Isabel en las tareas domésticas.

Imitemos la humildad de nuestra Madre del Cielo: “¡Ó Virgen santa, que tan fervorosa es vuestra caridad en buscar la gracia, que tan luminosa vuestra virginidad en la carne, que tan excelsa vuestra humildad en ofertaros al servicio del prójimo! ¿Si quién se humilla será exaltado, que hay de más sublime del que la humildad, ó María? Al veros, Isabel se admira y exclama: ‘¿Dónde a mí esta honra de venir a visitarme la Madre de mi Señor?’ Aún más, sin embargo, si admirará al verificar que también vosotros, ó María, a la semejanza de vuestro Hijo, no fuisteis a ella para ser servida, pero para servir” (San Bernardo de Claraval, De aquaeductu 9).

San Juan Crisóstomo se admiraba en la contemplación de esta escena del Evangelio: “Vede que nuevo y admirable es este misterio. Aún no salió del seno y ya habla mediante saltos; aún no le es permitido clamar y ya es escuchado por los hechos (…); aún no ve la luz y ya indica cual es el Sol; aún no nació y ya se apresura a hacer de Precursor. Estando presente el Señor no se puede contener ni soporta esperar los plazos de la naturaleza, pero busca romper la cárcel del seno materno y búsqueda dar testimonio de que el Salvador está prestes a llegar” (Sermo apud Metaphr., mense julio).

En Lc 1, 45 dice aún: “Feliz aquella que creyó, pues lo que le fue dicho de la parte del Señor será cumplido!”

Santa Isabel proclama bien-aventurada la Madre de Nuestro Señor y alaba su fe. No hubo fe como a de Virgen María: “Ó Virgen nobilísima… Bien-aventurada sois porque creísteis, como dijo vuestra prima Isabel. Bien-aventurada sois porque trajisteis y encerrasteis en el seno el Salvador, y muy más bien-aventurada porque oísteis su palabra y a observasteis”(Luís del Puente, Meditaciones II 12, 3), y: “Ó Virgen, tuvisteis más fe que todos los hombres y Ángeles! Veíais vuestro Hijo en la cueva de Belén, y creéis ser él el Creador del mundo. Lo viste huir de Herodes y no dejasteis de creerlo Rey de los reyes. Lo viste nacer, y lo creísteis eterno; pobre, necesitado de alimento, y lo creísteis Señor del universo; acostado en la paja, y lo creísteis omnipotente! Visteis que no hablaba, y lo creísteis Sabiduría infinita. Lloraba, y lo creísteis la alegría del paraíso. Despreciado, crucificado y muerto, continuasteis firme en creer que era Dios, aunque nos otros vacilara la fe…” (Santo Afonso María de Ligório, Glorias de María II, 3, 4), y también: “Virgen, tan pequeña a los propios ojos, no fue menos magnánima en el creer en la promesa de Dios. Ella que se consideraba nada más que pobre sierva, nunca tuvo la mínima duda sobre su vocación a este incomprensible misterio, a este admirable cambio, a este insondable sacramento, y creyó firmemente que vendría a ser la verdadera Madre del Hombre-Dios” (San Bernardo de Claraval, De duod. Praerog. B.V.M. 13).

Sin la fe es imposible agradar a Nuestro Señor: “Ora, sin la fe es imposible serle agradable” (Hb 11, 6).

Nuestra Señora poseía la fe. Aprendamos de esa fiel Señora a creer en nuestra propia vocación a la santidad; a creer siempre, principalmente cuando surgen “nubes” oscuras queriendo desviarnos del camino de la salvación; creer también cuando encontramos “montañas” de dificultades a nuestro frente, queriendo impedirnos de caminar en la perfección.

Pidamos con humildad a la Santísima Virgen: “… por el mérito de vuestra fe, impetrad-me la gracia de viva fe: ‘Señora, aumenta en nodos la fe!” (Santo Afonso María de Ligório, Glorias de María II, 3, 4).

 

 

 

 

 

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